Segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas
com mais de 60 anos de idade no país já passa dos 29 milhões, constituindo
cerca de 14% da população brasileira[1]. No mundo inteiro,
são cerca de 900 milhões de idosos – número previsto para dobrar até o ano de
2050[2].
Levando em conta o aumento de problemas de saúde que costumam ocorrer ao longo
do envelhecimento, o dia 24 de junho é considerado o Dia Mundial de Prevenção
às Quedas de Idosos.
“Com
a chegada da idade avançada, o centro de gravidade do corpo humano – a postura
– sofre alterações fisiológicas naturais que geram instabilidade no controle do
equilíbrio, provocando quedas que podem prejudicar a qualidade de vida de
pessoas idosas”, comenta o ortopedista e traumatologista Lindomar Guimarães
Oliveira. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30% das pessoas na terceira
idade caem pelo menos uma vez ao ano e 25% destes precisam ser hospitalizados.
Quando a queda gera uma fratura, apenas metade deste número sobrevive após um
ano do incidente, devido a complicações[3].
De
acordo com o Dr. Lindomar, as fraturas são perigosas pois os pacientes idosos
podem perder mobilidade em um nível severo, principalmente se a quebra dos
ossos for decorrente de osteoporose – doença que afeta cerca de 10 milhões de
brasileiros[4] e gera cerca de 121 mil fraturas de quadril por ano
no país[5].
“As fraturas por fragilidade óssea costumam ocorrer em uma fase da vida na qual
a capacidade de recuperação dos ossos já está comprometida. Os ossos que sofrem
fraturas osteoporóticas não conseguem se regenerar com a mesma facilidade que
um osso saudável ou o osso de uma pessoa jovem, pois as células que promovem
esse processo encontram-se em desequilíbrio”.
Estas
células, chamadas de osteoblastos e osteoclastos, são os agentes responsáveis
pela formação e reabsorção óssea (perda óssea), respectivamente. A
instabilidade entre suas funções pode ocorrer devido à menopausa,
envelhecimento, dieta pobre em cálcio, tabagismo, alcoolismo e utilização de
medicamentos de longa duração, como corticoides. Esse fenômeno faz com que os
ossos fiquem porosos e frágeis e, portanto, mais suscetíveis a fraturas
causadas por mínimo esforço.
Ao
longo dos últimos anos, a ciência tem trabalhado no desenvolvimento de
inovações para o tratamento da condição. Estudos publicados recentemente no New
England Journal of Medicine mostram que houve um salto tecnológico nas
modalidades de tratamento, pois já existe uma molécula capaz de atuar na
arquitetura óssea com dupla ação – aumentando a formação dos ossos e diminuindo
o efeito de reabsorção concomitantemente –, possibilidade que ainda não é
oferecida pelas terapias existentes no mercado brasileiro, as quais não são tão
acessíveis ou eficientes para a maior parte da população.
Por
estes motivos, é importante focar na realização de campanhas de conscientização
sobre a doença, além de trabalhar de forma intensa a prevenção das quedas e
detecção das fraturas osteoporóticas, já que grande parte dos pacientes não
sabe que possui osteoporose até quebrar algum osso por fragilidade esquelética[6].
Abaixo, o especialista Lindomar Guimarães Oliveira lista algumas dicas para
prevenir as quedas nessa parcela da população:
Evitar o uso de tapetes
Os tapetes que não são fixos no chão tornam o ambiente mais propício a tropeços, escorregões e quedas.
Utilizar calçados apropriado
Sapatos confortáveis, com sola composta por materiais antiderrapantes, são os mais recomendados para a terceira idade.
Instalar corrimãos na
residência
Servem para manter a estabilidade e facilitar a locomoção, principalmente em locais como banheiros e escadas, que podem ser escorregadios.
Atentar-se aos efeitos
colaterais de medicações de uso contínuo
Alguns medicamentos podem causar sonolência e tontura, que prejudicam as atividades diárias dos pacientes.
Manter a prescrição dos
óculos atualizada
Para os que utilizam óculos, é necessário visitar o oftalmologista com frequência para manter o grau das lentes atualizado.
Instalar iluminação entre o
caminho da cama ao banheiro
Esta é a rota em que acontece a maior parte das quedas domésticas. É interessante utilizar iluminação de led no rodapé ou ter lanternas por perto. Velas são desaconselhadas por perigo de incêndio.
Colocar equipamentos de
segurança no banheiro
Utilizar pisos não escorregadios, barra de segurança no box do chuveiro e também na altura do vaso sanitário.
UCB Biopharma
[1] Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
[2]
Organização Mundial da Saúde (OMS)
[3]
Ministério da Saúde
[4] Siqueira
FV, Facchini LA, Hallal PC (2005) The burden of fractures in Brazil: a
population-based study.
[5] Johnell O and Kanis JA (2006) An estimate of
the worldwide prevalence and disability associated with osteoporotic fractures.
[6] Siqueira FV, Facchini LA, Hallal PC (2005) The
burden of fractures in Brazil: a population-based study.
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