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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Endometriose afeta 8 milhões de brasileiras e pode ser incluída no rol de doenças que garantem o acesso ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez

A Endometriose é a principal causa de dor pélvica, infertilidade feminina e absenteísmo no trabalho. Marcos Maia, médico ginecologista, esclarece como controlar a doença e garantir saúde e bem-estar das pacientes

 

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo nos casos de endometriose, condição ginecológica que afeta a qualidade de vida de, pelo menos, 8 milhões de mulheres em todo o país. A doença se popularizou após a cantora Anitta, em 2022, ter revelado sofrer da doença e, enquanto estava no BBB 24, a cantora Wanessa Camargo também ter comentado sobre o desconforto que a levou a descobrir a condição. 

“O impacto da endometriose na qualidade de vida das mulheres é inegável, considerando ser a principal causa de dor pélvica, infertilidade feminina e absenteísmo no trabalho”, explicou Marcos Maia, ginecologista especializado em dor feminina. Estudos recentes, como o publicado pela revista científica Reproductive Sciences e que conta com a participação de médicos brasileiros, corrobora essa afirmação: a condição afeta entre 10 e 15% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil e quando as pacientes relatam uma dor classificada como 7 ou mais, em uma escala de 0 a 10, o impacto na qualidade de vida é ainda maior. 

Para lidar com esses desafios, está em tramitação na Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 1069/23 que propõe medidas para melhorar o suporte às mulheres com endometriose. Também conhecida como a “Lei da Endometriose”, a proposta reconhece a doença como incapacitante, sendo ela incluída no rol de doenças que garantem o acesso ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez, sem exigência de carência. Além disso, a mulher afetada teria direito a tratamento integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo atendimento multidisciplinar, acesso a exames complementares, assistência farmacêutica e modalidades terapêuticas reconhecidas, como fisioterapia e atividade física. 

“Trata-se de uma condição ginecológica na qual o tecido que normalmente reveste a parte de dentro do útero, chamado endométrio, cresce fora do útero, principalmente na região pélvica das mulheres em órgãos como os ovários, bexiga e intestino que não tem cura, mas sim tratamento para controle”, explicou o médico. 

Michele Santos Rodrigues, 35 anos, levou três anos para ter o diagnóstico correto de endometriose. Até lá, os sintomas geraram prejuízos para sua saúde e carreira. “Eu sentia dores intensas que só passavam com remédio na veia e olhe lá! Foi então que meu médico pediu exames específicos e, três anos depois do primeiro sinal, saiu meu diagnóstico”, conta.
 

Os principais sinais foram dores muito intensas durante o ciclo menstrual ao ponto de não conseguir se levantar para ir trabalhar e fazer suas tarefas diárias neste período, e ciclos irregulares. “A dor pode apresentar piora durante o período menstrual, sendo este o principal alerta para a possibilidade de endometriose. Mas há outros indícios da doença como as dores durante o ato sexual e dor ao evacuar ou urinar”, explicou Marcos Maia.


Exames essenciais para o diagnóstico correto 

O diagnóstico da endometriose pode ser feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. O primeiro é uma avaliação ginecológica minuciosa, conduzida por um profissional especializado, onde o exame de toque vaginal avalia as condições da vagina, ovários, útero, trompas, dentre outros. 

Quando há suspeita da doença, o médico tende a encaminhar a paciente para a coleta de exame de sangue CA 125, que serve para auxiliar no diagnóstico e também no seguimento da paciente, avaliar a quantidade de proteínas CA-125 na corrente sanguínea. Valores aumentados de CA-125 podem indicar a presença de endometriose, de acordo com o ginecologista Marcos Maia. 

Por fim, exames de imagem auxiliam na precisão da doença. Caso da ultrassonografia transvaginal para pesquisa de endometriose (não é o ultrassom transvaginal de rotina) que permite ao médico averiguar se há presença de lesões sugestivas à doença, e da ressonância magnética, um método eficaz para avaliar e diagnosticar a doença. Por meio de imagens de alta definição de todas as áreas e órgãos, este exame realiza o mapeamento profundo em locais não acessíveis ao ultrassom.
 

Principais tratamentos para controle da doença 

A endometriose não tem cura, mas os tratamentos reduzem os sintomas e melhoram a qualidade de vida da mulher. No Brasil, a abordagem pode incluir desde medicamentos para aliviar a dor até intervenções cirúrgicas minimamente invasivas para remover a doença. 

“Há indicação para dois tipos principais de tratamento: o clínico, que visa inibir a ação do estrogênio, hormônio responsável pela proliferação celular que estimula o crescimento das células endometriais. E o tratamento cirúrgico, que pode ser feito com a ressecção das partes afetadas por laparoscopia ou robótica, que é realizada com precisão para minimizar danos aos tecidos”, explicou o especialista. 

Os principais objetivos são proporcionar alívio da dor, viabilizar a gravidez para mulheres que assim o desejam e evitar a recorrência da doença. Segundo Marcos Maia, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos, intervenções cirúrgicas, ou uma combinação de ambos.


Terapia hormonal é uma opção 

O ginecologista explica que qualquer tratamento para endometriose deve incluir a inibição do hormônio estrogênio. Para isso, são utilizados diversos métodos contraceptivos e anticoncepcionais, que atuam de maneira eficaz. Além disso, progestágenos isolados também são empregados com sucesso no tratamento.
 

