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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Taxas de juros 2020 - balanço do Procon-SP

As taxas médias do empréstimo pessoal e do cheque especial

terminaram menores que no início do ano


Levantamento realizado pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, aponta que as taxas médias do cheque especial e do empréstimo pessoal terminaram menores que as do início do ano. O cheque especial teve queda dos juros mais expressiva quando comparado com a taxa média do ano anterior. Um dos fatores que determinou essa queda foi a limitação de cobrança da taxa de juros para pessoa física em 8% ao mês, a partir de 06/01/20, estipulada na Resolução nº 4.765, de 27 de novembro de 2019 do Banco Central do Brasil.

Empréstimo pessoal


A taxa média do empréstimo pessoal em 2020 foi de 6,10% a.m., indicando decréscimo de 0,14 ponto percentual em relação à taxa média de 2019, que era de 6,24% a.m.

O ano iniciou com taxa média, entre os bancos pesquisados, de 6,17% e finalizou com 6,08% a.m., variação negativa de 1,46%. O banco Santander foi o que apresentou a maior taxa média anual dessa modalidade, com 7,89% a.m.; a menor taxa média anual foi a da Caixa Econômica Federal, com 3,86% a.m.; uma diferença de 4,03 pontos percentuais, representando variação de 104,40%


Cheque especial

A taxa média do cheque especial em 2020 foi de 7,84% a.m., indicando decréscimo de 5,33 pontos percentuais em relação à taxa média de 2019, que foi 13,17% a.m.

Com base nos bancos pesquisados, o ano iniciou com uma taxa média de 8,00% e finalizou com 7,91% a.m., variação negativa de 1,13%. Bradesco, Safra e Santander foram os bancos que apresentaram a maior taxa média anual de cheque especial, com 8,00% a.m.; a menor taxa média anual foi a da Caixa Econômica Federal, com 7,50% a.m.; diferença de 0,50 ponto percentual, representando variação de 6,67%.

O levantamento anual envolveu seis instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander. O comparativo anual é efetuado com base nas pesquisas mensais realizadas pelo Procon-SP.


Veja pesquisa completa

Procon-SP

Diversidade e Inclusão: competências imprescindíveis para líderes em 2021

Uma das coisas que mais gosto no meu trabalho é a possibilidade de poder conhecer e conversar com líderes das mais variadas empresas, com históricos distintos, múltiplas vivências, anseios e percepções sobre o que é Diversidade e Inclusão e o que significa falar sobre isso no contexto empresarial.

Isso me dá a oportunidade de saber como o Agronegócio, a Mineração, o Setor Financeiro, o Varejo, a Indústria e tantos outros setores estão mergulhando neste tema e projetando a perspectiva de inclusão da diversidade em seus negócios, tendo em vista a perenidade da empresa e a transformação da sociedade. Lembrando sempre que a premissa básica é de que essa, obviamente, é a coisa certa a ser feita, mas que quando falamos de grandes empresas e estruturas empresariais, possivelmente seremos demandados de estratégias consistentes para gerar mudanças realmente práticas.

Recentemente, por exemplo, em uma conversa com Carlos Brito, Diretor de Varejo da Nutrien, fui lembrada de que, em um dos meus livros favoritos, “The Paradox of Inclusion” do autor Andrés T. Tapia, há uma menção de diversidade como uma competência que deve ser desenvolvida e cultivada na liderança.

No livro, Andres nos fala de uma Competência Cross Cultural que pode ser notada em três  estágios: “Contribuidor Individual: Demonstra entendimento da definição e dos aspectos de cultura. Busca entender sua própria cultura e perspectiva, como ela difere de outras, e como cultura e perspectiva podem impactar as interações com colegas de trabalho, clientes e outros. Demonstra consciência de outras culturas, perspectivas diversas, estilos, jornadas e experiências e visões de mundo com o objetivo de elevar suas contribuições. Contribuidor Impulsionado: Gerencia seus próprios vieses e estereótipos, e aceita diferenças culturais em estilos, comportamentos, crenças, e visões de mundo. Se aproxima de outros com diferentes jornadas e experiências, perspectivas, estilos, e/ou opiniões para alcançar resultados ideais de negócio. Líder: Molda soluções organizacionais que são interculturais em sua filosofia, concepção, implementação e comunicação. Constrói uma organização intercultural e competente por meio de um sistema e de processos que otimizam o valor de culturas diversas, jornadas e experiências, habilidades, percepções e ideias. Compartilha competências interculturais e inovadoras com líderes vanguardistas fora da organização. Guia toda a organização para que então outros líderes sejam capazes de fazer o mesmo em suas áreas de influência e autoridade.”.

No Livro “Como ser um líder inclusivo”, de minha autoria, também abordo essa questão. Digo que o líder se torna inclusivo à medida em que desenvolve habilidades como: “Empatia – Capacidade inata ou aprendida de se colocar de forma profunda e verdadeira no lugar das outras pessoas, levando em consideração sua história de vida, sua vivência, suas características, de forma a gerar uma aproximação psicológica e emocional, com as mais variadas pessoas. Diálogo – Capacidade de gerar conexões pauta­das na escuta ativa e na compreensão do outro, por meio de uma interação de mão dupla na qual busca-se construir entendimentos, conhecimentos e ações pautados nas mais variadas perspectivas. Falar com intenção e escutar com atenção para construir ideias, famílias, empresas e sociedades. Respeito a opiniões diferentes – A capacidade de respeitar as mais variadas opiniões. Escutar com aten­ção e ativamente e construir conhecimento conjunto. Consciência dos nossos vieses – A capacidade de autoconhecimento, principalmente de perceber “o que pensamos”, “porque pensamos” “como pensamos”. Ou seja, a ampliação do conhecimento sobre como tomamos decisões, naturalizadas so­cialmente, mas que na verdade são fruto de uma construção histórica e social ensinadas de geração para geração. Prática constante – Capacidade de perseverar ao colocar novos comportamentos em prática. Toda mudança – neste caso a prática da liderança inclu­siva – requer novos comportamentos, habilidades e atitudes que deverão ser praticados dia após dia.”.

Veja, faz todo o sentido pensarmos na perspectiva da diversidade e inclusão como competências da liderança. Lembremos que passamos por um ano no qual a temática da diversidade esteve em alta. Para a nossa tristeza, um dos principais impulsionadores do tema foi a morte de indivíduos negros. A discussão sobre o direito à vida. No Brasil, mais recentemente tivemos o homicídio do João Alberto Silveira Freitas expondo a fragilidade das empresas em compreender e aprofundar uma gestão estrutural profunda em prol da valorização da diversidade. E especificamente de avançar no enfretamento de problemáticas existentes nas temáticas de raça e etnia, gênero, LGBTQPIA+, pessoas com deficiência, renda, etc. Muito além da comunicação, de firmar compromissos e de “sair bem na foto”, é fundamental que a liderança das empresas estabeleça metas de curto, médio e longo prazos, com indicadores que permitam acompanhar os seus avanços. E mudar a perspectiva sobre diversidade, considerando esta como uma habilidade e competência imprescindível a ser desenvolvida com o público interno, é parte da solução do problema.

