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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Consumidores paulistanos reduzem poupanças em julho para evitar dívidas


Segundo a FecomercioSP, segurança de crédito dos não endividados caiu 6,4% em relação a junho

O cenário de incertezas políticas e econômicas do País vem fazendo com que os paulistanos tenham mais cautela para financiamentos e endividamentos. A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que os consumidores estão, em média, reduzindo suas poupanças ao longo deste ano. Em julho, especialmente, houve forte queda da proporção de consumidores não endividados que usaram parte de suas reservas.

De acordo com o levantamento, o Índice de Segurança de Crédito, que mostra a parcela de consumidores com alguma reserva financeira, deteriorou-se pelo segundo mês consecutivo. O índice caiu 5%, ao passar de 82,1 pontos em junho para 78 pontos em julho. Essa retração foi motivada, principalmente, pelo recuo na segurança de crédito dos não endividados, cujo indicador retraiu 6,4%, passando de 100,5 para 94,1 pontos no mesmo período. Já entre os endividados, houve alta de 1,8%, alcançando 63,9 pontos.

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a tendência é de que, nos próximos meses, os consumidores passem a buscar acesso ao crédito para fazer frente às suas obrigações ou aquisições desejadas, e o Índice de Intenção de Financiamento já aponta, ainda que timidamente, nesse sentido.

O indicador, que havia subido 10% entre janeiro e março, atingindo 44 pontos, voltou ao patamar em torno de 39 pontos entre abril e junho e, agora, exibe alta de 4%, atingindo 40,3 pontos. Isso significa que, em julho, a parcela de paulistanos que declararam ter a intenção de comprar um produto com pagamento parcelado ou financiado nos próximos três meses foi de 19,5%.


Aplicação

Em relação às aplicações, a poupança segue sendo a modalidade preferida pelos paulistanos. Em julho, 58,6% escolheram essa opção de investimento, alta de 0,8 ponto porcentual (p.p.) em relação ao mês anterior e praticamente estável (-0,2 p.p.) na comparação com o mesmo período do ano passado.

A preferência pela renda fixa, após ter atingido a maior proporção da série histórica em junho, com 24,5%, recuou 2,1 pontos porcentuais, marcando 22,4% em julho. A previdência privada é a preferida de 8,3% dos paulistanos, e as ações vêm em seguida, com 3,3% de preferência.

Diante do cenário menos animador para a economia brasileira, que deve vigorar pelo menos até as eleições de outubro, a Entidade recomenda cautela aos empresários, principalmente para aqueles que concedem crédito direto ao consumidor. Nesses casos, o ideal é ter parcerias com bancos e financeiras especialistas em avaliar riscos, embora até o momento não se observa um risco grande de explosão da inadimplência.

Para a FecomercioSP, o empresário não deve se aventurar e nem expor o ativo da empresa com contas a receber de grande risco e pouco valor no eventual desconto de recebíveis.


Sobre a PRIE

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, gerando um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.







Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 137 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro – gerando em torno de 10 milhões de empregos.

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