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domingo, 5 de setembro de 2021

A relação entre boro e doenças ósteoarticulares

O boro é um elemento químico de símbolo B, número atômico 5 e com massa atómica 11u. Ele é exclusivamente produzido pela espalação de raios cósmicos e não pela nucleossíntese estelar e, por esse motivo, ele é um elemento escasso no sistema solar e na crosta terrestre, pertencendo à classe de semimetais.  

Este elemento é encontrado em abundância no mineral bórax (borato de sódio decaidratado). Os maiores depósitos de boro estão localizados na Turquia e nos Estados Unidos, sendo também encontrado na Argentina, Chile, Rússia, China, Peru, Egito, Iraque, Líbia, Marrocos e Síria. 


Assim como ocorre com os outros minerais, o boro está presente principalmente em alimentos do reino vegetal. O abacate merece destaque, embora ele também seja encontrado em outras frutas, como maçã, pera, uva vermelha e kiwi. Leguminosas, como feijão e lentilha, nozes e cereais integrais, podem ser considerados outros bons exemplos de alimentos com boas quantidades de boro. 


Nas plantas o boro comanda a atividade de mais de 21 enzimas, atuando na formação de novos tecidos, por fazer parte da parede celular e na integridade da membrana plasmática. Além disso, participa da divisão celular, do metabolismo e no transporte de açúcares, na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico. Dessa forma, a exigência desse mineral se intensifica no início da fase reprodutiva, onde ocorre a formação de estruturas dessa fase. 


Entretanto, no organismo humano ele é extremamente tóxico sendo aceitas doses diárias de no máximo 1 mg. Dentre os sintomas de intoxicação por boro estão: náuseas, vômitos, dores de cabeça, irritabilidade, tremores, convulsões, ansiedade, depressão e taquicardia. Vale ressaltar que o boro também é tóxico para as plantas em doses altas, causando a formação de clorose malhada e, em seguida, necrose das bordas das folhas mais velhas. 


Quando fornecido ao organismo por meio da alimentação, não existe preocupação em relação à toxicidade do mineral. Entretanto, quando consumido sob a forma de um suplemento, é preciso tomar cuidado com as doses. 


Em doses seguras (< 1mg/dia) seus benefícios envolvem especialmente a saúde óssea, pois o boro influencia a atividade e absorção de nutrientes, como o cálcio, magnésio e vitamina D, que são nutrientes essenciais do tecido ósseo, além de ser coadjuvante na produção de hormônios esteroides, como testosterona e beta-estradiol. 


Assim, o boro pode prevenir a osteoporose, auxiliar o crescimento, evitar a perda de cálcio e de outros minerais, interferir positivamente na regulação da pressão arterial e diminuir o risco de doenças ósteoarticulares, como artrites e artroses. 


O boro regula a regular da matriz extracelular, afetando diretamente as atividades de algumas enzimas tais como: tripsina, elastase e colagenase, além de induzir à liberação de mediadores inflamatórios nos fibroblastos e regular a expressão gênica de proteínas da matriz extracelular do tecido ósteo-articular, como colágeno tipo, osteopontina, osteocalcina e sialoproteína. Ele também tem efeito benéfico na regulação dos hormônios que regulam o metabolismo ósteo-articular. 

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Sabendo-se que a deficiência de boro resulta em crescimento e desenvolvimento ósseo anormal e aumento da excreção urinária de cálcio, deve-se evitar essa deficiência ingerindo-se alimentos fontes de boro. 



Nutrientes para a Vida 

A Nutrientes Para Vida (NPV) é uma iniciativa que tem por missão inovadora para informar a população sobre a importância dos nutrientes para as plantas e para os seres humanos. Sua atuação está baseada em informações científicas, de forma a explicar o papel essencial dos fertilizantes na segurança alimentar, tanto na quantidade como na qualidade do alimento produzido. O uso do fertilizante está alicerçado nos aspectos sociais, econômicos e ambientais. 



Daniel Magnoni - consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM 


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