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segunda-feira, 7 de maio de 2018

MAPFRE Investimentos: Riscos globais conspiram a favor do dólar


 O movimento de apreciação do dólar frente às principais moedas mundiais se intensificou 


A segunda semana de maio será marcada pela divulgação de diversos índices de inflação tanto no Brasil quanto no exterior. Na economia brasileira, em primeiro lugar, destacam-se as divulgações do IGP-DI e o IPCA nos dias 08 e 10, respectivamente. A expectativa é de que estes tenham apresentado altas de 0,60% e de 0,32%.  Com a recente desvalorização do real, o impacto não deve ser sentido nos preços ao consumidor, mas pode sim já ter pressionado preços ao atacado.

No mercado externo destaca-se a divulgação nos EUA dos índices de preços ao produtor, o PPI, e ao consumidor, o CPI, nos dias 9 e 10, nessa ordem. Ambos devem demonstrar que a inflação nos EUA seguiu acima da meta de 2% também no mês de abril, como em meses anteriores, conforme figura a seguir. Com isso, as expectativas de mercado podem passar a contemplar mais de duas altas adicionais da taxa básica de juros nos EUA até o final de 2018. Nesse caso, o dólar teria potencial de apreciação.


Há ainda outros fatores que conspiram a favor do dólar. Como se sabe, matrizes de empresas nos EUA que repatriam recursos de suas filiais já contam com redução das alíquotas de imposto de renda. Assim como em 2005, quando essa redução também foi aplicada, tal medida tem o potencial de fomentar fluxos de capitais para os EUA.

Portanto, estima-se que há riscos que tendem a favorecer a moeda norte-americana. Nesse contexto, há pelo menos dois vetores de contenção das taxas de juros longas norte-americanas. Primeiro, o efeito da aversão ao risco nos fluxos globais de investimento. Segundo, o efeito da fortaleza do dólar na inflação norte-americana. Ambos os efeitos jogam a favor da contenção das taxas de títulos do Tesouro dos EUA ao longo das próximas semanas. Em contrapartida, ativos de economias emergentes devem se ressentir. Entende-se que os efeitos serão tão maiores quanto mais líquidos forem esses ativos. Entendemos que a moeda brasileira não será exceção. Seguimos atentos aos riscos e oportunidades desse cenário.


Gestão 

A semana foi de volatilidade elevada nos principais mercados internacionais. O movimento de apreciação do dólar frente as principais moedas mundiais, se intensificou nos últimos dias e tem provocado um aumento na aversão ao risco por parte dos investidores. Os mercados emergentes tem sido os principais afetados pelos movimentos cambiais, sofrendo forte desvalorização de suas moedas.

A Argentina tem sido um dos principais mercados afetados. O Peso, somente na última semana, desvalorizou aproximadamente 6,45%, o que deverá ter forte impacto na inflação local, dado que sua economia ainda é muito dolarizada. Isso levou a uma fuga de recursos do país e obrigou o Banco Central Argentino a elevar sua taxa de juros de 27,25% a.a. para 40,0% a.a. na sexta-feira. Tais fatos deverão também gerar forte impacto na atividade econômica do país em 2018. 

A oscilação do mercado cambial também gerou reflexos nos demais mercados. Por aqui, a curva de juros futuros, em especial os vencimentos mais curtos, sofreram forte elevação, com alguns investidores começando a questionar e mudar suas posições para uma possível interrupção do ciclo de queda da taxa SELIC já na próxima reunião. O mercado de ações também reagiu negativamente ao câmbio, com o Ibovespa recuando 3,84% na semana. 





 MAPFRE


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