Certamente compartilhei aqui um bom miniguia de contribuições gerais para você que é presidente de empresa, líder de RH, gestor(a) de equipe, consultor(a) de diversidade e está pensando em como trazer a diversidade e inclusão para o cerne das habilidades que precisam ser desenvolvidas e cultivadas em suas equipes. Lembro também que isso só será possível com esforço coordenado, métodos e processos. Mas, tenho certeza de que estamos aptos e que 2021 será um ano com narrativas e vivências muito mais inclusivas para todos.

 



Liliane Rocha - CEO e Fundadora da Gestão Kairós, autora do livro Como ser um líder Inclusivo e premiada com o 101 Top Global Diversity and Inclusion Leaders por dois anos consecutivos (2019 e 2020).


Brasil vem dando exemplo de cooperação no combate à pirataria online, diz especialista internaciona

Executivo da NAGRA cita Operação 404 como um case de sucesso sobre como poder público e iniciativa privada devem agir em conjunto para fechar o cerco ao cibercrime

 

O Brasil vem sendo um bom exemplo de integração entre o poder público e a inciativa privada para combater o avanço da pirataria online. A avaliação é de Pascal Métral, vice-presidente de Assuntos Jurídicos da NAGRA/Kudelski Group, empresa líder em segurança digital. Segundo ele, a cooperação entre empresas e governos é fundamental para fechar o cerco ao cibercrime. E aponta como um caso de sucesso nessa a Operação 404, realizada no mês passado no país.

 

Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Operação 404 envolveu ações da Polícia Civil em diversos estados, e colaboração das embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido no Brasil – além de associações de empresas do setor audiovisual: ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), Alianza e MPA (Motion Picture Association). Foram executados 25 mandados de busca e apreensão, bloqueados 252 sites e 65 aplicativos de streaming ilegal. 

 

A Operação 404 foi destacada por Métral durante um webinar internacional sobre a Convenção de Budapeste, um tratado contra o cibercrime que reúne mais de 60 países, e ao qual o Brasil se prepara para aderir.

 

Responsável pela unidade de inteligência antipirataria da NAGRA, Métral lembrou que a pandemia de Covid-19 aumentou muito o consumo de conteúdos digitais e com isso também os casos de ciberataques e a demanda por serviços de cibersegurança.

 

Para ele, o combate à pirataria deve ser uma prioridade para todos os detentores de direitos. "As empresas não têm escolha, a não ser lidar com esta ameaça e se prevenir contra ataques cibernéticos. Não é uma questão sobre se um dia a empresa será atacada, mas sim de quando será. E quando isso acontecer, ela precisa estar pronta", afirma.

 

Segundo um estudo da NAGRA, o Brasil já é o país com o maior volume de pirataria online no mundo. Em um monitoramento de mais de 4 milhões de usuários de IPTV ilegal em todo o planeta, a empresa identificou que 648 mil destes estão no Brasil.

 

Em seguida, os países que concentram o maior número de acessos a conteúdos ilegais estão no norte da África (Argélia, Marrocos, Egito e Tunísia), seguidos por algumas nações do Oriente Médio (Irã e Arábia Saudita) e Europa (França, Alemanha e Itália).

 

Maturidade

 

Também convidado do webinar, Rodrigo Leme, executivo da Adobe Systems e PhD em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), acredita que o aumento do consumo de conteúdos digitais trouxe mais maturidade para o combate à pirataria online. "É um bom momento para discutirmos o tema em outro nível, sem uma visão romântica da internet", avalia.

 

Na sua opinião, os avanços tecnológicos são importantes não apenas como ferramentas de combate a crimes cibernéticos, mas também para que a indústria possa entender o comportamento de usuários de serviços ilegais e oferecer novas soluções.

 

O debate sobre os benefícios do combate à pirataria para os negócios encerrou uma série de cinco webinars sobre a Convenção de Budapeste, promovidos pela consultoria LTAHub, especializada em ações contra o cibercrime.

 

O último encontro foi conduzido por Felipe Senna e Daniella Ferrari, respectivamente sócio e advogada do CQS FV – Cesnik, Quintino, Salinas, Fittipaldi e Valério Advogados, escritório que também tem entre suas especialidades o combate aos crimes cibernéticos.

 

Sobre a Convenção de Budapeste

 

A Convenção de Budapeste está em vigor desde 2004 e reúne mais de 60 países, mas o Brasil só foi convidado a aderir ao acordo no ano passado. O tratado serve de orientação a qualquer país que pretenda desenvolver legislação contra o cibercrime.

 

Em 2019, o Brasil foi convidado a aderir à Convenção de Budapeste, após iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública e dos esforços do Grupo de Trabalho constituído para esse fim, envolvendo Ministério das Relações Exteriores, Polícia Federal, Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Agência Brasileira de Inteligência e Ministério Público Federal.

 

Em julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional o processo de ratificação legislativa da adesão brasileira à Convenção de Budapeste.

 

Uma vez signatário, o Brasil se unirá ao círculo internacional que já inclui 44 estados-membros do Conselho da Europa e 20 estados não membros, como os EUA, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, República Dominicana e Peru, nas Américas.

 

 

NAGRA/Kudelski Group

https://dtv.nagra.com/

 

30% dos consumidores reduziram o uso do dinheiro durante a pandemia, aponta Bain

Novo normal revela necessidade de bancos e fintechs serem mais digitais


Em um ano em que o distanciamento é regra, o pagamento sem contato disparou, enquanto o uso de dinheiro diminuiu. Uma mudança de comportamento digital que levaria anos, aconteceu em meses, fazendo com que os bancos mudassem suas estratégias de entrada no mercado e estruturas de custo. 

Para entender o impacto dessas mudanças comportamentais para os bancos, a Bain & Company apresenta os resultados de dois levantamentos: uma pesquisa que contou com a participação de cerca de 10 mil pessoas em oito países, fornecida pela Dynata; e outra feita usando o NPS Prism® com 20 mil consumidores dos EUA. 

Ao apontar que 30% dos consumidores mudaram a forma de usar dinheiro durante a pandemia e aderiram aos meios de pagamento sem contato, a pesquisa confirma que empresas especializadas em pagamentos proporcionaram uma experiência confiável aos consumidores em um período de muita incerteza. 




