Em 21 de março é comemorado o Dia Mundial da Infância. A data
proporciona uma reflexão sobre o exercício dos Direitos da Criança no Brasil. A
Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) alerta que todas as crianças devem
exercer os direitos básicos como brincar, praticar exercícios físicos e
frequentar a escola todos os dias. A luta da instituição junto ao Ministério da
Saúde e demais órgãos é para que todas as crianças com hemofilia tenham acesso
a profilaxia, tratamento preventivo que permite a esta criança uma vida normal
e plena, sem dores e sequelas articulares causadas pelas hemorragias, a
principal de todas as características da patologia.
A hemofilia é um transtorno genético que
afeta a coagulação do sangue. Há alguns anos, no Brasil, o cuidado dos
pais era excessivo com as crianças, pois qualquer queda ou mínimo trauma
poderia ocasionar uma hemorragia externa ou interna que, além de sequelas
ortopédicas como as artroses – destruição óssea precoce, provocada
pelo sangramento na cavidade articular - poderia levar a morte.
“Hoje, o quadro é completamente diferente. O Brasil
dispõe de tratamento semelhante ao de países de primeiro mundo em relação ao
quantitativo de Fatores de coagulação disponíveis no Ministério da Saúde. A FBH
lutou junto ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e Comissão de
Direitos Humanos para que houvesse aumento na compra e distribuição gratuita de
fatores coagulantes a estes pacientes, permitindo assim o tratamento preventivo
do transtorno, que garante a qualidade de vida a todas as pessoas com
hemofilia”, explica Tania Pietrobelli, presidente da FBH, que passou a atuar
pela causa ao descobrir que o filho, que tem hemofilia, poderia ter uma vida
normal, se tivesse acesso ao tratamento adequado: o tratamento profilático.
Para Gustavo Amora, pesquisador
tecnologista em Assuntos Educacionais no Brasil, a primeira infância,
caracterizada até os seis primeiros anos de vida, é o período crucial para a
vida de uma pessoa, pois é o momento que se desenvolvem a infraestrutura psicológica,
neurológica e social que poderá ser definidora do restante de sua
vida. “Ao brincarem as crianças estão aprendendo a conviver em sociedade e
o mais importante: desenvolvem autonomia, pois é uma das poucas, senão a única
atividade na qual a criança é autônoma, define regras, como quando começa,
quando termina e como se dará a brincadeira. Inclusive o direito ao ócio como
forma de brincar”, explica.
Nesse Dia
Mundial da Infância o questionamento é: Onde fica o brincar para as crianças
que não têm acesso à profilaxia, já que o Ministério da Saúde distribui
mensalmente 50 milhões Unidades Internacionais de Fator VIII aos estados
brasileiros para tratamento das pessoas com hemofilia, porém estas
medicações não chegam a muitos pacientes que têm direito ao
tratamento preventivo. O Brasil é o terceiro maior país do mundo em pessoas com
coagulopatias, tem um excelente protocolo de tratamento e utiliza verba federal
para compra e distribuição dos medicamentos mas, por falta de melhor
administração dos Centros de Tratamento de Hemofilia nos estados e falta de
prescrição médica o tratamento não chega ao maior interessado e exclusivo
beneficiário: o paciente.
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