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terça-feira, 29 de maio de 2018

Índice de obesidade no Brasil cresceu 60% nos últimos 10 anos

Acompanhamento multidisciplinar faz a diferença no tratamento de controle de peso


No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que nos últimos 10 anos, a taxa de obesidade aumentou 60% e a de sobrepeso 26%. Em pesquisas recentes, também foi possível observar que estar acima do peso pode aumentar o risco de desenvolver diversos tipos de câncer, além do Diabetes Mellitus.

“A obesidade é uma das doenças mais estudadas hoje em dia, pois é um problema mundial que está piorando a cada dia, não somente por afetar a qualidade de vida de modo geral, mas por contribuir com diversos outros problemas de saúde, entre eles o Diabetes Mellitus, doença que traz muitas complicações e de difícil controle medicamentoso”, afirma Ivan Sandoval de Vasconcellos, cirurgião bariátrico da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

A cirurgia bariátrica é um dos métodos utilizados para o controle de peso e, consequentemente, de outras doenças relacionadas. A técnica consiste em realizar um procedimento cirúrgico sobre o estômago ou intestino, visando restringir a quantidade de alimento ingerido, reduzindo sua absorção sem comprometer o equilíbrio do organismo e, assim, melhorar o metabolismo e gerar saciedade precoce (sensação mais rápida de estar satisfeito com o alimento ingerido).

Existem vários tipos de cirurgia e todas as técnicas são, atualmente, realizadas por mini-incisões, por onde finas longas pinças e micro câmera passam. Com o comando do cirurgião (diretamente ou por meio de um robô), o procedimento é feito na cavidade abdominal sem necessidade de grandes cortes, método denominado como videolaparoscopia.

Em todos os casos, é realizada a redução do estômago, por grampeamento (aparelhos modernos que permitem cortar e suturar o estômago ou intestino com rapidez e precisão). O que pode mudar é a realização do desvio intestinal, a qual traz vantagens (maior emagrecimento e melhora de doenças associadas à obesidade) e desvantagens (menor absorção de alguns nutrientes necessitando reposição vitamínica mais intensa, além de maior ocorrência de aderências, dumping ou hipoglicemia).

No entanto, para passar pelo procedimento, é necessário estar dentro de critérios estabelecidos pelas entidades científicas, gestoras e reguladoras, a nível nacional e mundial (CFM, ANVISA, Sociedades Médicas Clínicas e Cirúrgicas). Entre os critérios, o paciente precisa estar há mais de dois anos com obesidade em níveis considerados críticos, que, portanto, pode trazer riscos para a saúde. Estes níveis correspondem a acima do grau II (índice de massa corpórea 35 a 40 kg/m2), na presença de outras doenças associadas à obesidade, ou simplesmente acima de grau III (índice de massa corpórea superior a 40 kg/m2).

Em todos os casos, o especialista afirma que é obrigatório já existir tentativa de tratamento clínico antes de se decidir por cirurgia.

“As pessoas que desejam mudar a qualidade de vida, podem contar com espaços como o Centro de Obesidade da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, que oferece informação e acompanhamento multidisciplinar, contando também com suporte nutricional e psicológico, para conduzir todo o processo de emagrecimento. O espaço foi pensado para atender os pacientes e seus familiares de forma segura e prática em um só lugar, pois possui equipe treinada e integrada, alinhado com a tendência mundial no tratamento da obesidade”, diz o especialista.

De modo geral, a cirurgia traz grande melhora, em alguns casos, até mesmo de resolução de algumas doenças causadas ou agravadas pela obesidade. No entanto, o cirurgião esclarece que é necessário o controle da alimentação após o processo. “É fundamental entender que a cirurgia é uma ajuda, ou seja, não é uma solução definitiva, pois caso o paciente não melhore a alimentação e pratique atividade física, o tratamento pode falhar e, com o passar do tempo, ocorre o reganho de peso com retorno da obesidade”, finaliza.


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