Campanha da Gina no Brasil alerta para os riscos da doença que
mata 3 pessoas por dia, não tem cura e é a quarta causa de internação
hospitalar
A asma, inflamação crônica das vias respiratórias, mata três pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. É a quarta causa de hospitalizações do SUS, com 100 mil internações. Estima-se que até 40 milhões de pessoas (20% da população) apresentem alguns dos sintomas da doença:
falta de ar, chiado e aperto no peito, tosse seca e/ou
persistente. Dessas, estima-se que até 10 milhões de pessoas não têm sequer
diagnóstico médico para confirmar ou não se são portadores de asma.
A organização Iniciativa Global Contra Asma no Brasil (GINA no Brasil)
lança campanha para aumentar a conscientização sobre riscos à saúde e erradicar
as mortes provocadas pela doença. Lembrando que dia 21 de junho é o Dia
Nacional de Combate à Asma, data que coincide com a chegada da estação mais
fria do ano, quando os casos tendem a se agravar.
"Quem apresenta sintomas, é fundamental procurar ajuda
médica fazer um diagnóstico correto e um tratamento adequado", afirma o
pneumologista do Hospital das Clínicas Rafael Stelmach, coordenador da GINA no
Brasil e um dos principais especialistas no assunto. "O mais alarmante é
que as mortes e muitas das internações poderiam ser evitadas".
O mote do vídeo da campanha da Gina no Brasil faz um alerta:
"Asma não é brincadeira. Não é frescura. Não tem cura." Somente quem
já passou por uma crise sabe o que é "sentir que um elefante sentado
sobre o peito", diz o vídeo.
A intenção é conscientizar que a asma é
uma doença crônica que precisa de atenção permanente por parte dos pacientes.
Para isso, ao longo de cinco meses, a Gina no Brasil vai realizar uma série de
vídeos informativos, posts, e teasers que podem ser acompanhados pelas redes
sociais da organização. Um dos destaques da campanha são os depoimentos reais
de pessoas falando sobre o que sentem durante uma crise. Quem quiser mais
informações ou enviar seu depoimento, basta acessar a página www.facebook.com/GinanoBrasil
O vídeo da campanha pode ser visto no link https://youtu.be/J7UaBAKoqzs
Sobre a Gina no Brasil
A Iniciativa Global Contra Asma (GINA) é uma ONG internacional, com sede no Canadá, que reúne os principais especialistas da doença no mundo para apresentar as estratégias de combate mais eficazes e comprovadas cientificamente. No Brasil, é formada por profissionais de saúde voluntários que pretendem divulgar o conhecimento sobre asma entre profissionais de saúde que atuam no tratamento da doença, além de oferecer aos pacientes e seus familiares acesso a importantes informações que lhes auxiliem no controle da doença.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE ASMA
As respostas foram retiradas dos vídeos disponibilizados pela GINA no Brasil. Os médicos especialistas são voluntários que fazem parte da organização.
As respostas foram retiradas dos vídeos disponibilizados pela GINA no Brasil. Os médicos especialistas são voluntários que fazem parte da organização.
O que é asma?
Asma é o nome científico para uma inflamação crônica das vias
respiratórias. É uma doença que não tem cura pela sua origem alérgica e
familiar; por isso, precisa ser acompanhada e tratada por toda a vida do
paciente. Pode causar o estreitamento dos brônquios, provocando broncoespasmos
e a obstrução do fluxo de ar. Em casos mais graves, pode haver o impedimento da
passagem de ar pelo sistema respiratório.
Quais são os principais sintomas?
Os principais sintomas são a falta de ar, chiado no peito, aperto no peito, tosse seca e/ou persistente. Muitas vezes, pode ser confundida com gripes mal curadas ou bronquites simples. Uma das suas principais características é que os sintomas são recorrentes, ou seja, reaparecem conforme o asmático entra em contato com fatores agravantes.