Esse é um dos motivos pelos quais os entrevistados deram às empresas de pagamento um Net Promoter Score mais alto do que conferiam à maioria dos bancos no episódio de envio de dinheiro ou transferência de fundos.

“O banco digital já vinha se expandindo nos últimos anos e a pandemia acelerou essa transição, já que as visitas presenciais às agências caíram drasticamente na maioria dos países”, destaca Silvio Marote, sócio da Bain & Company. 

Além disso, quase todos os entrevistados planejam usar canais de banco digital no futuro. Nos Estados Unidos, existe um plano de compartilhamento considerável para reduzir suas visitas às filiais, mesmo após o fim da pandemia.

 

As lições da digitalização

  1. Flexibilizar a força de trabalho para aumentar os canais virtuais

Embora seja incerto como a mistura de tráfego em toda a rede acabará se estabelecendo, a flexibilidade nos locais e funções de pessoal agora é mais importante à medida que a situação de pandemia flutua. Enquanto os bancos digitalizam mais interações, eles também podem treinar mais funcionários para atuar como agentes de call center virtual em alguns dias ou períodos. E mais funcionários poderiam gastar tempo promovendo canais digitais para clientes para acelerar essa migração.


  1. Melhorar a venda digital

Nos Estados Unidos e em alguns outros países, os bancos de varejo tendem a depender de locais pessoais para a maior parte de suas vendas. Depois que a pandemia começou, alguns bancos deram mais destaque aos seus canais de vendas digitais. Tornar a experiência de vendas digital confiável e conveniente antes de migrar os clientes é fundamental, já que  clientes ficam incomodados quando não conseguem concluir uma interação de vendas digitalmente e precisam mudar para interações por telefone ou pessoalmente.


  1. Remodelar a base de custo - novamente

Os bancos vêm examinando maneiras de se tornarem mais eficientes há anos e agora podem ter que ser mais agressivos e criativos em relação às iniciativas de custo. Por exemplo, novos padrões de tráfego em agências estão surgindo em todo o mundo, de acordo com nossas conversas com executivos de bancos. 



Benefícios do banco digital

Maior fidelização do cliente, ao permitir que tenham acesso a produtos e serviços de forma mais rápida, barata e fácil, proporcionando uma melhor experiência de negociação com um banco. 

Têm um Net Promoter Score (NPS) mais alto que os bancos tradicionais, com o maior fator de diferença sendo as taxas. Os funcionários também se beneficiam, pois consideram sua empresa como um lugar melhor para trabalhar, dando um NPS mais alto no Glassdoor. 

 

Hungria impede a adoção de crianças por casais homoafetivos

O objetivo central de um Estado Democrático de Direito deveria ser proteger os direitos individuais sem exacerbá-los a ponto da igualdade ser solapada de forma impiedosa.

Por outro, a igualdade não pode ser levada ao extremo, o que já se demonstrou como forma de sufocar a liberdade, a criatividade, e o que é pior, gerar uma categoria de privilegiados que dispõe no Estado como essa igualdade deverá ser exercida, embora estes não se submetam aos mesmos direitos da maioria.

Não importa o viés político, seja de esquerda o de direita, muitos autocratas se oferecem como a solução para os problemas do Estado e do cidadão.

Há no mundo atualmente, não que tenha ocorrido somente agora, um movimento que associa a decadência do Estado aos costumes. Em outras palavras, a perda de conforto, os bons tempos idealizados como vividos em um passado que não voltam mais, teriam relação com avanço das pautas identitárias e de direitos humanos.

Com este discurso refratário e apegado aos costumes foram eleitos ou se firmaram politicamente, alguns líderes de extrema direita. Assim ocorreu com Trump, nos EUA; Viktor Orbán, Primeiro-ministro da Hungria; Espanha, Santiago Abasca; Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, dentre outros.

Em comum entre todos estes políticos a prática de minar as instituições democráticas, seja reiteradamente confrontando as instituições, desacreditando eleições, até utilizando-se de ferramentas legais para alterar todo o ordenamento jurídico que lhes possam interessar.

Na maioria das vezes as alterações nos textos da legislação entram em choque com tratados internacionais de direitos humanos ou mesmo com a própria Constituição.

Recentemente, Viktor Orbán, Primeiro-ministro da Hungria, alterou o conceito de família na Hungria. Agora, neste país, a família é conceituada como casamento entre um homem e uma mulher e, por consequência desta definição, a relação com filhos; assim passou a vigorar explicitamente que "a mãe é uma mulher e o pai é um homem".

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi banido constitucionalmente na Hungria em 2012 sendo reconhecidas legalmente apenas as uniões civis, assim, agora somente os casados (homem e mulher), poderão adotar uma criança.

Com essa alteração o país impede que casais do mesmo sexo ou mesmo pessoas solteiras possam adotar uma criança; também é determinado que a criação dos filhos obedecerá esse conceito e dentro da tradição cristã.

Destacamos que poderia ser pior. Há alguns países islâmicos que utilizam a Sharia [Lei Islâmica], punindo com morte a relação entre pessoas do mesmo sexo, como é o caso do Sudão e Paquistão, como exemplos.

Aqui no Brasil, após decisão do Supremo Tribunal Federal, o CNJ – Conselho Nacional de Justiça, aprovou a Resolução 175/2013 estabelecendo que “é vedada às autoridades competentes” a recusa em celebrar casamento civil ou em converter união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Por consequência, a Adoção Homoparental foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal:“O conceito de família não pode ser restringido a casais heterosexuais“.

Apesar dos marcos acima expostos, estes foram, como são, objetos de projetos de Lei em sentido contrário que buscam restringir o conceito do casamento homoafetivo, e, consequentemente, dificultariam a adoção.

O Estado Liberal Democrático se pauta por princípios que buscam o vigilante combate à discriminação, uma vez que para que o indivíduo viva em uma sociedade é necessário que se reconheça nela como cidadão pleno, e membro integrante de seus sistemas e instituições.

Preconceitos com roupagem legal, mas relacionados à religião, deveriam estar superados, pois são mecanismos de esgarçamento e retrocesso do próprio Estado Democrático de Direito, tornando este campo aberto para a autocracia.

 


Cássio Faeddo - Sócio Diretor da Faeddo Sociedade de Advogados. Mestre em Direitos Fundamentais pelo UNIFIEO.  Professor de Direito. MBA em Relações Internacionais/FGV-SP

 

Saber encantar um cliente é o novo diferencial nos negócio

Diante de um novo comportamento provocado pela pandemia, a comunicação baseada na emoção e na empatia é a forma mais eficaz de promover o melhor atendimento e encantar o cliente.

Depois do turbilhão de emoções vividos nos últimos meses, o mundo não vai voltar a ser mais o mesmo. O comportamento do cliente mudou juntamente com as projeções dele para o futuro. Dessa forma, a comunicação passou a ser a ferramenta mais poderosa para ajudar as empresas a se relacionarem com seus cliente nesse novo cenário. E para que essa comunicação seja realmente eficaz, tão importante quanto falar é saber ouvir e compreender o outro.

