As organizações criminosas do narcotráfico fazem ações de
promoção de marketing de maneira informal e se utilizam de algumas das
ferramentas de comunicação, tais como: promoção de vendas, vendas pessoais,
patrocínio, marketing direto e o digital, para promover e divulgar seus
produtos. Um exemplo é a experimentação de uma amostra do produto como a
maneira que os traficantes conseguem um ou outro consumidor que depois
divulgará para as pessoas do seu círculo social.
A principal ferramenta de divulgação das organizações
criminosas do narcotráfico é o boca-a-boca, a rede de contatos e
relacionamento. Existem várias ações que os criminosos fazem para atrair o
público como, por exemplo, a organização de bailes funk nos morros. No entanto,
mesmo os frequentadores desse tipo de evento vão precisar de informações para
saber quem está vendendo a droga dentro do baile e, para isso, usam o
boca-a-boca.
O avanço das tecnologias da comunicação foi um
facilitador para esse mercado, pois possibilitou sites para a comercialização
de narcóticos, na deep web. Isso dificulta o rastreamento por parte da
polícia e tem grupos especializados nisso. Outras ações trabalhadas no sentido
de manter e fidelizar os clientes são as que envolvem questões de segurança e
garantia de entrega.
No âmbito do tráfico de entorpecentes internacional é
muito contato e relacionamento. Algumas drogas são produzidas em determinadas
regiões como, por exemplo, a cocaína na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Por
isso, os países da Europa, da África ou os Estados Unidos da América precisam
comprar desses países da América do Sul. Para isso, os grandes compradores e
financiadores deste mercado mandam traficantes intermediários para negociar.
Para que isso tudo ocorra, é necessário ter contatos e indicação. Neste caso,
mais uma vez o boca-a-boca se torna fundamental para que a ação toda se
concretize.
Em relação às novas substâncias, para as metanfetaminas,
que são da família das anfetaminas e também produzidas em laboratórios, existe
uma divulgação em chats na internet. Isso não ocorre somente pela deep
web, mas em vários grupos pelas próprias redes sociais, nas quais os
usuários e traficantes trocam informações se têm a droga disponível para a
venda, produtos novos no mercado, dentre outras coisas.
Por último, também há períodos de maior divulgação, como
épocas de festas regionais e grandes eventos esportivos e de música.
Camila
Leoni - Especialista em marketing e sócia-diretora da LB Comunica. Defendeu
tese sobre os aspectos das técnicas de marketing utilizadas nas atividades das
organizações criminosas do narcotráfico, em seu doutorado em Administração na
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo,
com orientação do professor Dr. Marcos Cortez Campomar. Elucidar informações
para as entidades que combatem organizações criminosas, preencher uma lacuna
acadêmica de estudos não convencionais e contribuir com a sociedade sob a ótica
da “publicidade não politizada” são os principais objetivos desse trabalho.
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