Pesquisar no Blog

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Bebida alcoólica e dieta: é possível conciliar? Entenda o impacto no seu corpo

 

Especialista explica como a ingestão de drinques interfere nos resultados do plano alimentar e aponta estratégias para reduzir os efeitos no organismo 

 

Brindar com os amigos faz parte da vida social de muitos brasileiros, e não é pouca gente. Segundo a 3ª edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), publicado em setembro de 2025 pela Unifesp em parceria com a Senad/MJSP, 42,5% da população consome bebidas alcoólicas. Mas será que dá para curtir esses momentos sem colocar em risco a dieta, ainda mais para quem está na luta para emagrecer e se livrar daquela “pochete” insistente?

De acordo com a Dra. Sylvia Ramuth, diretora técnica do Emagrecentro, rede referência em emagrecimento e estética corporal, a bebida alcoólica, ao ser ingerida, é absorvida e metabolizada pelo fígado, podendo interromper temporariamente a oxidação de gorduras e carboidratos. “Enquanto o organismo está ocupado em processar o etílico, a taxa metabólica da alimentação fica em segundo plano”, reforça a médica.

Por isso, é fundamental adotar alguns cuidados para que o consumo social não comprometa a saúde nem atrapalhe a dieta. Diversos estudos e guias apontam que, se você mantiver um déficit calórico global (ou seja, consumir menos calorias do que gasta), ainda pode perder peso mesmo bebendo. No entanto, vale ressaltar que o álcool não fornece nutrientes significativos e é amplamente conhecido pelos malefícios que pode causar quando consumido em excesso. A seguir, confira quatro orientações para conciliar o brinde ocasional com uma rotina equilibrada:

  1. Aposte nas opções “menos prejudiciais”

“Nem todo coquetel é igual. Opte por aqueles que tenham menos açúcar e menor valor energético em sua composição. Vinhos secos, por exemplo, costumam ter entre 100 e 120 calorias por taça, enquanto misturas elaboradas com xaropes e licores podem ultrapassar facilmente 300 calorias cada. Para quem está em processo de emagrecimento, escolher versões mais simples faz diferença no resultado”, orienta.

  1. Intercale sempre com água

“O álcool é diurético, ou seja, aumenta a perda de líquidos do organismo. Isso gera desidratação e favorece a famosa ressaca. Uma medida prática é alternar cada dose com um copo de água. Essa hidratação extra ajuda o fígado a processar melhor o destilado, diminui a retenção de líquidos e ainda reduz a vontade de continuar bebendo.”

  1. Respeite os dias de treino

“Quem pratica atividade física deve ter atenção redobrada. O álcool prejudica a síntese de proteínas, que é fundamental para a recuperação muscular. Isso significa que beber na véspera de treinos intensos pode atrapalhar a evolução e aumentar o risco de lesões. Se for brindar, priorize os dias em que não há exercício no dia seguinte”, recomenda.

  1. Defina um limite antes de sair

“Ter um número máximo em mente é uma estratégia simples para evitar exageros e garantir o suficiente para socializar sem comprometer o plano alimentar. Mais do que isso, as calorias se acumulam rapidamente e o metabolismo fica sobrecarregado, o que dificulta o emagrecimento”, afirma a profissional.

 

Emagrecentro

 

Black Friday: 5 dicas para aproveitar a data sem cair em armadilhas

Rebeca Toyama aponta maneiras de como manter as prioridades e não comprar compulsivamente 

 

Lançada no Brasil em 2010, a Black Friday é considerada a maior e a mais esperada liquidação do ano pelos consumidores e lojistas, a data vem ganhando força a cada ano e só fica para trás do Natal. Todos os anos, os consumidores sofrem com uma série de problemas que vão desde atrasos nas entregas a armadilhas como falsas promoções. Pensando nisso, a especialista em Desenvolvimento Humano Rebeca Toyama desenvolveu dicas para os consumidores não caírem nas fraudes e manter um consumo consciente.

Segundo uma pesquisa realizada no mês de outubro pelo Google, apontou que a intenção de compras dos consumidores para a Black Friday aumentou 58% em relação ao ano passado. De acordo com o estudo, 69% já sabem o que vão comprar e o gasto médio girará em torno de R$ 1.330.

Já o levantamento divulgado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), mostra que o percentual médio de descontos da Black Friday este ano deve girar em torno de 24%, dado um pouco menor do que apontou pesquisa feita no mesmo período do ano passado, onde os descontos giravam em torno de 29%.

A especialista alerta os consumidores manterem um consumo mais consciente, fazendo uma lista de desejos e prioridades, além de ter um planejamento financeiro bem definido para aproveitar as oportunidades da Black Friday e não ficar no vermelho. É importante saber separar o que é realmente uma necessidade, do que algo que o consumidor vai comprar, somente porque o preço está atrativo.

“Depois de fazer o seu planejamento financeiro e um compilado dos produtos que você precisa, o segundo passo é listar possíveis sites onde poderá adquirir os produtos e acompanhar quais deles estará com o melhor preço.”, afirma a especialista.

