Nascidos entre 1996 e 2010 são os primeiros a
terem suas vidas iniciadas já na era digital, além de possuírem novas formas de
relações profissionais, de aprendizado e de compartilhamento
Um avanço real com a Geração Z em relação às outras, embora passe muito mais tempo conectada, é o de que ela tem preferido relações mais sinceras e, consequentemente, mais estáveis e duradouras, quando seus desejos são atendidos. Pelo menos é o que se vê com alguns players da nova economia e que também surgiram em tempos de economia conectada.
Confira algumas experiências de empresas e suas relações com a Geração Z e de como elas têm aprendido e melhorado seus negócios a partir de uma rica relação com os jovens nascidos nas últimas décadas.
Novas relações profissionais
A geração Z já representa hoje mais de 35% dos clientes da MEI Fácil, plataforma digital para quem já é ou quer se tornar um microempreendedor individual (MEI), número que cresce mensalmente. De acordo com Marcelo Moraes, CEO da empresa, são dois motivos principais. "Primeiro, é um público bem mais digital do que as gerações anteriores. Como os serviços da MEI Fácil acontecem 100% no ambiente virtual, tendemos a atrair esse público que não apenas valoriza o digital, mas que muitas vezes se recusa a interagir com empresas de maneira offline. O segundo motivo é que o jovem está mais aberto a alternativas não tradicionais de emprego e o empreendedorismo atrai cada vez mais gente. Nesse caso o programa do MEI cai como uma luva, pois é a forma mais simples e barata de se começar uma empresa", conta o executivo.
Algumas características para que as empresas possam se destacar junto a este público, ainda segundo a MEI Fácil, é focar no atendimento multicanal, por tratar-se de uma geração bastante exigente. "A tolerância a falhas ou uma eventual sensação falta de transparência é baixa. O lado bacana é que, por ser uma clientela mais antenada, entende os efeitos e os benefícios de ser formal. Além disso, é mais aberta à inovação e tende a manter um relacionamento próximo quando suas necessidades são atendidas", completa Moraes.
Um novo jeito de aprender
Outra característica da Geração Z é o seu jeito de lidar com os processos de aprendizagem. Se antes as gerações mais antigas passavam horas em salas de aula ou se deslocavam para instituições de ensino para poderem obter conhecimento, as pessoas nascidas nas últimas décadas, numa esfera totalmente digital, também têm utilizado seus dispositivos e gadgets para aprender. Além das plataformas, os formatos também se tornaram mais dinâmicos e, por isso, players como a Curseria, plataforma com linguagem inovadora que desenvolve cursos on-line com especialistas que são referências nas suas áreas de atuação, têm hoje cerca de 30% de seu público concentrado na Geração Z.
De acordo com Mariana Nacarato, diretora de Operações da Curseria, a geração Z é uma geração inquieta, porém sedenta por conteúdo. "Eles querem mais e mais e isso é ótimo. A união de educação com entretenimento tornou nosso produto muito atrativo para esse público, que tem vontade de aprender, mas exige algo mais dinâmico. Esse público gosta de ditar as próprias regras sobre quando, como e onde aprender e a flexibilidade do on-line com uma qualidade visual bem acima da média é essencial para o sucesso dos produtos", conta Mariana.
Não faz sentido pensar em inovação em educação sem pensar na Geração Z. "Por mais que hoje ela não seja nosso maior consumidor em um futuro próximo será. Cursos como "Potencializa Seu Instagram", com a Tata Estaniecki, é o nosso produto mais geração Z. Muito da didática dele foi construída pensada para o consumo desse público. O que mostra que também do nosso lado, temos de oferecer o que eles buscam", completa Mariana.
E não querem só comida
A Geração Z também pensa em se alimentar e andar na moda com consciência. Para isso, buscam alternativas capazes de se comer e também se vestirem melhor, além de tornar o mundo melhor. Tendo em vista esse pensamento, a OneMarket, mercado online de produtos saudáveis que aposta em dar acesso à alimentação saudável a todos os Estados do Brasil, leva em conta os questionamentos dessa geração que vão desde como "a cadeia de produção pode ser alterada para pensar mais no meio ambiente?", "é necessário trazer mais inclusão para o ambiente de trabalho", "para que comprar mais se posso comprar melhor?", entre outros.
"E um desses questionamentos é diretamente ligado ao nosso negócio, 'posso melhorar meu bem-estar com algo simples como a minha alimentação?'. Por isso, a interação deles é positiva, tanto por batermos na tecla da alimentação saudável, quanto pelo nosso propósito ser sobre inclusão", afirma Henrique Zanuzzo, CEO da empresa.
A empresa foi montada pensando em questões maiores do que ser simplesmente um negócio lucrativo e isso é ligado diretamente aos propósitos e necessidades da Geração Z, bem como ocorre com a Mumo, startup de moda mais cool e responsável do mercado, que oferece uma proposta de, a cada ano, escolher uma causa socioambiental e colocá-la no centro da empresa, repensando o mercado de moda, que hoje é o terceiro mais poluente do planeta, perdendo apenas para carne vermelha e petróleo. "Temos, no Brasil, players de moda tradicionais, mas também temos outras marcas de impacto social. Mas preferimos pensar que nosso maior concorrente é a falta de informação dos consumidores sobre o real impacto da indústria da moda e do poder das pequenas escolhas. É nisso que poderemos realmente conscientizar cada vez mais as novas gerações a virem junto com a gente", afirma Rodrigo Tozzi, CEO da empresa.
As próximas coleções, masculina e feminina da Mumo, devem ser lançadas a partir de maio e estarão disponíveis via e-commerce da marca. Atualmente marca apoia os projetos da Associação Mata Ciliar (AMC), nos quais plantam e cuidam por doze meses de uma árvore em área devastada às margens de rios e nascentes para cada peça vendida. Como levam a sério suas escolhas, optaram por enviar os recursos para a Associação Mata Ciliar antes mesmo de atingir a marca de 2 mil peças vendidas.
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