Intervenções são necessárias para abordar a
hesitação dos pais em relação às vacinas. Este estudo procurou determinar se
uma intervenção, por meio da mídia social, aumenta a imunização na primeira
infância
As
mulheres grávidas que receberam informações sobre vacinas através de um site
interativo monitorado por um especialista em vacinas eram mais propensas a
vacinar seus filhos do que aquelas que não usavam o recurso da web, de acordo
com um estudo
publicado na revista Pediatrics.
Os
achados da pesquisa se baseiam em um estudo anterior, também publicado no Pediatrics
(2011), que descobriu que entre 10-15% dos pais optaram por atrasar ou recusar
uma ou mais vacinas de seus filhos e em um estudo publicado no JAMA
(2013) que encontrou um número crescente de pais que optaram por adiar ou não
ministrar uma ou mais vacinas em seus filhos.
Este
estudo examinou o impacto de uma intervenção baseada na web nas taxas de
vacinação de 888 bebês no Colorado.
“Os
resultados sugerem que os sites com componentes interativos têm o potencial de
complementar as interações clínicas presenciais. É bem sabido que os pacientes
usam a internet para obter informações sobre cuidados de saúde. Os médicos
podem combater a desinformação dando aos pacientes acesso a sites que são
clinicamente precisos, envolventes e oferecem maneiras de se comunicar com
especialistas e outros pacientes sobre suas preocupações”, afirma o pediatra e
homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
De
2013 a 2016, os pesquisadores acompanharam 888 grávidas que participaram do
estudo, criando um site que apresentava informações fáceis sobre os riscos e
benefícios da vacinação, os horários recomendados, os componentes das vacinas e
as leis sobre imunização.
Além
da informação sobre vacinas, o site continha um blog, um fórum de discussão,
uma sala de bate-papo e um chat ("Pergunte uma pergunta"), onde os
pais poderiam trazer questionamentos aos especialistas sobre o tema.
Os
participantes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de estudo:
·
Site
com informações sobre vacinas e componentes interativos de mídia social (ou
VSM);
·
Site
com informações sobre vacinas (ou VI);
·
Cuidados
habituais apenas (UC).
Os
bebês das participantes do estudo foram acompanhados do nascimento até a idade
de 200 dias para avaliar as taxas de imunização relativas às vacinas na
primeira infância. Os bebês dos pais no grupo VSM tinham cerca de duas vezes
mais probabilidades de estar atualizados em todas as vacinas recomendadas do
que os bebês no grupo UC. O status atualizado não foi estatisticamente
diferente entre os grupos VI e UC, ou entre os grupos VSM e VI.
De
acordo com os pesquisadores, “os resultados do estudo também têm implicações
sobre quando a informação sobre vacina é apresentada aos pais. Este tipo de
informação geralmente é ofertada após o nascimento, durante os exames no
recém-nascido. Como os pais geralmente começam a pesquisar sobre vacinas
durante a gravidez, o estudo sugere que a informação parece ser mais efetiva
quando apresentada antes do nascimento da criança”, observa o pediatra.
Rejeição
de vacinas e hesitação examinadas
O
centro de um debate sobre saúde pública é se os pais devem ter seus filhos
vacinados. Tara Smith, professora de epidemiologia da Faculdade de Saúde
Pública da Universidade Estadual de Kent, desafia as declarações feitas por
indivíduos influentes que se opõem ao uso generalizado de vacinas e pede aos
colegas da comunidade científica que falem para promover a vacinação.
O
artigo,
publicado pelo Oxford Forum Open For Infectious Diseases, apresenta
argumentos claros e cientificamente fundamentados para explicar por que as
declarações anti-vacinação são imprecisas, enganosas e até mesmo falsas. Como
especialista reconhecida em microbiologia das doenças infecciosas, sua
preocupação é que o público pode se confundir sobre a segurança das vacinas e
pode hesitar em imunizar a si próprio e seus filhos.
A
recusa generalizada das vacinas pode levar a que mais pessoas sejam infectadas
com doenças preveníveis por vacinas, como o sarampo, caxumba e gripe. “Embora
existam poucas evidências de que a recusa é genuinamente crescente na
população, vários estudos demonstraram declínio da confiança nas vacinas. Os
profissionais médicos que administram e os cientistas que estudam e desenvolvem
vacinas constatam o mesmo”, escrevem os pesquisadores.
“O
artigo apresenta informações confiáveis sobre a segurança das vacinas,
enquanto desmascara mitos que estão sendo propagados, criando mal-entendidos
entre o público em geral. O artigo também apresenta sugestões para que os
profissionais de saúde e que estudam doenças infecciosas possam ativamente
promover a vacinação para amigos, familiares e a comunidade”, destaca
Chencinski.
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