O que causa a asma?
A doença não tem uma causa única. Mas pode ter origem alérgica (ácaro, perfume, mofo, poluição pode agravar os sintomas), familiar (as chances de alguém da mesma família ter a doença é maior). Estima-se que 80% dos casos são hereditários. "Há casos de asmáticos que nasceram com a doença, mas só descobrem na vida adulta", afirma o pneumologista Rafael Stelmach.
Qual o cenário da asma no Brasil?
A falta de informações corretas e a conscientização por parte dos pacientes e dos próprios médicos estão entre as principais dificuldades para reduzir o número de mortes, hospitalizações e internações. Três pessoas morrem por dia no Brasil, é a quarta causa mais frequente de hospitalizações no SUS e a terceira quando se refere a crianças e jovens. Por isso, é fundamental divulgar informações corretas sobre a doença e os tratamentos disponíveis.
Quais são os tratamentos?
A asma é tratada de acordo com sua gravidade (intermitente e persistente) e controle (controlado ou não). Como é uma doença crônica, exige o uso contínuo de antiinflamatórios (classe dos corticóides), geralmente administrados em forma de bombinha, que servem para prevenir os sintomas e manter a qualidade de vida do paciente. Nos momentos de crise, no entanto, é preciso recorrer aos broncodilatores para dar um alívio respiratório, mas que não devem ser de uso contínuo, pois não combatem a inflamação. É fundamental não confundir o uso, pois os dois medicamentos são vendidos em forma de bombinhas. Adultos e crianças (acima e abaixo de 5 anos) têm doses diferentes de uso. Sempre consulte seu médico, pois o tratamento necessita de acompanhamento.
Qual a diferença entre asma e bronquite?
A bronquite é um termo genérico para a inflamação dos brônquios, que é o sistema de canais que levam o ar para o dentro do pulmão. Existem vários tipos de bronquite – e a asma é uma delas. Diferente dos outros tipos, a asma não tem cura, mas que se tratado corretamente faz com que o paciente tenha uma vida normal.
Qual a relação da asma e rinite?
Geralmente, a rinite (inflamação na mucosa do nariz) e a asma estão associadas. Cerca de 80% dos asmáticos têm rinite (causa, espirros, coceira no nariz, obstrução nasal e secreção). As duas doenças são inflamatórias e têm causas comuns. "Quem não tratar a rinite pode agravar a asma", afirma o alergista Fábio Morato Castro, do Hospital das Clínicas.
Existe algum exame que faça um diagnóstico?
Um clínico geral pode diagnosticar a doença conforme os sintomas apresentados pelo paciente, basta lembrar da recorrência de sintomas e a predisposição alérgica. Sim, existe um exame específico chamado função pulmonar (espirometria), que mede a capacidade do sopro do paciente. O exame é importante para avaliar a gravidade da asma e seu tratamento.
Existe prevenção contra asma?
Para quem mora em grandes cidades é praticamente impossível ficar longe de poluição, ácaro, fumaça – e outros agentes alérgicos que provocam a crise de asma. Mas é importante manter a limpeza do ambiente doméstico, principalmente o quarto, para evitar acúmulo de poeira (ácaro). Outros cuidados são: não ter fumantes dentro de casa, evitar uso de produtos de limpeza com cheiros fortes, ambientes com umidade e animais, principalmente no quarto de dormir.
Asma tem cura?
Assim como diabetes, a asma não tem cura. O mais comum é o paciente ter a doença e não ter sido diagnosticado corretamente. Em casos mais severos, o asmático pode parar na UTI com quadros de insuficiência respiratória. Por isso, é importante fazer o diagnóstico quanto antes para realizar o tratamento adequado.
A asma pode matar?
Sim. Em casos graves e sem tratamento, o paciente pode ter uma inflamação aguda que leva ao fechamento total dos brônquios do pulmão. Três pessoas morrem por asma no Brasil todos os dias.
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