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sábado, 2 de agosto de 2025

Como a presença – ou ausência – paterna molda vínculos afetivos, autoestima e padrões emocionais ao longo da vida


Agosto é o mês dos pais – e a data pode trazer tanto a celebração, quanto o incômodo do ponto de vista emocional. Seja pela ausência, distância afetiva, vínculos rompidos ou por traumas familiares não elaborados, a figura paterna tem um impacto profundo e duradouro na estrutura emocional de uma pessoa.

“A maneira como um pai se faz presente – emocional e fisicamente – durante a infância pode moldar desde a forma como nos relacionamos até o modo como reagimos ao mundo”, afirma a psicóloga e neuropsicóloga Tatiana Serra, especialista em comportamento humano e saúde emocional familiar.
 

A presença forma, a ausência marca

Estudos mostram que filhos de pais participativos desenvolvem mais autoestima, autonomia e segurança emocional. Já a ausência paterna – seja por abandono, distanciamento emocional ou negação do afeto – pode gerar lacunas afetivas difíceis de serem preenchidas, com consequências como dificuldade de confiar, de se posicionar e de lidar com frustrações.
 

Alienação parental e masculinidade tóxica

Tatiana também alerta para os casos de alienação parental, quando um dos responsáveis (geralmente em contextos de separação) manipula a criança para rejeitar o outro genitor. “A criança passa a absorver a dor de um adulto como se fosse sua, e isso pode gerar conflitos internos e sofrimento silencioso”, explica a especialista.

Outro ponto relevante é o desafio da paternidade diante da masculinidade tóxica. “Muitos homens cresceram sem referência de afeto, aprendendo a reprimir emoções. Isso afeta sua forma de se conectar com os filhos e perpetua ciclos de silêncio emocional.”
 

Trauma infantil e comportamento na vida adulta

Traumas ligados à figura paterna são mais comuns do que se imagina e podem se manifestar na vida adulta como medo de abandono, baixa autoestima, necessidade constante de validação e dificuldade em construir vínculos duradouros. “Muitas vezes, o adulto que busca terapia por ansiedade ou insegurança está, na verdade, tentando entender e curar a dor da criança que um dia se sentiu invisível para o pai”, finaliza Tatiana.



Tatiana Serra - psicóloga e neuropsicóloga - CRP: 06/123778 - Neuropsicóloga pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (2014), analista do Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP). Experiência de mais de 10 anos em Análise do Comportamento e desenvolvimento de famílias e equipe.

Infância: tempo de descoberta, não de desempenho

Freepik
Vivemos em uma sociedade marcada pela cultura da pressa, em que tudo precisa ter forma, função e resultado imediato. E esse ritmo acelerado invade, também, a infância.

As crianças aprendem aquilo que presenciam e vivenciam. Muitas vezes, a forma como nos comunicamos com elas gera estresse e a sensação de tempo acelerado. Exemplo disso é que, no momento da saída para a escola, os pais já alertam: “Só temos cinco minutos! Vamos nos atrasar, todo dia é essa dificuldade!”.

A fala indica impaciência em torno de uma rotina atribulada e deixa a situação ainda mais difícil. Portanto, o melhor seria estabelecer uma comunicação mais empática: “Crianças, ainda temos cinco minutos, vocês precisam de ajuda?”. São os mesmos cinco minutos, porém, alertados com leveza e respeito.

Espera-se que os pequenos aprendam o quanto antes, tenham maior agilidade e rendam mais. O brincar espontâneo é substituído por atividades estruturadas, a curiosidade cede lugar à performance, e o erro — parte fundamental da aprendizagem — se torna indesejado.

Mas a infância não é um ensaio para a vida adulta. Ela é vida em sua forma mais intensa, marcada pela descoberta, pela experimentação e pelo encantamento diante do mundo. É nesse tempo livre de pressões que a criança constrói quem ela é, desenvolve sua criatividade, regula as emoções e aprende sobre o outro.

Quando exigimos que tudo tenha uma função imediata, eliminamos o espaço da dúvida, da tentativa e do erro. E, sem erro, não há aprendizado significativo. Foi com esse olhar que escrevi “O Rabisco”, uma história que convida adultos e crianças a desacelerarem juntos.

A pressa em “ensinar” antes da hora compromete não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas, também, o emocional. Crianças precisam de tempo para observar, repetir, perguntar e errar sem medo. A pausa, muitas vezes, ensina mais do que a correria. Elas devem sentir sua importância. Reconhecer que o tempo livre, muitas vezes visto como “tempo perdido”, é essencial.

É nesse intervalo que podem criar, reinventar e encontrar sentido nas experiências. Brincar sem roteiro, desenhar livremente é mais do que diversão: é uma forma profunda de conhecer o mundo e a si mesmas.

Além disso, o sentimento de pertencimento é vital nesse processo. Quando a atividade faz sentido para a criança e ela se sente respeitada e acolhida em seu ritmo, o engajamento surge naturalmente. E com ele, a autoconfiança. Saber que se é capaz, que se tem valor mesmo quando não se acerta de primeira, fortalece a autoestima e o desejo de aprender.

Criar, brincar, imaginar, explorar. Esses não são desvios do caminho, são o próprio caminho do desenvolvimento infantil. Precisamos resgatar o tempo da infância como momento de descoberta, e não de desempenho. Um tempo que respeita o ritmo, valoriza o processo e entende que crescer é, antes de tudo, viver com sentido.

