O
movimento de apreciação do dólar frente às principais moedas mundiais se
intensificou
A segunda semana de maio
será marcada pela divulgação de diversos índices de inflação tanto no Brasil
quanto no exterior. Na economia brasileira, em primeiro lugar, destacam-se as
divulgações do IGP-DI e o IPCA nos dias 08 e 10, respectivamente. A expectativa
é de que estes tenham apresentado altas de 0,60% e de 0,32%. Com a
recente desvalorização do real, o impacto não deve ser sentido nos preços ao
consumidor, mas pode sim já ter pressionado preços ao atacado.
No mercado externo
destaca-se a divulgação nos EUA dos índices de preços ao produtor, o PPI, e ao
consumidor, o CPI, nos dias 9 e 10, nessa ordem. Ambos devem demonstrar que a
inflação nos EUA seguiu acima da meta de 2% também no mês de abril, como em
meses anteriores, conforme figura a seguir. Com isso, as expectativas de
mercado podem passar a contemplar mais de duas altas adicionais da taxa básica
de juros nos EUA até o final de 2018. Nesse caso, o dólar teria potencial de
apreciação.
Há ainda outros fatores que
conspiram a favor do dólar. Como se sabe, matrizes de empresas nos EUA que
repatriam recursos de suas filiais já contam com redução das alíquotas de
imposto de renda. Assim como em 2005, quando essa redução também foi aplicada,
tal medida tem o potencial de fomentar fluxos de capitais para os EUA.
Portanto, estima-se que há
riscos que tendem a favorecer a moeda norte-americana. Nesse contexto, há pelo
menos dois vetores de contenção das taxas de juros longas norte-americanas.
Primeiro, o efeito da aversão ao risco nos fluxos globais de investimento.
Segundo, o efeito da fortaleza do dólar na inflação norte-americana. Ambos os
efeitos jogam a favor da contenção das taxas de títulos do Tesouro dos EUA ao
longo das próximas semanas. Em contrapartida, ativos de economias emergentes
devem se ressentir. Entende-se que os efeitos serão tão maiores quanto mais
líquidos forem esses ativos. Entendemos que a moeda brasileira não será
exceção. Seguimos atentos aos riscos e oportunidades desse cenário.
Gestão
A semana foi de volatilidade
elevada nos principais mercados internacionais. O movimento de apreciação do
dólar frente as principais moedas mundiais, se intensificou nos últimos dias e
tem provocado um aumento na aversão ao risco por parte dos investidores. Os
mercados emergentes tem sido os principais afetados pelos movimentos cambiais,
sofrendo forte desvalorização de suas moedas.
A Argentina tem sido um dos
principais mercados afetados. O Peso, somente na última semana, desvalorizou
aproximadamente 6,45%, o que deverá ter forte impacto na inflação local, dado
que sua economia ainda é muito dolarizada. Isso levou a uma fuga de recursos do
país e obrigou o Banco Central Argentino a elevar sua taxa de juros de 27,25%
a.a. para 40,0% a.a. na sexta-feira. Tais fatos deverão também gerar forte
impacto na atividade econômica do país em 2018.
A oscilação do mercado
cambial também gerou reflexos nos demais mercados. Por aqui, a curva de juros
futuros, em especial os vencimentos mais curtos, sofreram forte elevação, com
alguns investidores começando a questionar e mudar suas posições para uma
possível interrupção do ciclo de queda da taxa SELIC já na próxima reunião. O mercado
de ações também reagiu negativamente ao câmbio, com o Ibovespa recuando 3,84%
na semana.
MAPFRE
Nenhum comentário:
Postar um comentário