É grande a evolução tecnológica do mercado agrícola ao longo dos últimos anos, sobretudo nas áreas de eletrificação, conectividade e comunicação à distância. Uma das principais tendências no setor é o avanço dos motores elétricos nos diversos sistemas de acionamento de máquinas e implementos, em substituição aos mecânicos ou eletro-hidráulicos.
O foco da eletrificação é elevar a precisão e a flexibilidade dos
sistemas, bem como viabilizar novas funcionalidades, que não são possíveis de
atingir com os sistemas tradicionais, como fazer ajustes mais rápidos de acordo
com as variáveis ambientais, receber alertas de erro e monitorar operações por
telemetria, entre diversos outros recursos.
Outra tendência é o avanço de máquinas totalmente conectadas. Exemplo
disso é um caminhão ou trator de transbordo canavieiro, que acompanha em piloto
automático uma colhedora de cana. Além de operar em velocidade e posição
adequadas para o descarregamento, o veículo não trafega sobre as raízes, que
sobram dentro e fora da terra, evitando impactos sobre a produtividade do
próximo ciclo.
Coração de todo negócio, a conectividade proporciona grandes benefícios
para uma fazenda. Com novas tecnologias que dão acesso em tempo real a
informações da frota em operação no campo, os produtores rurais podem tomar
decisões com maior assertividade, como identificar o momento ideal para iniciar
uma colheita ou semeadura, por exemplo.
Atualmente o agricultor deseja conectar todos os meios produtivos de uma
fazenda com foco numa gestão mais apurada dos negócios, que possibilite
aumentar a produtividade e ampliar a confiabilidade da frota. Em época de
safra, evitar paradas não programadas significa impedir grandes prejuízos ao
agronegócio.
Um dos principais desafios para o pleno aproveitamento dessas e outras
tecnologias é melhorar a infraestrutura no Brasil, sobretudo em
telecomunicações extensivas ao campo. Atualmente a infraestrutura já representa
um obstáculo para a utilização de tecnologias embarcadas disponíveis em
máquinas, inovações que poderiam trazer resultados fantásticos para a economia.
Hoje o agronegócio é o carro-chefe da economia brasileira, uma vez que
assegura boa parcela do PIB. Portanto, é fundamental buscar rotas para o pleno
aproveitamento desse grande ativo brasileiro, a indústria de máquinas
agrícolas, que projeta o Brasil não somente como importante parque de máquinas,
mas também como desenvolvedor de máquinas para a agricultura tropical.
Esses e outros assuntos serão debatidos durante o 10º Simpósio SAE
BRASIL de Máquinas Agrícolas, que reunirá lideranças de fabricantes,
montadoras, entidades e consultorias. Quem tiver interesse pelo assunto está
convidado para o encontro, que será realizado dia 30 de agosto, na Federação
das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre.
Daniel Zacher - engenheiro, diretor geral da Tryber
Tecnologia e chairperson do 10º Simpósio SAE BRASIL de Máquinas Agrícolas
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