 

Iara Mastine - psicóloga infantojuvenil e autora do livro “O Rabisco”.


Dia dos Pais: como gerenciar os desafios da criação moderna?

Coaching é uma ferramenta essencial para que os pais possam abordar os desafios da paternidade atual, promovendo a autoconsciência, a comunicação afetiva e um ambiente familiar de bem-estar e desenvolvimento

 

A paternidade, como tantos outros aspectos da vida, se transforma constantemente. Hoje, criar filhos exige habilidades que antes não eram consideradas primordiais: escuta ativa, validação emocional, manejo das próprias emoções e diálogo aberto. Os desafios mais comuns que os pais enfrentam hoje em dia são complexos e multifacetados, mas um ponto crucial que emerge é o desejo por um envolvimento mais profundo e presente. Uma pesquisa recente, intitulada Radar da Parentalidade, realizada pela Filhos no Currículo em parceria com o Movimento Mulher 360, revela esse anseio: 82% dos pais desejam uma licença mais longa para acompanhar o início da vida de seus filhos. Dentre eles, 34% gostariam de ter mais de 21 dias de licença, enquanto um significativo grupo de 26% apoia uma licença de até 120 dias, evidenciando o desejo por uma participação mais ativa desde os primeiros momentos. Ainda sobre as dificuldades cotidianas que os pais enfrentam atualmente, pode-se mencionar:

  • Mudanças no modelo de paternidade e autoridade;
  • Conseguir conciliar o mundo profissional e familiar;
  • Complexidade na comunicação com seus filhos.

Números do próprio banco de dados da International Coaching Federation (ICF) mostram que 80% das pessoas que recebem coaching melhoram sua autoestima e relações interpessoais. Este é um fator principal que pode ajudar no crescimento e bem-estar do núcleo familiar. Durante o processo de coaching, o pai se submete a estabelecer suas próprias metas, gerar a autoconsciência, a responsabilidade e agir em consequência. Alguns dos benefícios são:

  • Maior consciência e autoconhecimento: as pessoas desenvolvem uma compreensão mais profunda de seus próprios padrões de comportamento, suas emoções, seus valores e como tudo isso influencia seu estilo de criação. Isso lhes permite ser pais mais conscientes e intencionais. Além disso, ao descobrir suas próprias forças e aprender a aplicá-las na criação, sentem-se mais competentes e seguros em seu papel, reduzindo a ansiedade e a culpa.
     
  • Desenvolvimento de inteligência emocional: aprendem a identificar e gerenciar suas próprias emoções de maneira construtiva, o que lhes permite tornar-se um grande modelo a seguir para os filhos e reagir aos desafios da maneira mais adequada possível.
  • Comunicação efetiva e consciente: adquirem ferramentas para promover a escuta ativa, a empatia, a comunicação assertiva e, assim, melhorar o diálogo com os membros da família, promovendo a compreensão e a conexão.
  • Limites claros e respeitosos: o coaching ajuda os pais a definir e comunicar limites ou normas de maneira eficaz, promovendo a disciplina positiva e o respeito mútuo sem cair na autoridade imposta ou na permissividade.
  • Equilíbrio e bem-estar pessoal: os pais aprendem a priorizar seu próprio autocuidado e a gerenciar seu tempo da maneira mais eficaz. Dessa forma, isso lhes permite ter energia e disposição para a criação e desfrutar da vida pessoal.

O coaching apoia o cliente na identificação dos diferentes papéis que exerce - como profissional, mãe ou pai, filho(a), líder, colega - e o ajuda a reconhecer como está vivenciando cada um deles. A partir dessa consciência, o processo favorece o estabelecimento de prioridades, o reconhecimento de limites e o desenvolvimento das competências necessárias para atuar com mais presença e equilíbrio em cada papel, evitando sobrecarga e fragmentação”, afirma Andréa Mazarem, Vice-Presidente da ICF. 

Ao melhorar a forma como se comunicam, gerenciam suas emoções e se relacionam com seus filhos, os pais não apenas se transformam, mas também contribuem para um ambiente familiar mais nutritivo e propiciam o desenvolvimento de pessoas mais seguras, empáticas e emocionalmente inteligentes.

 

ICF – International Coaching Federation


Parceiros e pais são as principais influências nas decisões de viagem dos brasileiros, aponta Booking.com

Estudo revelou que cônjuges lideram como companhia mais influente nas decisões de viagem; já o maior desafio em família é manter a calma diante dos imprevistos

 

Uma nova pesquisa* da Booking.com — uma das principais empresas de reserva de hotéis, aluguel de temporada, voos e outros serviços de turismo —, realizada com viajantes brasileiros, revela que companheiros românticos e pais têm papel central na decisão por uma viagem. O levantamento, que analisa preferências por idade, gênero e região, mostra ainda quais são os maiores desafios de viajar em família e quem os brasileiros escolheriam como a companhia ideal.