“Dentre essas abordagens, é importante ressaltar o sistema intrauterino de levonorgestrel, popularmente conhecido como DIU medicado. Este método desempenha uma função significativa no alívio das dores e na diminuição do sangramento uterino. É relevante destacar também que o DIU medicado não afeta a ovulação, mas sim reduz a atividade estrogênica na cavidade uterina", esclareceu o médico. 

Infelizmente, não há estudos conclusivos sobre a causa da endometriose, o que dificulta a definição de uma estratégia de prevenção da doença. 

Também não há a confirmação de fatores de riscos, o que se sabe é que há algumas condições associadas como obesidade, faixa etária correspondente ao período fértil da mulher, mais comumente entre 30 e 40 anos, início precoce das menstruações, cirurgias uterinas como cesariana, remoção de mioma ou dilatação e curetagem, malformações uterinas, ciclos menstruais curtos, duração do fluxo menstrual aumentada e estenoses cervicais.

Para mais informações sobre endometriose e opções de tratamento, as pacientes devem consultar seus médicos ginecologistas e obter orientações personalizadas.

Marcos Maia - médico ginecologista formado pela Universidade São Camilo (2016) com Residência em Ginecologia e Obstetrícia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE, 2017-2020) e também especialização em Oncologia Ginecológica (IBCC, 2020-2022). É, também, especialista em Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI) pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGI) e em Endoscopia Ginecológica e Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo - TEGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Possui especialização em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde (Fundação Getúlio Vargas, 2021-2022).


Mês das Mães

 

Crédito: canva

Como a maternidade pode afetar a saúde mental?


Tanto a gravidez quanto o pós-parto são momentos sensíveis, em que as mulheres ficam mais vulneráveis a desenvolver ou piorar transtornos mentais; o sexo feminino já tem o dobro de chance de desenvolver depressão e ansiedade, e puerpério é mais um fator

 

A maternidade pode ser um momento mágico na vida de uma mulher, entretanto, também é um dos motivos pelos quais elas têm um risco aumentado de sofrerem com mais transtornos mentais.. Segundo dados de uma pesquisa desenvolvida pela National Comorbidity Survey, as mulheres têm o dobro de chance de desenvolver um quadro de ansiedade, tanto por questões hormonais, como por pressões sociais. 

De acordo com o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica, situações que ocorrem apenas com mulheres podem desencadear transtornos mentais, entre eles ansiedade e depressão. “A mulher tem TPM, gravidez e menopausa. São situações que merecem cuidados especiais, pois podem representar um gatilho. Por isso, é importante abordar essa questão com sensibilidade e reconhecer que a saúde mental é influenciada por uma série de fatores complexos, incluindo biológicos, psicológicos, sociais e culturais”, diz o especialista.
 

Saúde mental e maternidade 

A maternidade significa uma transição, e qualquer mudança vem junto com desafios emocionais e psicológicos, na fase de adaptação de cuidar de um recém-nascido, que é desafiadora. “Entre os principais problemas de saúde mental enfrentados pelas mães estão a depressão antenatal, ou seja, que ocorre durante a gravidez, a depressão pós-parto, ansiedade, estresse, isolamento social, culpa e exaustão”, explica o Dr. Lipman. 

Segundo estudos da Fundação Oswaldo Cruz, 26% das mulheres apresentam sintomas de depressão pós-parto no Brasil, afetando negativamente a capacidade da mãe de cuidar de si mesma e de seu bebê. Uma vez que o corpo da mulher passa por muitas mudanças durante a gravidez e o aumento significativo de hormônios são grandes responsáveis pela oscilação de humor e, consequentemente, gatilhos para o surgimento ou agravamento de transtornos mentais. 

“Vivemos em um mundo onde essas mulheres sofrem com uma forte pressão social e cultural, sentindo-se forçadas a atender expectativas irreais, o que pode aumentar o estresse, a ansiedade e, consequentemente, as chances de surtos. O mesmo ocorre com as mulheres que fazem inseminação artificial e também precisam passar por um tratamento hormonal”, explica Lipman.

 

A falta de apoio também pode agravar os problemas de saúde mental. Segundo o especialista, essas mães precisam de ajuda e acolhimento adequado. Isso inclui cuidados médicos, terapia, grupo de apoio e redes de suporte social.

 

Sintomas para ficar atento 

Os sintomas de que a saúde mental está afetada podem incluir tristeza persistente, falta de interesse em atividades antes apreciadas, dificuldade em dormir ou comer, sentimentos de desesperança ou inutilidade, entre outros. 

“Apesar dos sintomas serem praticamente os mesmos de uma mulher que não esteja grávida ou no puerpério, o tratamento não é. Por se tratar de uma gestante, ou pós gestante, nem todos os remédios podem ser indicados, pois alguns podem colocar em risco até mesmo a gravidez”, explica. 

Por isso, os cuidados pré-natais devem incluir a avaliação da saúde mental da mulher, o que pode envolver exames regulares com profissionais de saúde mental ou questionários de triagem. “Essa é a única forma de identificar precocemente problemas como depressão ou ansiedade”, finaliza o médico psiquiatra.

