A reconstrução mamária é
realizada através de várias técnicas que tentam restaurar a mama, considerando
forma, aparência e o tamanho; após a mastectomia (retirada da mama, de forma
parcial ou total, para remover ou prevenir o câncer de mama). “A mama é uma das
principais marcas externas da feminilidade, e a sua perda, parcial ou total,
traz prejuízos na imagem corporal. Quando o cirurgião plástico realiza a
reconstrução mamária, atua de maneira significativa na melhora da autoestima da
mulher”, afirma Dr. Luís Felipe Maatz, Especialista em Reconstrução Mamária
pelo Hospital Sírio-Libanês; Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP).
A reconstrução envolve vários
procedimentos realizados em múltiplos estágios. Saiba como são as etapas,
segundo as normas da SBCP:
Etapa 1 – Anestesia
Medicamentos são administrados
para o seu conforto durante o procedimento cirúrgico. As opções incluem sedação
intravenosa e anestesia geral. Seu médico irá recomendar a melhor opção para
você.
Etapa 2 – Técnicas de retalhos com músculo, gordura
e pele próprios da paciente para criar ou cobrir o local da mama
Às vezes, a mastectomia, ou o
tratamento com radiação, podem deixar tecido insuficiente na parede torácica
para cobrir e sustentar o implante mamário. O uso de implante mamário para
reconstrução exige quase sempre uma ou demais técnicas de retalho ou expansão
de tecido.
O retalho TRAM usa como doador
músculo a gordura e a pele do abdômen da paciente para reconstruir a mama. O
retalho pode permanecer com o suprimento sanguíneo original e ser tunelizado
(criar um acesso) para ser posicionado na caixa torácica ou ser completamente
separado para formar a nova mama.
Como alternativa, o cirurgião
pode escolher o DIEP, ou técnicas de retalhos SGAP, que não usam músculo, mas
tecido do tórax posterior ou da nádega. O retalho do latissimus dorsi utiliza
músculo, gordura e pele tunelizados no local da mastectomia, permanecendo com
seu suprimento sanguíneo original.
Ocasionalmente, o retalho pode
reconstruir a mama, mas, muitas vezes, fornece o músculo e o tecido necessários
para cobrir e sustentar o implante mamário.
Etapa 3 – Expansão da pele saudável para dar
cobertura a um implante mamário
Reconstrução com expansão do
tecido permite recuperação mais rápida que os procedimentos utilizando
retalhos. No entanto, é um processo de reconstrução mais demorado. Este
procedimento requer muitos retornos ao consultório, por 4 a 6 meses, após a
colocação do expansor, para enchê-lo através de uma válvula interna e expandir
a pele. Um segundo procedimento cirúrgico será necessário para substituir o
expansor, que não é concebido para servir como implante permanente.
Etapa 4 – Cirurgia de colocação do implante mamário
O implante mamário pode ser um
complemento ou uma alternativa para técnicas de retalhos. Implantes de silicone
estão disponíveis para a reconstrução. O cirurgião irá lhe ajudar a decidir
qual alternativa é melhor para você. Reconstrução com implantes geralmente
requerem expansão de tecido
Etapa 5 – Enxertos e demais técnicas especializadas
para criar o mamilo e a aréola
A reconstrução da mama é
finalizada através de uma variedade de técnicas para reconstruir o mamilo e a
aréola.
Os resultados finais da
reconstrução pós mastectomia podem ajudar a minimizar o impacto físico e
emocional da mastectomia. Com o tempo, certa sensibilidade na mama pode voltar,
e as cicatrizes tendem a melhorar, embora nunca desaparecerão completamente. Há
algumas limitações, mas a maioria das mulheres acha que são pequenas em
comparação à melhoria em sua qualidade de vida. Monitoração cuidadosa da saúde
da mama através do autoexame, mamografia e demais técnicas de diagnóstico é
essencial para sua saúde a longo prazo.
“Vale lembrar que, antes de
decidir realizar a reconstrução mamária, é fundamental buscar sempre um médico
comprovadamente qualificado, experiente e que seja membro da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica”, finaliza Dr. Luís Felipe Maatz.
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