De acordo com a Entidade, empresas com até quatro funcionários se destacaram
na abertura de vagas no primeiro semestre
Após
fechar mais de 3 mil empregos no mês de maio, o mercado de trabalho dos setores
de comércio (varejista e atacadista) e de serviços no Estado de São Paulo
mostrou sinais de recuperação. Em junho, 9.238 empregos formais foram criados,
resultado de 277.679 admissões contra 268.441 desligamentos. Com esse
desempenho, os grupos encerram o mês com um estoque ativo de 10.114.899 vagas.
Enquanto o comércio apresentou estabilidade, o setor de serviços voltou a puxar
alta, com abertura de 8.839 vínculos empregatícios.
De acordo com a FecomercioSP, o segmento administrativo e serviços
complementares apontou recuperação ao abrir 3.991 novos postos de trabalho em junho
– após o fechamento de mais de 5 mil vagas em maio. Além disso, no panorama
geral, a maioria das atividades de serviços registrou bom desempenho no mês,
exceto educação, o que era previsto em decorrência da sazonalidade já conhecida
pelo fiml do primeiro semestre letivo.
Segundo a assessoria econômica da Federação, as empresas com até quatro
funcionários se destacaram na abertura de vagas no primeiro semestre: foram
quase 104 mil empregos criados por elas, ao passo que as que possuem mais de 5
colaboradores perderam em torno de 22,5 mil vagas no período.
Os dados compõem as pesquisas de emprego no comércio varejista, atacadista e
setor de serviços do Estado de São Paulo (PESPs Varejo, Atacado e Serviços),
apuradas mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do
Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e
no impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado
de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais
(Rais).
Destaque PMEs
Segundo levantamento da FecomercioSP, enquanto o total do varejo perdeu 29.133
vagas no primeiro semestre, as empresas com até quatro funcionários criaram
25.822 empregos formais. No atacado, 2.333 vagas foram geradas nesse período:
empresas com até quatro funcionários abriram 5.522 empregos formais (137%). Já
o setor de serviços criou 108.318 vagas no primeiro semestre, e os
estabelecimentos com até quatro funcionários foram responsáveis 72.639 empregos
formais (67%).
Segundo a Entidade, o bom desempenho é justificado pelo crescimento dos
pequenos negócios, pela proximidade com o cliente e pelo fato de esses
estabelecimentos não terem significativa capacidade de reduzir o número de
trabalhadores em época de crise, pois já operam com o quadro apertado – e
quando a demanda aumenta, precisam imediatamente fazer novas contratações.
Novas modalidades
Desde janeiro de 2019, a FecomercioSP também apura os dados das novas relações
designadas pela Reforma Trabalhista, por intermédio da Lei n.º 13.467/2017,
sancionada há dois anos e em vigor desde novembro de 2017. Além do caráter
estatístico, são informações importantes ao empresário, já que novas
possibilidades das jornadas de trabalho e desligamentos por acordo são alguns
dos principais pontos ocasionados pela reforma.
Em junho, foram registrados 3.848 desligamentos por acordo entre empregado e
empregador, no qual, entre outras características, ressalta-se pagamento de
metade da multa rescisória sobre o saldo do FGTS (20%), prevista no § 1º, do
art. 18, da Lei n.º 8.036/1990, e saque de até 80% do saldo do FGTS por parte
do trabalhador. Esse número corresponde a 1,43% do total de desligamentos
gerais no mês. O setor de serviços (-2.582) foi o que liderou, seguido pelos
segmentos varejista (-983) e atacadista (-283).
Na modalidade intermitente, foram abertos 2.650 novos postos no Estado de São
Paulo, provenientes de 4.110 admissões contra 1.460 desligamentos. O
setor de serviços criou 2.501 empregos formais, seguido pelo varejo, com 134
novos vínculos. Atacado abriu apenas 15 vagas nessa modalidade. Considera-se
como intermitente o contrato de trabalho não contínuo, e ocorre com alternância
de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas,
dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto ocupações regidas por legislação própria.
Já o trabalho parcial, jornada cuja duração não excede 30 horas semanais (CLT,
art. 58-A), registrou 259 vínculos em junho. O comércio varejista foi o que
gerou mais postos de trabalho (196); enquanto serviços abriu 63 vagas; e
atacado permaneceu estável nessa modalidade.
Varejo
O mercado de trabalho formal do comércio varejista gerou 199 postos de trabalho
com carteira assinada, resultado de 71.434 admissões contra 71.235
desligamentos. Dessa forma, o setor encerrou o mês com um estoque ativo de
2.067.247 vínculos empregatícios – leve alta de 0,9% em relação ao mesmo
período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, 18.579 vagas foram
criadas.
Atacado
O comércio atacadista no Estado de São Paulo criou 200 postos de trabalho com
carteira assinada em junho: 14.665 admissões contra 14.465 desligamentos. Com isso,
o setor encerrou o mês com um estoque ativo de 517.169 vínculos empregatícios –
alta de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12
meses, foram cridas 9.114 vagas.
Serviços
O setor de serviços no Estado de São Paulo retomou o ritmo e puxou o saldo
positivo de contratações em junho: foram criados 8.839 empregos formais,
provenientes de 191.580 admissões contra 182.741 desligamentos. Com esse
desempenho, encerrou junho com um estoque ativo de 7.530.483 postos de trabalho
– alta de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos 12
meses, o saldo também foi positivo, com 123.822 vínculos.
Nota metodológica
Pesquisa de Emprego no Comércio do Estado de São Paulo (PESP)
A Pesquisa de Emprego no Comércio do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível
de emprego do comércio varejista, atacadista e de serviços em seus ramos de
atividades (CNAE) selecionados, por meio de dados entregues dentro e fora do
prazo determinado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério
do Trabalho (Caged).