Diagnóstico precoce e doação de medula óssea
estão entre os assuntos abordados
A leucemia é o tipo de câncer que mais afeta
crianças e adolescentes no Brasil e no mundo. A fim de alertar os médicos sobre
a importância do diagnóstico precoce para melhores resultados nos tratamentos e
conscientizar a população sobre a relevância da doação de medula óssea, durante
o mês de fevereiro será realizada a campanha de conscientização Fevereiro
Laranja. O Centro Infantil Boldrini,
hospital filantrópico que é referência no tratamento de crianças e adolescentes
com câncer ou doenças no sangue, também abraça a campanha.
Entre os destaques da atuação do hospital, está
sua liderança no GBTLI (Grupo Brasileiro de Tratamento de Leucemia Linfoide
Aguda da Criança). O Boldrini fundou o Grupo em 1979 e, desde então, coordenou
seus estudos clínicos prospectivos em leucemia (LLA-80, LLA-82, LLA-85, LLA-93,
LLA-99 e LLA-2009), desenvolvidos em diversas instituições do país.
Para se
ter uma ideia, antes de 1978, as chances de cura da LLA estavam em torno de 5%.
Com o estudo clínico LLA-80, as taxas de sobrevida em 5 anos resultaram em 30%,
acrescendo progressivamente, nos estudos subsequentes, para 70-80%. É notável
que a atuação e liderança do Boldrini estimulou e propiciou, em nível nacional,
a capacitação e treinamento de profissionais de diferentes estados, nas novas
tecnologias de diagnóstico e tratamento da leucemia da criança.
Hoje, se
conhecem mais de 12 subtipos de leucemia, sendo agrupados em quatro grupos:
leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia
linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). Na criança o tipo
mais comum é a LLA. O tratamento se baseia na poliquimioterapia, sendo que nos
casos de reduzida resposta terapêutica, se preconiza a realização do
transplante de medula óssea. Em 2018 o Boldrini recebeu 111 novos casos de
crianças com leucemia.
Sobre a doação de medula óssea – Vale
lembrar que o Boldrini não recebe cadastros de doadores. Em Campinas, as
doações estão concentradas no Hemocentro da Unicamp, no Hospital Municipal Dr.
Mário Gatti e no Posto PUCC II Hospital Celso Pierro.
Segundo o Hemocentro da
Unicamp, estima-se que a chance de se encontrar um doador compatível seja de 1
em 100 de doadores aparentados e 1 em 100 mil não aparentados. Quanto mais
doadores, mais chance de encontrar compatibilidade com os pacientes que
precisam da doação.
Para se cadastrar é preciso
ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde e não ter
doença infecciosa ou incapacitante e é só comparecer aos locais de doação. O
doador precisa ter em mãos o RG e CPF para preenchimento dos dados cadastrais
e, no mesmo dia, será coletada uma amostra de sangue de aproximadamente 10ml, a
qual será tipada para HLA, teste de laboratório que identifica as
características genéticas do doador. O resultado do exame e seus dados pessoais
serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea,
o Redome, situado na cidade do Rio de Janeiro.
Será realizado um cruzamento dos dados genéticos
dos doadores e pacientes. Caso o paciente seja compatível, o doador será
convocado pelo Hemocentro para realizar novos exames, portanto deverá manter
seu cadastro sempre atualizado. Se a compatibilidade for confirmada, o estado
de saúde do doador será avaliado e então ele será convidado a fazer a doação.
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