 

SIG Residência Terapêutica


Dia das Mães deve ser abordado com sensibilidade e inclusão nas escolas

Para neuropedagoga, é possível celebrar a data de forma a garantir que todos os alunos possam participar, sentindo-se valorizados


O Dia das Mães está chegando e, apesar de ser uma data de grande celebração, também pode gerar emoções mistas entre crianças e adolescentes, especialmente no caso dos que não têm uma figura materna presente ou que vêm de estruturas familiares não tradicionais. Por essa razão, a abordagem da data nas escolas precisa contar com muita sensibilidade e senso de inclusão por parte dos profissionais de educação.

Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, uma estratégia que pode ser usada em sala de aula é ampliar o foco para celebrar figuras de cuidado e apoio em geral, não apenas mães. “Além disso, discussões em sala de aula podem ser guiadas para que os alunos expressem quem são as pessoas significativas em suas vidas que oferecem amor e cuidado, seja um pai, um avô, um tutor ou até um irmão mais velho”, orienta. 

A neuropedagoga também indica atividades, como a criação de cartões ou artesanatos, que os alunos possam dedicar a qualquer pessoa que considerem especial, garantindo que ninguém se sinta excluído. “O Dia das Mães também pode ser encarado como uma oportunidade de envolver toda a comunidade escolar em uma celebração inclusiva da família. Escolas podem organizar eventos ou projetos que as incluam, como um "Café da Manhã em Família", onde todos são convidados a participar ou um mural de fotos da "Árvore de Família", onde crianças podem trazer fotos de suas famílias para serem postadas em um mural comemorativo”, sugere.

No caso dos alunos neurodivergentes, Mara acredita que o Dia das Mães é uma excelente oportunidade para os profissionais trabalharem habilidades específicas dos alunos de forma inclusiva. “Por exemplo, para alunos com dificuldades motoras, é possível escolher atividades de arte que permitam o uso de materiais adaptados ou técnicas simplificadas, como pintura com esponjas ou colagem para que possam participar ativamente. Ou para alunos com autismo ou sensibilidade sensorial, é possível oferecer opções de trabalho em ambientes mais tranquilos ou com menos estímulos visuais e sonoros”, afirma. 

Um ponto importante sugerido por Mara é que os profissionais da área de educação  devem focar em estimular habilidades sociais e de comunicação por meio de atividades em grupos pequenos, para que os alunos neurodivergentes possam interagir com seus colegas em um ritmo confortável e com suporte. “Essas abordagens ajudam a garantir que todas as crianças possam participar de maneira significativa, sentindo-se valorizadas durante essa data especial, independentemente de suas circunstâncias ou capacidades pessoais”, finaliza. 

 

Mara Duarte da Costa - neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Grupo Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse o site rhemaeducacao.com.br ou pelo instagram.com/maraduartedacosta.



Nova onda de calor reforça importância de cuidados com a saúde

Europa Purificadores, empresa especialista em purificação de água, traz dicas de como identificar os sintomas de desidratação e reforça os cuidados necessários para manter o corpo hidratado
 

Os estados brasileiros de Mato Grosso, Goiânia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul receberam o alerta de perigo para altas temperaturas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre o fim de abril e até pelo menos o dia 9 de maio, as temperaturas podem atingir ou superar 35ºC. Diante de uma nova onda de calor – a 4ª vez que o fenômeno acontece em 2024, é necessário reforçar os cuidados com a saúde. 

No calor, as pessoas suam mais e perdem substâncias importantes para a manutenção do organismo. Dinate deste cenário, a Europa Purificadores, empresa referência no setor de purificadores de água, destaca 3 importantes pontos para evitar a desidratação e manter o equilíbrio hídrico do corpo durante todo o dia. Confira abaixo:

 

Atenção à exposição ao sol

O calor e as altas temperaturas podem representar um grande risco à saúde; por isso, é preciso redobrar os cuidados, principalmente, com idosos, crianças e gestantes. A exposição direta ao sol e a falta de hidratação podem levar a consequências que vão desde a queda de pressão a desmaios, bem como o aumento do risco de doenças graves como o melanoma, uma das formas mais graves do câncer de pele, por isso a aplicação de protetores solares é essencial para proteger a pele. De acordo com médicos, recomenda-se evitar a exposição ao sol, aproximadamente, das 10h da manhã até as 16h ou 17h, para evitar outros problemas como a insolação. Os especialistas também afirmam que é importante evitar exercícios físicos ao ar livre durante esses alertas de calor, já que a atividade super aquece o corpo e podem ocorrer tonturas ou até mesmo desmaios.

 

Fique atento aos sintomas de desidratação

A desidratação pode ser classificada, segundo o grau de gravidade, em leve, moderada e grave. Há alguns sinais clássicos da desidratação leve e moderada que devemos ficar atentos, como: sede exagerada, boca e pele secas, olhos fundos, ausência ou pequena produção de lágrimas, diminuição da sudorese, dor de cabeça, sonolência, tonturas, fraqueza, cansaço e aumento da frequência cardíaca. Segundo profissionais da saúde, esses são alguns dos sintomas que podem estar associados a episódios de desidratação. A água é o maior componente do corpo humano e o mais importante para a sobrevivência, sendo especialmente responsável pela digestão e absorção de alimentos, controle da temperatura corporal e do sistema de excreção, por isso a importância de evitar desidratação e manter o equilíbrio hídrico do corpo durante todo o dia é fundamental.

