Disseminação de estratégias para elevar a qualidade
do produto, recente entrada no Simples Nacional e proteção plena de propriedade
pelo governo abrem as portas no mercado e criam expectativas para 2018
O
mercado cachaceiro comemora o próximo 13 de Setembro, Dia Nacional da Cachaça,
com um brinde especial. Isso porque, acontecimentos positivos neste ano vêm
fazendo uma espécie de berço de benesses, que surtirá efeitos para o setor em
2018.
Antes
uma bebida estigmatizada, agora, a “menina dos olhos” teve uma reviravolta em
seus 500 anos de história e vêm conquistando sua devida importância no mercado
nacional e internacional.
Tudo
começou com os esforços dos produtores para diversificarem a produção, adotando
estratégias para elevá-la à categoria premium no setor de destilados. Uma
resposta direta a tendência do consumo de bebidas consideradas nobres. Com
tantos aromas, qualidade, tradição e sofisticação, o ouro brasileiro não
poderia mais ficar de lado na preferência dos consumidores.
Neste
passo, novidades chegaram. O anúncio da entrada da Cachaça no Simples Nacional
em 2018 reduzirá a carga tributária, o que deverá impactar os custos das
empresas e, com isso, possibilitará a realização de investimentos,
principalmente, em qualidade por parte dos produtores.
Na
onda positiva, uma notícia que antes só habitava os melhores sonhos dos
produtores também virou realidade. Um tão esperado e batalhado acordo bilateral
foi firmado entre Brasil e México, dando proteção plena de propriedade e
qualidade na comercialização nos dois países. A partir de então, toda
bebida vendida no Brasil com o nome de Tequila será de fabricação mexicana,
assim como toda Cachaça vendida no mercado mexicano deverá ter sido fabricada
em território brasileiro.
“Economicamente,
esse ano está complicado por conta da gestão do país em todas as esferas,
municipal, estadual e, principalmente, federal. Por conta disso, a postura do
consumidor é muito defensiva, porque o cenário inspira cuidados. Mas, o setor
tem conquistas importantes, inclusive, com as confrarias que estão surgindo, a
melhoria do conhecimento sobre o produto e a redução do imposto. Acreditamos
que isso vai nos ajudar nos anos seguintes. Estamos plantando sementes boas
nesse ano”, afirma o presidente da
Confraria Paulista da Cachaça, Alexandre Bertin.
A
cachaça é hoje a segunda bebida alcoólica mais consumida no mercado interno.
Perde apenas para a cerveja, que é fermentada. Reconhecida como tipicamente
brasileira, se tornou aposta do setor de destilados. Com todo esse potencial,
produzir cachaça ou aguardente, principalmente de maneira artesanal, é uma
maneira de investir num negócio com grandes possibilidades de crescimento.
Já
têm muitos produtores e futuros investidores de olho neste setor. De acordo com
o Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC, são 40 mil produtores e 4 mil marcas
de cachaça no mercado nacional alocadas, principalmente, nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba.
O
mercado para aguardente engarrafada se divide nos segmentos populares e premium.
O maior consumo de cachaça encontra-se nas classes C e D, referindo-se às aguardentes
produzidas nas grandes empresas, que comercializam a bebida em embalagens e
preços populares. No entanto, é cada vez mais forte o crescimento de marcas de
cachaça de alambique de qualidade no mercado.
Para
os especialistas, o aumento do poder de compra impulsionado pelo Plano Real,
fez com que parte dos consumidores das classes C e D migrassem para outros
destilados e cachaças de preço mais elevado, como as artesanais.
Adicionalmente, existe uma tendência nas classes A e B do consumo de cachaças
de qualidade, especialmente as de embalagens sofisticadas.
Com
o objetivo de atingir nichos de mercado, muitas empresas, especialmente os
produtores de cachaça de alambique, desenvolvem produtos diferenciados, que têm
contribuído para melhorar a imagem e expandir o mercado. As novas “roupagens”
abandonaram a aparência pitoresca e agora apresentam projetos mais elaborados,
em estilos artesanais ou sofisticados.
O
envelhecimento da bebida é uma prática que agrega cores, sabores e aromas
diferenciados. São utilizados barris de madeiras nativas, que possibilitam a
modulação e caracterização da Cachaça envelhecida, permitem elaboração de
blends de duas ou mais espécies e aumentam a complexidade aromática da bebida.
O uso de madeiras nacionais e seus blends dão originalidade à Cachaça com
atributos de sabores únicos e reconhecíveis.
Além
do Carvalho, que é importado, as principais madeiras brasileiras que envelhecem
Cachaça são: Amendoim, Jequitibá, Araruva, Cabreúva ou Bálsamo, Jequitibá Rosa,
Cerejeira ou Amburana, Grápia, Ipê-roxo, Castanheira, entre outras. Algumas
delas são consideradas ideais para a fabricação de tonéis de armazenamento,
pois conferem pouca coloração e interação com a Cachaça, outras aportam cores
mais intensas e aromas facilmente reconhecíveis e são consideradas ideais para
fabricação de barris de envelhecimento.
Confraria Paulista da Cachaça
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