No entanto, estatísticas apontam que 70% dos clientes que não retornam aos estabelecimentos para uma segunda experiência alegam que o motivo foi o mal atendimento. E os clientes que retornam, não são valorizados. Pelas pesquisas, apenas 2% dos clientes que voltam a comprar recebem algum tipo de bonificação ou cortesias. Ao contrário do que muitos pensam, o Brasil não é o país mais simpático do mundo, ficando em 15° lugar em uma pesquisa realizada sobre bom atendimento.

A emoção interfere de forma decisiva na qualidade e na assertividade da comunicação, aumentando o seu potencial, auxiliando a empresa a diminuir conflitos e a achar o equilíbrio ideal na arte de se relacionar.

Oferecer qualidade no atendimento é uma forma de encantar os clientes. Cada vez mais, especialmente agora nesse novo cenário que estamos vivendo, é preciso ter empatia, olhar com atenção, se colocar no lugar do outro para entender onde seu produto ou serviço pode se encaixar na vida daquela pessoa ou daquele grupo de pessoas.

Encantar não é vender, mas saber surpreender. Para encantar, é preciso ter disposição para perceber, sentir e se conectar com o outro.

Na era da inteligência artificial, é extremamente importante a empresa investir no digital, usar e abusar da tecnologia, mas não deixar de lado a humanização da marca e do atendimento, para que consiga se aproximar ainda mais do seu cliente.

Todos nós temos capacidade para encantar, mas é preciso sair do modo automático pelo qual percebemos o mundo. Se comprometa com a felicidade do seu cliente e com a felicidade da sua equipe. Escute, pondere, avalie, pesquise outras histórias semelhantes e não deixe de lado histórias muito diferentes da sua. Inspire-se em bons exemplos e comece agora.

Por fim, destaco no e-book "100 dicas de Encantamento para aplicar no seu Negócio" que o Encantamento não tem uma fórmula mágica, mas ele nasce e se desenvolve naqueles que se dispõem a olhar com generosidade para si mesmo, para a equipe e para o cliente. Para baixar o -book acesse: https://go.hotmart.com/B44481651D

 


Annelise Beltrão - jornalista, especialista em marketing estratégico e de relacionamento. 

Cinco mudanças trazidas pelo coronavírus que devem sobreviver à pandemia

2020 foi um turbilhão, mas deixará um legado importante para o dia das pessoas


Depois de nove meses de pandemia da Covid-19, a vacina contra o vírus já é uma realidade bastante próxima, com países como Inglaterra, Canadá e Estados Unidos sendo os primeiros a iniciar a imunização de seus habitantes.

No Brasil, por enquanto, apenas o estado de São Paulo divulgou um cronograma de vacinação que terá início em 25 de janeiro. Já o Governo Federal anunciou que prevê iniciar vacinação contra a Covid cinco dias após aval da Anvisa e entrega das doses, mas não especificou nenhuma data. Nas declarações mais recentes do Ministério da Saúde, fevereiro foi apontado como mês provável para esse início de processo.

Mesmo que ainda não haja uma certeza de quando haverá o início de uma vacinação em massa por aqui, agora as pessoas já conseguem vislumbrar uma luz no fim do túnel, mas, é importante reforçar que o coronavírus segue infectando milhares de pessoas por dia e tirando centenas de vidas Brasil afora. Não podemos, portanto, agir como se a doença não fosse mais uma ameaça, pois, o considerável aumento do número de casos no País e o surgimento de uma segunda onda de contágio na Europa nos comprovam justamente o contrário.

E quando a pandemia passar, alguns hábitos que foram construídos e mudanças que foram implementadas na vida das pessoas devem permanecer. Até porque, após toda população ser vacinada, ainda demorará algum tempo para termos dados confiáveis
​​sobre como será a vida pós-pandemia. De acordo com especialistas, a vacina impedirá que a pessoa adoeça, mas não se sabe se impedirá a infecção e transmissão a outra pessoa não vacinada.

Isso significa que os mesmos protocolos preventivos que todos seguiram ao longo de 2020 - do distanciamento físico ao uso de máscaras de proteção - ainda devem ser seguidos. Além disso, outras mudanças que se instalaram neste período vieram para ficar de vez e, acreditem, isso é algo bastante positivo. Veja quais são eles e a opinião de especialistas: 



Home Office - Trabalhando do sofá

Durante a pandemia, a tecnologia também permitiu que qualquer pessoa que trabalha sentada atrás de um computador pudesse se manter distante da sede da empresa e, este novo formato será adotado permanentemente por muitas companhias. No Brasil, os dois mil atendentes do call center da Tim permanecerão em home office. No Magazine Luiza cerca de 1.500 funcionários — de um total de 40 mil— não precisarão mais ir ao escritório. Até mesmo a Prefeitura de São Paulo implementou o trabalho remoto de forma definitiva para os seus mais de 120 mil servidores.

Com esta mudança, empresas podem reduzir os custos de infraestrutura abrindo mão de espaços físicos ou mesmo alugando lugares menores, além de fazer uma economia considerável com energia elétrica, internet, manutenção e suprimentos. Já para os colaboradores, o home office possibilitou, sobretudo, qualidade de vida sem a exaustiva jornada que incluía horas perdidas no trânsito, diminuição de gastos com transporte, alimentação e roupas e também maior convivência com a família.

"A pandemia acelerou a implementação de um sistema de trabalho que levaria ainda muitos anos para ser adotado de forma abrangente. Havia muitas dúvidas sobre a eficiência do home office e se as pessoas manteriam a performance devido às distrações de casa - de filhos à televisão - mas passados nove meses, muitas empresas relatam que a produtividade permaneceu nos níveis anteriores à pandemia, ou até mesmo aumentou. Portanto, esta é uma mudança trazida pela pandemia que, daqui pra frente, deve se estabelecer e fazer parte da vida das pessoas", explica o consultor em gestão, governança corporativa e planejamento estratégico, Uranio Bonoldi. 



"Anywhere Office" - Meu escritório é onde eu estiver

A pandemia desmistificou o home Office comprovando às empresas que as pessoas podem produzir ainda mais de suas próprias casas e agora está entrando em cena um novo conceito: o "Anywhere Office", ou, ‘escritório em qualquer lugar’. Esta nova modalidade vai se estabelecer como uma grande guinada com relação à dinâmica de como muitos trabalham atualmente: se com internet e um laptop podemos trabalhar, o escritório será onde estivermos.