 

Cuidados importantes

Beba água, não espere ficar com sede. Nutricionistas orientam: 35 ml de água diários para cada quilo. Por exemplo, uma pessoa de 60 kg deve fazer a seguinte conta: 60 kg x 35 ml e para descobrir que a recomendação é de 2,1 litros por dia. Já para uma pessoa de 100 kg são aconselháveis 3,5 litros diários. A dica de ouro que a Europa Purificadores traz é ter sempre por perto uma garrafa de água. Com o calor e o tempo seco, os riscos de desidratação ficam ainda maiores, especialistas recomendam também o consumo de frutas que sejam ricas em água, por exemplo, melancia, morango, maçã e laranja. 

Tomar água na quantidade ideal exige a construção de hábitos saudáveis e investir em um sistema eficaz de purificação de água pode auxiliar nessa melhoria e na qualidade de vida. Existem diferentes formas de manter uma rotina de hidratação que pode ser facilitada pelos purificadores, que garantem uma água mais segura e livre de impurezas e, em alguns modelos, a possibilidade de consumi-la gelada, aumentando a sensação de refrescância e bem-estar.

 

Europa Purificadores

MÃES SE MOBILIZAM PARA INCLUIR NO CALENDÁRIO NACIONAL O ALERTA SOBRE TRANSTORNO DE FALA NA INFÂNCIA

 Data já é reconhecida em 9 estados e 21 municípios brasileiros

 

Um transtorno pouco conhecido até entre a classe médica brasileira atinge 2 em cada mil crianças no país. Trata-se da Apraxia de Fala na Infância (AFI), um distúrbio neurológico que afeta a produção dos sons da fala. Para dar voz a tantas crianças e familiares que sofrem com essa condição, foi criado o Dia da Conscientização da Apraxia da Fala na Infância, no dia 14 de maio. A data, já oficializada em vários países, aqui no Brasil é reconhecida em nove estados e 21 cidades no Brasil.

 

“Agora, o nosso principal objetivo é fazer tramitar e ser aprovado no Congresso o projeto de lei federal (PL 1274/22) que inclui o dia da conscientização da Apraxia de Fala na Infância no calendário nacional. O projeto está parado, sem relatoria. Precisamos dar visibilidade ao transtorno para alertar pais e profissionais de saúde, de modo que mais crianças recebam o diagnóstico correto e possam ser tratadas”, afirma Mariana Chuy, uma das fundadoras da associação e mãe do Gabriel, 13 anos, diagnosticado com apraxia de fala.

 

Com o intuito de alertar o poder público, profissionais de saúde e a sociedade sobre a existência desse transtorno, três mulheres fundaram, em 2016, a Associação Brasileira da Apraxia da Fala na Infância (ABRAPRAXIA), cuja missão é promover ações que possibilitem às crianças com este diagnóstico alcançar seu melhor potencial. A associação conta com mais de 70 mil seguidores no Instagram e já capacitou mais de 23 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares sobre o transtorno.

 

Foi graças à mobilização da ABRAPRAXIA que os estados do Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e os municípios de Betim, Buritizeiro, Blumenau, Chapecó, Cuiabá, Curitiba, Duque de Caxias, Fortaleza, Goiânia, Mauá, Natal, Piracicaba, Porto Alegre, Presidente Prudente, Rio de Janeiro, São Paulo, São Bernardo do Campo, Sertãozinho, Taubaté, Vila Velha e Vitória sancionaram a lei que reconhece o Dia da Conscientização da Apraxia da Fala na Infância.

 

De acordo com a Dra. Elisabete Giusti, fonoaudióloga com expertise em transtornos do desenvolvimento da fala e da linguagem, a apraxia atinge o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários para produzir a fala, pois o cérebro não envia os comandos adequados para os articuladores, dificultando a produção das palavras. 

 

“A precisão e a consistência dos movimentos necessários para produzir os sons da fala estão alteradas, na ausência de déficits neuromusculares. É uma alteração funcional e que nem sempre é detectada em exames para o estudo do cérebro, como ressonância e tomografia”, explica Dra Elisabete. 

 

O diagnóstico deve ser realizado por um fonoaudiólogo que possua experiência em transtornos de fala e de linguagem, incluindo os distúrbios motores de fala. O profissional será o responsável por avaliar o melhor tratamento. O transtorno pode acontecer em conjunto com outras comorbidades, por isso é fundamental que as crianças sejam acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. 



Impactos das chuvas a saúde humana também precisam de atenção

 Tragédias como no Rio Grande do Sul trazem males a saúde que poderiam ser evitados com gestão pública eficiente e medidas preventivas

 

Até o momento, cerca de 1,3 milhões de pessoas foram afetadas pela onda de chuva que assolou o Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Da capital Porto Alegre ao interior do estado, dezenas de pessoas estão sem água potável, sem moradia, sem alimentos e sem o que vestir. Todavia, catástrofes climáticas não apenas causam danos materiais, mas também têm um impacto substancial na saúde das comunidades afetadas.

