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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Filhos no casamento: quando um não quer, há briga sim!



O famoso ditado popular “quando um não quer, dois não brigam” pode ser aplicado a quase tudo na vida. Quase tudo. Quando se trata, porém, de escolher ter filhos ou não, o conflito pode se instalar na vida do casal, sobretudo quando o desejo de um for o inverso do que outro espera do matrimônio neste quesito.

Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, cofundadora do Instituto do Casal, poucos conflitos na vida a dois são tão difíceis de resolver quanto a divergência entre se ter ou não filhos. “Como ter filhos pode ser um objetivo de vida de muitas pessoas, o fato do parceiro (a) não compartilhar deste desejo pode trazer um impacto altamente significativo na vida do casal, podendo inclusive ser motivo de rompimento. Ultimamente, este conflito tem sido constante na nossa prática clínica”, comenta.

Marina conta que há situações em que a pessoa que deseja ter um filho se separa de seu parceiro (a) para ter um filho, mesmo que de forma independente. “Há casos de homens e mulheres que se separam e buscam métodos como bancos de esperma, barrigas de aluguel e até adoção”, diz. Recentemente, inclusive, a imprensa noticiou que a procura por bancos de esperma aumentou no Brasil este ano.

Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, cofundadora do Instituto do Casal, quando um casal passa por esse dilema em que existe a diferença dos desejos e do projeto de experimentar e viver a maternidade ou a paternidade, o diálogo se faz peça fundamental para encontrar saídas para manter a relação. “Nesta situação, a busca por um mediador de conflitos, como um terapeuta de casal, pode ser importante e significativo e poderá contribuir na construção de um diálogo efetivo na busca de melhores alternativas de projetos que possam ser compartilhados”, comenta.


Tempos diferentes
 
Quando se trata de decidir por ter ou não filhos, outro fator importante a ser considerado é o tempo biológico da mulher, já que o período de fertilidade feminina tem, via de regra, um prazo mais curto em comparação com o homem. “Na verdade, essas questões devem ser conversadas e definidas pelo casal antes mesmo de assumir uma vida a dois de fato”, ressalta Marina.

“O que nos entristece é ver casais que têm uma relação muito boa, que funcionam muito bem e, por conta desta divergência sobre ter filhos, acabam se separando. Por isso, a recomendação é falar sobre o assunto antes mesmo de decidir casar ou morar juntos. É fundamental que os desejos e objetivos de vida sejam compatíveis, do contrário a chance de separação no futuro aumenta”, dizem as especialistas.    


Motivos diversos
 
A terapia de casal pode ser útil para oferecer ao casal um entendimento dos motivos que levam o (a) parceiro (a) a não querer ter um filho. Marina explica que, em geral, o medo de perder a liberdade ou de ter que abrir mão da vida profissional, mesmo que por um tempo, são bem comuns hoje em dia. Outro ponto é a questão financeira. “Há também os casais que já têm filhos de outros casamentos e não desejam ter outros. Enfim, as razões são diversas e nem todas terão uma solução que agrade a todos, mas é importante discuti-las para chegar a uma negociação favorável”, diz a especialista.  


Quando não tem negociação
 
Infelizmente nem todos os casais irão chegar num acordo bom para ambos. “Uma parcela se separa. Mas, quem fica junto precisa trabalhar a questão. Se ter um filho é algo muito importante para uma pessoa, ela pode se sentir frustrada ou incompleta e esses sentimentos podem interferir na dinâmica do casal se a questão não for bem resolvida. Com isso, o relacionamento pode entrar em crise, mesmo que seja anos mais tarde”, comenta Marina.

Portanto, é preciso avaliar os motivos e sempre manter um diálogo aberto, justamente para que o casal possa entrar num acordo. “Vale lembrar, por fim, que a ajuda de um profissional é fundamental para mediar o conflito e achar uma solução que seja boa para o casal, principalmente se há amor e respeito”, concluem Marina e Denise.






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