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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Quer garantir a sua qualidade vocal?



De que forma você se comporta no seu ambiente de trabalho?

a) Às vezes, falo muito. Às vezes, falo pouco. Depende do meu humor.
b) Falo o estritamente necessário.
c) Falar é essencial na minha rotina. Não há como ser diferente!

Se você, escolheu a alternativa C, sem pensar duas vezes, muito provavelmente está entre os profissionais que usam a voz como principal instrumento de trabalho. São várias as categorias que se encaixam nesta situação. Quer alguns exemplos? Professores, radialistas, músicos, repórteres, palestrantes, atores, dubladores e por aí vai.
No caso deles, o velho ditado “entrar mudo e sair calado” não combina nem um pouco. E detalhe: não importa qual seja a jornada de trabalho. Enquanto estão na labuta não podem se calar nem um minuto. Com isso, são mais vulneráveis aos problemas vocais.
A Otonorte, uma das clínicas de Otorrinolaringologia mais tradicionais do Distrito Federal, preparou uma série de curiosidades, dicas e esclarecimentos para quem escolheu uma profissão que exige “soltar a voz”.

Você sabia...
·         que o processo de fonação é um mecanismo desenvolvido ao longo de milhares de anos na natureza? Ele ocorre sobre uma estrutura que inicialmente não era prevista para essa função - a laringe, onde há a exalação do ar que vem dos pulmões e faz vibrar os músculos do trato vocal. Isso resulta na fonação. Em resumo: o ar que inspiramos percorre um caminho em direção aos pulmões. No trajeto de volta, ele passa pela laringe, onde ficam as cordas vocais. Com a passagem do ar, elas (cordas vocais) vibram. Rapidamente, se afastam e se aproximam. Aí, surge o som.

·         que profissionais da voz têm mais lesões do que a população em geral? Isso não significa que os casos são mais graves, mas a chance de ter é bem maior.

·         que levantamentos feitos por institutos e sindicatos apontam que os problemas dessa natureza estão entre as principais causas de afastamento do trabalho? Um deles foi feito, em 2010, pelo Centro de Estudos da Voz, em parceria com o Sindicato dos Professores e a Universidade de Utah, nos Estados Unidos. De acordo com o resultado, 35% dos entrevistados relataram a existência de cinco ou mais incômodos. Os principais: rouquidão, cansaço vocal, desconforto para falar, esforço para falar, garganta seca, dificuldade para projetar a voz, instabilidade ou tremor na voz e dor na garganta.

·         que a rouquidão é também chamada de disfonia? Ela ocorre quando, por algum motivo, uma inflamação ou mesmo uma lesão se dá sobre o músculo vocal.

·         que outro motivador da rouquidão é o mau uso da voz? Não há um número exato de quantas pessoas sofrem com isso. Mas, sem sombra de dúvidas, profissionais que falam exaustivamente são as principais vítimas.

·         que um fator complicador da vida do professor é o ambiente de trabalho? Quanto mais a turma está agitada e fala alto, mais ele aumenta o volume da voz para ser ouvido. Isso sem falar que algumas escolas mantêm o velho quadro negro, e o pó do giz ainda é um verdadeiro inimigo.

·         que o ideal, nesse caso, é usar um microfone para não impactar tanto nas cordas vocais?

·         que a postura faz diferença? Ficar em pé ajuda na respiração.

·         que cantores fazem um grande esforço para que o canto saia de forma perfeita? Basta prestar atenção: a voz deles funciona como uma espécie de instrumento musical. Eles precisam passar emoção e expressão em cada verso e, por isso, a movimentação das cordas vocais, nesse caso, é mais intensa.

·         que são comuns os casos de interrupção das atividades por conta de doenças? Um exemplo disso é a cantora britânica Adele. Em 2011, ela precisou ser operada para conter uma hemorragia nas cordas vocais. Na década de 80, o comunicador Sílvio Santos também se ausentou durante um tempo da TV por problemas na mesma área.

·         que todo profissional que usa muito a voz deve ir com frequência ao otorrinolaringologista? Há quem defenda ser preciso esperar algum sintoma, mas esse pensamento é errado. A visita periódica é uma forma de prevenir. Se não houver nada errado, o especialista vai orientar. Caso haja suspeita de problema, a investigação permitirá um diagnóstico precoce e um tratamento imediato para evitar maiores danos.

·         que existe um exame chamado videolaringoscopia? Trata-se de um instrumento indispensável, porque o exame físico comum (oroscopia) não permite a visualização completa da laringe. Ele identifica desde simples inflamações até diversos tipos de câncer. A vídeo é um procedimento rápido, não dói e dispensa sedação. É feito em pessoas de qualquer idade, no próprio consultório.

·         que a água é uma grande aliada? A hidratação é fundamental para todas as pessoas. O ideal é ingerir 2 litros, em pequenas doses, ao longo do dia.
·         que a maçã também é muito benéfica para a laringe? Ela faz uma verdadeira limpeza na região. Estudos comprovam isso.

·         que uma alimentação balanceada faz bem? Inclua na rotina alimentar fibras e proteínas.

·         que estão entre os vilões: café, chá preto e diuréticos e nicotina? Eles causam secura nas mucosas e estimulam pigarros e tosses. Isso sem falar que alteram o tom da voz.

·         que a poluição também compromete? Ela provoca irritações e fragiliza a mucosa nasal.

·         que balinhas refrescantes e sprays não são soluções? Eles apenas dão um “falso” alívio. Com isso, a tendência é achar que está tudo resolvido e não perceber uma possível situação mais séria.

·         que é preciso evitar excessos vocais? Nada de gritar. Procure falar pausadamente.

·         que fazer um repouso da voz, o máximo de tempo possível, após a jornada, garante um alívio? Ou seja, fora do ambiente de trabalho tente ficar um tempo em silêncio. Isso fará toda a diferença com o tempo.



Dr. Diego Silva Wanderley - Formou-se em Medicina em 2008. Logo em seguida veio o título de Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. O currículo traz também especialização em Cirurgia Plástica de Face pelo Instituto Brasileiro de Pós Graduação, em São Paulo. Dr. Diego atualmente integra o corpo médico da Clínica de Otorrinolaringologia Otonorte, no Distrito Federal. A carreira inclui o magistério. Ele é professor da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina do Planalto Central/Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central.

Otonorte



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