Um dos principais aspectos desses impactos são os cuidados após os danos das enchentes, como por exemplos da saúde e estéticos que podem surgir em decorrência desses eventos extremos. Doenças relacionadas à chuva e à água contaminada representam uma preocupação crescente para as autoridades de saúde pública. Desde infecções gastrointestinais até doenças de pele e respiratórias, os riscos à saúde são diversos e podem persistir por longos períodos, e tendo complicações muito severas, após a ocorrência da catástrofe climática.

Contornando e evitando que situações como estas tornem-se recorrentes, deveria estar o poder público. Ao menos é o que destaca o advogado Thayan Fernando Ferreira, especialista em direito de saúde e direito público, membro da comissão de direito médico da OAB-MG e diretor do escritório Ferreira Cruz Advogados.

“Essa tragédia foi quase anunciada. O poder público precisa prever quem são as pessoas que mais estão em situação de risco e buscar amparo preventivo para elas. Já é o terceiro ano consecutivo tendo essas chuvas. Todavia, como o mínimo não ocorreu, não podemos desprezar o impacto à saúde dessas pessoas. Devido a desabamentos, muita gente acaba perdendo um membro, ou se infectando com uma doença grave, por causa do contato permanente e duradouro com água contaminada, ainda podem ocorrer complicações que as impedem de trabalhar e, na pior das hipóteses, até a morte. No fim das contas, quem paga essa conta?”, questiona o especialista.

Diante desse cenário desafiador, um agente na linha de frente no combate desses impactos a saúde está o Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS não apenas se dedica à prevenção de doenças através de campanhas educativas e de conscientização, mas também trabalha arduamente para incorporar os custos associados ao tratamento dessas condições.

Em primeiro lugar, o SUS sistema acesso universal a serviços de saúde, garantindo que aqueles afetados por doenças decorrentes de catástrofes climáticas recebam o tratamento necessário, independentemente de sua condição financeira. Isso inclui desde consultas médicas e exames laboratoriais até internações hospitalares e cirurgias reparadoras em casos de danos estéticos.

“Ainda que tenhamos o SUS a disposição, não podemos deixar toda a carga sobre suas costas. É fundamental que saibamos entender nosso escopo social para oferecer outros projetos e ainda recursos para desafogar o sistema. As pessoas precisam de ter saúde e nada pode tomar isso delas, está na nossa constituição. Precisamos cobrar que essa lei seja aplicada e que o Estado saiba se organizar a tal promoção”, critica o advogado.

No entanto, o desafio do SUS em eventos com magnitude dos eventos como estes do Rio Grande Sul são tão grandes que também sucateiam a própria eficácia do sistema. Recursos limitados e infraestrutura precária podem dificultar a resposta adequada a essas emergências, destacando a necessidade de investimentos contínuos em preparação para desastres e fortalecimento do sistema de saúde.

“Em resumo, o custeio de danos de saúde e estéticos causados por catástrofes climáticas representa um desafio multifacetado que exige uma abordagem abrangente e coordenada. Precisamos cobrar de nossas autoridades um apoio contínuo e esforços dirigidos para incorporar os custos associados ao tratamento dessas condições enquanto busca proteger a saúde e o bem-estar da população brasileira diante dos desafios climáticos em constante evolução. Claramente a responsabilidade por tais danos são das autoridades públicas que devem evitar o agravamento de tais riscos, minimizando as perdas”, finaliza Thayan.


Desvendando o Hemiespasmo Facial: Alívio e Esperança com Toxina Botulínica

Descubra como a toxina botulínica, segundo a neurologista especialista Dra. Gladys Arnez, pode oferecer alívio e qualidade de vida aos pacientes enfrentando os desafios do hemiespasmo facial, uma condição que afeta a expressão facial e a autoestima

 

O hemiespasmo facial é uma condição rara que causa contrações musculares involuntárias em um lado do rosto, podendo afetar bastante a qualidade de vida dos pacientes. Embora possa parecer um desafio à primeira vista, hoje temos a Toxina Botulínica, que segundo a neurologista e especialista neste assunto, Dra. Gladys Arnez, ajuda a aliviar os sintomas.

O hemiespasmo facial ocorre quando há uma compressão ou irritação no nervo facial, responsável pelos movimentos da musculatura facial. Essa compressão pode ser causada por diversos fatores, como tumores, má formação vascular ou até mesmo traumas. Os sintomas incluem espasmos musculares unilaterais, piscadas involuntárias e até mesmo dificuldade para fechar completamente um dos olhos.

É uma condição que pode causar grande desconforto e impacto emocional nos pacientes - afirma a Dra. Gladys Arnez, neurologista especialista em tratamentos com toxina botulínica dentro do universo da Neurologia.

Muitos sentem vergonha ou constrangimento devido às contrações faciais involuntárias, o que pode levar ao isolamento social.- diz a especialista.

No entanto, existe uma luz no fim do túnel. A aplicação de toxina botulínica, um tratamento minimamente invasivo, vem apresentando resultados promissores no alívio dos sintomas do hemiespasmo facial - A toxina age bloqueando temporariamente a transmissão dos impulsos nervosos responsáveis pelas contrações musculares - explica a Dra. Gladys:- Isso proporciona um relaxamento muscular, reduzindo significativamente os espasmos faciais.