Praticar o autocontrole em momentos de compras, por exemplo, é algo primordial para não cair em cilada e não comprar compulsivamente, pois por diversos motivos os consumidores são induzidos por apelo ao consumo, como no caso dos aplicativos de lojas e comidas que sempre enviam cupons e ofertas imperdíveis.    

“Não somos treinados a tomar decisões, e por isso acabamos tomando ações no presente que comprometerão nosso futuro. Nosso cérebro tem uma relação com o tempo um pouco complexa e prolixa, não consegue relacionar a atual situação financeira com as pequenas decisões tomadas no dia a dia. E por isso, precisamos incluir um planejamento, limites e metas para que não tomemos ações contrárias à realidade que gostaríamos de viver no presente e futuro.”, finaliza a expert.

Diante de estudos feitos em psicologia e economia comportamental, onde apontam diversos vieses que podem levar os consumidores tomar decisões irracionais, a especialista Rebeca Toyama preparou 5 dicas para os consumidores aproveitarem as compras sem cair em ciladas:

1- Faça um planejamento: De acordo com a sua lista de desejos, organize suas prioridades e faça um planejamento financeiro para definir o valor a ser gasto sem comprometer o orçamento. Assim, a armadilha do consumismo não irá prejudicar suas finanças.

2- Mantenha as prioridades: Você vai se deparar por diversas “tentações”, amigos, familiares e até os próprios anunciantes podem tentar te convencer de que todo mundo vai comprar aquele produto e que você precisa também. Evite qualquer compra por impulso.

3- Fuja das promoções “imperdíveis”: Pesquise muito antes de comprar aquele produto desejado, compare o preço e veja se de fato compensa comprar na Black Friday. É muito comum nos deparar com promoções que à primeira vista são imperdíveis, mas em muitos casos é apenas um apelo comercial.

4- Pesquise lojas e sites: Evite dores de cabeça e frustração, aproveite algumas horas do seu dia para pesquisar a fundo a reputação das lojas e sites, além de comparar preços e diferentes fornecedores, consulte sites como Procon e Reclame Aqui para saber quais estão no Ranking de reclamações.

5- Cuidado com seus dados: Não insira seus dados em sites desconhecidos, uma boa dica é verificar o nível de confiabilidade dos e-commerces, para isso, o Procon-SP disponibilizou uma lista de sites não recomendados. Além disso, prefira sempre comprar em e-commerces recomendados por pessoas conhecidas. 

 

Rebeca Toyama - palestrante especialista em planejamento de carreira e educação financeira. Fundadora da Academia de Coaching Integrativo, coordenadora do Programa de Mentoring associada a Planejar (Associação Brasileira de Profissionais Financeiros) e fez parte da Comissão de Recursos Humanos do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). Colunista do blog Positive-se, colaboradora do livro Coaching Aceleração de Resultados, Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal) e Instituto Filantropia. Coach com certificação internacional em Positive Psychology Coaching e nacional em Coaching Ontológico e Personal Coaching com o Jogo da Transformação.


Copom acerta. Ainda não havia espaço para flexibilização monetária, observa FecomercioSP

 

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central acertou ao manter a taxa básica de juros do País, a Selic, em 15% ao ano (a.a.). Embora existia expectativas de queda a partir dessa reunião — a penúltima de 2025 —, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) acredita que, diante do cenário econômico, o comitê não tinha escolha senão manter a taxa de juros no patamar atual.  

Alguns dados respaldam essa posição: a inflação de serviços está pressionada (6,14% no acumulado de 12 meses até setembro) pelo aquecimento do mercado de trabalho que, por consequência, eleva a renda média das famílias, estimulando o consumo. O índice geral (IPCA) até caiu para 5,17% no intervalo de um ano, mas também permanece acima do teto da meta, de 4,5%.  

Além disso, a capacidade instalada da indústria está acima da média histórica: em setembro, ela ficou em 81%, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). É reflexo de uma economia rodando perto do limite, porque, nesse nível, qualquer aumento de demanda se transforma em inflação, e não em crescimento. 

Isso sem contar, novamente, a política fiscal incerta. A falta de um compromisso inequívoco do governo de controle dos gastos públicos, além das metas de resultados primários em questionamento, aumento de despesas obrigatórias e um orçamento de 2026 em total descrédito, o mercado não tem outra opção que não precificar esse risco. A taxa Selic é apenas reflexo disso.   

Para a FecomercioSP, cortar os juros agora seria bastante tentador, mas perigoso. Ainda que a inflação esteja caindo, o núcleo do fenômeno segue elevado, além de todas as incertezas da conjuntura. Se não foi uma decisão fácil — juros altos pesam no orçamento das famílias, travam a atividade econômica e pesam o crédito —, por outro lado é apenas dessa forma que o Banco Central conseguirá colocar os preços nos trilhos novamente, mantendo-os dentro do intervalo da meta no futuro próximo. Essa é a prioridade agora.


