Resultados Robustos e Positivos do Estudo SPAIN
Publicados no Journal of American College of Cardiology
A síncope vasovagal é um tipo de
desmaio, causado por distúrbio do sistema nervoso autonômico (involuntário),
que acarreta reações reflexas inadequadas ou exacerbadas dos sinais vitais, de
maneira súbita, como queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial.
Essa “síncope”, semelhante a um
“apagão”, é quase sempre fugaz (segundos) e transitória, com total recuperação
da consciência e sem sequelas neurológicas.
É um diagnóstico não muito fácil.
Estima-se que a síncope vasovagal corresponda a 28% dos casos de síncope em
geral, chegando a 6,2 casos em cada 1000 habitantes em todo o mundo e também no
Brasil. É mais comum em mulheres do que em homens e também mais observada em
adolescentes ou adultos jovens e idosos. Não há doença cardíaca associada.
Por que acontece a síncope vasovagal?
A síncope (o desmaio) acontece para “proteger” o fluxo de sangue oxigenado para o cérebro,
no momento em que a queda de batimentos cardíacos e da pressão acaba
atrapalhando a circulação sanguínea cerebral. É um mecanismo reflexo, de
defesa, que acaba levando o corpo à posição deitada – o que, de fato, facilita
o bombeamento de sangue para a cabeça.
Diversos tipos de condições e estímulos
podem desencadear episódios de reação vasovagal (incluindo a síncope), como
dor, injeções e punções, estímulos visuais sugestivos (‘ver sangue’), mudanças
bruscas de posição e até o medo.
Diagnóstico
Historias de pacientes com episódios de
desmaios frequentes desde a infância ou adolescência, sem doenças associadas,
podem estar relacionados á síncope vasovagal. Exames complementares ajudam,
como por exemplo o HOLTER (eletrocardiografia dinâmica de 24 ou 48 horas).
“Mas é importante lembrar que muitos pacientes podem passar semanas sem
apresentar episódio algum e, portanto, o uso de monitores de eventos
implantáveis se mostra mais efetivo nesse sentido”, afirma Dr. Luciano Jannuzzi
Carneiro, cirurgião cardiovascular e Gerente Médico para América Latina da
BIOTRONIK.
O ‘TILT TABLE TEST’ (teste de
inclinação) também é particularmente útil em boa parte dos casos. Trata-se de
uma avaliação com a pessoa deitada em uma mesa especial, em diferentes
inclinações, registrando em tempo real o ritmo cardíaco e a pressão arterial,
de acordo com a inclinação. “Isso permite documentar o momento exato em que os
batimentos ou a pressão caem, muitas vezes reproduzindo a síncope, durante o
exame”, explica o especialista.
Tratamentos
O tratamento varia de acordo com a
tolerância de cada paciente às alterações de batimentos cardíacos e de pressão
arterial. Quando não há perda completa de consciência o paciente mantém seu
autocontrole, indicam-se as chamadas medidas posturais (como exercícios para o
tônus muscular das coxas e das pernas), além de aumento na ingesta de líquidos
e, eventualmente, no consumo de sal. “O aumento de aporte de sódio na
circulação resulta em melhor conservação dos fluidos extracelulares,
equilibrando o tônus dos vasos sanguíneos e mantendo a pressão em níveis mais
próximos ao normal, sem altos riscos de queda”, afirma Dr. Luciano.
Quando há perda de consciência nos
episódios de síncope vasovagal, pode ser necessário o implante de um marcapasso
cardíaco. Em boa parte desses casos, os batimentos cardíacos caem (bradicardia)
ou são interrompidos momentaneamente (assistolia). “Quando se corrige o ritmo
dos batimentos com a estimulação do marcapasso, a síncope não ocorre, os
sintomas não aparecem ou são muito atenuados, melhorando significativamente a
qualidade de vida do paciente”, explica.
Tecnologia CLS BIOTRONIK
O algoritmo CLOSED LOOP STIMULATION
(CLS), ou “estimulação por malha fechada”, é exclusividade dos
dispositivos cardíacos BIOTRONIK e monitora sutis alterações na ativação
elétrica das células cardíacas, que são continuamente registradas pelo
marcapasso. Essas alterações ocorrem mediante esforço, variações da pressão
arterial ou estresse, por exemplo. Desta forma, de acordo com a necessidade, o
marcapasso consegue atuar imediatamente e automaticamente, adequando a
estimulação cardíaca conforme necessário: acelerando ou retornando os
batimentos ao normal.
Assim, na iminência de uma síncope
vasovagal, o algoritmo CLS permite uma resposta imediata dos batimentos
cardíacos à queda de pressão arterial, recuperando rapidamente as condições
fisiológicas para a adequada circulação cerebral. E isso impede que ocorra a
síncope. Nos casos em que a hipotensão é muito pronunciada, pode até
haver sintomas, mas não ocorre a perda de consciência.
O
“SPAIN STUDY”, publicado em uma das mais conceituadas e respeitadas revistas
científicas de Cardiologia do mundo – o Journal of the American College of
Cardiology (JACC), demonstrou que a tecnologia CLS BIOTRONIK pode reduzir
em até sete vezes os desmaios em pacientes com síncope vasovagal.
É
o primeiro estudo a comprovar benefícios diferenciados com o uso da tecnologia
CLS nos pacientes com implante de marcapasso por síncope recorrente. O desenho
incluiu 54
pacientes com idade de 40 anos ou mais, em 11 centros médicos na Espanha e no
Canadá. Todos apresentaram mais de cinco episódios de síncope em suas vidas e,
além disso, tiveram mais de dois episódios no último ano.
O
objetivo principal de reduzir em mais de 50% os episódios de síncope desses
pacientes, em comparação ao ano anterior, foi atingido. Durante o período do
estudo, quatro pacientes apresentaram síncope durante a estimulação CLS, em
comparação com 21 que desmaiaram, sem a ativação do recurso. Entre os pacientes
inicialmente designados ao CLS, 72,2% apresentaram uma redução de mais de 50%
nos episódios de síncope comparado ao primeiro ano. Entretanto, a síncope se
tornou recorrente após terem passado para o grupo sem CLS. Os pacientes que
passaram à ativação do CLS após um ano sem o algoritmo perceberam uma redução
de mais de 50% nos episódios de síncope, durante o segundo ano todo.
“Esses
dados comprovam de maneira evidente – e agora científica – a superioridade da
estimulação cardíaca com algoritmo CLS quando o marcapasso está indicado para
pacientes com síncope vasovagal, diminuindo muito os episódios de síncope e,
consequentemente, melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes que se
submetem a esse tratamento”, finaliza Dr. Luciano.
BIOTRONIK
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