O boro é um elemento químico de símbolo B, número atômico 5 e com massa atómica 11u. Ele é exclusivamente produzido pela espalação de raios cósmicos e não pela nucleossíntese estelar e, por esse motivo, ele é um elemento escasso no sistema solar e na crosta terrestre, pertencendo à classe de semimetais.
Este elemento é encontrado em abundância no mineral bórax
(borato de sódio decaidratado). Os maiores depósitos de boro estão localizados
na Turquia e nos Estados Unidos, sendo também encontrado na Argentina, Chile,
Rússia, China, Peru, Egito, Iraque, Líbia, Marrocos e Síria.
Assim como ocorre com os outros minerais, o boro está presente principalmente
em alimentos do reino vegetal. O abacate merece destaque, embora ele também
seja encontrado em outras frutas, como maçã, pera, uva vermelha e kiwi.
Leguminosas, como feijão e lentilha, nozes e cereais integrais, podem ser
considerados outros bons exemplos de alimentos com boas quantidades de
boro.
Nas plantas o boro comanda a atividade de mais de 21 enzimas, atuando na
formação de novos tecidos, por fazer parte da parede celular e na integridade
da membrana plasmática. Além disso, participa da divisão celular, do
metabolismo e no transporte de açúcares, na germinação do grão de pólen e no
crescimento do tubo polínico. Dessa forma, a exigência desse mineral se
intensifica no início da fase reprodutiva, onde ocorre a formação de estruturas
dessa fase.
Entretanto, no organismo humano ele é extremamente tóxico sendo aceitas doses
diárias de no máximo 1 mg. Dentre os sintomas de intoxicação por boro estão:
náuseas, vômitos, dores de cabeça, irritabilidade, tremores, convulsões,
ansiedade, depressão e taquicardia. Vale ressaltar que o boro também é tóxico
para as plantas em doses altas, causando a formação de clorose malhada e, em
seguida, necrose das bordas das folhas mais velhas.
Quando fornecido ao organismo por meio da alimentação, não existe preocupação
em relação à toxicidade do mineral. Entretanto, quando consumido sob a forma de
um suplemento, é preciso tomar cuidado com as doses.
Em doses seguras (< 1mg/dia) seus benefícios envolvem especialmente a saúde
óssea, pois o boro influencia a atividade e absorção de nutrientes, como o
cálcio, magnésio e vitamina D, que são nutrientes essenciais do tecido ósseo,
além de ser coadjuvante na produção de hormônios esteroides, como testosterona
e beta-estradiol.
Assim, o boro pode prevenir a osteoporose, auxiliar o crescimento, evitar a
perda de cálcio e de outros minerais, interferir positivamente na regulação da
pressão arterial e diminuir o risco de doenças ósteoarticulares, como artrites
e artroses.
O boro regula a regular da matriz extracelular, afetando diretamente as
atividades de algumas enzimas tais como: tripsina, elastase e colagenase, além
de induzir à liberação de mediadores inflamatórios nos fibroblastos e regular a
expressão gênica de proteínas da matriz extracelular do tecido ósteo-articular,
como colágeno tipo, osteopontina, osteocalcina e sialoproteína. Ele também tem
efeito benéfico na regulação dos hormônios que regulam o metabolismo
ósteo-articular.
Sabendo-se que a deficiência de boro resulta em crescimento e desenvolvimento
ósseo anormal e aumento da excreção urinária de cálcio, deve-se evitar essa
deficiência ingerindo-se alimentos fontes de boro.
Nutrientes para a Vida
A Nutrientes Para Vida (NPV) é uma iniciativa que tem por missão inovadora para
informar a população sobre a importância dos nutrientes para as plantas e para
os seres humanos. Sua atuação está baseada em informações científicas, de forma
a explicar o papel essencial dos fertilizantes na segurança alimentar, tanto na
quantidade como na qualidade do alimento produzido. O uso do fertilizante está
alicerçado nos aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Daniel
Magnoni - consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de
Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre
em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado
ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela
Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM
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