Pesquisa da Kaspersky revelou ainda que cerca de um a cada cinco pais brasileiros admite que, por falta de tempo ou familiaridade com a tecnologia, não consegue se envolver na vida digital de seus filhos como gostaria
Em junho deste ano, a Polícia Civil de Santa Catarina emitiu um alerta
sobre perfis em redes sociais conhecidos como "Homem
Pateta", que estariam induzindo crianças a cometerem suicídio. No início deste
mês, um homem de 48 anos foi preso em Minas Gerais acusado de aliciar
menores por chats virtuais . As notícias sobre ameaças online contra crianças jovens não são
novidade, e o mais preocupante é que uma pesquisa da empresa de cibersegurança Kaspersky , em parceria com a
consultoria de pesquisa de mercado CORPA , mostra que os pais no
Brasil estão menos atentos do que deveriam sobre esses riscos.
De acordo com a
entrevista feita com mais de 2 mil pais e mães de cinco países da América
Latina, os brasileiros estão entre os que menos enxergam a internet como um
ambiente inseguro para as suas crianças. Mais da metade (55%) dos
entrevistados no País acreditam que, em nenhum caso, a internet poderia
representar uma ameaça à integridade de seus filhos. Os brasileiros ficaram
atrás apenas dos argentinos (60%). Chile (53%), Peru (50%), México (45%) e Colômbia
(31%) completam a lista.
Ao mesmo tempo, cerca
de um em cinco pais brasileiros (18%) admite que, por falta de tempo ou
familiaridade com a tecnologia, não consegue se envolver na vida digital de
seus filhos como gostaria. Neste quesito, o Brasil esteve mais bem colocado
que seus vizinhos da região. No Chile, 29% dos entrevistados disseram que essas
questões os impedem de participar mais das atividades virtuais das crianças.
Colômbia (25%), Argentina e Peru (ambos com 22%), e México (20%), complementam
o ranking. Na América Latina, a média foi de 25%.
Uma das questões mais
sensíveis em relação à proteção das crianças no acesso à internet é se seria
ético monitorar o conteúdo digital que os filhos veem. Entre os
brasileiros, esse tipo de vigilância é aceito pela quase unanimidade (97%).
Considerando toda a região, 78% dos pais latino-americanos entendem que seria
ético fazer esse controle até que seus filhos tenham entre 15 e 18 anos. Já 11%
acham que a idade máxima varia entre 11 e 14 anos. Apenas 1% entende que o
monitoramento deveria ser feito até entre 7 e 10 anos.
Para proteger as
crianças durante as atividades virtuais, as ferramentas de controle parental
podem ser uma grande aliada, pois, com elas, é possível gerenciar conteúdo,
filtrar mensagens e colocar limites naquilo que os menores acessam. Embora 57%
dos entrevistados na região afirmem conversar regularmente sobre os perigos da
web com seus filhos, também é importante que os pais expliquem às crianças
por que contam com um sistema de monitoramento, para que elas não sintam que o
seu espaço privado esteja sendo invadido ou tentem desativar a plataforma.
De acordo com a
pesquisa, alguns pais que já usam um programa de controle parental notaram que
seus filhos tentaram desinstalá-lo. Os chilenos são os que presenciam as
maiores tentativas de desativação na região, com 22%, seguidos de mexicanos
(16%), colombianos e brasileiros, ambos com 14%. Mais atrás estão os peruanos
(12%) e finalmente os argentinos (8%).
Diante dessa situação,
Fabiano Tricarico, diretor de vendas de varejo da Kaspersky na América
Latina, enfatiza que: "é muito importante que os pais expliquem a
importância da ferramenta de controle parental antes de instalarem e, se
verificarem a tentativa de remoção dela, conversem com seus filhos. Eles podem
estar apenas curiosos sobre algum tema ou isso pode ser um sinal de
desconforto, e os pais são as melhores pessoas para educar a criança. Quanto a
explicar a importância da ferramenta, basta compará-la com algo da rotina da
criança, os pais podem dizer: quando estamos trabalhando, você sempre fica com
alguém (creche, avós, vizinho), certo? Na internet é a mesma coisa, mas como
queremos que você fique mais livre para usar a internet quando quiser, este
programa fará o papel de cuidador. As regras que colocamos nele são as mesmas
que existem hoje."
Tricarico acrescenta
que, devido ao contexto da pandemia, o tempo que os pais têm para se dedicar à
vida digital dos filhos foram reduzidos, uma vez que os adultos têm ficado
ainda mais ocupados com o trabalho, tarefas domésticas ou apoiando as aulas das
crianças pela internet.
Além de ameaças como
cyberbullying ou assédio, o especialista explica que os pais também precisam
ficar atentos ao roubo de informações. Isso acontece principalmente por meio de
mensagens ou conversas enganosas, em que os jovens podem revelar
involuntariamente dados pessoais, tornando-os mais vulneráveis às ações dos
criminosos, e colocando inclusive a família em risco.
O estudo faz parte da
campanha Crianças Digitais realizada na região pela Kaspersky para
analisar o quão envolvidos e comprometidos pais da Argentina, Brasil, Chile,
Colômbia, México e Peru estão na vida digital e no comportamento de seus
filhos. Ao todo, foram entrevistados 2.294 pais e mães com o seguinte perfil:
idade entre 25 a 60 anos, pertencentes às classes A, B ou C, usuários de
dispositivos eletrônicos e cujos filhos tenham entre 0 e 18 anos. As
entrevistas foram realizadas entre fevereiro e março deste ano, por meio de
enquetes online.
Para ajudar a proteger
as crianças de todas as ameaças na Internet, a Kaspersky recomenda:
• Manter uma
comunicação fluida com crianças em casa e educá-los sobre os perigos potenciais
da internet.
• Ensinar os menores a
bloquear e informar os adultos quando virem ou vivenciarem qualquer situação
incomum na web.
• Participar das
atividades digitais das crianças como guia, estabelecendo regras básicas e
fáceis de entender.
• Configurar
ferramentas de privacidade em redes sociais e plataformas digitais para que as
mensagens sejam visíveis apenas para alguns amigos e parentes de menores.
• Usar um software de
segurança em todos os dispositivos com acesso à Internet, como PCs, smartphones
e tablets. Incluindo uma ferramenta de controle parental como o Kaspersky Safe Kids, esta solução
bloqueará conteúdos impróprios, mensagens de spam e ajudará a estabelecer
regras para o uso da Internet.
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