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terça-feira, 15 de maio de 2018

Tratamento de Burnout deve ser multidisciplinar e requer ressignificar as atividades de lazer


Síndrome do Esgotamento Profissional já atinge 30% dos trabalhadores brasileiros

Uma exaustão física e emocional constante e sensação de incapacidade, essas são duas das principais características presentes em quem já sofre de Burnout, também conhecido como Síndrome do Esgotamento Profissional.

A população ocupada brasileira (número de trabalhadores formais e informais) soma mais de 91 milhões. De acordo com a International Stress Management Association do Brasil, 30% desses brasileiros sofrem de Burnout, sendo que 47% deste total já se encontra em um quadro de depressão.

Tatiane Paula Souza, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental, faz um alerta sobre a doença, que cada vez mais afeta profissionais que estão sob níveis de exigência maiores do que o tolerável.

Além das consequências sentidas no trabalho, a síndrome pode se desdobrar em outras doenças. “Há o comprometimento da qualidade da produtividade e, ao mesmo tempo, gera angústias e outros sintomas que comprometem não só a área profissional, mas outras áreas da vida”, afirma a psicóloga.

De acordo com a especialista, o sujeito busca constantemente sua realização profissional e a busca do sucesso, com aumentos de constantes e progressivos pensamentos compulsivos de autoexigência. Estas circunstâncias podem acarretar em sérios problemas físicos e psíquicos.

As causas são diversas. A pressão somada a uma autocobrança muito grande, ou condições inadequadas de trabalho são alguns dos fatores que podem desencadear a síndrome. “É bastante comum esses pacientes apresentarem queixas de acúmulo de trabalho, muitas vezes por não haver substitutos para cargos que foram desocupados. Além dos gestores que acabam hostilizando seus colaboradores”, complementa Tatiane.

Abaixo, alguns dos principais sintomas de quem já está com a Síndrome de Burnout:
  • Excesso de exigência da própria capacidade;
  • Aumento do tempo no ambiente de trabalho, sem que seja exigido;
  • As atividades do trabalho perdem o significado e realizá-las fica cada vez mais custoso;
  • Isolamento social. Há pouco contato com as pessoas, ou até mesmo contato nenhum.
  • Foco apenas nas atividades e assuntos relacionados ao trabalho, desempenhando cada vez menos atividades que proporcionam prazer.
  • Alterações no humor, sono e alimentação;
  • Não consegue diminuir o ritmo do trabalho, apesar de receber esse conselho dos demais e ter ciência de que está em um nível acima do saudável

Caso se identifique com os sintomas, é preciso passar por uma avaliação com um especialista em saúde mental. Tanto o psicólogo como o psiquiatra poderão fazer os encaminhamentos adequados para o tratamento. “Ambos determinam as reais necessidades, que podem variar caso a caso. A partir de um psicodiagnóstico que será recomendado um tratamento, podendo incluir um afastamento do trabalho para tratamento”.

Uma vez que haja a necessidade de afastamento a pessoa tem respaldo para cumprir o tempo estipulado, conforme o direcionamento do especialista. “Uma vez que a pessoa está em tratamento, não é recomendado agir precipitadamente quanto pedir demissão. Nunca deve-se agir por conta própria, pois demitir-se sem essa recomendação pode causar sérios problemas na vida profissional e pessoal do indivíduo”, finaliza.

Aliadas à psicoterapia, algumas atividades também podem contribuir para o tratamento do Burnout:
  • Redescobrir atividades prazerosas de lazer;
  • Desenvolver hábitos saudáveis, seja na alimentação ou atividades físicas;
  • Reforçar vínculos sociais, como amizades que estavam distantes;
  • Disponibilizar um  tempo para passar com a família;
  • Gerenciar melhor o tempo, equilibrando entre as atividades do trabalho com as demais áreas da vida;
  • Atividades de relaxamento e introspecção, como meditação, mindfulness e yoga;
  • Atividades mais extrovertidas, como dança;
·         Planejar uma viagem para se desligar do trabalho.




Tatiane Paula Souza - Psicóloga com formação na abordagem Cognitiva-Comportamental pela Unifesp e especialista em Psicopatologia e Dependência Química pelo Instituto de Pesquisa de São Paulo, Tatiane Paula Souza possui ampla experiência clínica em avaliação, encaminhamento, acompanhamento em internação domiciliar e instituições privadas. Atuou em Hospital Psiquiátrico como Psicóloga Clínica a pacientes em regime de internação continuada e, atualmente, atende como Psicóloga Clínico Cognitivo-Comportamental, em consultório particular, com ênfase em: Transtornos, Saúde Mental, Dependências e Compulsões. Além disso, Tatiane Paula Souza desenvolve programas para empresas, corporações, palestras, workshop, treinamento e desenvolvimento, na área da dependência química, voltado para prevenção e tratamento.

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