A forma como tratamos os animais é um retrato do nosso grau de
civilidade. Ao criar a Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais, que
acontece de 28 de setembro a 4 de outubro e faz parte do calendário de eventos
oficial do Estado de SP, minha intenção foi estimular a reflexão da sociedade
sobre as dores impostas sistematicamente aos animais, sejam eles domésticos,
domesticados, silvestres ou exóticos.
Os animais são seres sencientes. Eles sentem amor, medo e
angústia. Mas não podem se defender, não têm voz e nem a quem recorrer. Por
isso que gostaria de ressaltar a importância da proteção animal e de todos que
dedicam seu tempo, ou parte dele, a defender os direitos dos animais.
É um trabalho árduo, dispendioso e, muitas vezes, pouco
reconhecido. Os protetores enfrentam um turbilhão de dificuldades como
transporte para resgates, lares temporários, auxílio veterinário e
medicamentos. Isso sem falar em seu incansável trabalho corpo a corpo de
conscientização, mostrando a importância da castração, da posse responsável e
de combate ao abandono e maus-tratos.
Por outro lado, mesmo tomando para si um trabalho que deveria ser
do Poder Público, os protetores têm que enfrentar também o descaso de
governantes míopes, que não alocam recursos para programas de castração, não
dialogam com a proteção animal, dificultam a implantação de políticas públicas
e chegam até a vetar emendas e legislações vitais para o bem-estar animal.
E há ainda um cenário mais obscuro por trás da violência cometida
contra os animais. Recentes pesquisas comprovam que a crueldade cometida contra
um animal está diretamente ligada a personalidades perigosas para a sociedade.
Psicólogos, sociólogos e criminologistas constataram que a maior parte dos atos
de crueldade cometidos intencionalmente contra animais precedem os atos de
crueldade contra humanos. Segundo o FBI, 80% dos serial killers começam sua
vida de crimes matando animais e quase todo lar onde há violência doméstica há
também violência contra animais.
Ensinar a população a respeitar outras formas de vida e
conscientizar sobre a existência de Leis que consideram crime os atos de
crueldade contra os animais contribui para a formação de uma população mais
atuante, consciente, responsável e solidária.
Conscientizar para os Direitos dos Animais é dever de todos nós.
Feliciano Filho - vegetariano, ativista pelos direitos dos animais
e deputado estadual pelo PSC
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