FecomercioSP
Facebook
Instagram
LinkedIn


Estudo inédito do Instituto MBCBrasil projeta demandas impactantes para biocombustíveis e eletrificação em 2040

Políticas públicas coordenadas farão o Brasil superar os desafios de infraestrutura 

 

O Instituto MBCBrasil lança um estudo inédito que traça o panorama dos desafios estruturantes para os caminhos da mobilidade sustentável no Brasil até 2040 em um cenário de novas metas climáticas, além de projeções nos avanços dos programas Combustível do Futuro; e de Aceleração da Transição Energética (PATEN). O levantamento “Iniciativas e Desafios Estruturantes para Impulsionar a Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil até 2040” vai além dos detalhes das rotas tecnológicas para acelerar a descarbonização e aborda os desafios estruturantes para o país assegurar a entrega de biocombustíveis e a estrutura para eletrificação nos próximos 15 anos. O estudo evidencia ainda, o setor de transporte pesado como oportunidade estratégica para o desenvolvimento de soluções inovadoras, viabilizadas por políticas públicas coordenadas, infraestrutura adequada e previsibilidade regulatória.

Realizado pela LCA Consultores, o trabalho inédito mostra que a participação dos veículos eletrificados na frota circulante crescerá 44 vezes até 2040, impulsionada pelo avanço dos híbridos que devem representar 72% da frota de eletrificados e por políticas de estímulo à infraestrutura e à mobilidade de baixo carbono. No segmento de veículos leves, os motores flex seguem relevantes, mas a eletrificação avança de forma acelerada na frota, alcançando 17,4 milhões de unidades previstas até 2040, o que representará mais de 27% da frota nacional. O estudo ressalta o papel estratégico dos veículos híbridos-flex (bioelétricos), uma inovação nacional que deverá compor a maior parte da frota de veículos híbridos, consolidando uma rota tecnológica eficiente e alinhada às vantagens competitivas do país. O cenário também reflete uma transição em curso, marcada pela diversificação de tecnologias e pela consolidação de várias rotas para uma mobilidade mais sustentável e acessível.

Para o Instituto MBCBrasil, o desafio é transformar esse potencial técnico em resultados estruturantes. A entidade defende que o sucesso da mobilidade de baixo carbono depende da convergência entre inovação tecnológica e políticas públicas bem coordenadas. “O Brasil tem condições únicas para liderar uma transição energética eficiente e inclusiva, capaz de unir crescimento econômico e sustentabilidade. O avanço das novas tecnologias e o fortalecimento dos biocombustíveis mostram que é possível reduzir emissões e, ao mesmo tempo, ampliar oportunidades de desenvolvimento”, afirma José Eduardo Luzzi, presidente do Instituto MBCBrasil.


Biocombustíveis como vantagem competitiva

Com base no estudo, os biocombustíveis assumem papel estratégico na transição energética brasileira. O etanol, apontado como um dos maiores diferenciais do país, pode ter a demanda ampliada em até 2,4 vezes até 2040, impulsionada tanto pelo consumo interno quanto pela abertura de novos mercados globais. Essa expansão será especialmente relevante com o uso crescente do etanol na produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e no transporte marítimo, segmentos que podem alcançar em 2040 um volume quase equivalente à 80% da demanda total de etanol do ciclo Otto registrada em 2025. Contudo, o documento enfatiza que, apesar do crescimento da demanda para SAF e transporte marítimo, a oferta de etanol será robusta, impulsionada pelo aumento da produtividade da cana-de-açúcar e pela expansão do etanol de milho, garantindo o suprimento para o transporte terrestre. Esse movimento reforça o papel do Brasil como fornecedor estratégico de energia limpa.

Para suportar esse crescimento, o setor sucroenergético investe em inovação tecnológica, com avanços genéticos e biotecnológicos capazes de dobrar a produtividade da cana-de-açúcar até 2040, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da oferta. A oferta de etanol de milho ganha protagonismo como vetor de segurança energética e diversificação, saltando de 7,6 bilhões de litros em 2024 para cerca de até 25 bilhões em 2040, ampliando a capacidade do país de atender à demanda global por fontes renováveis.


Biometano: novo vetor de transição

Entre as fontes de energia limpa, o biometano desponta como uma das maiores oportunidades para a descarbonização do transporte e o fortalecimento da segurança energética nacional. Produzido a partir de resíduos agroindustriais, o combustível tem potencial para substituir até 70% do consumo de diesel no transporte pesado até 2040, um avanço relevante para reduzir emissões e custos logísticos.

Segundo a LCA Consultores, a expansão do biometano pode impulsionar novos polos de desenvolvimento regional, especialmente em áreas ligadas à agropecuária e ao setor sucroenergético. O aproveitamento do potencial estimado de produção, que pode chegar a 120 milhões de metros cúbicos por dia, reforça a posição do Brasil como referência mundial em energia renovável.

“As projeções indicam que custo marginal de descarbonização do transporte é otimizado quando o país aproveita as rotas já consolidadas e introduz gradualmente novas tecnologias, como o biometano. Essa combinação reduz os riscos e permite uma trajetória de investimento mais estável para o setor”, explica Fernando Camargo, sócio-diretor da LCA Consultores.


