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terça-feira, 5 de julho de 2016

Câncer avançado de pulmão é mais comum em pessoas de meia idade




Estudo realizado no Cancer Research UK (Reino Unido) e apresentado recentemente num congresso na cidade de Manchester revela que pacientes com idade entre 50 e 64 anos são muito mais diagnosticados com câncer de pulmão em estágio avançado do que pacientes mais velhos. Pessoas em seus 70 anos ou mais costumam ser diagnosticadas nos primeiros estágios da doença.  O estudo tomou como base dados de 34 mil britânicos com diagnóstico de câncer de pulmão em 2013. Foi a primeira vez que um estudo em nível nacional relacionou o estágio da doença com a idade dos pacientes que receberam diagnóstico.

De acordo com um dos pesquisadores, David Kennedy, novos estudos serão realizados para saber se relação semelhante acontece com outros tipos de câncer. No Reino Unido, 45.500 novos casos de câncer pulmonar são diagnosticados todos os anos. Seis de cada dez casos envolvem pessoas com mais de 70 anos. No Brasil, dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) preveem mais de 28 mil novos casos da doença este ano (atingindo cerca de 17 mil homens e 11 mil mulheres). Vale ressaltar que o câncer de pulmão é uma das principais causas de morte evitáveis, já que em 90% dos casos está associado ao tabagismo. Tosse, falta de ar, presença de sangue no catarro, dor no peito e nos ombros são alguns dos sintomas mais comuns, principalmente quando associados à perda de peso.

Na opinião do radiologista de tórax Moacir Moreno Junior, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, esse tipo de câncer, quando dá sinais, geralmente está em fase avançada. Daí a importância dos exames anuais depois dos 50 anos, principalmente se a pessoa é fumante ativa, fumante passiva, ou tem história de câncer na família. O médico, que costuma analisar os exames de mais de mil pacientes por ano com suspeita de câncer pulmonar, diz que a tomografia computadorizada (TC) é um dos mais eficientes recursos para detecção e acompanhamento da doença. “A tomografia computadorizada deve ser realizada em pacientes com histórico de tabagismo pesado, mas cabe ao médico solicitante tomar essa decisão juntamente com o paciente, levando em conta outros fatores relacionados ao contexto clínico”.

Moreno explica que a tomografia possibilita uma visão em fatias milimétricas de todo o pulmão, permitindo detectar e medir as dimensões de um nódulo, sua posição e relação com as demais estruturas ao redor. “A TC também pode ser utilizada, quando indicada, como alternativa para guiar biópsias de lesões pulmonares, que auxiliam a fazer o diagnóstico de tumores ainda em estágio inicial, aumentando as chances de cura. É importante dizer que, mesmo quando o exame não identifica um nódulo, isso não isenta o paciente de vir a desenvolver câncer pulmonar num futuro próximo, principalmente se continuar a fumar. A adoção de hábitos mais saudáveis é imprescindível em qualquer fase da vida”.

É importante ficar atento: tumores de localização pulmonar central podem provocar tosse, ronco e falta de ar. Já os que estão instalados no ápice pulmonar podem desencadear dores nos ombros e braços. Mas, há tumores de pequenas dimensões e tipos silenciosos de câncer que não dão sinais. Esses ou estão localizados em uma região mais periférica do pulmão, ou têm dimensões tão pequenas que ainda não produzem sintomas. É justamente nessa fase inicial que as chances de cura são maiores se a lesão for detectada o quanto antes.



Dr. Moacir Moreno Junior- médico coordenador do grupo de radiologia torácica do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo – www.cdb.com.br


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