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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Especialista alerta: é importante saber a procedência da água de fontes alternativas para evitar riscos à saúde




Médica do Hospital 9 de Julho fala sobre o perigo da transmissão de doenças como a Hepatite A quando a água não é adequadamente higienizada
Com a crise hídrica nas grandes cidades, muita gente tem buscado fontes alternativas de água, como a contratação de caminhões pipa e a exploração de poços artesianos. O problema é que, em situações como estas, nem sempre é possível saber a origem e medir a qualidade da água. Segundo a Dra. Marta Deguti, hepatologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, “a falta de água está nos fazendo refletir sobre vários aspectos que antes passavam desapercebidos. A fonte de coleta é um deles, afinal, a falta de tratamento adequado representa um risco alto para a nossa saúde”. 
Para tornar a água potável e segura para consumo, é necessário um tratamento com adição de substâncias que eliminam bactérias, vírus e verminoses. Este processo é fundamental para diminuir a incidência de doenças causadas pela falta de saneamento. Segundo a especialista, muitas pessoas, na ânsia de armazenar água, estão fazendo reservatórios de fontes duvidosas, como rios e poços artesianos improvisados.
As consequências disso podem ser tanto as infecções transmitidas por microrganismos que contaminam a água, como aquelas causadas por mosquitos que se reproduzem na água limpa estagnada, em especial a dengue e a febre amarela. “A contaminação química por chumbo e arsênico, por exemplo, também pode causar danos à saúde. A forma mais comum é a contaminação por esgoto, com sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e doenças como a até Hepatite A”, afirma a Dra. Marta.
Hepatite A
A Hepatite A é uma inflação do fígado causada por um vírus. Na maioria dos casos, ela não é grave, mas é importante que tenha o diagnóstico e tratamento adequados.  De acordo com a Dra. Marta, “esta doença tende a ser mais amena quando pega na infância. Na fase adulta, seu tratamento exige maior atenção. Por isso, quem nunca a desenvolveu, deve se vacinar, principalmente as mulheres que estão planejando engravidar, já que durante a gestação ela pode trazer sérios riscos tanto para mãe, quanto para o feto”.
A transmissão da Hepatite A é fecal oral, ou seja, a pessoa pode adquirir o vírus pelo contato com água e alimentos contaminados. “Por isso, ela é mais comum em locais onde não há saneamento básico. Tem muita gente que adquire a inflamação durante viagens, quando em contato com mar e rios que impróprios para banho e ter cuidado com o consumo de frutos do mar que, dependendo da procedência, podem estar contaminados”, afirma a especialista.
Quando recorrente, ou seja, quando seus sintomas voltam após a melhora do paciente, a Hepatite A pode exigir tratamento medicamentoso, além do habitual isolamento para evitar a transmissão. “Os principais sintomas são vômitos, mal-estar, urina de cor escura e desconforto abdominal na região do fígado. Nestes casos, é preciso procurar um serviço médico”.
Segundo Marta, a incidência deste tipo de enfermidade pode crescer caso a população não avalie as fontes alternativas de água, sem manter cuidados como a a sua desinfecção, fervendo-a ou aplicando duas gotas de hipoclorito de sódio por litro de água, 30 minutos antes de bebê-la. Outra solução caseira é diluir uma colher de sopa de água sanitária a 2,5%, sem alvejante, em um litro de água, deixando 30 minutos em repouso antes do consumo.
O aumento do uso de caminhões pipa também merece atenção, já que é preciso verificar a qualidade e origem na hora da compra. Ela afirma que “o vírus da Hepatite A pode sobreviver semanas quando em contato com a água. Não podemos nos descuidar quanto à origem do que consumimos. Águas de profundidade sem tratamento, poços mal planejados e até caixas d’água que não são bem cuidadas podem ser transmissoras de bactérias e vírus que causam doenças, como a Hepatite”, finaliza.

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