O futuro do transporte de carga

O transporte pesado avança em ritmo acelerado na adoção de soluções de menor emissão. Embora os caminhões a combustão interna ainda representem cerca de 85% da frota, o estudo aponta o crescimento expressivo de alternativas como o biometano e os veículos elétricos a bateria (BEV), que juntos devem somar 15% da frota até 2040. A descarbonização desse segmento ocorre por meio de múltiplas rotas tecnológicas. Para a frota majoritária movida a diesel, a política de biocombustíveis continua essencial, com projeção de mistura (biodiesel no diesel) chegando a B20 no cenário base e B25 no cenário alternativo, garantindo uma transição gradual e consistente que mantém a segurança energética do país.

O avanço da mobilidade elétrica no Brasil exigirá investimentos de R$ 25 bilhões até 2040 apenas para a infraestrutura de recarga de bateria. O país, com sua matriz elétrica 88% renovável, cadeia de biocombustíveis consolidada e capacidade industrial instalada, está preparado para escalar essas soluções de forma coordenada e eficiente. O estudo propõe políticas públicas necessárias e consistentes para que os desafios estruturantes sejam vencidos e o país alcance os objetivos de segurança energética, a partir das demandas projetadas para os próximos 15 anos. É preciso iniciar agora.  



Instituto MBCBrasil
Para mais informações, visite o site
LinkedIn e Instagram

 

Celular e biometria são o futuro das viagens, aponta pesquisa global da IATA

Istambul - A Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA) divulgou os resultados de sua Pesquisa Global de Passageiros 2025 (Global Passenger Survey - GPS), destacando duas tendências-chave que estão redefinindo a experiência de viagem dos passageiros:

  • Dependência do celular em alta: cada vez mais viajantes estão gerenciando todas as etapas da jornada por meio de smartphones.
  • Adoção de biometria em expansão: o uso de biometria e identidade digital está evoluindo para permitir um processamento mais fluido nos aeroportos, e os viajantes aprovam.

“Os passageiros querem gerenciar suas viagens da mesma forma que gerenciam muitos outros aspectos de suas vidas — por meio do smartphone e com identidade digital. À medida que cresce a familiaridade com processos digitais, do momento da reserva à retirada de bagagem, a mensagem dos viajantes na Pesquisa Global de Passageiros é clara: eles gostam e querem mais disso. Há, no entanto, uma ressalva importante: é preciso continuar construindo confiança, o que torna a cibersegurança uma prioridade. A cibersegurança deve estar no centro da transformação digital de ponta a ponta, da reserva ao pagamento e à experiência de voo”, afirmou Nick Careen, vice-presidente sênior de Operações, Segurança e Proteção da IATA.



Dependência do Celular em Alta

A pesquisa confirma que os celulares se tornaram o elemento central da jornada do passageiro. Os viajantes estão utilizando cada vez mais seus smartphones para reservar voos, gerenciar pagamentos e programas de fidelidade, além de realizar check-in, imigração, embarque e despacho de bagagens. O interesse por uma viagem totalmente móvel é maior do que nunca.

  • Os hábitos de reserva e pagamento estão migrando para os canais digitais. Mais da metade dos passageiros (54%) quer lidar diretamente com as companhias aéreas e está fazendo isso cada vez mais por meio de aplicativos. Os sites das companhias aéreas continuam sendo a preferência mais comum (31%), mas caíram em relação a 2024 (37%). Em 2025, os aplicativos web foram a escolha preferida de 19% dos viajantes, subindo de 16% em 2024, tendência impulsionada principalmente por viajantes mais jovens (25%), indicando que o uso de opções digitais deve continuar crescendo.
  • As preferências de pagamento também estão mudando. Embora cartões de crédito e débito ainda predominem (72%), houve queda significativa em relação a 2024 (79%). O uso de carteiras digitais aumentou expressivamente (de 20% em 2024 para 28% em 2025), e os pagamentos instantâneos, como o IATA Pay, também cresceram (de 6% em 2024 para 8% em 2025).
  • Os passageiros querem que seus celulares façam ainda mais por eles: 78% desejam usar o smartphone como carteira digital, passaporte digital e cartão de fidelidade integrados, para reservar, pagar e realizar processos no aeroporto. O uso de tags eletrônicas de bagagem também está em alta, subindo de 28% em 2024 para 35% em 2025, permitindo gerar tags diretamente no dispositivo móvel durante o check-in.


Adoção de biometria em alta
O uso de biometria nos aeroportos está se expandindo, e a satisfação dos passageiros com essa tecnologia atingiu o nível mais alto até agora.

