Kits robóticos foram fornecidos aos participantes. Foto: Marcelo de Faria/InSAC
“Quanto mais interessante for o estímulo e
mais simples a linguagem do conteúdo transmitido aos alunos, mais fácil eles
aprendem”. O depoimento é de Márcio Fessel, durante o curso
de robótica para a capacitação de professores do ensino médio,
oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP,
em São Carlos. Ele é um dos 40 professores da rede pública de ensino que
participaram da iniciativa realizada entre os dias 11 de março e 27 de maio no
ICMC.
Amante da robótica,
Márcio conta que a infinidade de aplicações da área é o que mais lhe encanta.
Há muitos anos utiliza a plataforma arduino como ferramenta para o ensino de
física, disciplina que ministra para estudantes da Escola Estadual Monsenhor
Jeronymo Gallo, em Piracicaba.
Segundo o professor,
além de ser a solução para diversos problemas sociais, a robótica pode fazer a
diferença em sala de aula: “Na hora de ensinar algo, podemos inovar e pensar na
elaboração de problemas que possam ser resolvidos de forma rápida e prática
pelos alunos, sempre propondo desafios e, aqui no curso, exercitamos nossa
criatividade”.
Dispondo de kits
robóticos financiados pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria
(CeMEAI), os participantes conheceram como é a estrutura básica de um robô e
todos os sensores que o compõe. Para que pudessem desenvolver aplicações nos
pequenos robôs disponibilizados, um curso de programação também foi oferecido
aos professores.
“Resolvi participar
para me aprimorar nessas duas áreas e com isso poder levar aos meus alunos um
conhecimento obtido na USP. Irá agregar muito a eles, pois consigo unir o que
aprendi aqui com a parte prática nos equipamentos da escola onde leciono”,
afirma Frederico Jurgensen Junior, professor de mecatrônica da Escola Técnica
Industrial Paulino Botelho, de São Carlos.
Os cursos são
coordenados pela professora do ICMC Roseli Romero, que também é membro do
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos
(InSAC), sediado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). Para a professora,
é gratificante ver o sucesso das iniciativas: “Nós já havíamos oferecido vários
cursos para alunos do ensino fundamental e médio, mas percebemos que se
preparássemos um material específico para os professores, isso serviria como
uma semente em suas escolas”.
A procura pelos cursos
que, além do InSAC, recebem o apoio do Centro de Robótica da USP (CRob), foi
tão grande que as vagas se esgotaram em poucos dias. “É um tipo de aula
cativante, envolvente, nas quais os participantes se empolgam, mesmo que ainda
não saibam nada de programação e robótica. Eles não querem ir embora da aula!”,
comemora Roseli que pretende repetir os cursos por mais vezes.
A professora de física
e matemática Eliane Botta, da Escola Estadual Militão de Lima, de São Carlos,
mantém uma relação antiga com a robótica. Ela participa da etapa regional da
Olimpíada Brasileira da categoria desde sua primeira edição e sempre fomentou o
tema aos seus alunos. A educadora, que também participou dos cursos na USP,
conta como essas capacitações influenciam seu trabalho: “Quando um aluno faz
uma pergunta, me sinto mais preparada para responder. Consigo dar exemplos
diversificados não só com o uso da robótica, mas com os conhecimentos
matemáticos e físicos obtidos aqui no curso, explica Eliane.
Com metodologias
diferentes, capazes de tornar a aula mais atrativa, o aprendizado pode
ultrapassar até mesmo as fronteiras da escola. “Os jovens ficam curiosos para
saber como é um robô e percebem que trabalhar com informática demanda
observação e tranquilidade. Para isso, eles passam a trabalhar em equipe e a
respeitar muito mais os colegas”, finaliza a professora.
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