O
momento mais feliz da vida de uma mãe provavelmente é o nascimento do seu bebê.
Aquela espera de 9 meses, vem seguida por uma enxurrada de hormônios que muitas
vezes fazem a mãe passar por um turbilhão de emoções. E nem sempre a emoção e
as lágrimas são de alegria. Uma melancolia repentina que se prolonga pelos
primeiros dias de vida do recém-nascido é comum e chamada de “baby blues”. Mas
esse sentimento é causado não só pelas mudanças hormonais, mas também pelo
cansaço e longas jornadas de noites sem dormir, trabalho e adaptação com a nova
rotina da família. Porém, essa sensação passa após alguns dias.
Diferente
do “baby blues”, a depressão pós-parto tem outras características.
Ela é um transtorno psiquiátrico grave, que nem sempre apresenta sintomas
relevantes durante a gestação. “Ela irá surgir de forma intensa logo após o
nascimento do bebê. Em que a mãe irá ficar totalmente apática em relação ao
filho.”, explica a psicóloga Marilene Kehdi. A especialista afirma ainda que a
mãe pode chegar a não sentir o menor sentimento de amor pelo bebê que acabou de
nascer. Por isso, muitas vezes, será necessário afastá-la um pouco do filho até
que o tratamento psiquiátrico comece.
É
necessário estar alerta e debater o tema. No Brasil, a cada quatro mulheres,
mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o
nascimento do bebê. A constatação é do estudo Factors associated with
postpartum depressive symptomatology in Brazil: The Birth in Brazil National
Research Study, 2011/2012, realizado pela pesquisadora Mariza Theme, da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e publicado em
2016.
Mulheres
que já apresentaram um quadro de depressão ao longo da vida e que
tenham casos na família, são as que possuem maiores chances de apresentar
a depressão pós-parto. O tratamento necessita de acompanhamento
psicológico e psiquiátrico para uso de medicação para controle e cura
desta depressão e ele deve ser multiprofissional com psicólogos,
psiquiatras e ginecologistas.
E
de acordo com a psicóloga Marilene, pode acontecer
da depressão pós-parto voltar numa segunda gestação, daí a
necessidade de um acompanhamento psiquiátrico durante a segunda gestação
inteira.
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