Sendo assim, a dra. Arnez, chama atenção para o fato de que cada pessoa é única e merece o seu bem estar. Por isso é importante que cada paciente entre em contato com seu medico de confiança e veja com ele o melhor tratamento para o seu caso. Boa Sorte !!!!

Não deixe que as contrações faciais indesejadas roubem seu sorriso. Descubra como e recupere o controle sobre sua expressão facial.

É possível lidar com o hemiespasmo facial de maneira positiva e até mesmo divertida. Afinal, um sorriso vale mais que mil palavras, não é mesmo? 



Dra. Gladys Arnez - Médica Neurologista infantil e Adolescencia, Especialista em Transtornos do Neurodesenvolvimento e e no uso da Toxina Botulínica para diversos Tratamentos Neurológicos.
Fundadora da Clínica Neurocenterkids, um centro de excelência com duas unidades: ABC e em São Paulo. Descubra mais em: https://clinicaneurocenterkids.com.br
INSTA: @clinica_neurocenterkids


Mães solo precisam assegurar o direito de seus filhos

Advogada explica que muitas vezes elas deixarem de ir à justiça, mas que não devem deixá-los de lado


Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), divulgada ano passado, mostrou que até o final de 2022 havia mais de 11 milhões de mães solo no Brasil. O estudo também apontou o aumento de 1,7 milhão de mães que criam seus filhos de forma independente no período de 2012 a 2022, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões. Dados complementares do relatório mostram que 15% dos lares brasileiros são chefiados por mães solo. Além disso, 72,4% das mães nesta condição vivem só com os filhos, sem ter uma rede de apoio próxima. 

A advogada Ana Luisa Lopes Moreira, que integra o escritório Celso Cândido Souza Advogados, analisa esses dados. “Essa realidade é notada na vida familiar da grande maioria das mães que recorrem aos auspícios da justiça. Tanto mães divorciadas ou separadas de fato, quanto mães solo desde o nascimento dos menores, cujos genitores passam a agir de forma relapsa quanto à educação, presença afetiva e, principalmente, cumprimento com obrigações financeiras para com os filhos, o que acaba sobrecarregando demasiadamente a mãe. A realidade é que as mães solo enfrentam grandes obstáculos em todos os aspectos da própria vida e da de seus filhos”, destaca. “O papel social e familiar da mãe, no geral, é o mais admirável, pois estas enfrentam as agruras do dia a dia, na dificuldade de sustentar sozinhas, sem colaboração do genitor e sem uma rede de apoio, o emocional, o educacional e os gastos demandados por uma criança ou adolescente. E ainda que diante de tais percalços, em regra, o fazem com toda a dedicação e amor por seus filhos”. 

Contudo, ela ressalta que as crianças têm direitos e a mãe é a representante legal delas. “Historicamente e até mesmo nos dias atuais, a realidade das mães solo foi e é vista sob uma perspectiva misógina e preconceituosa. Essas mães, além da dificuldade que já enfrentam para criar sozinhas os menores, sofrem, ainda, o olhar julgador da sociedade. Por outro lado, o direito dos filhos é firmemente tutelado pelo Código Civil em seu Subtítulo III, que trata da Prestação de Alimentos, tópico de essencial importância para a garantia do melhor interesse dos menores e da busca pela equiparação de deveres patrimoniais entre os pais. Ainda quanto às crianças, estas têm a sua seguridade tutelada pelo Capítulo XI do Código Civil Brasileiro, que respalda a Proteção da Pessoa dos Filhos, elucidando acerca dos tipos de guarda unilateral e compartilhada; e estipulando parâmetros para a definição das visitas e convívio”, pontua.

 

Direito a qualquer momento

Algumas mulheres optam por não pedir ajuda do pai da criança no início, seja por imaginar dificuldade na justiça, por uma má relação com ele ou outros motivos. A advogada Ana Luisa Moreira esclarece também sobre essa situação. “Infelizmente é proeminente o número de mães que optam por não envolver o genitor nas responsabilidades quanto aos menores, sejam essas as financeiras ou afetivas. Essa problemática traz inúmeros prejuízos aos menores, de modo que estes se desenvolvem sem a figura e o afeto paterno; além de dificultar sobremaneira a própria vida das mães solo, que passam a arcar sozinhas com todo o necessário para a criação dos filhos. Este problema pode ocorrer por inúmeros fatores, contudo, é fundamental que a mãe, em caso do não cumprimento voluntário por parte do genitor de obrigações, acione a justiça, visando a garantia dos direitos do menor por ela representado e, ainda, garantindo à própria realidade um respaldo mínimo no que tange à equidade necessária na distribuição de todas as complexidades que envolvem a criação, educação e sustento de uma criança ou adolescente”. 

A especialista revela que a Justiça busca facilitar a resolução dessas questões. “Atualmente existem núcleos jurídicos de mediação que facilitam bastante a comunicação e a parcimônia entre os pais no diálogo referente à pensão alimentícia e guarda de forma mais célere, além de ser a questão da prestação de alimentos e da definição de guarda objetos de tutela bastante contundentes no Código Civil Brasileiro. É importante salientar que a percepção de alimentos é um direito da criança. Portanto, ao optar por não acionar o genitor para que colabore com a melhor estruturação da criança, está, de certa forma, se negligenciando um direito do menor”, salienta. “A mãe solo enfrenta maiores dificuldades para o acesso à justiça, principalmente mães solo de baixa renda. Contudo, podem contar com os benefícios da assistência judiciária, ou seja, da justiça gratuita, para ingressar com as ações em face dos responsáveis pela prestação de alimentos aos menores”, completa. 