E não se trata de nomadismo digital que é quando a pessoa trabalha de um hostel em Bora Bora ou de um café em Berlim, mas de adequar as necessidades profissionais à vida em um local que contribua para a realização pessoal com saúde física e mental. Por exemplo: por quê viver em apartamentos minúsculos em uma grande cidade se há possibilidade de morar e trabalhar em espaços maiores no interior ou mesmo no litoral? Segundo uma pesquisa da plataforma de comércio OLX, a procura por imóveis em cidades do interior cresceu cerca de 30% no mês de julho. Ao que tudo indica ao observarmos metrópoles pelo mundo, este pode ser o início de um verdadeiro êxodo urbano.

"A partir deste novo formato de trabalho, quando não mais for preciso se deslocar diariamente para ir ao escritório, as pessoas passaram a desejar viver em lugares mais espaçosos para trabalhar e ainda conviver de forma mais harmoniosa com a família. Agora, a prioridade é uma vida mais confortável em lugares onde o custo de vida é mais baixo e com mais segurança - os grandes centros urbanos não são compatíveis com esta nova realidade. Consigo identificar esta mudança como o início de uma nova tendência de comportamento", comenta Dante Seferian, CEO da construtora e incorporadora Danpris. 



Produtos que aumentam a proteção? Queremos (precisamos)!

Com o início da vacinação que se aproxima no Brasil, sabemos que em alguns meses a pandemia de coronavírus pode ser apenas uma lembrança pra lá de desagradável. No entanto, ainda não se pode dizer com certeza qual é o futuro do COVID-19. Com base em outras infecções, há poucos motivos para acreditar que o coronavírus SARS-CoV-2 irá embora em breve, mesmo quando as vacinas estiverem disponíveis. Um cenário mais realista é que ele será adicionado à (grande e crescente) família de doenças infecciosas que são conhecidas como "endêmicas" na população humana.

Além disso, especialistas vêm afirmando que mesmo que vacinadas, as pessoas ainda podem carregar e espalhar o vírus e, por conta disso, o uso de máscaras e outras medidas de proteção, como lavar as mãos com frequência e manter distanciamento social, serão necessárias até que a maioria da população seja inoculada. Sendo assim, produtos surgidos com a pandemia com propriedades antibactericidas e antivirais devem fazer parte de nossas vidas de maneira permanente daqui pra frente.

E não estamos falando apenas de máscaras, mas de plásticos que inativam o coronavírus e vem sendo utilizados para cobrir superfícies diversas, tecidos que por possuírem propriedades anti Covid-19 estão ajudando o setor hoteleiro a expandir as medidas para a segurança de seus hóspedes e até de pisos e tintas de parede que intensificam a proteção das pessoas contra esta doença e outras infecções.

"A pandemia da Covid-19 deflagrou uma nova etapa na guerra com os micróbios. Uma luta histórica contra várias doenças de origem viral ou bacteriana, entre elas a gripe, que reaparece todo ano e, segundo alguns cientistas, poderá vir ainda mais forte. De olho nisso, precisamos criar e aperfeiçoar barreiras contra esses patógenos. E, quanto mais combatermos esses problemas pela raiz, mais evitaremos novos surtos e pandemias. Usar máscaras, lavar as mãos e utilizar produtos com ação antiviral seguirão mesmo após a aprovação da vacina contra o coronavírus. São hábitos que não têm mais volta. Até porque, quando uma epidemia for embora, podemos ter outra batendo à nossa porta", explica Daniel Minozzi, químico e fundador da Nanox, empresa brasileira de nanotecnologia. 



Eventos híbridos - O mundo ao alcance das mãos

Dizer que os últimos meses foram um turbilhão seria um eufemismo. Em questão de dias, eventos ao vivo e conferências planejadas com meses de antecedência foram repentinamente adiadas ou canceladas. Os eventos virtuais se tornaram parte da rotina e, rapidamente, o segmento teve que reaprender a ser eficaz neste novo formato.

Durante este período, uma das lições mais importantes que a indústria de eventos aprendeu foi que, embora os eventos virtuais certamente tenham seus benefícios, os eventos ao vivo sempre serão uma parte importante de qualquer programação de eventos. Sendo assim, os eventos híbridos - aqueles que combinam experiências presenciais e virtuais - serão uma parte essencial na indústria de eventos daqui em diante e serão responsáveis por uma verdadeira transformação na interação do público.

Mas não espere simplesmente uma transmissão ao vivo de uma webcam em um canto, pois é preciso manter os participantes engajados. Agora, do mesmo jeito que os organizadores têm uma equipe de produção para eventos presenciais, precisarão também de uma equipe de produção focada exclusivamente na experiência virtual. "Desde que a pandemia de COVID-19 começou, os eventos virtuais se tornaram a nova opção para empresas e marcas que buscam manter seus clientes engajados durante o longo período de bloqueio. Agora que o mercado lentamente começa a retornar, é preciso se adaptar novamente e os eventos híbridos permitirão aumentar o seu alcanc e com a transmissão para um público maior do que jamais seria possível pessoalmente", explica Natasha de Caiado Castro, especialista em inteligência de mercado e CEO da Wish International. 



Telemedicina - Saúde através do celular

Com o Covid-19, a medicina despontou como um dos segmentos que mais se valeram da tecnologia para assegurar que a população mantivesse seus fluxos de controle sem comprometer ainda mais o sistema de saúde. No início da pandemia, o Governo Federal autorizou que a prática de consultas virtuais pudesse ser realizada. Desta forma, muitos casos não emergenciais puderam ser tratados sem que os Pronto-Socorro ficassem lotados de casos que podiam ser facilmente orientados à distância com o devido suporte especializado. Passado este momento crítico, este avanço apoiado por recursos tecnológicos que fazem parte do dia a dia das pessoas, permitirá fechar todo o ciclo do atendimento: do telediagnóstico ao acompanhamento contínuo do paciente, facilitando o processo, salvando mais vidas e garantindo que um número muito maior de pessoas tenha acesso à devida opinião médica ao alcance de um clique. "As plataformas de atendimento virtual são um legado positivo para a saúde. A telemedicina estimula a busca por diagnóstico preciso, evita a automedicação e promove a tomada de decisões com respaldo clínico especializado. Esse acesso correto aos serviços de saúde melhora a eficiência do setor como um todo. E olhando para o bem estar do paciente, promove melhores desfechos clínicos, garantindo diagnósticos precoces, orientações e encaminhamento correto", afirma Vitor Moura, CEO da startup de saúde VidaClass.


2020: Um ano disruptivo

Um ano que, dizem, não vai terminar, mas que, na verdade, nem começou. Que apesar de ser par está sendo um ano ímpar. Que distanciou os próximos e aproximou os distantes. Que limitou viagens, mas permitiu irmos a vários locais em um mesmo dia, sentados na mesma cadeira. Que fechou escritórios, manteve as pessoas em casa e mudou o conceito de trabalho.

