Vivemos
um tempo de desafios extremos, tanto para profissionais liberais quanto para pequenas
e médias empresas e corporações. Segundo especialistas em gestão, vivemos num
“mundo VUCA”, expressão que nasceu durante a Guerra
Fria, mas que está cada vez mais presente no
vocabulário dos profissionais e dos empreendedores da nova economia.
VUCA
é um acrônimo do inglês volatile,
uncertain, complex e ambiguous e serve para descrever
quatro características que estão presentes atualmente na vida de todos:
volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade.
O
principal impacto dessas características pode ser percebido na dificuldade de
realizar qualquer planejamento em longo prazo. Entende-se que no mundo VUCA
seja mais prudente ter agilidade na resposta às demandas imediatas do ambiente
e nas ações de curto prazo do que projetar cenários longos e complexos.
Tal
situação, contudo, afeta diretamente a nossa relação com as necessidades
básicas dos seres humanos, como reconhecimento, segurança ou estabilidade. Por
esta razão, é cada vez mais importante termos clareza do nosso propósito, da
missão de nosso negócio e da identificação dos resultados buscados, mitigando o
impacto da volatilidade que está ao nosso redor.
O
mesmo vale para a incerteza, pois a forma de resolver os problemas de hoje
talvez não sirva para compreender e resolver os problemas em um futuro próximo.
Perceber a interdependência das coisas e considerar a complexidade das
variáveis presentes na tomada de decisão fogem dos modelos de gestão de riscos
tradicionalmente utilizados em processos corporativos e atitudes individuais. Como
consequência, é improvável que ações isoladas tenham algum efeito em um sistema
interconectado.
A
ambiguidade está presente na ausência de clareza ao se analisar contextos
complexos. Experiências anteriores não garantem que a solução para um problema
sirva em um novo cenário, uma vez que este pode propiciar diversas
interpretações cabíveis.
Desenvolver
habilidades específicas será um caminho de empoderamento que viabilizará
melhores ações de contorno no mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Uma
vez que as mudanças são inevitáveis, a inteligência emocional, a autoestima e a
resiliência são essenciais para lidar com a volatilidade e com as adaptações
requeridas na transformação do cenário.
Para
lidar com as incertezas, a flexibilidade é o caminho para a adaptação constante
à realidade que se transforma. A impossibilidade de certezas sobre qual caminho
seguir sugere que tenhamos a mente aberta para o desenvolvimento da
criatividade e da capacidade de resolução de problemas complexos.
No
caso da complexidade do mundo, competências como teamworking, pensamento crítico e flexibilidade
cognitiva são as ferramentas que permitirão ampliar a visão sobre o contexto,
viabilizando a elaboração de soluções mais aderentes às necessidades.
A
ambiguidade requer que tenhamos uma grande habilidade de negociação, tanto
interiormente quanto com os participantes da situação, pois o caminho a seguir
não será necessariamente similar às decisões sustentadas no passado. Aprender
com os erros e analisar a situação por outra perspectiva requerem uma postura
firme e disposição para assumir novos riscos.
Enfim,
no mundo VUCA, é fundamental que se tenha ousadia. Pois é sendo ousado que
poderemos analisar os problemas em potencial e suas variáveis, entenderemos as
consequências de cada problema e as possíveis ações requeridas, avaliaremos a
interdependência das variáveis identificadas e nos prepararemos para as
alternativas e seus desafios.
Edson Moraes é sócio do Espaço Meio - https://espacomeio.com.br, Executive Coach desde 2014 e
Consultor (Gestão & Governança) desde 2003. Foi Executivo do Bank of
America entre 1982 e 2003. Seguiu carreira na Área de Tecnologia da Informação,
foi Head do Escritório de Projetos e CIO por 4 anos. É Master em
Project Management pela George Washington University. Participou de
programas de educação executiva na área de TI ( Stanford University, Business
School São Paulo e Fundação Getúlio Vargas). Formado em
Comunicação Social – Jornalismo pela PUC/SP. É Conselheiro de Administração
formado pelo IBGC, Coach pelo Instituto EcoSocial e certificado pelo ICF.
Articulista e palestrante nas áreas de Governança, Tecnologia da Informação e
Gestão de Projetos.
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