Com investimento de R$ 5 milhões, Instituto aumenta
em 15 milhões o número de doses produzidas para a campanha do Programa
Nacional de Imunização de 2018
O
Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde e
responsável por mais da metade das vacinas produzidas no país, inicia nesta
quinta-feira, 28 de setembro, a produção da vacina contra gripe que será usada
na campanha do Programa Nacional de Imunização em 2018. A capacidade de
fornecimento é de 60 milhões de doses, 15 milhões a mais do que o produzido no
ano passado.
Com
investimento de R$ 5 milhões, o Instituto pôde aumentar a capacidade produtiva,
iniciando pela primeira vez o processo de fabricação sem riscos. Ou seja, o
início da produção é concomitante ao anúncio da Organização Mundial da Saúde
(OMS), que define quais tipos de vírus estão mais circulantes, e não com mais
de um mês antecedência como acontecia nos anos anteriores. A OMS deve fazer o
anúncio oficial das cepas circulantes em 2018 nesta sexta-feira, 29 de
setembro.
“Esse
investimento possibilitou aumentar a produção, garantindo segurança e agilidade
nos processos produtivos e, posteriormente, na entrega das doses ao Ministério
da Saúde. Para se ter uma ideia, no ano passado, em 10 meses produzimos 45
milhões de doses e neste ano, com este investimento, iremos fornecer 60 milhões
em oito meses de produção”, explica Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
O
processo de fabricação das doses exige o trabalho interrupto de 500
funcionários, de setembro deste ano até maio de 2018, e a fecundação de 60
milhões de ovos, necessários para o cultivo dos vírus usados na vacina. Por
dia, são 321.984 ovos que chegam à instituição, e que já começam a ser inoculados.
É
no interior dos ovos embrionados, entre 10 e 11 dias, que são injetadas o
inoculo viral do vírus H1N1 e das outras duas cepas da gripe incluídas na
vacina: H3N2 e B. Durante 60 a 72 horas, os ovos ficam em período de incubação,
quando o vírus injetado se replica no líquido alantóico que envolve o pintinho.
Cada
ovo rende em média o equivalente a três doses de um dos vírus, e como a vacina
protege contra três tipos, é necessário repetir esse processo com cada cepa, o
que exige 60 milhões de ovos para produzir as 60 milhões de doses da vacina
influenza trivalente (fragmentada e inativada) que são fornecidas para o
Ministério da Saúde.
Após
as 60 a 72 horas de incubação, o líquido é retirado do ovo e purificado, para
que apenas os vírus sejam extraídos. Em seguida, se inicia um processo para
inativar e fragmentar o vírus, para que ele fique sem atividade.
A
transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a influenza da
francesa Sanofi Pasteur para o Butantan começou em 1999 e foi concluído em 2012.
Neste mesmo ano, o Instituto inaugurou a fábrica para a produção da vacina da
gripe, a maior da América Latina exclusiva para a doença. Desde então, o número
de doses produzidas nacionalmente vem aumentando, passando de 6,3 milhões no
primeiro ano para o número atual.
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