Especialista indica
onde investir com segurança
Para
quem tem uma carteira de ações, a alta do dólar tende a ser uma má notícia.
Historicamente,
uma valorização do dólar ocasiona queda para a bolsa de valores.
No entanto,
apesar do dólar estar em torno de R$3,50, ainda não se observou um “sell
off” da bolsa (quando investidores optam por vender rapidamente os ativos
que possuem em determinado momento). O IBOV (carteira de investimentos teórica,
em que são listadas as ações mais negociadas da bolsa paulista) segue
congestionado se segurando acima dos 82.000 pontos.
De
acordo com o operador da WM Manhattan, mesa proprietária que opera no mercado
de renda variável e ensina traders atuarem na bolsa de valores, Rafael
Mendes, o Banco Central deverá cortar juros na próxima reunião do COPOM (Comitê
de Política Monetária), o que pode atrair mais investimentos para o mercado
acionário. Além disso, a desvalorização do real torna os ativos brasileiros
mais atrativos para o investidor internacional.
Para
proteger a carteira de ações, Rafael aconselha que o investidor opte por
empresas que mantenham receitas em dólar, como a Suzano (SUZB3), por exemplo.
“Essas empresas tendem a apresentar resultados mais robustos, e, por
conseguinte, acabam protegendo uma eventual queda dos demais ativos em
carteira”, destaca.
Outra
empresa que tem sido indicada por analistas no momento é a Vale, também por ter
receitas em dólar. Rafael alerta para que o investidor fique atento para evitar
empresas cuja estrutura de capital apresente endividamento na moeda americana.
Além disso, empresas com custos atrelados ao dólar tendem a ter um desempenho
mais fraco, como o caso das companhias aéreas (Azul e Gol).
“Uma
alternativa para o investidor que não aplica diretamente em ações seria
investir em fundos de investimentos com ativos no exterior ou que aplicam na
moeda americana, diversificando assim seus investimentos”, finaliza.
Histórico
O
dólar ganhou força frente às principais moedas do mundo. O Índice do Dólar
Americano – Dollar Index Sport (DXY) que compara o dólar a uma cesta de moedas
(euro, iene, libra, entre outras) subiu aproximadamente 4% desde o início de
abril. Em relação aos emergentes, a moeda também teve forte valorização, o que
forçou a intervenção de Bancos Centrais, como ocorreu no Brasil e na Argentina.
A
alta do dólar está atribuída a uma possível retomada mais agressiva dos juros
nos EUA por parte do Sistema Federal de Reserva dos Estados Unidos (FED), o que
tem elevado o rendimento dos títulos do governo americano. Assim, o cenário no
ambiente eleitoral se torna pulverizado, em que não se desponta nenhum nome com
maior força.
Mais
um fator que tem colaborado para desvalorização do real frente ao dólar é a
redução da SELIC, o que desestimula investidores estrangeiros que buscavam
lucrar com o diferencial de juros, tomando empréstimos no exterior e aplicando
aqui.
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