  • Metade dos passageiros (50%) já utilizou biometria em algum momento da viagem, frente a 46% em 2024. O uso é mais comum nos controles de segurança (44%), saída (41%) e entrada (35%) na imigração. Desde 2022, o uso biométrico aumentou quase 20 pontos percentuais.
  • Entre os que já utilizaram biometria, 85% disseram estar satisfeitos com a experiência.
  • Além disso, 74% dos viajantes afirmam que estariam dispostos a compartilhar suas informações biométricas se isso significasse não precisar apresentar passaporte ou cartão de embarque em etapas como check-in, segurança, imigração e embarque.
  • A privacidade de dados ainda é uma preocupação, mas há espaço para construir confiança: 42% dos passageiros que atualmente não estão dispostos a compartilhar dados biométricos dizem que reconsiderariam se tivessem garantias de proteção de dados.

“Os passageiros já utilizam biometria em diferentes etapas da jornada, do check-in ao embarque. Mas, para tornar a experiência internacional totalmente digital, os governos precisam começar a emitir passaportes digitais e permitir seu reconhecimento seguro entre fronteiras. Quando isso se tornar prática comum, viajantes, governos e companhias aéreas verão os benefícios da identidade digital, com uma experiência ainda mais conveniente, eficiente e segura”, completou Careen.



Tendências Regionais

África
Os passageiros africanos valorizam o contato humano e são os que mais costumam reservar através de escritórios de companhias aéreas ou centrais de atendimento. Apresentam um dos níveis mais altos de satisfação global (segundo lugar), mas enfrentam grandes desafios fronteiriços, com vistos e imigração apontados como principais barreiras. Simplificar esses processos pode liberar um grande potencial de crescimento.


Ásia-Pacífico
Os viajantes dessa região são os mais digitais do mundo, com o maior nível de satisfação geral. Lideram no uso de aplicativos móveis e carteiras digitais e são os que menos utilizam cartões de crédito. Também estão entre os que mais usam biometria, embora apresentem o menor índice de satisfação com essa tecnologia. Esse público, altamente tecnológico, espera jornadas cada vez mais rápidas e fluidas.


Europa
Os passageiros europeus são os mais tradicionais e cautelosos. Preferem reservar diretamente pelos sites das companhias aéreas e pagar com cartões de crédito ou débito. São os menos propensos a usar biometria e os mais hesitantes em compartilhar dados ou substituir documentos físicos por identificação digital. Mesmo com essa cautela, ocupam o quarto lugar em satisfação global.


América do Norte
Os viajantes norte-americanos priorizam conveniência acima de tudo. São os mais propensos a escolher voos com menor tempo total de viagem e menos conexões, e confiam fortemente nos sites das companhias aéreas. Apesar disso, estão entre os menos satisfeitos globalmente, ficando em penúltimo lugar. A biometria é amplamente utilizada, mas as preocupações com privacidade são as mais fortes do mundo. Eficiência e confiança na segurança dos dados são as maiores prioridades.


América Latina e Caribe
Os viajantes dessa região valorizam o atendimento pessoal e preferem pagar com cartões de crédito ou débito. São os mais propensos a obter vistos em consulados ou embaixadas. Embora usem menos biometria, demonstram forte disposição para adotá-la e alta satisfação quando o fazem. Atendimento humano e conveniência são prioridades, mas ainda assim, estão entre os menos satisfeitos globalmente.


Oriente Médio
A fidelidade é fundamental para os passageiros do Oriente Médio. Eles preferem aeroportos e companhias aéreas de confiança, são altamente engajados digitalmente, utilizam amplamente carteiras digitais e têm forte entusiasmo por credenciais de viagem no celular. Estão entre os mais satisfeitos do mundo, ocupando o terceiro lugar geral. Lealdade e qualidade de serviço seguem como principais prioridades.


Perfis de Passageiros (Demografia)

Homens:
Eles tendem a adotar ferramentas digitais, especialmente aplicativos de companhias aéreas, com mais rapidez que as mulheres. Mostram maior interesse por viagens gerenciadas apenas pelo smartphone e usam biometria com um pouco mais de frequência.

Mulheres:
Elas adotam soluções digitais com mais cautela, mas estão aumentando gradualmente o uso de aplicativos de companhias aéreas e acompanhando as tendências gerais do setor. Levam mais em conta a reputação e experiências anteriores das companhias aéreas, demonstrando preferência por confiabilidade e segurança.

Gerações mais jovens (≤26 anos)
Os viajantes mais jovens são os mais proativos no uso de tecnologia para aprimorar suas jornadas, mas buscam maiores garantias de privacidade e segurança. São muito mais propensos a reservar voos por meio de aplicativos do que os grupos etários mais velhos, que ainda preferem sites. Também demonstram maior preferência por carteiras digitais e biometria em vez de documentos tradicionais. Apesar de sua alta familiaridade digital, é o grupo mais difícil de satisfazer, com menos viajantes relatando altos níveis de satisfação com suas experiências de viagem.

Sobre a Pesquisa Global de Passageiros 2025 (GPS)
Os resultados da Pesquisa Global de Passageiros (GPS) baseiam-se em mais de 10.000 respostas de viajantes em mais de 200 países. A pesquisa oferece uma visão sobre o que os passageiros esperam de sua experiência de viagem aérea. Acesse a página da Global Passenger Survey para consultar a análise completa.