Um ano que favoreceu fisioterapeutas, otorrinos, oculistas, nutricionistas e, principalmente, psicólogos, para suportar novos hábitos e desajustes funcionais. Um ano em que todos nos tornamos profundos conhecedores de infectologia e passamos a opinar nos tratamentos disponíveis. Ano em que perdemos alguns bons amigos e nos alegramos pela recuperação de muitos deles.

Um ano que limitou o networking, mas aumentou o working na Net. Um ano em que, depois de tanto usar delivery, a ida ao supermercado virou um programa e, em alguns casos, uma ida à estratosfera pelos preparativos para começar e terminar a viagem. Um ano em que a parte do corpo de maior contato com o álcool deixou de ser a boca e passou a ser a mão, em que o Google fez as provas de muitos alunos e os funcionários, ao invés de deixarem o paletó na cadeira do escritório, passaram a deixar uma foto no Zoom.

Enfim, depois dessas e de outras tantas “novidades” será que podemos avaliar 2020 e ter esperanças em 2021?

Apesar dos pesares, muita coisa aconteceu e há uma luz no fim do túnel. Estou otimista. Existem muitas linhas n’água e muitas oportunidades à nossa volta. Temos muitos pontos fortes, conhecemos nossos pontos fracos e, o fato de termos aprendido a reconhecer nossas fraquezas na pandemia, acaba sendo também um ponto forte.

A Covid 19 causou mudanças em série, afetando globalmente todos os setores da economia como a redução da demanda de petróleo a níveis nunca vistos, a queda significativa no PIB mundial, a corrida contra o tempo no desenvolvimento de vacinas, o desemprego em massa e o desabastecimento em muitos segmentos. Muitas atividades foram paralisadas por meses e outras ainda não retornaram e, talvez não retornem.

Olhando agora o copo meio cheio, muitos projetos estruturantes estão avançando como a Nova Lei do Gás, o Novo Marco do Saneamento, a Reforma Tributária, as privatizações e conceções, entre outros, que deverão contribuir para o reaquecimento da economia, já começando a ser percebida pela retomada do crescimento industrial verificada nos últimos meses.

No setor de energia, o programa de alienações da Petrobras, o Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres – Reate, o Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos – Promar, o Renova Bio que é uma política de Estado que reconhece o papel estratégico de todos os biocombustíveis, a implantação de grandes projetos de geração eólica offshore e, mais recentemente, as perspectivas da inclusão do Hidrogênio, que surge como nova oportunidade na tendência de descarbonização das matrizes energéticas da maioria dos países, devem gerar muitas oportunidades de negócios. Tal fato traz reflexos importantes na geração de energia e na matriz logística, afetando, dentre outras, a indústria automobilística com reflexos importantes previstos já para o final desta década, com a proibição de motores à explosão na Europa.

Assim, tudo indica que, tão logo encontremos meios de mitigar os efeitos da Covid 19, seja por vacinas ou por tratamentos eficazes, existem boas perspectivas para começar um novo ciclo de crescimento, em um novo normal, com mudança de paradigmas e busca de novas rotas, muitas delas aprendidas nesses dias difíceis que estamos passando. A responsabilidade pela retomada está em nossas mãos.

 


Alberto Machado Neto - Diretor de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da ABIMAQ

  

Empregos: novos dados FGV e as incertezas na retomada pós-pandemia

Especialistas debatem últimos levantamentos da FGV sobre expectativa de emprego e taxa de desempregados


De acordo com o último levantamento da Fundação Getulio Vargas, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 0,4 ponto em novembro, e ficou em 84,5 pontos. Este é o primeiro recuo do indicador, após seis altas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp subiu 3,2 pontos - para 83,8 pontos.

O professor de Contabilidade e Gestão Financeira da IBE Conveniada FGV, Diego Barbieri, explica o estudo. “O objetivo é tentar prever os principais movimentos do mercado de trabalho somando dados sobre a expectativa do brasileiro, levando em conta a situação econômica local, a situação das famílias, a situação do emprego e intenção de gastos. Com esse número é possível tentar prever o aumento ou redução de vagas”.

O professor analisa que o aumento do indicador mostra que o brasileiro acredita numa melhora no cenário econômico e, portanto, pode significar um aumento nas vagas. “A economia é autorrealizável. Quando há uma expectativa de melhora, as pessoas tendem a gastar mais, injetando mais dinheiro no mercado. Mas, o contrário também ocorre. Em momentos de tensão e instabilidade, gastamos menos, contribuindo para a recessão”, avalia.

Barbieri ainda aborda alguns pontos de atenção nos dados do IAEmp. “Avaliando a subida desse indicador, podemos interpretar que no curto prazo vai ser bom porque demonstra que o sentimento das pessoas em relação à economia está indo bem. Porém, o fim do auxílio emergencial é algo a se notar, por exemplo, pois não sabemos como a economia irá reagir sem esse capital na rota”, pontua.

Já o professor de Gestão, Cleber Zanetti, que também dá aulas na IBE Conveniada FGV, complementa que “o movimento de incerteza cria certa dificuldade”. “Entendemos que em dezembro as expectativas por conta das festas de final de ano geralmente são maiores contribuindo também para o crescimento do indicador”. Mas, segundo ele, provavelmente em janeiro o cenário deverá sofrer alteração, ficando mais próximo ao de novembro.


Indicador Coincidente de Desemprego

Outro indicador avaliado pelos professores é o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que subiu 3,2 pontos, somando 99,6 pontos - o maior nível desde maio de 2020. O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Em médias móveis trimestrais, houve alta de 1,1 ponto para 97,5 pontos.

Diego Barbieri responde que os dois dados devem ser analisados em conjunto. Enquanto o primeiro (IAEmp) é um indicador de sentimento e sensação, o segundo (ICD) é um indicador consciente. “Um diz o que estou pensando e o segundo o que de fato está acontecendo”, avalia Barbieri.

Para ele, é normal esse aumento do nível de desempregados devido aos impactos da pandemia. O professor avalia que, embora seja esperado, alguns fatores contribuem para esse aumento como a crise mundial de saúde pública e o momento de tensão política, ao qual ele ressalta que já está mais “diluído no dia a dia das empresas” devido às constantes mudanças nos anos recentes no Brasil.

Outro ponto avaliado por Barbieri é a falta de insumos. “Essas matérias-primas que são commodities vinculadas ao dólar, como celulose e aço, estão mais caras. Portanto, acabam sendo exportadas em detrimento do consumo no mercado local. Isso impacta diretamente na economia, afinal poderia estar produzindo mais e vendendo mais, mas falta material”.

