2 de maio é o Dia Mundial de Combate à Asma. Nesta
ocasião especial, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)
traz informações e dicas para evitar crises e hospitalização por causa da
doença.
A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas que
causa contração dos brônquios e bronquíolos (tubos que levam o ar para os
pulmões). Os sintomas mais comuns são falta de ar (principalmente dificuldade
de expirar o ar), aperto e chiado no peito, tosse seca e persistente e fôlego
curto. “Esses indícios na infância podem ser facilmente confundidos com
bronquite ou bronquiolite, o que é muito perigoso, já que a asma não
reconhecida não será tratada de forma adequada. A diferença é que, no caso da
asma, após os 3 anos de idade os sintomas persistem, vão e voltam conforme há
exposição a algum alergênico”, explica a pneumologista Dra. Alenita Oliveira,
coordenadora da Comissão Científica de Asma da SBPT.
Os alérgenos que desencadeiam a asma podem ser
poeira, ácaro, pelo de animais, fumaça, mofo, perfume, produtos químicos ou
medicamentos. A doença também pode estar relacionada à prática de exercício físico
vigoroso, ao estresse emocional e às mudanças de temperatura.
Nesta época mais fria do ano, as pessoas tendem a
se fechar nos ambientes que acumulam mofo e poeira, por isso, as crises de asma
podem ser mais frequentes. Além disso, quadros virais e outras alergias, como a
rinite, também provocam a doença. Cerca de 80% dos asmáticos têm rinite, o que
pode agravar a asma se não controlada. Por isso, é essencial manter os cômodos
sempre muito limpos, utilizando o aspirador de pó diariamente.
De acordo com dados da SBPT, dois milhões de
brasileiros são diagnosticados com asma todos os anos. O total de internações
pela doença em 2014 chegou a 111.723.
O exame mais indicado para detectar a asma é o
Teste de Função Pulmonar ou Espirometria, realizado por pneumologistas
certificados pela SBPT.
A asma não tem cura, mas como toda doença crônica,
é fundamental que o paciente reconheça as crises, evite fatores agravantes,
como a fumaça do cigarro, e a exposição à alérgenos, como o mofo. Além disso,
os medicamentos utilizados de forma adequada restabelecem a qualidade de vida
dos asmáticos. “A principal forma de administrar os fármacos para a asma é a
via inalatória, as chamadas bombinhas”, explica a Dra. Alenita.
De acordo com a pneumologista, a maioria é tratada
com dois tipos de medicação: (1) controladora ou de manutenção, que reduz a
inflamação dos brônquios, previne os sintomas e evita as crises (os corticoides
inalatórios), e (2) medicação de alívio ou de resgate, que ameniza os sintomas
quando há piora da asma (broncodilatadores).
Porém, é importante mencionar que a terapia é muito
variável para cada caso. “Temos alguns pacientes que podem necessitar de
fármacos específicos, como os novos medicamentos biológicos. Somente a
avaliação minuciosa vai ajudar na indicação adequada”, completa a
especialista. Por isso, é essencial não se automedicar e contar sempre
com um pneumologista.
Mitos
e Verdades Sobre a Asma
Até os 10 anos de idade, crianças do sexo masculino têm mais chances de serem diagnosticadas com asma por terem vias aéreas mais estreitas. Já na idade adulta, a doença prevalece entre o gênero feminino.
Asma e obesidade podem estar diretamente relacionadas – Verdade
O excesso de gordura no corpo leva a altos níveis de leptina e citocina inflamatórias, que estão ligadas ao surgimento da asma. Além disso, a obesidade altera propriedades mecânicas do sistema respiratório.
A “bombinha” de asma vicia – Mito
O broncodilatador de curta ação ou medicação de resgate alivia momentaneamente a falta de ar quando inalado. O que acontece, muitas vezes, é que o paciente não trata a asma de maneira contínua - o que não é o correto - e necessita das bombinhas com maior frequência, mas isso nada tem a ver com “vício”.
A “bombinha” faz mal para o coração – Mito
Quando surgiram os primeiros remédios broncodilatadores para asma, eram substâncias que tinham como efeito colateral a aceleração do coração (taquicardia). Com as novas e melhores drogas e dispositivos, esse efeito foi desaparecendo.
Asma em adultos pode estar relacionada à insônia – Verdade
Segundo pesquisa recente da Universidade de Pittsburgh, as crises de asma são mais frequentes em pacientes que têm problemas para dormir. Além disso, pessoas que apresentam as duas doenças costumam ter mais depressão e sintomas de ansiedade.
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