Em qualquer momento é possível acionar a Justiça para garantir o direito das crianças. “Ainda que a mãe não busque os direitos da criança em tenra idade, a qualquer momento da infância e da adolescência é cabível o ajuizamento de Ação de Alimentos para o fim de estipular o valor a ser pago pelo genitor, chamado de alimentante, ao menor, chamado de alimentado. A prestação de alimentos é inerente ao poder familiar e cessa quando o filho atinge a maioridade. Contudo, persiste a relação parental, calcada no dever familiar; assim, o mero alcance à maioridade civil não exime o alimentante de prestar alimentos, desde que haja prova da necessidade por parte do alimentado”, informa a advogada. 

As mães solo sofrem preconceitos, mas Ana Luisa Lopes Moreira pontua que o judiciário tem trabalhado para evitar isso na justiça. “O preconceito de gênero infelizmente é uma questão estrutural e está presente em todas as camadas da sociedade, inclusive no judiciário. Historicamente mulheres solteiras foram taxadas com estigmas sociais que segregam, excluem e depreciam a sua dignidade. Até os dias atuais, certa parcela da sociedade vê com maus olhos a realidade da mãe solo. Contudo, de forma bastante positiva, o olhar social e, consequentemente, o olhar jurídico passou a enxergar as mães solo com maior respeito e amparo à sua situação familiar. Em um aspecto geral há ainda julgamentos sob perspectivas excludentes. Para tanto há Protocolos do CNJ cujo fim é ‘reeducar’ a forma de decidir dos magistrados, como o Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva de Gênero, que visa proporcionar aos juízes uma visão mais acolhedora às minorias, afastando-se estigmas sociais estruturalmente maléficos às mulheres e, neste caso, às mães solo e seus dependentes”.


Conheça os riscos de entrar em contato com a água de chuva ou enchente e saiba como se proteger das doenças

Casos de infecção por bactérias, vírus e parasitas aumentam; em algumas situações, as doenças relacionadas podem causar sérios danos à saúde e até levar à morte

 

As águas, tão benéficas para a natureza, podem apresentar diversos riscos para a saúde das pessoas, quando chegam em forma de fortes chuvas e tempestades. Isto porque espalham mais facilmente agentes infecciosos que, em contato com o ser humano, transmitem doenças como toxoplasmose, hepatite A e leptospirose, principalmente nas grandes cidades, que também acabam sendo mais assoladas por enchentes, como enfrenta agora em larga escala o estado do Rio Grande do Sul. 

Uma das principais ameaças é a leptospirose, doença causada pela bactéria Leptospira presente na urina principalmente de ratos. “A contaminação ocorre por meio da penetração da bactéria em feridas de pele, mucosas e pele íntegra imersa por longos períodos. Os sintomas costumam aparecer depois de cerca de 15 dias e incluem febre alta, calafrios, dores musculares, principalmente nas panturrilhas, dores de cabeça, náuseas e vômitos e icterícia (pele amarela)”, explica a Dra. Juliana Oliveira da Silva, infectologista e coordenadora do Centro de Vacinação do Hcor. 

Caso tenha se exposto à água ou lama e apresente esses sinais, a orientação é buscar auxílio médico. O diagnóstico é realizado com base no cenário, na análise clínica e nos resultados dos exames de sangue. O tratamento é feito com antibióticos. “Aproximadamente 15% dos casos evoluem para manifestações clínicas graves. Se não tratada adequadamente, a leptospirose pode causar hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática, respiratória e até mesmo óbito”, alerta a especialista. 

A hepatite A é outra doença que pode surgir após períodos de chuva. A infecção ocorre pela ingestão de água ou alimento contaminado pelo vírus. “Nem sempre a pessoa apresenta sintomas, mas os mais comuns são náuseas, febre, falta de apetite, cansaço, diarreia e icterícia (coloração amarela da pele e nos olhos). Não existem medicamentos específicos para tratamento, este tipo de hepatite trata-se, essencialmente, com medicações para alívio dos sintomas e repouso”, esclarece. 

Assim como a hepatite A, a toxoplasmose também pode ser transmitida por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. “Os sintomas são variáveis e associados ao estágio da infecção e à imunidade individual. A maioria das pessoas que se contamina pela primeira vez não apresenta sintomas e, por isso, não precisa de tratamentos específicos. No entanto, aquelas com baixa imunidade, as gestantes e os recém-nascidos podem ter manifestações graves e precisam de cuidados especiais”, ressalta. 

Para evitar a contaminação, é recomendado usar botas e luvas em contato direto com a água da chuva e da enchente, higienizar tudo o que foi molhado com cloro, ferver a água para consumo e descartar todos os alimentos que foram expostos a essa situação. “Vale ainda o alerta para o contato e o manuseio de lixos e destroços, que podem transmitir tétano e atenção a água acumulada em objetos, que acabam se tornando focos de dengue. Além dos cuidados com a exposição, as doenças também podem ser prevenidas por meio da vacinação”, completa.