O especialista FGV conclui que a recuperação será lenta, devido à alta instabilidade do momento, porém, a situação pode melhorar a partir de janeiro, sobretudo por causa da possível vacina. “Com a vacinação em janeiro e o fim do auxílio emergencial, conseguiremos sentir o desenvolvimento da economia no próximo ano. No entanto, acredito que esse cenário de desemprego se manterá um pouco. Em dezembro existem as compras natalinas e janeiro costuma ser um período de vacas magras”, define.

Já o professor Cleber Zanetti acredita que para o primeiro trimestre de 2021 os dados ainda deverão mostrar um aumento na taxa de desemprego. “Mas, a partir do segundo trimestre devemos gradativamente retornar à redução nessa taxa, com o aumento da atividade econômica”.


Os índices

O IAEmp é construído como uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, tendo capacidade de antecipar os rumos do mercado de trabalho no país. O indicador é positivamente relacionado com o nível de emprego no país.

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento. O ICD varia no mesmo sentido na taxa de desemprego. Ou seja, quanto maior o desemprego, maior o indicador e vice-versa.

 

Pandemia impacta Natal e Ano Novo e seis em cada 10 pessoas não celebrarão como em anos passados, mostra Ipsos

Presentes natalinos devem ser escassos: 54% vão comprar menos na temporada de festas


A crise sanitária de Covid-19 que acomete o Brasil e o mundo deve causar mudanças nas tradicionais comemorações de Natal e Ano Novo. É o que mostra levantamento realizado pela Ipsos com entrevistados de 16 países, incluindo o Brasil. Segundo o estudo, 59% das pessoas afirmam que a forma como celebrarão os feriados de final de ano em 2020 será muito diferente dos anos anteriores. Entre os entrevistados que têm filhos, a concordância é ainda maior, de 62%.

O sentimento de animação e alegria que usualmente permeia as datas está em falta: apenas 33% estão animados com as festas de dezembro; 33% estão desanimados e 34% dos entrevistados no mundo não souberam responder. E para uma parte significativa das pessoas, as reuniões familiares em torno da mesa para degustar a ceia natalina estão fora de cogitação. Isso porque 35% dos respondentes disseram que só voltarão a realizar encontros sociais após serem vacinados contra a Covid-19. Se levarmos em conta apenas a opinião dos brasileiros, há ainda mais prudência: 39% participarão de atividades sociais somente quando houver uma vacina.

Mudanças nos hábitos de compra para as festas de fim de ano

A pandemia do novo coronavírus também tende a afetar a troca de presentes que costuma fazer parte das tradições natalinas. Mais da metade dos ouvidos pela pesquisa (54%) afirmou que comprará menos nesta temporada de festas. Considerando só o Brasil, são 64%. Além disso, o impacto no bolso levará 82% das pessoas ao redor do mundo e 90% dos brasileiros a procurarem por lojas com descontos na hora de fazerem suas compras.

O isolamento social decorrente da crise sanitária ocasionou, ainda, alterações no comportamento de consumo: 47% concordaram que estão comprando mais on-line agora do que antes da Covid-19. Entre aqueles com filhos, 57% compram mais via internet.

A pesquisa on-line Ipsos Essentials foi realizada com 16 mil entrevistados de 16 países (África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, México, Reino Unido e Rússia) – sendo mil respondentes por país. Os dados foram colhidos entre 05 e 08 de novembro de 2020 e a margem de erro é de 3,5 p.p..

 


Ipsos

www.ipsos.com/pt-br

 

Redação do Enem: as competências que estão por trás de um texto bem escrito

Especialista aponta para critérios levados em conta por examinadores para garantir a tão sonhada nota 1000 na redação


Quem está se preparando para o Enem ou até mesmo já participou de outras edições do exame sabe bem que uma das principais preocupações é a redação. Como fazer uma boa redação e garantir uma boa nota? Não existe fórmula mágica e os desafios são enormes: o tempo exíguo, o tema surpresa que só é revelado no momento da prova e, em muitos casos, a falta de hábito do estudante com a leitura e a escrita e, consequentemente, a falta de repertório. É fato que ninguém se torna um bom escritor do dia para a noite, sem antes ter investido muito tempo em leitura e na prática da escrita. Mas para ter sucesso com a redação no dia do exame, alguns detalhes podem ajudar o estudante a garantir um melhor desempenho. 

De acordo com o assessor de Redação do Sistema Positivo de Ensino, Fábio Gusmão, a redação do Enem é avaliada pelos corretores com base em cinco competências e cada uma delas vale de zero a 200 pontos, somando desse modo 1.000 pontos no total. "É necessário que o estudante fique muito atento a cada uma dessas competências para não perder pontos importantes", alerta. Para ajudar, Gusmão comenta as competências e dá dicas do que precisa ser observado pelo candidato antes de começar a escrever a redação, levando em conta esses cinco critérios.


Domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa

A primeira competência avaliada é referente ao domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, ou seja, é o olhar que o examinador lançará acerca do conhecimento de norma padrão que o candidato leva para o seu texto, como, por exemplo, aspectos relacionados à pontuação, à concordância, à colocação pronominal, à ortografia, dentre outros. "Vale destacar que se ele apresentar mais de duas incorreções, ou melhor, mais de dois desvios de norma, não obterá a nota máxima nessa primeira competência. Logo, uma revisão atenta no texto produzido é de extrema relevância para que não perca tantos pontos e tenha êxito no quesito relacionado ao domínio da modalidade culta da língua materna", orienta.


Compreensão da proposta e construção de um texto dissertativo-argumentativo

A segunda competência diz respeito à compreensão da proposta de redação e aplicação dos conceitos das várias áreas do conhecimento dentro dos limites estruturais de um texto dissertativo-argumentativo em prosa. "Cabe destacar que essa competência avalia dois aspectos: o primeiro é se o estudante atendeu à proposta contida na frase temática, se ele não fugiu ao tema solicitado ou, ainda, se não o tangenciou, que consiste na abordagem parcial do tema, baseada somente em um assunto mais amplo. Isso ocorre quando o candidato não mergulha de uma forma mais profunda no eixo temático que foi proposto. Já o segundo aspecto avaliado nessa competência está relacionado à construção de um texto dissertativo-argumentativo com uma tese - opinião a respeito do tema proposto – apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando, desse modo, uma unidade textual", explica Gusmão.


