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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Cientistas descobrem novos tipos de mutações no DNA que podem contribuir para o autismo


Além da crescente lista de genes que já estão ligados ao transtorno, a equipe agora acrescenta mutações em sequências do DNA que controlam os genes


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 2 milhões somente no Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo com diversos avanços, ainda hoje é um desafio para a ciência definir os fatores genéticos que contribuem para o autismo. Isso porque, assim como outras desordens neurológicas e psiquiátricas, a síndrome não é fruto de alterações em um único gene, pelo contrário, envolve distúrbios moleculares complexos em múltiplos genes. Atualmente, se sabe que 722 dos 20 mil genes humanos são relacionados ao TEA, mas muitos ainda são desconhecidos.

Buscando montar mais uma peça desse quebra-cabeça de alta complexidade, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, liderada pelo pesquisador Jonathan Sebat, Ph.D., em parceria com o Dr. Alysson R. Muotri, Ph. D., descobriu que regiões reguladoras de genes do neurodesenvolvimento estão mais suscetíveis a mutações em autistas. Ou seja, agora sabemos que tanto os genes quanto os elementos do DNA que os controlam estão relacionados com o autismo. O estudo completo foi publicado na revista Science.

Para chegar a essa importante descoberta, os pesquisadores estudaram o genoma completo de 9.274 pessoas de 2.600 famílias afetadas pelo TEA. Algumas das sequências regulatórias do DNA identificadas estão especificamente associadas ao controle de um subconjunto de genes conhecidos como "intolerantes" quando sofrem mutações, o que quer dizer que esses genes são particularmente vulneráveis quando erros aparecem em sua sequência.
Outra importante conclusão do estudo está relacionada as raras mutações "de novo". Os cientistas descobriram que esses erros no DNA não são herdados de nenhum dos pais, e nem vistos em outros filhos do mesmo casal. A equipe também observou que algumas das mutações nas regiões reguladoras ocorreram em áreas que ajudam a controlar alguns desses genes "intolerantes à mutação".

"Curiosamente, descobrimos que a maior parte dessas alterações são herdadas do pai e não estavam presentes em outros irmãos", explica o Dr. Alysson Muotri, que também é chefe científico da startup de biotecnologia TISMOO, primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas focadas em perspectivas terapêuticas personalizadas para o TEA e outros transtornos neurológicos de origem genética. Agora, os pesquisadores seguem tentando desvendar essa complexa síndrome que é o autismo.






Sobre a TISMOO
Criada em 2015, a startup de biotecnologia TISMOO é o primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas focadas em perspectivas terapêuticas personalizadas para Transtorno do Espectro do Autismo e outros transtornos neurológicos de origem genética, como a Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome Frágil X, Síndrome de Angelman e a Síndrome de Phelan-McDermid. Com renomados cientistas em sua equipe, o objetivo da TISMOO é recriar em laboratório as etapas do desenvolvimento neural a partir de células do próprio paciente – "minicérebros" - capazes de capturar o material genético de cada indivíduo a fim de investigar como suas mutações levam a um quadro clínico específico e buscar novas formas de reverter o processo com tratamentos farmacológicos, melhorando a qualidade de vida de pacientes e famílias que sofrem com doenças neurológicas. Desde 2017, a TISMOO também conta com uma operação nos EUA em colaboração com outros laboratórios do país. www.tismoo.com.br

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