O perigo invisível nos brinquedos: como identificar produtos inseguros para as crianças

Manter as crianças longe das telas é uma tarefa difícil para a maioria dos pais, mas nem sempre oferecer um brinquedo em troca de tablets, celulares ou computadores é seguro. Um estudo realizado por pesquisadores de São Paulo acendeu um alerta: brinquedos aparentemente inofensivos podem conter metais pesados como bário, chumbo, crômio e antimônio. 

A pesquisa, realizada na Universidade de São Paulo (USP), analisou 70 produtos de fabricação nacional e revelou níveis de contaminação muito acima dos limites permitidos, chegando até 15 vezes a mais do que o considerado seguro. O trabalho, publicado na revista Exposure and Health, também simulou o contato dos brinquedos com a saliva das crianças, identificando a liberação de outros 21 elementos tóxicos, incluindo mercúrio, arsênio, cádmio e níquel.

Diante dos riscos, o que os pais podem fazer? A primeira providência, diz a médica e professora titular de Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Iguaçu (Unig), Maria Angélica Barcellos Svaiter, é desconfiar de qualquer característica pouco usual. 

“Brinquedos com cheiro forte ou metálico, tinta descascando, peças enferrujadas ou quebradas e falta de selo do Inmetro são indícios importantes de que algo pode estar errado. Produtos sem procedência confirmada ou vendidos a preços muito baixos também merecem desconfiança”, alerta ela.


Sintomas de alerta

Segundo a médica, a exposição a metais pesados pode causar uma série de sintomas neurológicos, gastrointestinais e dermatológicos. Entre os sinais mais comuns estão a irritabilidade, sonolência, fraqueza e dores de cabeça; náusea, dor abdominal, constipação e perda de apetite; reações na pele, como manchas, coceira e vermelhidão; alterações de comportamento, como dificuldade de concentração e distúrbios do sono; e, em casos mais graves, tremores e convulsões.

De acordo com Carlindo Machado e Silva Filho, professor assistente da Unig, o chumbo, por usa vez, pode causar atraso cognitivo e déficit de atenção; o mercúrio, tremores e gengivite; o cádmio, lesões renais; o arsênio, fadiga extrema e diarreia intensa; e o níquel, dermatite de contato.


Como agir e se prevenir

Em caso de suspeita de intoxicação, Maria Angélica recomenda que os responsáveis afastem imediatamente a criança do brinquedo suspeito e procurem atendimento pediátrico imediatamente.

Há exames específicos para detectar a presença de metais no organismo, como dosagens séricas de chumbo, mercúrio, cádmio e arsênio. Em casos graves, o tratamento pode incluir hidratação venosa, medicações sintomáticas e até mesmo o uso de agentes quelantes, que ajudam na eliminação dessas substâncias do corpo.


Confira abaixo, segundo a especialista, dicas para evitar riscos:

- Prefira brinquedos com selo do Inmetro e instruções em português;

- Evite produtos sem procedência ou de origem duvidosa;

- Desconfie de itens muito baratos;

- Evite brinquedos pintados em tons metálicos (dourado ou prateado);

- Observe o comportamento da criança e sinais físicos sem causa aparente, especialmente se aparecem após o contato com determinado brinquedo.

Com esses cuidados, as crianças poderão brincar à vontade, dando tranquilidade aos pais e cuidadores.

 

Miami se consolida como destino universitário e figura entre as melhores cidades dos EUA para estudantes



 Além de atrair celebridades, empreendedores e executivos, cidade agora se destaca também como um dos grandes polos universitários dos Estados Unidos 


Miami, conhecida principalmente por seu estilo de vida luxuoso, praias, baixos impostos e influência latina, agora ganha também o título de um dos destinos universitários mais promissores dos Estados Unidos. De acordo com um novo levantamento da empresa financeira WalletHub, a cidade ficou em 14º lugar entre todas as cidades americanas e em 8º entre as grandes cidades no ranking das melhores cidades universitárias do país. 

O estudo, que utilizou dados do US Census Bureau e do National Center for Education Statistics, avaliou as cidades com base em métricas como custo-benefício, oportunidades acadêmicas e econômicas e ambiente social. Miami se destacou especialmente por sua vida urbana vibrante, seu ambiente multicultural e pela forte presença de oportunidades de carreira em áreas como negócios, tecnologia e saúde, fatores que vêm atraindo um número crescente de jovens profissionais e estudantes. 

Entre as principais universidades localizadas na região estão a University of Miami (UM), uma das mais prestigiadas do país, a Florida International University (FIU), reconhecida por seu corpo discente diverso e forte presença de alunos estrangeiros, além de instituições como a Miami Dade College e a Barry University. 

