Estudo testou uso de medicamentos para
reduzir o risco de doenças cardiovasculares causadas por hipertensão
No Dia Nacional de Prevenção e Combate à
Hipertensão Arterial, celebrado hoje (26 de abril), é importante ressaltar a
importância da prevenção, explica o Dr. Alvaro Avezum, cardiologista e diretor
da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). O médico
participou da pesquisa internacional, intitulada HOPE-3 (Heart Outcomes
Prevention Evaluation), realizada também no Brasil, mostrou que pacientes
considerados de risco cardiovascular intermediário.
A pesquisa avaliou homens acima de 55 anos e mulheres
acima de 60 anos, com obesidade abdominal, glicemia elevada ou HDL colesterol
baixo e fumante, que apresentam pressão arterial sistólica (máxima), acima de
140 mmHg. Os indivíduos apresentaram benefício na redução de eventos
cardiovasculares quando receberam tratamento anti-hipertensivo. “Esta população
habitualmente não é tratada com medicamentos, sendo indicado apenas melhoria no
estilo de vida. Com os resultados do HOPE3 estes pacientes passam a ter
indicação de receber tratamento anti-hipertensivo, o que auxilia na redução do
ônus da doença cardiovascular em nosso país. Os pacientes que tinham pressão
arterial sistólica abaixo de 140 mmHg não apresentaram redução de eventos
cardiovasculares, sendo que nestes casos devemos manter melhoria no estilo de
vida”, explica o pesquisador.
O cardiologista da SOCESP salienta que o Brasil é o
primeiro país a iniciar o programa 25X25 da Federação Mundial de Cardiologia
que almeja redução da mortalidade cardiovascular de 25% até 2025. Esta foi a
declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Brasil é um dos
signatários desta declaração. Para atingir este objetivo, a SOCESP trabalhará
alinhada com o governo nos três níveis (Federal, Estadual e Municipal),
juntamente com outras sociedades médicas, associações, iniciativa privada,
universidades e hospitais no Brasil.
Os focos
principais são:
1.
Hipertensão Arterial: assegurar detecção de hipertensos, tratando e
mantendo o controle dos níveis pressóricos. Atualmente o nível de pacientes
hipertensos com PA sob controle é de apenas 10% no Brasil.
2.
Tabagismo: redução das taxas de tabagismo em 25%.
3.
Prevenção cardiovascular: em pacientes que já apresentaram um evento
vascular (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral) para reduzir a
recorrência destes eventos.
Dentro desta plataforma e coalizão para redução de
mortes cardiovasculares no mundo e, particularmente, no Brasil, medidas para
redução do sedentarismo, alimentação saudável, controle do colesterol alto,
controle do diabetes, também serão enfatizadas.
De acordo com a SOCESP, presume-se que ocorram 720
paradas cardíacas no Brasil todos os dias (registros americanos estimam 50
paradas cardíacas para cada 100 mil pessoas por ano). Em média, uma morte
ocorre a cada minuto e meio.
O
especialista ressalta que esse estudo é importante para conscientizar a
população da importância de adotar alguns cuidados para reduzir os fatores de
risco mesmo sem possuir doenças crônicas, como ir ao médico com frequência para
diagnóstico precoce de alterações na pressão arterial e no colesterol, manter o
peso ideal, ter bons hábitos alimentares, praticar atividades físicas e parar
de fumar. “Grande parte dos pacientes de consultório se enquadram no perfil
deste estudo. Uma boa avaliação do risco individual, interpretação correta dos
níveis pressóricos e de colesterol podem indicar o uso de medicamentos e assim,
ajudar na redução do risco cardiovascular”, alerta o cardiologista.
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