Construção da argumentação

Dentro dessa competência, o examinador lança o olhar especificamente para a construção da argumentação. Assim, avalia se o estudante seleciona, relaciona, organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista escolhido como tese. "É relevante destacar que, para a construção de uma excelente argumentação, o candidato pode lançar mão de diferentes estratégias argumentativas com intuito de convencer o leitor do seu texto a concordar com a tese que está sendo defendida.  Para isso, pode recorrer a inúmeros recursos, como alusões históricas, comparações de fatos, argumentos de autoridade, citações, dados estatísticos, ou seja, trazer para o texto, por meio de uma ou mais estratégia argumentativa, os diferentes conhecimentos que adquiriu ao longo da sua formação nos diferentes componentes curriculares. Assim, conteúdos relacionados à História, à Filosofia, às Ciências, ao conhecimento literário e à cultura de modo geral devem estar presentes na construção dessa argumentação. É claro que tudo isso não deve estar solto, ou seja, não é simplesmente mencionar ou citar. Essas informações, dados e fatos precisam estar presentes e relacionados a um projeto textual e a um uso produtivo de uma ou mais estratégia argumentativa utilizada com vistas a persuadir o leitor".


Articulação das partes do texto

Na quarta competência, o estudante deve demonstrar conhecimentos dos mecanismos linguísticos necessários para construir a argumentação. Nesse sentido, o examinador avalia a organização textual referente à relação que os parágrafos estabelecem entre si e a amarração dos enunciados por meio de elementos coesivos, já que escrever é sempre estar ancorado em informações anteriores, mas nunca perdendo o foco de que o texto precisa progredir. "O candidato deve tomar muito cuidado com as escolhas de palavras que levará para o seu texto, principalmente no que se refere aos elementos coesivos, pois é muito comum o uso de um conectivo no lugar do outro, a exemplo da conjunção “contudo”, que, muitas vezes, é usada com o propósito de fechar ou sintetizar uma ideia, mas ele não atenta que essa palavra remete à ideia de adversidade, de contrariedade, e a usa, desse modo, de forma equivocada. Assim, cuidados como esse são de extrema relevância para ser bem sucedido nessa competência, que só resultará em nota máxima para aquele que conseguir articular bem as partes do texto e apresentar um repertório diversificado de recursos coesivos".


Proposta de intervenção e respeito aos direitos humanos

Por fim, na última competência, o examinador verificará se o candidato elaborou uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos para o problema que foi apresentado ao longo do texto. Essa proposta precisa ser concreta, específica ao tema apresentado na proposta da prova e que dialogue com os argumentos desenvolvidos ao longo do texto. "Deve-se deixar clara não somente a ação interventiva, mas também quem deverá executá-la, deixar evidente o meio de execução dessa ação, bem como o seu efeito e sua finalidade, tudo isso de um modo muito detalhado para que se possa obter a nota máxima nessa última competência", finaliza Gusmão.

 

Educação começa com L

Muito se tem debatido sobre Educação ao longo dos anos e, em 2020, essas trocas romperam paradigmas para ir ao encontro do que seria mais adequado e factível em tempos de desafios pandêmicos: uma pausa na trilha tocada de forma habitual para uma adaptação e flexibilidade inimagináveis no curtíssimo prazo. Educadores que somos, não desistimos jamais! Na minha área de esperteza, Educação começa com L. O espectro de palavras com essa letra inicial é vasto e muitas delas podem ser usadas com a argumentação adequada. Mas, aqui, escolho o enfoque Linguístico. 

Afinal, como línguas e Educação se moldam? Dominar línguas – duas pelo menos – é chave para melhorar a vida e o trabalho dos indivíduos no contexto de mundo atual. Além de promover a mobilidade, a aprendizagem diversa ao longo da vida e a remoção de barreiras à inclusão social, a melhoria da aprendizagem linguística é um facilitador fundamental para uma educação na qual aprender, estudar e pesquisar não sejam anulados pelas fronteiras.

O objetivo educacional e linguístico é ambicioso: garantir que, quando os jovens deixarem o Ensino Médio, possam falar e escrever bem em pelo menos dois idiomas - o seu idioma mãe e um idioma adicional; ter conquistado ganhos em contextos de alfabetização/biletramento, consciência linguística e multiculturalidade e estarem aptos para projetarem sua voz globalmente. Cultura está relacionada a traços e características de povos que, por coabitarem um mesmo território geográfico – a nação –, compartilham valores e costumes comuns. Desse modo, é frequente pensarmos em cultura brasileira, cultura inglesa ou americana, por exemplo, mas na educação com L, cultura não é um conjunto de valores e características estáveis que faz com que os indivíduos se comportem de certa maneira comum a todos os outros que também nasceram e cresceram naquele território específico. É um conjunto de ferramentas subjetivas, afetividades, memórias históricas e troca de experiências que atraem mais consciências culturais e diversidades que vão além do local geográfico e de uma única língua.

Há também a questão de multiletramentos, que faz referência à multiplicidade dos meios de comunicação, ao aumento das possibilidades linguística e (novamente) cultural presentes no mundo e aponta para a variedade das práticas letradas e para o fato de que os modos de representação variam de acordo com as culturas e contextos. Nessa imensa diversidade, fronteiras deixam de ter sentido separatista e os processos de significação levam à multiplicidade de (re)significações a partir do encontro entre esses múltiplos discursos. Assim, a Educação com L se objetiva a:

  • Expor os alunos o mais cedo possível a mais de uma língua. Tornar-se proficiente em falar línguas é mais eficaz quando a aprendizagem começa em uma idade mais baixa. A imersão por meio da mobilidade, tanto real quanto virtual, também é uma das formas mais eficazes de se tornar totalmente fluente em uma língua adicional.
  • Implementar políticas escolares bi/plurilíngues e que apoiem o desenvolvimento das línguas na escolaridade, promovendo o bilinguismo no aluno e em seu entorno. O biletramento transcende fronteiras linguísticas e é uma habilidade fundamental para a aprendizagem, pois os benefícios cognitivos e psicossociais se estendem a todos.
  • Desenvolver formação de professores e ensino (multi)colaborativo. Professores de idiomas e de disciplinas das áreas do conhecimento precisam de formação sobre como adotar pedagogias inclusivas e linguisticamente sensíveis e gerenciar a diversidade em sala de aula. Oportunidades fortalecidas de mobilidade virtual na formação inicial de professores e para professores atuantes, bem como ensino colaborativo e o envolvimento de toda a escola, são formas eficazes de auxiliar os docentes em sua formação constante a tornarem-se mais conscientes sobre as línguas utilizadas na escola.
  • Apoiar parcerias escolares entre escolas, estados e nações por serem fundamentais para o desenvolvimento contínuo e inovação na formação de professores, pois fornecem uma base para a troca de boas práticas e o desenvolvimento de programas de mobilidade (virtual ou presencial). A entrada de professores no conceito de conscientização linguística é importante e pode ser aprimorada através da troca de práticas pedagógicas com escolas de diferentes localidades.

Por tudo isso, Educação começa com L: língua, letra(mento), limiar, longevidade… e é um processo contínuo.

 



Luiz Fernando Schibelbain - especialista em ensino de Inglês e Gerente Executivo do PES Language Program


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