Ao serem convidados a escolher uma única pessoa cuja companhia os faria mudar os planos de viagem, os brasileiros colocaram os cônjuges no topo da lista: mais de um terço (35%) dos entrevistados afirmaram que alterariam o roteiro para viajar com o parceiro ou a parceira. Esse percentual é ainda mais alto entre os mais velhos, chegando a 45% na faixa de 55 a 64 anos, e entre os moradores do Sudeste (38%). Os pais aparecem em segundo lugar (16%), com destaque entre os jovens de 18 a 24 anos — 32% escolheram os pais como companhia prioritária.


Os desafios das viagens em família

Lidar com imprevistos sem perder a paciência é, de longe, o maior desafio apontado ao viajar com a família: quase um terço dos brasileiros (29%) indicou essa dificuldade, com destaque para os viajantes com 65 anos ou mais (43%). Encontrar um plano que agrade a todos vem em seguida (27%), especialmente desafiador também para os idosos acima de 65 anos (33%).

Outros perrengues familiares também aparecem com frequência: voltar com mais bagagem do que levou (13%), fazer as malas de todos (12%) e conseguir fazer as refeições no horário indicado (10%).


A companhia ideal para cada perfil

Diante da hipótese de escolher um criador de conteúdo famoso para acompanhar uma viagem, os brasileiros demonstraram preferências variadas. O perfil mais citado foi o de especialista em viagens econômicas (16%) — aquele que sabe encontrar voos baratos e acomodações com bom custo-benefício. Esse tipo de companheiro ideal foi especialmente popular entre as mulheres (18%). Na sequência aparece o influencer gastronômico (15%), conhecido por descobrir restaurantes imperdíveis em cada destino — sendo o preferido entre os homens (15%).

O terceiro lugar ficou com os criadores apaixonados por história (14%), que conquistam principalmente os públicos mais velhos: 21% entre os entrevistados com mais de 65 anos e 20% entre aqueles de 55 a 64 anos. Já os críticos de viagens de luxo, que conseguem upgrades e acessos exclusivos, foram escolhidos por 13% dos turistas brasileiros, com leve aumento entre viajantes do Sudeste (15%)

Entre os mais jovens (18 a 24 anos), o destaque vai para as celebridades do Instagram, especialistas em fotos perfeitas e conteúdo de viagem. Esse perfil foi apontado por 21% desse grupo, mas perde força com o avanço da idade — entre os 65+, foi citado por apenas 7% dos entrevistados.

 

*Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada de maneira independente com 4.000 entrevistados da Argentina, Brasil, Colômbia e México. Para participar dessa pesquisa, as pessoas deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado a lazer pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e estarem planejando uma viagem nos próximos 12 meses. A pesquisa foi feita on-line em maio e junho de 2025.

 

O último parágrafo


Durante anos, ela viveu de palavras. Moldava frases igual artesão esculpe madeira: com paciência, com dor, com alma. Seus personagens tinham peso; seus silêncios, voz; suas histórias, carne.

Podia-se dizer que seus escritos produziam algo nutritivo à alma. Não continham apenas pão. Havia bife no interior daqueles sanduiches ensandecidos.

Era escritora; dessas da antiga, que escrevem mesmo quando ninguém lê.

Ela não lembrava do seu nome anterior, mas às vezes sonhava com lugares que nunca visitou: uma vila à beira-mar onde o vento trazia cheiro de sal e tristeza.

Diziam que reencarnação era crença dos que têm medo do fim. Mas para ela era esperança dos que já viveram demais. Algo dentro dela sussurrava que o tempo não era uma linha reta, mas um círculo.

Na vida atual, buscava sentido nos encontros: nas amizades instantâneas, nos olhares que duravam um segundo, mas carregavam séculos. Acreditava que tudo tinha um porquê, mesmo que esquecido; que enterrado na poeira de outra existência.

Talvez tivesse sido mãe, guerreira, poetiza ou algo mais simples: uma lavadeira que cantava à beira do rio. Não importava.

No fundo, ela sabia: a morte não era um fim. Era só intervalo entre dois atos; e a alma, essa inquieta viajante, sempre encontra o caminho de volta ao palco da vida.

E era na literatura que encontrava uma maneira de deixar a crença metafísica se tornar uma engrenagem sensível e poderosa. Ao criar personagens que retornam em diferentes épocas, em corpos distintos, mas com fragmentos de alma que resistem ao tempo, ela desenhava uma tapeçaria emocional que atravessava séculos e, nessa travessia compartilhada com os leitores, contava a sua própria história que estava ali encoberta na intimidade do inconsciente.

Mas o mundo mudou. Vieram as máquinas. Rápidas, incansáveis, versáteis. Produziam contos, ensaios, romances em segundos. Sabiam imitar estilos, repetir fórmulas de sucesso, prever gostos. E o que antes era arte virou algoritmo.

Ela resistiu. Tentou provar que alma não se programa, que há coisas que só o humano compreende: a hesitação do amor, a culpa silenciosa, o vazio de uma perda. Mas as editoras se renderam aos dados, os leitores aos atalhos. Sua voz, outrora buscada, tornou-se obsoleta; lenta demais, profunda demais.

Com o tempo, não havia mais por quem escrever. Nem para quê. Restou-lhe apenas o silêncio e uma folha em branco, onde escreveu, sem pressa, seu último parágrafo. Não para um leitor, não para um algoritmo. Para si mesmo.

 

Proença - economista de formação e trabalhou por mais de 30 anos em uma das maiores instituições financeiras do país. Agora aposentado, dedica-se a carreira de escritor e publicou um livro infantil, dois de contos e dois romances, sendo o mais recente “O canto do amor eterno”.

 

HOMEM TAMBÉM FINGE ORGASMO? E O QUE É O ORGASMO SECO? SEXÓLOGO EXPLICA OS TABUS SOBRE O PRAZER MASCULINO

Sexólogo explica por que nem todo orgasmo masculino termina em ejaculação e o que leva alguns homens a fingirem prazer.

 

Quando se fala em prazer masculino, muita gente ainda parte do pressuposto de que tudo é simples: se gozou, teve orgasmo. Mas a ciência mostra que o corpo do homem também tem suas complexidades. 

Segundo o sexólogo Vitor Mello, orgasmo e ejaculação são coisas diferentes. Embora costumem ocorrer ao mesmo tempo, não são sinônimos. Existe, inclusive, um fenômeno chamado orgasmo seco, em que o homem atinge o clímax, sente prazer, mas não ejacula.
 

O que é o orgasmo seco?

O orgasmo seco consiste no clímax sexual sem a emissão de sêmen. Essa ausência pode ocorrer por diversos motivos. Em alguns casos, é proposital, técnicas como o tantra e o Karezza, por exemplo, ensinam a controlar a ejaculação para prolongar o prazer, aumentar a conexão com o parceiro ou parceira, e até alcançar orgasmos múltiplos. 

Em outros casos, o orgasmo seco surge como consequência de alterações fisiológicas, como cirurgias na próstata, uso de certos medicamentos ou condições neurológicas, quando o sêmen é redirecionado para a bexiga, caracterizando a chamada ejaculação retrógrada. 

“O orgasmo seco nem sempre é resultado de treino ou escolha consciente”, esclarece Mello. “Pode indicar alterações na musculatura do esfíncter da bexiga ou no sistema nervoso que controla a ejaculação. Por isso, é importante que homens que notem mudanças frequentes nesse padrão procurem avaliação médica.” 

Além disso, ele destaca que o orgasmo seco não reduz a sensação de prazer, já que o clímax é uma resposta neurológica ligada à liberação de neurotransmissores, e não exclusivamente à ejaculação.
 

E quando o homem finge?

Fingir orgasmo entre homens ainda é um tema pouco debatido, mas que reflete pressões sociais e emocionais profundas. Segundo o sexólogo Vitor Mello, as razões podem variar, mas geralmente envolvem uma combinação de fatores físicos, psicológicos e relacionais. 

“Muitos homens sentem a necessidade de manter uma performance sexual que seja ‘eficaz’ e rápida, por conta de cobranças internas ou externas. O cansaço, a ansiedade e o estresse do dia a dia podem diminuir o desejo ou a capacidade de atingir o orgasmo naquele momento”, explica. 

Além disso, inseguranças relacionadas ao desempenho, medo de não satisfazer o parceiro ou parceira, e a falta de conexão emocional durante o ato também podem levar ao fingimento. Em alguns casos, o desejo de terminar o encontro sexual rapidamente, seja por desconforto, desinteresse ou outras razões , é suficiente para que o homem simule o clímax. 

“O fingimento do orgasmo pode ser uma forma de evitar constrangimentos, manter a harmonia do relacionamento ou esconder dificuldades que ainda não foram conversadas abertamente”, complementa.
 

Quando é hora de se preocupar?

Para alguns, fingir orgasmo pode parecer inofensivo. Mas, segundo o especialista, esse comportamento pode indicar que algo não vai bem, seja no corpo, nas emoções ou no relacionamento. Assim como o orgasmo seco, que pode ser natural ou sinal de alguma alteração fisiológica, fingir prazer também merece atenção, principalmente se vier a se tornar frequente. 

“O sexo é uma expressão da saúde física e emocional. Mudanças no padrão de prazer, ausência de ejaculação, dor ou queda na libido devem ser acompanhadas. Se algo parece fora do normal, vale procurar orientação”, finaliza o sexólogo Vitor Mello.
 

Dr. Vitor Mello - Biomédico, referência nacional em harmonização íntima masculina, criador do método Overpants e sexólogo. Ele realizou diversos procedimentos estéticos íntimos em famosos e anônimos. Além de ser uma figura renomada no campo da sexualidade, Dr. Mello é conhecido por sua abordagem inovadora e seus métodos que visam melhorar a confiança e a satisfação pessoal de milhares de homens no Brasil.

 

Filhos exigentes e ingratos. Tem jeito?

Gratidão é uma palavra que está muito em moda. As pessoas estão a usando para substituir o “obrigado nosso de cada dia”, ao final de frases, posts e mensagens de whatsapp. Contudo, as palavras, assim como as cores, têm gradações. E a comparação tem um fundamento. 

Assim como o suave azul pastel transmite uma sensação e um estímulo diferente do azul royal mais vibrante, o obrigado é uma forma de agradecimento pontual, uma palavra que deve ser dita sempre que alguém faz alguma coisa em nosso favor, seja nos servir um copo d’água, abrir a porta do elevador, até nos ajudar a conseguir um emprego, por exemplo. Já gratidão é um sentimento profundo e que pode se manifestar de formas infinitas, inclusive ao dizermos um simples obrigado.

 

E por que essa diferenciação é importante? 

Porque quando banalizamos termos e sentimentos, eles perdem seu real significado, se tornam comuns, sem a devida relevância.

Nesse sentido, existe uma grande diferença entre ensinar nossos filhos a agradecerem dizendo obrigado e a realmente se sentirem gratos. Agradecer é uma atitude, ser grato é um sentimento. E ambos são fundamentais para a construção da nossa índole. 

Muita gente deve ter ouvido de seus pais - assim como eu - que existem três palavrinhas mágicas capazes de fazer quase tudo: “por favor”, “obrigado” e “desculpe”. No entanto, essas palavras mágicas de ontem foram esquecidas e substituídas. 

“Eu quero”, “todos os meus amigos têm” e “eu te odeio”, parecem ser as frases encantadas das crianças de hoje. Infelizmente, elas recebem cada vez mais e reconhecem o esforço de seus pais cada vez menos. 

Surge a questão: Por que será que estamos criando filhos incapazes de dizer obrigado e/ou sentirem gratidão mesmo quando dizem obrigado? 

Basicamente, a resposta está diretamente relacionada à prioridade dos pais, que vem mudando de geração em geração com a melhora da qualidade de vida, com a diminuição da mortalidade infantil e a autoindulgência. 

O psicólogo e escritor Rossandro Klinjey exemplifica muito bem essa transição. Ele diz que a missão da geração dos pais na virada do século 19 para o século 20 era a sobrevivência dos filhos. A prioridade era mantê-los vivos. Na geração seguinte, a missão dos pais era alfabetizar os filhos, uma vez que muitos deles não sabiam nem escrever o próprio nome. A prioridade era uma educação mínima.

Na sequência chegam os pais que têm como sonho e missão ver seus filhos formados em uma faculdade, já que muitos não tiveram essa oportunidade. A prioridade era uma formação que lhes permitisse uma ascensão social. 

Chegamos na geração atual e a provocação que faço é: como você completaria a frase: “Como pais, o mais importante para vocês é que a criança seja…” 

A palavra FELIZ se forma na cabeça e nos lábios de esmagadora maioria dos pais. Sim, a prioridade da atual geração de pais é fazer seus filhos felizes. 

Estamos dispostos a fazer tudo ou quase tudo para que nossos filhos se sintam felizes e satisfeitos, e é claro que temos a melhor das intenções. 

No entanto, ao satisfazer todos ou quase todos os desejos dos nossos pequenos, estamos privando-os de lidar com frustrações e de lutar para conseguirem o que querem. 

Queridos pais e mães, a frase a seguir até pode soar chocante, mas é necessária: não está em nossas mãos fazermos nossos filhos felizes, portanto essa não pode ser nossa prioridade. 

A felicidade plena e permanente é uma meta inatingível, incompatível com a vida, que é feita de altos e baixos. Momentos felizes, sim, todos buscamos vivenciar e colecionar. E para cada indivíduo, esses momentos assumem diferentes formas. 

A prioridade desta geração de pais - assim como foram as prioridades das gerações anteriores - seria preparar nossos filhos para a vida adulta com as melhores ferramentas internas que formos capazes de lhes dar. Nossos filhos são nossos maiores tesouros, e como todas as coisas preciosas, não devem ocupar o centro da nossa vida. 

Ao entender que são parte integrante e indissociável da vida dos pais, mas não a única e exclusiva preocupação e ocupação deles, as crianças passam a ser menos exigentes e a desempenhar tarefas para contribuir na vida familiar. 

Sentir que tudo gira em torno deles e que eles são mais importantes que os próprios pais, lhes dá um poder que na realidade não têm e com o qual não sabem lidar. Se tornam pequenos tiranos, exigentes e incapazes de demonstrar gratidão. 

Crianças aprendem pelo exemplo, mais do que por palavras. Se os pais sentem gratidão verdadeiramente pelos próprios pais, pelos amigos e por Deus - seus filhos serão capazes de perceber, assimilar e sentir gratidão.
 


Yafit Laniado - psicóloga e hipnoterapeuta, criadora da Relacionamentoria, consultoria especializada no relacionamento entre pais e filhos.

 

Positividade tóxica: entenda o que é e por que pode ser tão prejudicial

Especialista explica como lidar com atitudes de pessoas que praticam positividade excessiva 


Enxergar o lado bom de situações adversas é uma saída para amenizar os danos emocionais que elas podem gerar. No entanto, exagerar nas atitudes positivas, como uma espécie de repetição, pode ser uma lente perigosa para observar o mundo. 

A positividade tóxica, muitas vezes confundida com otimismo, pode ser extremamente prejudicial para quem pratica e, também, para quem convive com pessoas que tendem a ter esse comportamento. E infringir ou reprimir todo e qualquer sentimento negativo pode causar diversos efeitos psicológicos negativos. 

De acordo com Eliana Santos de Farias, professora doutora coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Braz Cubas, é incerto afirmar de onde surge esse tipo de comportamento, mas ele está comumente relacionado com questões psicológicas pessoais. “Seguramente está ali, no lugar de algum tipo de defesa emocional. Assim, a pessoa não precisa acessar suas inseguranças, imaturidade, conflitos e conhecimento raso ou inexistente sobre si e sobre o outro, bem como evitar responsabilidades, sobre si inclusive”, comenta.  

Segundo a especialista, a prática da positividade tóxica, nos dias atuais, está muito relacionada com o desenvolvimento das relações entre influenciadores digitais e o público. Por exemplo, com a disseminação de rotinas altamente produtivas, alimentações regradas, metas facilmente alcançadas e avanços financeiros contínuos, sem considerar que esses êxitos não dependem unicamente de iniciativa e empreendedorismo e ignoram diversos marcadores sociais, como renda, entre outras variáveis.  

O resultado, afora mostrar alguma fragilidade no funcionamento emocional de quem pratica a positividade excessiva, é o distanciamento do público em relação ao outro. “Além de não contribuir para o enfrentamento das adversidades cotidianas”, menciona Eliana. 

Para romper com esse ciclo prejudicial, a professora defende que é necessário posicionamento e cautela: “É preciso entender que existem desigualdades bem reais em todo o mundo, seja em condições sociais e econômicas ou em rede de apoio socioemocional. É preciso se posicionar diante do que não nos faz bem”.  

Por isso, a psicoterapia é bastante recomendada nesses casos, uma vez que trabalha o autoconhecimento e desenvolvimento de estratégias de enfrentamento assertivo e coeso. O tratamento profissional pode ter resultados muito positivos, levando a comportamentos pró-sociais e relações mais humanas e saudáveis consigo e com o próximo.  

“É preciso compreender que avançamos não só em situações em que percebemos emoções e sentimentos positivos. De fato, quando me deparo com sensações, emoções ou mesmo sentimentos que nos parecem aversivos, temos aqui uma oportunidade de reconhecer nossos limites e aprender com eles. Quando isso acontece, estamos nos preparando para enfrentar situações semelhantes futuras e, assim, amadurecemos”, conclui.  



Centro Universitário Braz Cubas
www.brazcubas.br


Protocolo de atividades sensório-motoras aumenta velocidade de leitura de crianças com dislexia

Projeto é uma parceria da Unesp com o Centro Multidisciplinar
 para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (
foto: Projeto Dislé)

Projeto-piloto de intervenção focado em atividades lúdicas com uso de habilidades motoras e engajamento cognitivo teve resultados promissores na melhora dos movimentos dos olhos e velocidade de leitura

 

Após dois meses seguindo um protocolo de atividades sensório-motoras com engajamento cognitivo, 11 crianças com idades entre 10 e 12 anos diagnosticadas com dislexia apresentaram melhora na velocidade de leitura. A iniciativa, que combinou práticas recreativas compostas por habilidades motoras com habilidades sociais, mostrou-se promissora ao estimular a performance de leitura das crianças. Os resultados do estudo foram publicados na revista Applied Neuropsychology: Child.

“Embora seja um estudo envolvendo um número pequeno de crianças, os resultados indicam que desafios motores e cognitivos podem contribuir para um melhor desempenho na leitura associado a mudanças nos movimentos oculares” afirma José Angelo Barela, professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, e coordenador do projeto em parceria com o Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (CMDTA), um dos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) apoiados pela FAPESP.

“Além da redução no tempo de leitura, foi observada melhora na autoestima, atenção e bem-estar das crianças, a ponto de os professores perguntarem para os pais o que havia mudado na rotina e tratamento, já que estavam mais interessadas nas aulas e com melhor aproveitamento”, celebra Barela. “Os resultados foram tão promissores que vamos, em parceria com a prefeitura de Rio Claro, desenvolver um programa mais amplo para atender mais crianças e por mais tempo. Com isso também será possível aprimorar o protocolo de intervenção", antecipa o pesquisador.

A dislexia é um transtorno de aprendizagem em pessoas sem déficit cognitivo cujas causas ainda são desconhecidas. Está relacionada principalmente a dificuldades de leitura e escrita, embora indivíduos com dislexia também apresentem problemas motores, como dificuldades no controle postural, na locomoção e em atividades que exigem a coordenação de mãos e olhos.

“A criança com dislexia precisa fixar por mais tempo o olhar nas palavras para conseguir compreender o texto, por isso a velocidade de leitura é menor", explica Barela. O pesquisador ressalta que a leitura envolve mecanismos de identificação das letras e palavras, além de movimentos específicos dos olhos e processos cognitivos para obtenção do significado do conteúdo.

“Estudos recentes sugerem que essas dificuldades das pessoas com dislexia podem estar relacionadas a um leve comprometimento do cerebelo [região do cérebro responsável pela coordenação motora, equilíbrio e postura], afetando a integração sensorial e o desempenho motor. Por isso, no trabalho, propusemos intervenções que tivessem efeito nessa região cerebral e no movimento dos olhos”, conta.

A parceria com a prefeitura de Rio Claro vai permitir que os pesquisadores possam testar intervenções mais assertivas, como também se aprofundar no entendimento dos mecanismos que levaram à melhora no tempo de leitura, autoestima, atenção e bem-estar das crianças.

Curiosamente, a intervenção realizada durante o projeto-piloto não teve efeito significativo na agilidade ou coordenação manual. “Pressupomos que esse fator possa estar relacionado à falta de especificidade no treinamento de habilidades motoras”, observa Barela.

Por ora, os pesquisadores acreditam que os resultados podem indicar maior ativação do córtex cerebral, responsável por funções cognitivas superiores, como linguagem, pensamento e memória. “Provavelmente a maior ativação do córtex cerebral promoveu melhora na atenção e, por consequência, desencadeou os outros benefícios, como a velocidade de leitura, mesmo com um protocolo de curta duração, de apenas dois meses e com práticas de 60 minutos, duas vezes por semana”, afirma o pesquisador. Sobre autoestima e bem-estar, os pesquisadores pressupõem que sejam decorrentes dos benefícios conquistados com o tempo de leitura. “Parece que eles mesmos perceberam a melhora.”

Barela ressalta que o diagnóstico da dislexia costuma ser tardio, geralmente após os 10 anos de idade, período em que a criança já passou da fase essencial para desenvolver fluência na leitura e aprimorar habilidades motoras. Com o passar do tempo, as dificuldades acumuladas tornam o processo de aprendizagem ainda mais desafiador.

O artigo The impact of sensorimotor with cognitive engagement training on reading and eye movement in developmental dyslexia pode ser lido em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21622965.2025.2484765.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/protocolo-de-atividades-sensorio-motoras-aumenta-velocidade-de-leitura-de-criancas-com-dislexia/55443


O rosto espantado, os olhos chorados: Claudiquei

Há pouco tempo, mal conseguindo andar eretos, estávamos nos dispersando pelas savanas africanas, evoluindo para além dos limites das nossas condições naturais (Darwin). De repente deparamo-nos com a circunscrição da cultura, nascida de nós, condição da vida humana em comum (Freud).

Aí estamos: um “animal político” (Aristóteles). Feitos do acaso, lançados no mundo, sendo enquanto somos (Heidegger). Pensamo-nos “a medida de todas as coisas” (Protágoras), o que interpreto (há controvérsias) como a capacidade humana de valorar e significar tudo, produzindo a realidade.

Nessa condição de acaso, produzindo juízos grandiosos de nós por nós mesmos, num mundo que nos abriga e nos aprisiona, não entendemos nossa insignificância diante do Universo (Malraux). Esse “pobre ator que se pavoneia não percebe que a vida é uma sombra que caminha” (Shakespeare).

Camus disse que se filosofássemos para valer consideraríamos o suicídio; é desesperador. Mas o humano resiste: no Vale de Baca, lugar da impossibilidade humana, não obstante as lamentações, os peregrinos cavam fontes e resolvem sua romaria (Bíblia, Salmos); é esperançoso.

Entre sermos insignificantes e a medida de todas as coisas, temos algum valor? Bem, se conceituarmos, teremos o conceito que nos dermos: se grande, grande; se pequeno, pequeno. “A grandeza da humanidade consiste na sua decisão de ser mais forte que a condição humana” (Camus).

Que é ser mais forte do que a condição humana? De comum, mede-se a grandeza de um\a humano\a por sua fama, sua marca no mundo, sua inteligência, sua arte, seu poder, Haveria outras credenciais? A habilitação costumeira é mesmo a relação de alguém com o poder.

Na Tradição Ocidental o senso comum refere Jesus Cristo como exemplo sobrelevado. Discrepo. O cristianismo, Cristo de carona, foi imposto de cima para baixo pelo Império Romano, pelo Império Carolíngio, pela Igreja Católica. Referido como paz, é produto de sistemática violência.

Se a grandeza humana deve ser aferida por relações de poder, eu tenho que a referência é Nelson Mandela. Também Mandela estabeleceu-se na História em decorrência de relações de poder. No seu caso, porém, tudo veio de baixo para cima. Mandela venceu o poder, não foi produzido por ele.

Mas, pensando em mim mesmo, desejo refletir sobre gente comum. Estava meditando se há grandeza fora dos atos extraordinários. Então me veio a ocasião em que o cotidiano me surpreendeu com um diálogo escatológico, desses que diminuem a humanidade da humanidade.

Mulher: Fulano, vem cá. Homem: Que é? Mulher: Vem cá, seu porco. Olha, tudo mijado. Homem: E fui eu? Mulher: Fede a cerveja, seu porco. Homem: Vai à merda. Mulher: Seu porco. Homem: Mijei e mijo. Na minha casa, mijo e cago onde eu quiser. Mulher: Seu mijão, seu cagão, seu porco.

O mais não sei; não escutei. Mas estou informado de que a mulher, depois dessa, se foi para não voltar. O homem, acanhado, vive acompanhado de sua cerveja. Conversas expositivas de uma vida conjugal desgastada são vexatórias e nos deixam no piso da estética existencial.

Na sequência dessa baixeza, afortunadamente, me veio a beleza do que em seguida me sucedeu. Eu me deslocava de automóvel e atendi uma senhora que, acompanhada de uma adolescente, pediu carona. Ela entendeu de alojar a menina no banco da frente, pondo-se no de trás.

Havia música, Adágio, Albinoni. A menina escutou curiosa, a expressão admirada. Chorou aos prantos. Então me olhou. Que fazer? Claro, pensei com os meus critérios: eis a grandeza da humanidade. Mas... E agora? Para o bem e para o mal, a música entrou na vida dela. Como lidará com isso?

A mim, ficou-me uma alegria e algo nostálgico. A alegria é do apreciar o efeito que a música lhe fez. A nostalgia é por haver tomado o episódio para me elevar o dia mal-inaugurado com a discussão coprológica, sem atentar o suficiente para o recado que me era dado pelo espanto e pelo choro.

Depois que chegamos, depois que saltaram, só depois assuntei: a menina e a música se encontraram. O rosto espantado, os olhos chorados importavam. Importam. São do melhor da humanidade. Eu devia ter feito algo. Cuidei da admiração, não da admirada. Faltou grandeza. Claudiquei.

 

Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC
Psicanalista e Jornalista


Dieta do sexo existe? Especialista afirma que peixes e nozes podem melhorar performance na cama

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Comemorando o Dia do Orgasmo, Dr. Rodrigo Schröder, médico referência em comunicação sobre saúde com mais de 1 milhão de seguidores nas redes, também conta que vida sexual ativa pode melhorar imunidade, saúde do coração e até o estresse

 

O que nasceu como uma campanha para incentivar o prazer feminino virou data no calendário: 31 de julho é celebrado como o Dia do Orgasmo. Além do simbolismo, a data reforça a importância de falar sobre prazer e saúde sexual. O orgasmo vai muito além da satisfação momentânea, ele pode trazer benefícios reais para o corpo e a mente, conforme explica o Dr. Rodrigo Schröder, médico referência em nutrologia, performance e comunicação sobre saúde, com mais de 1 milhão de seguidores nas redes.

 

Mais do que ter prazer, fazer sexo pode melhorar diversos aspectos da saúde física e mental, segundo o médico. “Uma vida sexual ativa oferece numerosos benefícios além do gasto calórico. Melhora da saúde cardiovascular, redução do estresse, fortalecimento do sistema imunológico”, afirma.

 

E os benefícios não param por aí. “Pode ser excelente para a saúde mental, melhorando a  autoestima e diminuindo sintomas de depressão e ansiedade. Adicionalmente, a atividade sexual regular pode influenciar positivamente a produção hormonal, como a liberação de endorfinas e oxitocina, que promovem bem-estar e conexão emocional”.

 

No entanto, para obter os benefícios, é necessário ter uma relação saudável com o sexo. A “Dieta do Sexo”, popularizada por celebridades como Kim Kardashian e Cameron Diaz, que consiste em praticar atividade sexual intensa por, em média, 5 horas diárias, pode passar longe disso.

 

“É fundamental entender que, apesar de o sexo ser uma atividade física que pode ajudar a queimar calorias, usar isso como uma estratégia exclusiva de perda de peso não é sustentável nem recomendado. Há limitações físicas e riscos de lesões, além do potencial desgaste psicológico.” O médico também destaca que o resultado pode variar e não ser o esperado.

 

Pensando além das calorias, pode existir sim uma “dieta do sexo”, no intuito de melhorar a vida sexual. Rodrigo diz que trata-se de uma abordagem multifatorial. “Existem hábitos saudáveis que podem aumentar a libido, como a prática regular de exercícios físicos, boa qualidade de sono e gerenciamento de estresse”

 

Na cozinha, o profissional recomenda uma dieta equilibrada. “A alimentação deve ser rica em zinco, magnésio e vitaminas do complexo B. Uma dieta rica em antioxidantes, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis pode auxiliar na libido e desempenho sexual. Isso inclui alimentos como frutas, vegetais, nozes e peixes ricos em ômega-3”.

 

E o contrário também acontece. A sobremesa e os drinks a mais podem fazer com que a noite não acabe bem. “A alimentação exerce um papel crucial na qualidade da vida sexual. Alimentos industrializados e açúcares podem afetar negativamente a libido e o desempenho. É aconselhável evitar o excesso de álcool, alimentos ultraprocessados ou ricos em açúcares simples, que podem levar a uma diminuição temporária da libido e afetar a performance”.

 

Além disso, o médico diz que em determinados casos, a reposição hormonal pode ser necessária e indicada por um profissional, mas que o uso indiscriminado para fins estéticos pode ser prejudicial.

 

“O uso de hormônios para ganho estético de massa muscular pode, sim, ter consequências negativas para a libido, especialmente se o uso não for monitorado por um profissional de saúde. Por exemplo, o uso excessivo de testosterona pode levar à supressão da produção natural do corpo, afetando não só a libido como outras funções hormonais essenciais”, conclui.

 



Dr. Rodrigo Schröder - formado em Medicina, com residência em Ortopedia e Traumatologia. Entretanto, foi em sua pós graduação de Nutrologia Esportiva e Medicina do Esporte e no mestrado em Nutrição e Dietética que ele se encontrou e hoje é um dos maiores profissionais do país em Medicina e Performance Esportiva. Além do físico, Rodrigo entende como saúde os mais diversos aspectos da vida e assim, se aprimorou nos 7 pilares, que incluem Mente, Corpo, Família, Vida Sexual, Profissional, Espiritual e Financeiro, tema sobre o qual palestra por todo o país. Na agenda de consultas, celebridades do entretenimento como Vera Fischer, Anderson Leonardo, Bárbara Coelho, Rodriguinho e outros; e do esporte, como Bárbara Seixas, Lara Nobre, Diego Alves e mais.
https://www.instagram.com/rodrigoschroder/

 

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