A incorporação dos quimioterápicos Pazopanibe e
Sunitinibe foi no final do ano passado. Os medicamentos agem na diminuição e
até na destruição do tumor
Os pacientes com
câncer renal terão duas novas opções de tratamento ofertadas no Sistema Único
de Saúde (SUS). No final do ano passado, o Ministério da Saúde incorporou os
medicamentos Pazopanibe e Sunitinibe que agem na diminuição e até destruição do
tumor. A opção de tratamento foi incorporada com base na eficácia e segurança
identificada nos dois insumos. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da
União (DOU) e estará disponível na rede pública em até 180 dias.
A incorporação dos
medicamentos contou com a participação da sociedade que enviou contribuições
sobre as duas tecnologias durante Consulta Pública, realizada no ano passado,
no site da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (CONITEC).
As sugestões recebidas apresentaram argumentos que mostraram a eficácia e
segurança do Sunitinibe e do Pazopanibe em relação aos outros tratamentos já
ofertados no SUS para o câncer renal.
Os medicamentos
para câncer são adquiridos e fornecidos aos usuários do SUS pelos hospitais
habilitados credenciados e habilitados para atendimento em oncologia (UNACON ou
CACON) com os recursos financeiros repassados pelo Ministério da Saúde. Os
insumos Pazopanibe e Sunitinibe serão padronizados, adquiridos e fornecidos por
cada hospital para seus usuários.
No Brasil, o
Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de 6,2 mil casos de
câncer renal por ano. A doença é o sétimo tipo cancerígeno mais comum entre os
homens e o nono entre as mulheres. Na maioria dos casos, ele aparece de forma
silenciosa, não apresentando sintomas em suas fases iniciais. Por esse motivo,
é comum casos de pacientes que descobrem o tumor por acaso – ao fazer um exame
de imagem durante um check-up de rotina ou para investigar outras suspeitas,
por exemplo.
Existem diferentes
tipos de câncer que podem atingir o rim. O principal é conhecido como carcinoma
renal de células claras (CRCC). Esse tipo de tumor corresponde a
aproximadamente 75% dos casos de câncer neste órgão. No Brasil, a prevalência
estimada é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. O prognóstico desse
tipo de câncer depende, dentre outros fatores, da idade do paciente e da
rapidez em diagnosticar e tratar a doença.
ASSISTÊNCIA AO CÂNCER
O Sistema único de
Saúde (SUS) oferta tratamento integral e gratuito para todos os tipos de
câncer, seja paliativos, cirurgias oncológicas, radioterapia e quimioterapia.
Todos os hospitais do SUS, habilitados em oncologia, recebem mensalmente
recursos federais para a compra e oferta de medicamentos. O valor já está
incluso no total pago para a realização dos procedimentos ambulatoriais e
hospitalares para o tratamento de câncer. Os medicamentos variam de acordo com
tipos existentes da doença. Assim, essas unidades têm autonomia para definirem
o melhor produto a ser utilizado em cada caso.
Além desse repasse,
o Ministério da Saúde oferece gratuitamente outros sete medicamentos: a
talidomida para o tratamento do mieloma múltiplo, do mesilato de imatinibe para
a quimioterapia do tumor do estroma gastrointestinal (GIST), da leucemia
mieloide crônica e da leucemia linfoblástica aguda cromossoma Philadelphia
positivo; o trastuzumabe, para a quimioterapia do carcinoma de mama inicial e
locorregionalmente avançado; o rituximabe, para a quimioterapia do linfoma
difuso de grandes células B e do linfoma folicular; e o dasatinibe e
onilotinibe para a quimioterapia da leucemia mieloide crônica de adultos.
Victor Maciel
Agência Saúde
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