Miami e o sul da Flórida registram aumento constante no número de estudantes universitários, inclusive entre internacionais, reflexo do apelo global da cidade. De acordo com a emissora pública WLRN, a Flórida recebeu cerca de 45 mil estudantes internacionais no ano letivo de 2023–2024, o que representa um crescimento de aproximadamente 5% em relação ao período anterior. Esse movimento inclui as universidades da região metropolitana de Miami, que têm se tornado cada vez mais procuradas por jovens de diferentes países. 

Para Daniel Ickowicz, CEO da Elite International Realty, o destaque de Miami no ranking reforça o novo momento da cidade. Com 30 anos de atuação no mercado da Flórida, ele observa que a educação universitária da região é sempre uma informação muito buscada pelos clientes estrangeiros da consultoria, especialmente brasileiros, seja para seus próprios estudos ou para os filhos. 

“O que tenho visto nos últimos anos é uma transformação profunda em Miami. A cidade está cada vez mais estruturada para receber estudantes internacionais, com universidades de excelência, programas diversificados e oportunidades que vão além da sala de aula. Por isso acredito que Miami continuará subindo nesse ranking e no conceito geral de cidade ideal para universitários”, afirma Ickowicz. 

“Miami definitivamente deixou de ser uma cidade apenas para férias. Hoje, é também um lugar excelente para viver, trabalhar, investir e estudar. Essa combinação única de qualidade de vida, desenvolvimento econômico e educação de alto nível faz com que cada vez mais jovens e famílias olhem para a cidade como um destino completo para o futuro”, completa. 


Azul e Azul Conecta abrem mais de 180 novas vagas para pilotos

Companhia reforça seu quadro de aeronautas e começa novo ciclo de crescimento a partir do começo do ano que vem Também serão abertas novas vagas para comissários de bordo, em todo o país



A Azul, maior companhia aérea em número de cidades atendidas e de rotas domésticas diretas no Brasil, e sua unidade de aviação regional, a Azul Conecta, vão abrir 186 vagas para pilotos. Do total, 160 profissionais integrarão o quadro da Azul, enquanto 26 atuarão na Azul Conecta, considerada a principal porta de entrada para quem deseja seguir carreira como piloto na Companhia. 

O processo seletivo contemplará diferentes etapas de avaliação, com oportunidades para pilotos com diferentes níveis de experiência e que buscam crescer dentro do grupo. Atualmente, a Azul opera aeronaves dos modelos Airbus A330, Airbus A320/321, Embraer 195 e ATR. Já a Azul Conecta voa com os Cessna Grand Caravan, e é considerada a maior operadora do modelo no mundo, em número de horas voadas, e também opera o Pilatus PC-12. 

“Nos últimos meses, passamos por transformações significativas que estão impulsionando a Azul para um futuro ainda mais sólido e promissor. Com isso, abrimos a portas para que novos pilotos possam fazer parte da família Azul. Da mesma forma, quem hoje já é um Tripulante também terá a oportunidade de crescer, assumindo novas posições na carreira”, diz Daniel Tkacz, Vice-Presidente de Operações da Azul Linhas Aéreas. 

Com as melhorias operacionais implantadas ao longo deste ano, a Azul terá um novo ciclo de expansão, permitindo a contratação de mais profissionais e a geração de novas oportunidades de emprego. Além dos pilotos, vão ser abertas vagas para comissários de bordo em todo o Brasil.
 

Azul Conecta  

Criada há cinco anos para fortalecer a aviação regional, a Azul Conecta se consolidou como a maior operadora mundial do Cessna Grand Caravan e principal empresa regional com voos regulares no Brasil. Em 2024, foram mais de 31 mil horas de voo acumuladas. 

Atualmente, a Companhia opera 24 aeronaves em 44 destinos, com média de 1,2 mil voos e 10,8 mil assentos por mês. Só no primeiro semestre de 2025, foram cerca de 7,2 mil voos e 28 mil Clientes transportados, levando conectividade aérea a regiões onde o acesso muitas vezes só seria possível por via fluvial. 

Responsável por levar conectividade a áreas remotas do Brasil, a Azul Conecta opera em todas as regiões do país e sua malha atende destinos que nunca antes tiveram acesso ao modal aéreo.
 

Melhor companhia aérea para trabalhar  

Em outubro, a Azul foi a melhor colocada entre as empresas do setor aéreo nacional no ranking Melhores Empregadores de 2025, promovido pela revista TIME em parceria com a plataforma Statista, na categoria Transporte e Logística. A Companhia conquistou a 35ª posição, ficando à frente das empresas de aviação brasileiras. O reconhecimento reforça o compromisso da Azul com a excelência no atendimento e a valorização de seus profissionais. Em 2024, a companhia já havia sido eleita a melhor aérea brasileira no ranking The World’s Best Brands, na categoria Hospitalidade e Viagens. 

A pesquisa, inédita em 2025, ouviu mais de 500 mil avaliações de funcionários em diversos países, incluindo Brasil, Índia e Austrália. No Brasil, foram consideradas as 500 empresas cujos colaboradores demonstraram maior disposição em recomendar seus empregadores.
 

