No sentido de uma revolução financeira, além de pagamentos para serviços e transações realizadas no âmbito comercial, o PIX também permite a transferência de valores de pessoa física para pessoa física sem custo. Com um simples código QR você pode enviar dinheiro para qualquer pessoa de maneira rápida, fácil e praticamente instantânea. Como essa forma de transferência é sem custo, os bancos tradicionais que cobram taxas de TED, DOC e na geração de boletos, tendem a ser um dos primeiros perdedores nessa jogada.
Os bancos digitais que oferecem serviços sem cobrar taxa alguma vão ter uma maior liberdade para trabalhar com o PIX e tendem a atrair mais clientes, assim como as carteiras digitais, como o PicPay. Existe a possibilidade de uma evasão considerável de contas das instituições tradicionais para esses bancos e carteiras digitais, causando perda de receita com taxas de manutenção de conta corrente perdidas, além de também perderem com as taxas de cartões.
Também é possível que o PIX seja integrado ao Whatsapp, fazendo com que o
aplicativo, que já é amplamente utilizado no Brasil, se aproxime do que o
WeChat é na China, servindo como aplicativo de mensagens e pagamentos.
Um outro grande perdedor é o segmento das empresas intermediárias no pagamento
com cartões de débito, como as processadoras, as bandeiras e os adquirentes.
Até o momento não há um risco imediato para os cartões de crédito, mas se os
bancos e fintechs criarem produtos similares no futuro, eles podem
forçar as empresas e bancos que lidam com o crédito na modalidade cartão se
adaptarem a nova realidade para continuarem competitivas.
Os usuários definitivamente são os grandes vencedores, com a sua experiência
melhorada pela facilidade de se fazer transações, segurança e a mudança no
setor bancário. Apenas pessoas jurídicas pagam taxas com o PIX, e essas taxas
ainda são menores do que as operadas pelos diversos agentes envolvidos nas
transações financeiras realizadas atualmente.
Outra vantagem para os usuários, especificamente para a pessoa física, é trazer uma grande parcela da população brasileira que só faz pagamentos em dinheiro vivo e que está fora do sistema bancário para dentro dele, mesmo que de maneira muito simplificada, pois não é necessária uma conta bancária tradicional para utilizar o PIX, uma carteira eletrônica bastaria para tanto.
Vinícius Machado - consultor e gestor de investimentos certificado e regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), formado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro.
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