Brasil está em
penúltimo lugar entre os 24 países participantes do estudo sobre apoio ao
direito à interrupção de gravidez
Estudo da Ipsos, realizado em 24 países, mostra que
somente 13% dos brasileiros apoiam o aborto quando a mulher assim desejar. O
número coloca o país em penúltimo lugar entre os países pesquisados, atrás
apenas do Peru, repetindo a mesma posição de 2016.
O resultado de 2017 demonstrou uma queda de três
pontos percentuais em relação ao ano passado (16%), e inverteu a tendência dos
dois últimos anos, quando os índices brasileiros de apoio ao aborto vinham
aumentando.
"No Brasil, o aborto cada vez mais tem sido
tratado como uma discussão moral e não como uma questão de saúde pública, de
democracia e de direitos da mulher, como deveria ser. Além disso, o crescimento
recente da bancada religiosa na política contribui para que temas como o aborto
deixem de ser discutidos com a população e fiquem fora das pautas do
governo"”, afirma Narayana Andraus, gerente da Ipsos.
O Brasil diverge da opinião mundial, já que na
consolidação dos dados de todos os países analisados 43% dos entrevistados
concordam que a mulher tem o direito de abortar quando quiser.
Os países europeus lideram o ranking de
favorabilidade ao aborto, sendo a Suécia a primeira colocada com 77%, seguida
pela Hungria com 67% e França, na terceira posição, com 65%.
Na outra ponta da lista, os peruanos são os que
menos concordam com a interrupção de gravidez (12%), seguido pelos brasileiros
(13%) e mexicanos (22%). A Argentina, país vizinho, apoia mais o aborto do que
o Brasil, com 28% a favor da interrupção.
Outro questionamento feito aos participantes é
sobre o aborto não ser permitido. A média global é que 12% acham que ele não
deve ser realizado, com exceção de quando a vida da mãe está em perigo. Porém,
5% afirmam que são totalmente contra ao direito de interrupção da gravidez, não
importando a situação.
No Brasil, 17% são totalmente contra o aborto,
independente do cenário. Já 21% dos entrevistados no país afirmam que o aborto
não deve ser realizado, exceto em casos em que a mulher esteja em perigo.
Realizada entre 20 de janeiro e 03 de fevereiro, a
pesquisa aconteceu em 24 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália,
Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França,
Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Rússia,
Servia, Suécia e Turquia. Foram entrevistadas 17.551 pessoas, sendo
adultos de 18 a 64 anos nos Estados Unidos e no Canadá e de 16 e 64 anos nos
demais países. A margem de erro é de 3,5%.
Ipsos
www.ipsos.com.br,
www.ipsos.com, https://youtu.be/QpajPPwN4oE,
https://youtu.be/EWda5jAElZ0
e https://youtu.be/2KgINZxhTAU.
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