O atual ritmo de avanços em
três metas globais de energia - acesso à eletricidade, energia renovável e
eficiência energética - não tem a rapidez necessária para que elas sejam
atingidas em 2030, de acordo com o último relatório do Global Tracking
Framework (GTF) divulgado hoje em Nova York pelo Banco Mundial e pela Agência
Internacional de Energia.
O relatório traz dados
impressionantes. Por exemplo, o número
de pessoas que usavam combustíveis sólidos tradicionais (como carvão) para
cozinhar em 2014 era de 3,04 bilhões –
algo em torno de 40% da população do planeta. No Afeganistão e na Nigéria, por
exemplo, o acesso a uma cozinha sem fumaça tem caído cerca de um ponto
percentual por ano. Em comparação, a Indonésia fez o maior progresso,
aumentando o acesso a uma cozinha limpa em mais de oito pontos percentuais por
ano. Vietnã e Sudão também conseguiram avançar.
Mais de um bilhão de pessoas
não tinham acesso à eletricidade em 2014.
A preocupação é maior com os países populosos e de baixo acesso à
eletricidade, como Angola e República Democrática do Congo, onde as taxas de
eletrificação estão caindo. Alguns países de baixo acesso fizeram progressos rápidos,
aumentando a eletrificação de dois a três pontos percentuais anualmente,
incluindo Quênia, Malawi, Sudão, Uganda, Zâmbia e especialmente Ruanda.
Outros,
como o Afeganistão e o Camboja, estão progredindo rapidamente graças ao maior
uso da energia solar fora da rede, destacando como as novas tecnologias podem
impulsionar o progresso. Os países que estão reduzindo rapidamente a exclusão
serão beneficiados por melhorias na educação, na saúde, no emprego e no
crescimento econômico.
Em matéria de energias renováveis, o progresso global é modesto. Embora as novas tecnologias de geração de energia, como a eólica e solar, estejam crescendo rapidamente - representando um terço da expansão do consumo de energia renovável em 2013-2014 – este crescimento está se dando a partir de uma base muito pequena, apenas 4% do consumo de energia renovável em 2012. O desafio é aumentar a dependência das energias renováveis nos setores de aquecimento e de transportes, que representam a maior parte do consumo global de energia.
Em matéria de energias renováveis, o progresso global é modesto. Embora as novas tecnologias de geração de energia, como a eólica e solar, estejam crescendo rapidamente - representando um terço da expansão do consumo de energia renovável em 2013-2014 – este crescimento está se dando a partir de uma base muito pequena, apenas 4% do consumo de energia renovável em 2012. O desafio é aumentar a dependência das energias renováveis nos setores de aquecimento e de transportes, que representam a maior parte do consumo global de energia.
O relatório mostra que o
aumento de pessoas com acesso à eletricidade está mais lento. Se essa tendência não for revertida, as
projeções são de que em 2030 8% da população não terão energia elétrica. Ou seja, o mundo não alcançará a meta de
acesso universal à eletricidade. Entre
os eixos analisados, apenas a eficiência energética progrediu: a quantidade de
energia economizada durante os anos de 2012 e 2014, período abordado no
relatório, equivale ao necessário para abastecer o Brasil e o Paquistão combinados.
Para atingir os objetivos de
Energia Sustentável para Todos, estima-se que o investimento em energia
renovável deveria aumentar de duas a três vezes, enquanto o investimento em
eficiência energética teria de aumentar em de 3 a 6 vezes. Estimativas sugerem que um aumento geral de
cinco vezes seria necessário para alcançar o acesso universal até 2030.
Embora a pesquisa tenha
descoberto que a maioria dos países não está fazendo o suficiente, há exceções,
com progressos encorajadores: Afeganistão, Camboja, Quênia, Malawi, Sudão,
Uganda, Zâmbia e Ruanda. Estes países provam que é possível acelerar o
progresso rumo ao acesso universal com políticas adequadas, investimentos
robustos (públicos e privados) e tecnologias inovadoras.
"Se quisermos tornar em
realidade o acesso a energia limpa, acessível e confiável, a ação deve ser
conduzida por meio da liderança política. Esses novos dados são um alerta para
que os líderes mundiais tomem medidas mais urgentes e focadas no acesso à
energia, melhorando a eficiência e o uso das energias renováveis para atingir nossos objetivos”, alerta Rachel Kyte, CEO e
Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Energia Sustentável para Todos. “Embora estejamos fazendo
alguns progressos - com a disponibilidade de muitas das tecnologias que
precisamos e roteiros de políticas públicas cada vez mais claros – isso não é
suficiente. Todos nós assumimos o compromisso de agir e cada dia de atraso
torna mais doloroso e caro", completa.
Em sua terceira edição, o relatório mede o progresso de 2012 a 2014 em três metas globais de sustentabilidade: acesso universal à eletricidade e cozimento limpo, dobrando a taxa global de melhoria na eficiência energética e dobrando a participação das energias renováveis no mix energético global até 2030.
O relatório baseia-se em
dados oficiais em nível nacional e fornece uma análise harmonizada em nível
regional e mundial. A edição de 2013 mediu o progresso entre 1990 e 2010,
enquanto o relatório de 2015 focalizou o progresso de 2010-2012. O Quadro
Global de Monitoramento de Energia Sustentável para Todos é produzido
conjuntamente pela Prática Global de Energia e Extrativos do Banco Mundial,
(ESMAP) e a Agência Internacional de Energia, e conta com o apoio de outras 20
organizações e agências parceiras. O relatório da RISE (Indicadores
Regulatórios para a Energia Sustentável), recentemente lançado, complementa as
conclusões deste relatório, colocando a tónica na adoção de políticas e
regulamentos que ajudam a estimular progressos mais rápidos e em maior
quantidade.
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