quinta-feira, 10 de maio de 2018

Alta do dólar: como proteger investimentos


 Especialista indica onde investir com segurança


Para quem tem uma carteira de ações, a alta do dólar tende a ser uma má notícia.

Historicamente, uma valorização do dólar ocasiona queda para a bolsa de valores.

 No entanto, apesar do dólar estar em torno de R$3,50, ainda não se observou um “sell off” da bolsa (quando investidores optam por vender rapidamente os ativos que possuem em determinado momento). O IBOV (carteira de investimentos teórica, em que são listadas as ações mais negociadas da bolsa paulista) segue congestionado se segurando acima dos 82.000 pontos. 

De acordo com o operador da WM Manhattan, mesa proprietária que opera no mercado de renda variável e ensina traders atuarem na bolsa de valores, Rafael Mendes, o Banco Central deverá cortar juros na próxima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), o que pode atrair mais investimentos para o mercado acionário. Além disso, a desvalorização do real torna os ativos brasileiros mais atrativos para o investidor internacional. 

Para proteger a carteira de ações, Rafael aconselha que o investidor opte por empresas que mantenham receitas em dólar, como a Suzano (SUZB3), por exemplo. “Essas empresas tendem a apresentar resultados mais robustos, e, por conseguinte, acabam protegendo uma eventual queda dos demais ativos em carteira”, destaca.

Outra empresa que tem sido indicada por analistas no momento é a Vale, também por ter receitas em dólar. Rafael alerta para que o investidor fique atento para evitar empresas cuja estrutura de capital apresente endividamento na moeda americana. Além disso, empresas com custos atrelados ao dólar tendem a ter um desempenho mais fraco, como o caso das companhias aéreas (Azul e Gol). 

“Uma alternativa para o investidor que não aplica diretamente em ações seria investir em fundos de investimentos com ativos no exterior ou que aplicam na moeda americana, diversificando assim seus investimentos”, finaliza.


Histórico 

O dólar ganhou força frente às principais moedas do mundo. O Índice do Dólar Americano – Dollar Index Sport (DXY) que compara o dólar a uma cesta de moedas (euro, iene, libra, entre outras) subiu aproximadamente 4% desde o início de abril. Em relação aos emergentes, a moeda também teve forte valorização, o que forçou a intervenção de Bancos Centrais, como ocorreu no Brasil e na Argentina. 

A alta do dólar está atribuída a uma possível retomada mais agressiva dos juros nos EUA por parte do Sistema Federal de Reserva dos Estados Unidos (FED), o que tem elevado o rendimento dos títulos do governo americano. Assim, o cenário no ambiente eleitoral se torna pulverizado, em que não se desponta nenhum nome com maior força.

Mais um fator que tem colaborado para desvalorização do real frente ao dólar é a redução da SELIC, o que desestimula investidores estrangeiros que buscavam lucrar com o diferencial de juros, tomando empréstimos no exterior e aplicando aqui.


Nenhum comentário:

Postar um comentário