Requisitos e qualificações 
 

Comandante Azul Conecta: 

  • Horas de voo serão analisadas pelo Comitê de Recrutamento de Pilotos;
  • Licença de Piloto Comercial;
  • Habilitação MNTE – Válida;
  • Habilitação IFR – Válida;
  • CMA de 1ª classe (PC) emitido no Brasil – Válido
  • Proficiência em Inglês nível ICAO 4 ou superior: é um diferencial;
  • Passaporte Brasileiro – Válido;
  • Curso Superior é uma vantagem, não é requisito mínimo.

 

Copiloto Azul Conecta  

  • Horas de voo serão analisadas pelo Comitê de Recrutamento de Pilotos;
  • Licença de Piloto Comercial;
  • CMA de 1ª classe (PC) emitido no Brasil – Válido;
  • Proficiência em Inglês nível ICAO 4 ou superior – é um diferencial;
  • Passaporte Brasileiro – Válido;
  • Habilitação MNTE – Válida;
  • Habilitação IFR – Válida;
  • Curso Superior é uma vantagem, não é requisito mínimo;

 

Copiloto Azul Linhas Aéreas  

  • Horas de voo serão analisadas pelo Comitê de Recrutamento de Pilotos;
  • Licença de Piloto Comercial;
  • Habilitação MLTE ou TIPO - Válida
  • Habilitação IFR - Válida
  • Jet Training ou Experiência em Multi-Crew (Empresa RBAC 121/135);
  • Experiência recente (mínimo de 3 pousos e 3 decolagens nos últimos 90 dias)
  • CCT PLA – PLA Teórico;
  • CMA de 1ª classe (PC) emitidos no Brasil – Válido
  • Proficiência em inglês nível ICAO 4 ou superior válido (2 meses) – requisito mínimo;
  • Passaporte Brasileiro – Válido;
  • Visto Americano B1/B2 –Válido ou Cidadania Europeia;
  • Curso Superior é uma vantagem, não é requisito mínimo

 

As vagas serão ofertadas em breve neste link: Link

 

Achou que a pensão tinha acabado? STJ decide que pagamentos voluntários podem virar obrigação eterna

Entendimento reforça a importância de planejamento financeiro e jurídico em casos de pagamento voluntário após divórcio

 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a pensão alimentícia pode continuar por prazo indeterminado quando o pagamento é feito de forma voluntária por longos anos, mesmo após o fim da obrigação judicial. A decisão reforça os princípios da boa-fé objetiva e da confiança, mas também acende um alerta sobre o impacto financeiro dessa conduta para quem mantém a contribuição sem formalização. 

O caso envolveu um ex-marido que, apesar de ter obtido a exoneração da pensão, continuou a realizar os depósitos por mais de duas décadas. Ao reconhecer a prática contínua como geradora de expectativa legítima, o STJ entendeu que o comportamento prolongado cria um vínculo jurídico entre as partes, transformando o pagamento em uma obrigação de fato, e não apenas de vontade. 

De acordo com Otavio Pimentel, sócio do PHR Advogados especialista em Direito de Família e Sucessões, a decisão reforça a necessidade de cautela nas relações financeiras pós-divórcio. “O pagamento voluntário e contínuo, mesmo sem exigência judicial, pode ser interpretado como reconhecimento tácito da obrigação. A prática gera o precedente. Por isso, iniciar ou manter pagamentos dessa natureza sem orientação e sem considerar os reflexos dessa conduta pode se revelar em ato de má gestão da situação”, explica. 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os pedidos de pensão alimentícia aumentaram de 168.395 em 2020 para 199.793 em 2024, com recorde histórico em 2023, quando ultrapassaram 204 mil solicitações. No mesmo período, o número de pensões fixadas pela Justiça saltou de 331.825 para 551.489, um crescimento de 66,2%. 

O especialista acrescenta que o entendimento do STJ traz segurança jurídica para o beneficiário, mas também cria um desafio de planejamento para o pagador. “É essencial que o alimentante consulte um advogado antes de iniciair ou cessar pagamentos voluntários, porque o ônus financeiro pode se tornar permanente, inclusive gerando uma obrigação legal futura que não estava dentro do planejamento pessoal”, pontua. 

Para ex-cônjuges em situação de vulnerabilidade, a decisão representa um avanço na proteção da subsistência, sobretudo em casos de idade avançada, doença ou dependência econômica. Já para quem realiza o pagamento, o alerta é claro: a continuidade do repasse por anos, sem formalização de novo acordo, pode ser interpretada como anuência definitiva da obrigação. 

“O precedente do STJ ilustra a forma como o Judiciário enxerga o tema. Relações familiares e patrimoniais estão cada vez mais conectadas, e o direito tem reconhecido a boa-fé e a conduta prolongada como elementos que geram obrigações econômicas de longo prazo”, conclui Pimentel. 

 

Fonte:

Otavio Pimentel – sócio do PHR Advogados e especialista em Direito de Família e Sucessões. Ex-membro assessor do Tribunal de Ética da OAB-SP e ex-professor em Planejamento Sucessório na FK Partners.

 

Posts mais acessados