É
“altamente provável” que o Brasil reduza sua taxa básica de juros ainda neste
mês. A afirmação é do próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e traz
ânimo para os investidores, alento aos desempregados e confiança para o País no
mercado internacional.
A
taxa básica de juros é a Selic - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
-, índice pelo qual as taxas de juros cobradas pelos bancos no Brasil se
balizam. Por isso, com uma redução na Selic, observa-se um efeito cascata de
queda dos diversos outros juros praticados em nossa economia.
Parece
evidente que a inflação que vivemos não é uma “inflação de demanda”. Portanto,
não se imagina uma retomada da inflação pelo crescimento da atividade
econômica.
É
delicado alterar a Selic, não é algo a ser feito sem planejamento, análise e
olhar os cenários futuros. A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco
Central para controlar a inflação. A afirmação do ministro da Fazenda é apoiada
em uma perspectiva de queda da inflação.
Esta
queda da inflação e a manutenção da taxa Selic equivalem a um aumento da taxa
real de juros, um absurdo no quadro de recessão que vivemos.
Medida
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação pode ser
menor do que se previa, ainda bem. Isso já foi observado no mês de agosto,
quando o custo de vida do povo brasileiro diminuiu 0,9%.
A
previsão da taxa anual, pela terceira semana consecutiva, pela mediana das
estimativas de cerca de 100 instituições foi revista para baixo, desta vez de
7,25% para 7,23%. Há um mês, esperava-se que o IPCA fechasse o ano em 7,34% de
alta.
Uma
queda que fica ainda melhor amparada com o cenário propício à aprovação por
parte do Congresso Nacional das medidas fiscais do Governo Federal. Menor
inflação e mais disciplina nos gastos públicos resultam em condições para
praticar juros menores.
A
principal medida é a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional)
241/2016, que limita os gastos do governo nos próximos 20 anos. É a sinalização
de uma política fiscal séria e bem planejada, um indicador de que o Brasil quer
organizar sua economia.
Se
aprovada, o governo poderá fixar limite individualizado para a despesa primária
total. Isso significa que congelará o valor estipulado do orçamento do ano de
2016, apenas reajustando-o de acordo com a inflação. Significa ainda uma menor
necessidade de ajuste nos impostos, aliviando o bolso da população.
Com
esta limitação das despesas, o controle fiscal do Governo Federal passa a
auxiliar o Banco Central (BC) a ter espaço para reduzir a taxa de juros. A
aprovação da PEC é fundamental para o Brasil mostrar que seu lado fiscal vai
bem, atraindo investimentos, gerando empregos e aquecendo a economia.
Em
uma realidade tão delicada como a da economia brasileira, é preciso que o
crescimento seja retomado. Que sejam gerados empregos para os mais de 12
milhões de desempregados. Isso inclui investimentos, que necessitam de um
cenário propício a eles. Este cenário favorável se dá em um país fiscalmente
seguro, que não precisa se apoiar na alta de juros para controlar sua inflação.
Após
as incertezas políticas de antes e durante o processo de impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff, que impediam perspectivas econômicas, é hora das
certezas. É hora de o Banco Central confiar no ajuste fiscal do Governo Federal
para baixar os juros.
É hora de o Executivo e o
Legislativo federais aprovarem a PEC para oferecer as condições reais para o
Brasil voltar a crescer.
Arnaldo Jardim - deputado federal licenciado
(PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
E-mail: arnaldojardim@arnaldojardim.com.brSite oficial: www.arnaldojardim.com.br
Twitter: @ArnaldoJardim
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Deputado Arnaldo Jardim
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