Além da crescente lista de genes que já estão
ligados ao transtorno, a equipe agora acrescenta mutações em sequências do DNA
que controlam os genes
Buscando montar mais uma peça desse quebra-cabeça de alta complexidade, uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia, liderada pelo pesquisador Jonathan Sebat, Ph.D., em parceria com o Dr. Alysson R. Muotri, Ph. D., descobriu que regiões reguladoras de genes do neurodesenvolvimento estão mais suscetíveis a mutações em autistas. Ou seja, agora sabemos que tanto os genes quanto os elementos do DNA que os controlam estão relacionados com o autismo. O estudo completo foi publicado na revista Science.
Para chegar a essa importante descoberta, os pesquisadores estudaram o genoma completo de 9.274 pessoas de 2.600 famílias afetadas pelo TEA. Algumas das sequências regulatórias do DNA identificadas estão especificamente associadas ao controle de um subconjunto de genes conhecidos como "intolerantes" quando sofrem mutações, o que quer dizer que esses genes são particularmente vulneráveis quando erros aparecem em sua sequência.
Outra importante conclusão do estudo está relacionada as raras mutações "de novo". Os cientistas descobriram que esses erros no DNA não são herdados de nenhum dos pais, e nem vistos em outros filhos do mesmo casal. A equipe também observou que algumas das mutações nas regiões reguladoras ocorreram em áreas que ajudam a controlar alguns desses genes "intolerantes à mutação".
"Curiosamente, descobrimos que a maior parte dessas alterações são herdadas do pai e não estavam presentes em outros irmãos", explica o Dr. Alysson Muotri, que também é chefe científico da startup de biotecnologia TISMOO, primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas focadas em perspectivas terapêuticas personalizadas para o TEA e outros transtornos neurológicos de origem genética. Agora, os pesquisadores seguem tentando desvendar essa complexa síndrome que é o autismo.
Sobre a TISMOO
Criada em 2015, a startup de biotecnologia TISMOO é o primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado a análises genéticas focadas em perspectivas terapêuticas personalizadas para Transtorno do Espectro do Autismo e outros transtornos neurológicos de origem genética, como a Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome Frágil X, Síndrome de Angelman e a Síndrome de Phelan-McDermid. Com renomados cientistas em sua equipe, o objetivo da TISMOO é recriar em laboratório as etapas do desenvolvimento neural a partir de células do próprio paciente – "minicérebros" - capazes de capturar o material genético de cada indivíduo a fim de investigar como suas mutações levam a um quadro clínico específico e buscar novas formas de reverter o processo com tratamentos farmacológicos, melhorando a qualidade de vida de pacientes e famílias que sofrem com doenças neurológicas. Desde 2017, a TISMOO também conta com uma operação nos EUA em colaboração com outros laboratórios do país. www.tismoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário