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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Entre os maiores consumidores de café do mundo, brasileiros desconhecem os benefícios da bebida para a saúde

Quantidade moderada e consumo regular podem ajudar na prevenção de doenças como o câncer, diabetes, e doenças neurológicas como o Parkinson e o Alzheimer

 

Os números da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) reforçam o papel do café como um alimento de extrema importância para os brasileiros e seu alto potencial de impacto na saúde. Com um consumo per capita anual de 5,12 kg por habitante, o país ocupa a posição de segundo maior consumidor de café, atrás apenas dos Estados Unidos, mas muitos desconhecem os benefícios da bebida.

Ao longo dos anos, o café já foi tratado como um alimento vilão e também como promotor da saúde e do bem estar. Quando avaliado em conjunto com fatores como sedentarismo e tabagismo, constatou-se que o consumo moderado e regular pode trazer inúmeros benefícios para a saúde.

“A quantidade de cafeína recomendada varia de 50 a 300 mg por dia, o que equivale de três a cinco xícaras de café coado, o que se considera um consumo moderado. O café expresso pode conter o triplo de cafeína. Com uma dieta equilibrada e associado à prática regular de exercícios físicos, a ingestão de café pode potencializar os efeitos benéficos da bebida”, explica a nutricionista Paula Prescendo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

 

Benefícios do consumo moderado e regular

  • Contribuição para o aumento da expectativa de vida. Em estudo realizado entre 2009 e 2018 e publicado em 2022 na revista científica Annals of Internal Medicine, especialistas concluíram que o consumo moderado de café estava associado a um risco menor de morte. Bebedores de café são apontados com menor chance de morrer por algumas das principais causas de morte no mundo – as doenças coronárias, os derrames, a diabetes e as doenças renais;
  • Redução no risco de diabetes tipo 2. Com o consumo regular, existe a possibilidade de se prevenir a deterioração da função hepática e das células beta durante o estresse metabólico crônico que precede o início do diabetes evidente, como está descrito no artigo “Café e redução do risco de diabetes tipo 2: argumentos para uma relação causal”, elaborado pelo médico alemão Hubert Kolb e colegas, publicado em 2021 na revista Nutrients;
  • Redução do risco de doenças neurológicas como o Parkinson e Alzheimer. A cafeína está associada a menor probabilidade de desenvolver Parkinson e pode ajudar no controle dos movimentos. Também pode proporcionar uma proteção significativa contra o desenvolvimento de Alzheimer. A hipótese é que os antioxidantes no café são capazes de diminuir um tipo instável de moléculas de oxigênio que são relacionadas com a doença.
  • Proteção do fígado. Seja o café normal ou o descafeinado, segundo pesquisas da Universidade Johns Hopkins, os consumidores de café têm mais probabilidade de ter níveis de enzimas no fígado dentro de uma faixa saudável do que os consumidores que não tomam café;
  • Melhoria da memória e da concentração. A cafeína estimula o sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta.
  • Contribuição para a prevenção do câncer. Os antioxidantes presentes no café possuem atividade quimioprotetora e anticarcinogênica. Beber café pode diminuir em até 26% a probabilidade de desenvolver câncer colorretal, segundo estudos da Universidade Johns Hopkins.
  • Melhoria do desempenho em exercícios físicos. Como pré-treino, o café contribui para uma melhor queima de gordura, aumento de energia e resistência.

Perigos do consumo excessivo

O consumo em excesso pode causar efeitos adversos como insônia, ansiedade, dor de cabeça, enxaqueca, tremores nas mãos, aumento da pressão arterial, elevação dos níveis de colesterol, dor de estômago e palpitações. Há registros, inclusive, de maior risco de desenvolvimento de cânceres de bexiga e trato urinário entre homens.

“Gestantes, crianças menores de 12 anos, pessoas com problemas como refluxo, úlceras e gastrite devem evitar a bebida ou limitar o consumo, pois a cafeína pode irritar a mucosa do estômago, assim como aquelas pessoas com problemas de insônia e ansiedade”, alerta a nutricionista.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

 

 

 

Médica da AMCR fala sobre a importância de uma vida sexual saudável durante o Setembro Amarelo

  

Vida sexual ativa pode impactar positivamente a saúde mental de diversas maneiras, contribuindo para o bem-estar geral e a qualidade de vida
 

Setembro Amarelo é o mês em que diversas entidades participam de uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção ao suicídio. A ideia surgiu para quebrar tabus, reduzir estigmas e estimular que as pessoas busquem e ofereçam ajuda para cuidarem da saúde mental.

Criada em 2015, o movimento vem crescendo e ganhando cada vez mais volume a cada ano. São muitas as formas de ajudar quem precisa de apoio e, segundo a Dra. Marise Samama, médica e ginecologista da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), estimular uma vida sexual saudável é uma delas. “Isso porque ela tem impacto direto na saúde mental das pessoas”, revela a especialista.

Ela prossegue lembrando que todas as partes do corpo estão interconectadas e que a vida sexual pode impactar positivamente a saúde mental de diversas maneiras, contribuindo para o bem-estar geral e a qualidade de vida. 

“Durante a atividade sexual, o corpo libera uma série de neurotransmissores, como endorfinas e oxitocina, que são conhecidos por promover sensações de prazer e relaxamento. Essas substâncias ajudam a diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, resultando em uma sensação de alívio e calma. A redução do estresse pode, por sua vez, melhorar o humor e a capacidade de enfrentar os desafios diários”, reforça a médica. 

Segundo artigo da Harvard Health Publishing (2021), os benefícios como a redução do estresse, melhoria do sistema imunológico, melhor qualidade do sono, redução de pressão arterial e a liberação de endorfinas que aumentam a sensação de bem-estar. 

Além disso, a vida sexual saudável fortalece a autoestima e a confiança pessoal. De acordo com a Dra. Marise Samama, o contato físico e emocional durante as relações sexuais reforçar a sensação de ser desejado e amado, o que é essencial para uma autoestima equilibrada. “A percepção de ser atraente ou desejável pode melhorar a autoconfiança e o bem-estar emocional”, diz ela. 

Alguns estudos indicam que a atividade sexual regular exerce impacto positivo na redução de sintomas de depressão leve a moderada. “Isso se deve em parte à liberação de neurotransmissores que melhoram o humor e à sensação de conexão íntima com o parceiro, o que pode reduzir sentimentos de isolamento e solidão”. 

A dra. Marise Samama, também reforça que a vida sexual e a depressão são uma via de mão dupla: assim como a doença é um importante fator de risco para a disfunção sexual, causando sintomas como desinteresse, apatia, sensação de fadiga, entre outros que comprometem o desejo sexual, o desempenho sexual insatisfatório também pode agravar a depressão. Por isso, ela recomenda estar atento para quebrar este ciclo. 

“Não há uma abordagem única para todos os casos, mas há maneiras de tratar com sucesso a depressão a fim de melhorar sua vida sexual”, afirma ela. Entre elas, frequentar a psicoterapia e conversar com o parceiro para entender as opções de tratamento e explorar novas formas de desfrutar do sexo. “são medidas que podem ajudar a fortalecer os relacionamentos tensos e evitar questões mais graves de saúde mental", diz a especialista. 

Além disso, a psicoterapia e/ou práticas como meditação e mindfulness, também desempenham um papel fundamental no bem-estar emocional. Atividades físicas em casal, como aulas de dança, promovem não só a saúde física, mas também fortalecem a conexão entre os parceiros. Essas experiências compartilhadas podem gerar conquistas que enriquecem ainda mais o relacionamento e também contribuem para a saúde mental de cada um. 



AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site.


Atualização das Normas de Reprodução Assistida e seu Impacto Ético e Técnico

A história da Reprodução Humana Assistida é marcada por um fascinante percurso de avanços científicos, genéticos, médicos e tecnológicos. Ao longo dos anos, essas inovações têm impulsionado o desenvolvimento das técnicas de reprodução, refletindo não apenas conquistas na área médica, mas também transformações sociais, culturais e familiares.

A crescente busca por tratamentos de fertilização trouxe a necessidade de uma adequação das clínicas, que passaram a atuar com rigor ético e igualdade, respeitando a individualidade e as realidades de cada paciente. Atualmente, as discussões sobre os aspectos éticos e legais da reprodução humana assistida ocupam o centro dos debates, buscando equilibrar o avanço tecnológico com princípios éticos fundamentais.

No Brasil, não existe uma legislação específica para regular a reprodução assistida. Diversos projetos sobre o tema tramitam há anos no Congresso Nacional, mas nenhum foi aprovado até o momento.

Diante dessa lacuna regulatória, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Resolução nº 2.320/22, que estabelece normas éticas para o uso de técnicas de reprodução assistida. Essa resolução visa aprimorar as práticas médicas, sempre em conformidade com os princípios éticos e bioéticos, assegurando maior segurança e eficácia nos tratamentos. Com isso, revoga-se a Resolução CFM nº 2.294/21, e a nova norma passa a ser a principal regra de ética que os médicos brasileiros devem seguir.

As principais atualizações nas técnicas de Reprodução Assistida no Brasil, conforme a Resolução do CFM nº 2.320/22, incluem a revisão sobre o número de embriões gerados em laboratório. Agora, a criopreservação dos embriões excedentes viáveis — aqueles que não são transferidos e apresentam qualidade adequada — é permitida sem limite de quantidade.

No que se refere à doação de gametas, ela pode ser realizada a partir da maioridade civil, com idade máxima de 37 anos para mulheres e 45 anos para homens. Exceções ao limite de idade para receptoras femininas são permitidas em casos de doação de oócitos ou embriões já congelados, ou em doações familiares de parentes até o quarto grau, sendo o limite de idade de 50 anos. Nessas situações, a receptora deve ser informada dos possíveis riscos à saúde dos descendentes.

A resolução mantém o anonimato entre doador e receptor, mas abre exceção para doação de gametas ou embriões por parentes até o quarto grau, desde que não haja consanguinidade.

O CFM também decidiu manter a regra sobre quantos embriões podem ser transferidos, levando em conta a idade da mulher que vai receber e as características dos embriões. No caso dos embriões euplóides (com 46 cromossomos), a regra diz que podem ser transferidos até dois embriões, não importando a idade da mulher.

O descarte condicionado de embriões criopreservados foi removido do texto da norma, sendo destacada a Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005) como o marco regulatório sobre o tema.

Outro ponto importante atualizado nesta resolução do CFM, é sobre a gestação de substituição, onde expressa que na impossibilidade de atender à relação de parentesco consanguíneo prevista na regra (até 4º grau de parentesco), uma autorização de excepcionalidade pode ser solicitada Conselho Regional de Medicina (CRM) da jurisdição.

Além dos avanços tecnológicos, científicos e genéticos, a procura da preservação da fertilidade torna-se cada vez maior, fazendo com que haja uma maior necessidade de legislações específicas afim de caucionar maior segurança, eficácia e cumprimento aos princípios éticos e bioéticos.  

 

Iana Silveira Machado - Responsável Técnica da Clínica Origen

 

Estudo revela que é possível construir resiliência ao ver de perto o perigo e essa capacidade pode prevenir a depressão


Um estudo inovador realizado pela Universidade de Lausanne (UNIL), na Suíça, conseguiu decifrar os mecanismos cerebrais que constroem a resiliência ao se deparar com uma situação de perigo.

A comprovação foi publicada recentemente na revista científica Science, e o artigo revela descobertas promissoras que podem ter implicações significativas para a compreensão dos fatores que contribuem para a resiliência em humanos depois de observarem a reação de camundongos ao verem seus companheiros de gaiola em situações de perigo. 

O comportamento dos animais sugere que a simples exposição à adversidade alheia pode, de fato, fortalecer os mecanismos cerebrais envolvidos na resiliência. O estudo demonstrou que camundongos que viram seus companheiros em perigo exibiram uma resposta neural aumentada na região do cérebro responsável pela regulação emocional e pelo aprendizado social, áreas também envolvidas em como os humanos processam o estresse. 

De acordo com o neurocirurgião, neurocientista e professor livre docente da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Fernando Gomes, esses achados abrem novas perspectivas sobre como a empatia e a observação de adversidades podem impactar o comportamento e o bem-estar mental. "Entender os mecanismos que reforçam a resiliência através da observação é fundamental para explorar novas abordagens terapêuticas para prevenir doenças neuropsiquiátricas, como a depressão e o transtorno de estresse pós-traumático", afirma o especialista. 

O estudo é pioneiro ao demonstrar que, em roedores, a simples observação pode ter um efeito protetor contra o surgimento de condições neuropsiquiátricas. O grupo de pesquisa identificou que os camundongos expostos ao sofrimento de outros apresentaram menor probabilidade de desenvolver sintomas de depressão, um achado que sugere a possibilidade de que a resiliência pode ser, ao menos em parte, aprendida através da experiência indireta. 

Esses resultados abrem uma janela promissora para o desenvolvimento de intervenções em saúde mental que aproveitem o aprendizado social e a observação de adversidades como ferramentas de fortalecimento emocional. Em humanos, intervenções que envolvam a observação de outras pessoas superando dificuldades podem se tornar uma via de prevenção de transtornos mentais graves.
 

Estudo: Link


Novo tratamento apresenta melhora significativa no quadro de pacientes com insuficiência cardíaca


Molécula finerenona é pioneira ao demonstrar benefícios cardiovasculares definitivos em um estudo de Fase III em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), em que o coração não bombeia sangue para o corpo tão bem quanto deveria;

Estudo evidenciou uma redução de 16% no risco relativo de morte cardiovascular e eventos totais de IC em pacientes usando finerenona, em comparação ao placebo;

Os resultados foram consistentes em todos os subgrupos de participantes do estudo, incluindo aqueles com comorbidades e hospitalizados


A multinacional alemã Bayer apresenta os resultados detalhados do estudo de Fase III FINEARTS-HF, em que a molécula finerenona evidencia uma melhora significativa nos resultados cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) maior ou igual a 40%, em comparação ao uso do placebo, além de apresentar segurança nos diferentes perfis de pacientes ao longo do estudo.
 

FEVE significa uma medida da função cardíaca que indica quanto sangue o ventrículo esquerdo bombeia a cada contração, e a IC se dá quando há um prejuízo no volume que é bombeado pelo órgão. Ou seja, pacientes com essa condição têm um coração que não consegue bombear o sangue adequadamente, como se a bomba estivesse fraca. Isso significa que o corpo pode não estar recebendo todo o sangue e oxigênio necessários. O estudo FINEARTS-HF mostrou que a finerenona apresenta bons resultados para estes pacientes com porcentagem maior ou igual a 40% de FEVE. 

A IC afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo; aproximadamente metade desses pacientes sofre de IC com uma FEVE igual ou maior a 40%. A IC com FEVE ≥ 40% está associada a multimorbidade, tornando a condição complexa de tratar. As tendências temporais sugerem que essa população crescente em breve representará a maioria dos pacientes hospitalizados com IC. Mais da metade dos pacientes com IC com FEVE ≥40% morrerão em 5 anos. 

A finerenona reduziu significativamente o risco de morte cardiovascular e eventos totais (primeiro e recorrentes) deste tipo de IC, como hospitalizações ou visitas urgentes em serviços de saúde, em 16% ao longo de uma média de 32 meses de acompanhamento. Com base nos resultados do FINEARTS-HF, esta é a primeira molécula a demonstrar benefícios cardiovasculares definitivos em um estudo de Fase III em pacientes com essa forma de IC. Os resultados do FINEARTS-HF foram apresentados durante uma sessão do Congresso ESC 2024 e publicados no New England Journal of Medicine. 

“O tratamento de pacientes com IC com FEVE ≥ 40% tem sido um grande desafio para muitos médicos, porque apresentam um risco substancial de eventos cardiovasculares graves, pois até então tínhamos opções limitadas com eficácia comprovada”, disse Scott D. Solomon, presidente do comitê executivo do estudo. 

O novo medicamento funcionou bem para todos os pacientes com esse tipo de IC que participaram do estudo, independentemente de outros problemas de saúde que eles tinham, dos remédios que já usavam ou da gravidade da doença. Ou seja, os benefícios do medicamento se mostraram abrangentes para diferentes perfis. A finerenona também reduziu significativamente os desfechos secundários de eventos totais de IC e de melhora do estado de saúde relatado pelo paciente conforme medido pela mudança em relação à linha de base no Total Symptom Score of Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ-TSS). 

“A Bayer tem uma sólida tradição em cardiologia e a IC é uma área fundamental para nós. Com os resultados promissores, sustentamos nosso compromisso com a condição. No estudo FINEARTS-HF, a finerenona reduziu os resultados cardiovasculares em uma população com tratamento complexo, confirmando seu potencial. Caso aprovada para essa nova indicação, será uma opção de tratamento valiosa na IC, independentemente da terapia de base e do estado da doença”, disse o Dr. Christian Rommel, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Divisão Farmacêutica da Bayer. “O FINEARTS-HF incluiu uma alta porcentagem de pacientes hospitalizados ou recentemente hospitalizados, o que significa que os resultados são altamente relevantes para melhorar os resultados cardiovasculares para os que não têm opções suficientes.” 

A Bayer planeja enviar às autoridades de saúde de todo o mundo pedidos de autorização de comercialização de finerenona para indicação em IC com FEVE ≥40%, inclusive no Brasil.

 

Estudo também aponta que pacientes tiveram um risco reduzido de desenvolver diabetes 

Um outro dado do estudo de Fase III FINEARTS-HF demonstrou que pacientes com IC e fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥40% recebendo finerenona tiveram um risco 24% menor de desenvolver diabetes, em comparação ao placebo. “Há uma relação claramente prejudicial entre IC e diabetes que tem um impacto significativo nos sintomas”, disse o Prof. John McMurray, médico, professor de cardiologia e cardiologista consultor honorário no Queen Elizabeth University Hospital, Glasgow. “Reduzir o surgimento do diabetes significa que esses pacientes com IC podem ter uma melhor qualidade de vida e menor risco subsequente de hospitalização e morte.” 

No estudo, 262 (8,1%) pacientes desenvolveram diabetes ao longo de um acompanhamento médio de 32 meses, dos quais 115 (7,2%) estavam no grupo finerenona e 147 (9,1%) estavam no grupo placebo. Em comparação com o placebo, a finerenona reduziu significativamente o risco de surgimento de diabetes em 24%. O efeito da finerenona foi robusto para diferentes tipos de diabetes e foi consistente nos principais subgrupos de pacientes. 

 

Sobre o FINEARTS-HF

O FINEARTS-HF é um estudo de Fase III randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, multicêntrico e baseado em eventos que investiga a eficácia e a segurança da finerenona (Kerendia™) para a prevenção de morte cardiovascular e eventos de insuficiência cardíaca (IC) em pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca sintomática (classe II-IV da New York Heart Association) com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≥40%, medida por qualquer modalidade nos últimos 12 meses, bem como recebendo tratamento diurético por pelo menos 30 dias antes da randomização. O desfecho primário do FINEARTS-HF foi o composto de morte cardiovascular e eventos totais (primeiros e recorrentes) de IC, definidos como hospitalizações por IC ou visitas urgentes de IC. 

Cerca de 6.000 pacientes foram randomizados de mais de 630 locais em 37 países ao redor do mundo para receber finerenona ou placebo uma vez ao dia. Além disso, os pacientes do estudo receberam terapia usual para tratar sintomas e comorbidades. A finerenona uma vez ao dia reduziu significativamente o risco combinado de morte cardiovascular e eventos totais (primeiros e recorrentes) de IC, definidos como hospitalizações por IC ou visitas urgentes de IC, em 16% (redução de risco relativo, razão de taxa (RR) 0,84 [IC de 95%, 0,74-0,95; p=0,0072]) ao longo de uma duração mediana de 32 meses. Os resultados para os componentes individuais do desfecho primário são: morte cardiovascular: razão de risco (HR) 0,93 [IC de 95%, 0,78-1,11]; eventos totais de IC (primeiro e recorrentes), definidos como hospitalizações por IC ou visitas urgentes de IC: RR 0,82 [IC de 95%, 0,71-0,94; p=0,0062]). A finerenona também reduziu significativamente o desfecho secundário de melhora do estado de saúde relatado pelo paciente, conforme medido pela mudança em relação ao valor basal no Total Symptom Score of Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ-TSS) (diferença entre grupos de 1,6 pontos [IC de 95%, 0,8-2,3; p < 0,0001]). Não houve diferença nos grupos finerenona e placebo para a classe NYHA (razão de chances (OR) 1,01 [IC de 95%, 0,88-1,15]; desfecho renal composto (HR 1,33; [IC de 95%, 0,94-1,89]) ou mortalidade por todas as causas (HR 0,93; [IC de 95%, 0,83-1,06]). 

Com mais de 15.000 pacientes no total, o programa de ensaios clínicos em andamento MOONRAKER com finerenona, incluindo FINEARTS-HF, é um dos maiores programas de estudo de IC até o momento e visa estabelecer uma compreensão abrangente da finerenona na IC em um amplo espectro de pacientes e ambientes clínicos.

 

Sobre finerenona

A finerenona é um antagonista seletivo não esteroidal do receptor mineralocorticoide (RM) que demonstrou bloquear os efeitos nocivos da hiperativação do RM. A hiperativação do RM contribui para a progressão da doença renal crônica (DRC) e danos cardiovasculares que podem ser causados ​​por fatores metabólicos, hemodinâmicos ou inflamatórios e fibróticos.

A finerenona está aprovada para o tratamento de pacientes adultos com DRC associada ao diabetes tipo 2 (DM2) em mais de 90 países ao redor do mundo, incluindo Brasil, China, Europa, Japão e EUA. 

O programa de estudo com finerenona, FINEOVATE, atualmente compreende dez estudos de Fase III com programas dedicados em IC e DRC, respectivamente. O programa MOONRAKER inclui o FINEARTS-HF, bem como os estudos colaborativos em andamento, patrocinados por pesquisadores, REDEFINE-HF, CONFIRMATION-HF e FINALITY-HF. O programa THUNDERBALL CKD consiste nos estudos concluídos FIDELIO-DKD e FIGARO-DKD, bem como nos estudos em andamento FIND-CKD, FIONA, FIONA-OLE, FINE-ONE e no estudo de Fase II CONFIDENCE.

 

Sobre a Insuficiência Cardíaca

A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa, caracterizada por um declínio progressivo na capacidade do coração de encher e bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. A IC afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo e é a principal causa de hospitalização em pessoas com mais de 65 anos. A prevalência de IC deverá aumentar drasticamente na próxima década, em parte como consequência do envelhecimento da população. Pacientes com IC enfrentam um prognóstico ruim, com taxas de mortalidade semelhantes ou piores que as dos cânceres mais comuns. A IC pode ser complicada por diversas comorbidades, com mais da metade dos pacientes vivendo com condições como obesidade, doença renal crônica, diabetes mellitus, hipertensão e/ou fibrilação atrial. Os sintomas da IC podem incluir tontura, falta de ar, fadiga, distúrbios do sono, desconforto no peito, edema (inchaço dos pés e pernas) e tosse ou chiado crônico. 

Os fatores de risco incluem hipertensão, diabetes mellitus, tabagismo, infarto do miocárdio anterior e doença arterial coronária. Apesar dos avanços no tratamento, cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com IC morrem em um ano, aumentando para cerca de 40% após cinco anos. 

Quando categorizada pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), que é uma medida da função cardíaca que indica quanto sangue o ventrículo esquerdo bombeia para fora com cada contração, a IC é dividida em três categorias diferentes:

  • A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) é caracterizada pela capacidade comprometida do coração de ejetar sangue rico em oxigênio de forma suficiente durante sua fase de contração, onde a FEVE é ≤40%
  • A insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida (ICFEmr) é uma categoria para pacientes cuja FEVE está entre 41 a 49% e que apresentam algum comprometimento na capacidade do coração de bombear o sangue
  • A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp)é uma condição caracterizada pela rigidez do coração, levando a anormalidades de enchimento, pois o ventrículo esquerdo não consegue relaxar o suficiente para se encher de sangue, onde a FEVE é ≥50% 

Embora a FEVE ≤ 40% e a FEVE ≥ 40% sejam responsáveis ​​por aproximadamente metade de todos os casos de IC, a carga de comorbidades CV e não CV é maior para pacientes com FEVE ≥ 40%. As tendências temporais também sugerem que a FEVE ≥ 40% em breve representará a maioria dos pacientes hospitalizados com IC. Embora avanços na terapia tenham sido alcançados na IC com FEVE ≤40%, há opções limitadas de tratamento para IC com FEVE ≥40%.

 

Sobre o compromisso da Bayer com relação às doenças cardiovasculares e renais

A Bayer é líder em inovação na área de doenças cardiovasculares, com um compromisso de longa data de fornecer ciência para uma vida melhor, avançando com um portfólio de tratamentos inovadores. O coração e os rins estão intimamente ligados em saúde e doença, e a Bayer está trabalhando em uma ampla gama de áreas terapêuticas em novas abordagens de tratamento para doenças cardiovasculares e renais com altas necessidades médicas não atendidas. A franquia em cardiologia na Bayer já inclui vários produtos e vários outros compostos em vários estágios de desenvolvimento pré-clínico e clínico. Juntos, esses produtos refletem a abordagem da empresa à pesquisa, que prioriza alvos e caminhos com potencial para impactar a forma como as doenças cardiovasculares são tratadas. 



Bayer
www.bayer.com


Estudo revela que enxaqueca causa bilhões em perdas econômicas: especialista sugere soluções para diminuir o impacto no ambiente de trabalh

Com perdas econômicas superiores a 800 bilhões de reais, a enxaqueca prejudica a produtividade no país. Medidas no local de trabalho são consideradas como fundamentais para minimizar os efeitos, especialmente entre mulheres e trabalhadores informais


Um estudo recente do Instituto WifOR, solicitado pela Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica (FIFARMA), revelou que o impacto socioeconômico da enxaqueca no Brasil ultrapassa 800 bilhões de reais em um período de cinco anos. A doença, que afeta cerca de 31,4 milhões de brasileiros, é responsável por perdas que representam cerca de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A enxaqueca é uma das principais causas de incapacitação, especialmente entre pessoas de 15 a 49 anos. No Brasil, 63% dos afetados são mulheres, o que agrava as desigualdades de gênero. Apenas 40% das pessoas que convivem com a doença estão expostas e recebem tratamento adequado. 

Segundo o Dr. Marco Aurélio Bussacarini, especialista em saúde ocupacional da Aventus, a enxaqueca tem um impacto econômico expressivo, não apenas pelos custos diretos com tratamentos médicos, mas também pela perda de produtividade. "Em média, uma pessoa com enxaqueca perde cerca de 19 dias e meio de trabalho por ano. Isso significa um custo significativo tanto para o trabalhador quanto para as empresas", afirma o especialista.

A perda de produtividade é um dos maiores desafios resultantes da enxaqueca, com prejuízos tanto pelo absenteísmo (falta ao trabalho) quanto pelo presenteísmo (quando o trabalhador está presente, mas não consegue ser produtivo). "O presenteísmo é uma realidade difícil de medir, mas extremamente prejudicial. Mesmo quando o colaborador está no ambiente de trabalho, ele não desempenha suas atividades com a eficiência necessária devido à dor e ao mal-estar da enxaqueca", complementa Dr Marco.

Esse quadro afeta diretamente a economia do país, prejudicando as empresas e gerando um impacto financeiro significativo. Os trabalhadores informais, que representam uma grande parcela do mercado de trabalho no Brasil, são os mais vulneráveis a esse cenário. 

"A situação é ainda mais crítica entre os trabalhadores informais, que não têm acesso a benefícios ou condições que lhes permitam lidar de forma adequada com os dias de incapacidade. Eles sofrem diretamente com a perda de renda e oportunidades", ressalta Marco Aurélio Bussacarini.

Além do efeito sobre o trabalho remunerado, a enxaqueca também afeta as atividades não remuneradas, como o cuidado com a casa e a família, o que agrava ainda mais o impacto social da doença. Além disso, segundo o especialista, o estudo destaca que as populações de baixa renda são particularmente prejudicadas, e isso aumenta as disparidades econômicas e sociais no Brasil.

O levantamento sugere que medidas mais eficazes de diagnóstico precoce e tratamento da enxaqueca são essenciais para mitigar esse impacto econômico. "Precisamos de um esforço coordenado, não apenas entre médicos, mas também em políticas públicas para garantir que as pessoas tenham acesso ao tratamento adequado. Conscientizar a população e os trabalhadores sobre os impactos da enxaqueca é crucial para reduzir esses prejuízos", aponta o Dr Marco Aurélio.

Algumas diretrizes pontuam que a criação de um ambiente de trabalho mais adequado para pessoas com enxaqueca — com ajustes na iluminação, redução de ruídos, pausas regulares e acesso a atividades físicas leves — pode ajudar a diminuir a frequência e a intensidade das crises. Além disso, é importante que o paciente adote hábitos de vida saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, identificar e evitar alimentos que possam desencadear as dores, além de manter um sono de qualidade. Essas medidas, combinadas, podem contribuir para a prevenção e o controle das crises.

As novas abordagens terapêuticas, aliadas a um grande esforço para identificar antecipadamente a enxaqueca e tratar seus sintomas, podem ajudar a reverter o cenário atual, melhorando a qualidade de vida de milhões de brasileiros. “É fundamental que todos entendam que a enxaqueca afeta diretamente a economia e o bem-estar da população. Quanto mais cedo agirmos, menores serão os danos”, conclui Dr. Marco Aurélio. 


Dr. Marco Aurélio Bussacarini - Graduado em Medicina pela UNICAMP e especialista em Medicina Ocupacional pela USP, Marco Aurélio Bussacarini é médico, empreendedor e especialista em administração hospitalar e gestão de empresas, com um histórico robusto tanto no setor público quanto privado. Sua carreira inclui experiências significativas como gestor de saúde no Ministério da Saúde e liderança em várias iniciativas no setor privado, incluindo a fundação e direção de cooperativas médicas e de crédito. Ele é fundador e CEO da Aventus Ocupacional.


A menopausa e o seu impacto na saúde óssea da mulher

Ginecologista Loreta Canivilo explica como a queda de estradiol afeta a massa óssea no período de transição para a infertilidade


No dia 18 de outubro é celebrado o dia mundial da menopausa, período esse que toda mulher que menstrua passará. Antes de chegar à menopausa, é necessário vivenciar a perimenopausa que é um longo tempo de aproximadamente cinco a sete anos antes da última menstruação. “Mudanças no ciclo menstrual, como ciclos mais longos ou mais curtos podem ser notados na perimenopausa”, explica a ginecologista Loreta Canivilo.

A menopausa é uma fase em que a mulher deixa de menstruar devido à falta de produção de hormônios femininos pelos ovários. “Só é reconhecida a menopausa quando existe a ausência prolongada da menstruação por dois meses. Podendo acontecer entre os 45 e 55 anos”, diz Loreta.

Porém, antes da chegada dessa etapa, alguns sinais podem ser percebidos. “Alterações no ciclo menstrual, ganho de peso, fogachos (ondas súbitas de calor), diminuição da libido, sudorese noturna, dificuldade para dormir, secura vaginal, flutuações de humor e episódios de ansiedade e depressão são alguns dos sintomas”, conta Canivilo que ressalta que a perca de massa óssea também pode ser causada na menopausa.

Ao longo da menopausa, a queda nos níveis de estradiol, hormônio essencial para a saúde óssea, acelera a perda de massa óssea, aumentando o risco de desenvolver osteoporose. “A redução do estradiol acelerada, resulta em ossos mais frágeis e propensos a fraturas. Com a queda desse hormônio, o processo de remodelação óssea fica desbalanceado, aumentando a reabsorção óssea e diminuindo a formação de um novo tecido óssea”, relata Loreta Canivilo.

É fundamental manter-se sempre hidratada, realizando exercícios físicos para fortalecer os músculos, aproveitar a luz do sol para adquirir vitamina D e realizar refeições balanceadas.

O tratamento durante a menopausa deve ser ajustado às necessidades individuais de cada mulher. "Não existe uma abordagem única certa ou errada, mas sim aquela que melhor atende a cada paciente", destaca Canivilo. Ela acrescenta que as opções podem incluir reposição hormonal e intervenções terapêuticas para prevenir complicações maiores. “Qualquer tratamento deve ser discutido com um profissional de saúde qualificado. Cada pessoa é única, e o uso de medicamento deve ser baseado em necessidades individuais, a saúde e conselhos médicos”, conclui a especialista.

 

Dra. Loreta Canivilo - Médica ginecologista, obstetra e ginecoindócrino Loreta Canivilo, é especialista em reposição hormonal feminina, estética íntima feminina e tratamentos de doenças do útero e endométrio. A profissional possui diversas pós-graduações em instituições de referência como: Reprodução, Ginecologia Endócrina no Hospital Sírio Libanês e Medicina em Estado da Arte no Hospital Albert Einstein. É especialista em Nutrologia e Endocrinologia pela Faculdade Primum, referência em educação em medicina. Nas redes sociais, Loreta já possui mais de 50 mil seguidores - @draloreta, e oferece conteúdo explicativo sobre assuntos relacionados à saúde da mulher, gestação, reposição hormonal e implantes. Loreta Canivilo também é idealizadora de projeto social, em parceria com o Instituto Primum – onde também ministra aulas -, que promove atendimento de saúde feminina gratuito a mulheres em situação de vulnerabilidade.

 

Desvendando mitos e verdades sobre a doença falciforme, uma das condições hereditárias mais comuns no Brasil

Um estudo recente revelou que brasileiros com Doença Falciforme vivem 37 anos a menos que a população em geral
 

Sabia que cerca de 3,5 mil bebês nascem com doença falciforme todos os anos no Brasil?[i] Essa é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no mundo, acomete aproximadamente 30 milhões de pessoas[ii], e ainda traz muitos desafios à saúde pública. A doença falciforme afeta os glóbulos vermelhos do sangue, fazendo com que as hemácias adquiram um formato de foice, o que resulta em crises de dor, anemia severa e até danos aos órgãos. Sem tratamento, as complicações podem ser fatais nos primeiros anos de vida. 

Um estudo recente realizado com base nos dados das certidões de óbito registradas no país entre 2015 e 2019, a DF está associada a uma redução de 37 anos na expectativa de vida: de 69 anos na população geral para 32 anos nas pessoas com a doença. Ainda de acordo com a pesquisa, a estimativa é que hoje existam 60 mil pessoas vivendo com DF no Brasil[iii]. 

Embora não tenha cura definitiva, com o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, é possível proporcionar uma qualidade de vida significativamente melhor para as pessoas com doença falciforme. Para esclarecer as dúvidas mais comuns, a Dra. Ana Cristina Silva Pinto, médica da Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (SP) e professora da Universidade de São Paulo (USP), desvenda alguns mitos e verdades sobre a condição.
 

O principal meio de diagnóstico é o Teste do Pezinho (verdade). 

Para o tratamento adequado da doença falciforme, o diagnóstico precoce é essencial. Ela pode e deve ser diagnosticada nos primeiros momentos de vida pelo teste do pezinho para o rápido direcionamento a exames, acompanhamento e tratamentos para amenizar seus impactos. 

É fundamental que a sociedade esteja ciente dos desafios enfrentados pelos indivíduos com Doença Falciforme. A DF causa muitas complicações agudas e crônicas ao longo da vida do paciente. A principal indicação para lidar com esse desafio é a triagem neonatal, essencial para identificação dos casos e correto encaminhamento para centros de referência para acompanhamento regular, realização de exames e recebimento de toda atenção necessária. Só assim o paciente conseguirá ter melhores condições de sobrevida com uma doença que, na maioria dos casos, o acompanhará por toda a vida.
 

A doença falciforme tem cura (depende). 

Os pacientes contam com tratamentos como hidroxiureia, antibióticos e transfusões de sangue, que podem minimizar efeitos da doença falciforme, oferecendo a possibilidade de um cotidiano com mais qualidade de vida. A cura é possível apenas em casos muito específicos, em que é indicado o transplante de medula óssea, mas, mesmo nessas situações, o médico deve acompanhar continuamente o paciente.
 

Embora seja uma anemia, o excesso de ferro no sangue é uma ameaça (verdade). 

Atualmente os pacientes contam com opções importantes de tratamento, sendo as transfusões regulares de sangue as indicadas com mais frequência. Porém, há de se ter atenção às principais consequências desse tipo de terapia, como a possível sobrecarga de ferro no organismo, já que o ferro presente no sangue transfundido não é eliminado de forma eficiente. A sobrecarga crônica de ferro pode causar danos irreversíveis em órgãos vitais, como o coração e o fígado. 

Tradicionalmente, a terapia de quelação por meio do uso de agentes quelantes de ferro tem sido a abordagem padrão para remover o excesso de ferro no organismo dos pacientes. No entanto, em alguns casos, devido a contraindicações ou intolerância a esses agentes, a terapia de quelação convencional pode não ser recomendada. 

Atualmente, há alternativas terapêuticas focadas em abordagens para remover o excesso de ferro de maneira segura e eficaz, visando minimizar os danos causados pela sobrecarga crônica de ferro.
 

Doença falciforme pode evoluir para câncer (mito). 

Mesmo que toda esteja ligada à genética sanguínea, a doença falciforme não evolui para câncer, a não ser que já tenha a predisposição para tal. A doença falciforme e a talassemia afetam os glóbulos vermelhos, enquanto a leucemia, por exemplo, acomete os glóbulos brancos.
 

Essa é uma doença que afeta somente pessoas negras (mito). 

É uma verdade que a DF se manifesta com mais frequência em pessoas afrodescendentes, isso porque ela tem origem no gene HbS, de origem africana. Porém, em um mundo globalizado, a miscigenação racial, presente em todos os continentes, faz com que praticamente pessoas de qualquer etnia possam desenvolver a patologia.
 

DF só é transmitida geneticamente (verdade). 

O único meio de transmissão da doença falciforme é entre gerações, pela genética ou, em outras palavras, por transmissão mendeliana. Não há a possibilidade de transmissão da enfermidade pelo contato com outras pessoas. 





[i] Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde [homepage na internet]. Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes [acesso em set/27/2024]. Disponível em: Link.

[ii] Cançado R. Sickle cell disease: looking back but towards the future. Rev Bras Hematol Hemoter 2012; 34(3):175-177.

[iii] Cançado RD, et al. Estimated mortality rates of individuals with sickle cell disease in Brazil: real-world evidence. Blood Adv. 2023 Aug 8;7(15):3783-3792.

 

População brasileira subestima impacto da obesidade na saúde do coração, revela pesquisa da Novo Nordisk

Análise conduzida pelo Instituto Datafolha revelou que 58% dos brasileiros acima do peso possuem alguma condição de saúde (como pressão alta, problemas nos ossos ou nas articulações, colesterol alto etc.), mas apenas 23% desse público se sente com alto risco por tais condições

Entre participantes com sobrepeso ou obesidade, 27% têm pressão alta, 18% têm problemas nos ossos ou nas articulações (como coluna, joelho etc.) e 15% têm colesterol alto.


 

A Em virtude do Dia Mundial do Coração, marcado em 29 de setembro, a Novo Nordisk divulga uma nova análise da pesquisa conduzida pelo instituto Datafolha entre os dias 10 e 14 de junho de 2024. O levantamento, que entrevistou 2.012 brasileiros acima de 16 anos em todo o país, revelou que 18% dos brasileiros reconhecem possuir sobrepeso e/ou obesidade e 58% afirmam possuir ao menos uma condição de saúde, mas apenas 23% desse público se sentem com alto risco por tais condições, mesmo com dados mostrando que 27% têm pressão alta, 18% sofrem com problemas nos ossos ou nas articulações (como coluna, joelho etc.) e 15% têm colesterol alto. Esses índices são significativamente maiores quando comparados aos indivíduos sem sobrepeso, onde 10% possuem pressão alta e 9% têm colesterol alto. 

Os números alertam para o risco de se subestimar os riscos à saúde, em especial os relacionados a condições cardiovasculares, como hipertensão e diabetes.

"Esses achados reforçam a urgência de se tratar a obesidade como uma questão central de saúde, não apenas pelos impactos diretos na qualidade de vida, mas também pelos riscos cardiovasculares elevados. A obesidade não é apenas uma questão estética, mas uma condição de saúde crônica que impacta profundamente o risco de desenvolver doenças graves, como a hipertensão, o diabetes e, principalmente, as doenças do coração, principal causa de morte no País”, afirma Priscilla Mattar, endocrinologista e vice-presidente da Área Médica da Novo Nordisk Brasil.

Mattar prossegue: “Nos últimos anos, acompanhamos um avanço significativo no tratamento da obesidade, tanto que chegamos em uma nova era, com mais tecnologia e inovação, sendo possível garantir proteção cardiovascular a esses pacientes. Com o estudo SELECT, conseguimos comprovar que a semaglutida 2,4 mg vai além da perda de peso. Ela oferece uma proteção real e significativa contra eventos cardiovasculares graves em pessoas com obesidade, nesse estudo, destacando-se como uma importante ferramenta na prevenção e no cuidado de doenças cardíacas".

O estudo SELECT (Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a superioridade de semaglutida 2,4mg em comparação ao placebo, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos graves em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida, sem histórico prévio de diabetes1.

Em maio desse ano, foram apresentadas novas análises dos resultados que demonstraram que o tratamento com semaglutida 2,4mg em pessoas com doença cardiovascular estabelecida (DCV) e sobrepeso ou obesidade proporciona perda de peso robusta e sustentada por até 4 anos; reduz o risco de MACE (que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal) independentemente da perda de peso alcançada; e ainda garante a relação risco-benefício positiva geral do tratamento e demonstra um perfil de segurança consistente.

O programa de estudos STEP já havia comprovado que a semaglutida 2,4 mg apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%. O estudo SELECT foi o primeiro estudo que comprovou redução de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal) em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida.

O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.1


Impacto da Obesidade no Brasil

De acordo com um estudo da Fiocruz, até 2044 quase metade (48%) dos adultos brasileiros terá obesidade, e 27% estarão com sobrepeso. Hoje, 56% da população adulta já convive com essas condições (34% com obesidade e 22% com sobrepeso).2 O excesso de peso está diretamente relacionado a graves consequências para a saúde: nos próximos 20 anos, estima-se o surgimento de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso, como diabetes (5,57 milhões de casos), doenças cardiovasculares (2,12 milhões), além de câncer, cirrose e doença renal crônica. Estima-se ainda 1,2 milhão de mortes associadas ao excesso de peso, sendo que 57% delas serão causadas por doenças cardiovasculares. 2 O diabetes representará mais de 51% dos novos casos de doenças crônicas ligadas à obesidade. 2

Estudos comprovaram que a obesidade aumenta em 49% o risco de doença coronariana3, mesmo na ausência de outras anormalidades metabólicas.3 “Ou seja, aumenta o risco de o paciente sofrer um infarto, mesmo apresentando exames normais. Na Novo Nordisk, nosso compromisso é assegurar que o tratamento dessa doença crônica não aborde apenas o peso na balança, mas que também auxilie na preservação da saúde do coração, promovendo assim uma vida mais longa e saudável”, esclarece Mattar.


Sobre a semaglutida 2,4 mg

Trata-se do primeiro e único tratamento para obesidade com benefício e proteção cardiovascular comprovados, além de ser, no País, o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso1.

Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal)1. Também já foi comprovado que a redução no risco de MACE ocorre independentemente da perda de peso desses pacientes4, que se mostrou sustentada ao longo de 4 anos5, com relação positiva de risco-benefício e perfil de segurança consistente4.

Todos os produtos da Novo Nordisk da classe GLP-1 são tarja vermelha e por isso só podem ser vendidos sob prescrição médica.


Sobre a pesquisa conduzida pelo Datafolha

Em agosto, a pesquisa do Datafolha encomendada pela Novo Nordisk revelou que a maioria dos brasileiros (59%) está acima do peso (24% com obesidade e 35% com sobrepeso), mas apenas 11% possuem diagnóstico médico confirmado. Ainda entre este público, 61% afirmam que possuem boa saúde e 42% não apontam qualquer condição de saúde relacionada ao excesso de peso.

No total da amostra, 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, mas que 63% dizem que gostariam de mudá-lo – 17% querem ganhar e 46% perder peso.

A pesquisa, que teve abrangência nacional, entrevistou 2.012 brasileiros com idade média de 43 anos. A amostra foi desenhada de forma representativa em termos de gênero, classe social e região do país, e conduzida para explorar as percepções dos brasileiros em relação ao sobrepeso e obesidade.

 



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Referências:

Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in obesity without diabetes. N Engl J Med. 2023; 389:2221-2232.

Metade dos adultos brasileiros com obesidade em 20 anos . Disponível em: Link. Acessado em setembro de 2024.

Caleyachetty R, et al. Metabolically healthy obese and incident cardiovascular disease events among 3. 5 million men and women. Journal of the American College of Cardiology. 2017 Sep;70(12):1429–37.

Kosiborod MN, Abildstrom SZ, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with heart failure with preserved ejection fraction and obesity. N Engl J Med. 2023; 389:1069-1084.

Kosiborod MN, Petrie MC, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with obesity-relate
d heart failure and type 2 diabetes. N Engl J Med. 2024;390:1394-1407.


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