 

Hcor



Cafeína tem potencial para tratamento de câncer de mama agressivo

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Estudo apresentado no 26º Congresso Brasileiro de Mastologia, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), comprova em laboratório a eficácia da substância para evitar a proliferação de células cancerígenas


Estudo premiado no 26º Congresso Brasileiro de Mastologia comprova a ação antitumoral da cafeína em células de um subtipo de câncer de mama mais agressivo, o triplo-negativo. Segundo o mastologista Marcelo Moreno, que apresentou o trabalho, os resultados obtidos a partir de investigações em laboratório representam uma boa notícia em meio às estratégias de enfrentamento da doença e “autorizam o prosseguimento da pesquisa em outros modelos metodológicos”.

Intitulado “Efeito antiproliferativo da cafeína sobre uma linhagem de câncer de mama triplo-negativo”, o trabalho foi realizado no Programa de Pós-graduação em Ciências Biomédicas da Universidade Federal da Fronteira Sul, no campus Chapecó (SC) e vinculado ao Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Apresentado na edição recente do Congresso Brasileiro de Mastologia, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e SBM Regional Rio Grande do Sul (SBM-RS), o estudo premiado comparou a ação da cafeína em diferentes concentrações em células de câncer de mama triplo-negativo (linhagens MDA-MD-231) e também em células saudáveis do parênquima mamário.

A classificação “triplo-negativo” define a ausência dos receptores de estrogênio, progesterona e HER2, responsáveis pelo controle do crescimento do tumor, das células mamárias e da divisão celular. Mais incidente em jovens, com menos de 40 anos, também é comum em mulheres que apresentam mutação dos genes hereditários BRCA1 e/ou BRCA2, responsáveis por proteger o corpo do aparecimento de tumores. Ao sofrerem mutação, a função destes genes diminui e as chances de desenvolvimento do câncer aumentam.

Já existe na literatura científica estudos que comprovam, in vitro, os efeitos antitumorais da cafeína. “Mas pesquisas com a metodologia que desenvolvemos e com os resultados que obtivemos ainda não tinham sido divulgadas”, destaca o mastologista.

Ao mesmo tempo em que se preocuparam em avaliar o efeito antiproliferativo da cafeína sobre uma linhagem de câncer de mama triplo-negativo, os pesquisadores, sob a coordenação de Marcelo Moreno, também investigaram o potencial tóxico da substância em células saudáveis.

No estudo in vitro, com materiais adquiridos no Banco de Células do Rio de Janeiro, a cafeína, nas concentrações de 1, 2 e 4 milimolares, “diminuiu a viabilidade das células de câncer de mama triplo-negativo”. Nas células saudáveis, a aplicação da cafeína não representou toxicidade. “Elas mantiveram o crescimento e a reprodução celular”, ressalta o pesquisador.

A aplicação da substância, comumente consumida no café, no cacau e no guaraná, entre outros alimentos, deve agora expandir seu raio de eficácia a partir de novos estudos. A perspectiva, segundo o mastologista Marcelo Moreno, é prosseguir com a pesquisa para que se comprove, também por meio de outros métodos, que a cafeína, ou moléculas similares, possa ser usada de forma combinada com as terapias existentes no tratamento desta forma agressiva de câncer de mama.


Automedicação dificulta o diagnóstico de doenças mais graves, revela especialista

Freepik 
Pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) mostra que 9 em cada 10 brasileiros se automedicam

 

Tomar um analgésico por conta própria quando se tem uma dor de cabeça, sintomas de resfriados ou até mesmo aquela pontada nas costas já virou um hábito do brasileiro, alerta o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Segundo uma pesquisa realizada pela instituição em abril deste ano, 9 em cada 10 brasileiros se automedicam, especialmente mulheres, pessoas economicamente ativas e com um maior nível de instrução (ambos gêneros).

Por mais que tomar algum remédio sem prescrição médica ainda seja comum, o Dr. Marcelo Bechara, clínico geral e cirurgião, indica que o uso recorrente pode ser um problema. “A automedicação diária pode camuflar um sintoma mais persistente, alguma condição mais grave. Então, só aliviar a dor é tratar a consequência e não a causa”, aponta.

Ainda, segundo o estudo, com a facilidade de acesso à informação, 68% das pessoas conseguem obter orientações sobre doenças e seus tratamentos mais rapidamente e, inclusive, conseguir remédios que obrigatoriamente necessitam de receita.

E o Dr. Bechara confirma esse dado. Para ele, a internet é um dos maiores concorrentes em diagnósticos médicos. “Os pacientes pesquisam em buscadores com frequência. Agora, com a inteligência artificial, complica ainda mais a situação. Muitas vezes o paciente chega com diagnóstico, feito por ele mesmo e está totalmente errado. Esses programas não sabem interpretar um exame associado ao quadro clínico, por exemplo”, comenta o especialista.

Além das dores rotineiras, os brasileiros também recorrem à prática para transtornos como ansiedade, insônia, estresse e perda de peso.  Para essas questões, medicamentos mais fortes são utilizados, podendo causar danos permanentes, como a dependência psicológica e o vício químico.

“Para as dores intensas, o uso de opioides pode viciar, se propagando pelo cérebro em uma ação semelhante às substâncias das bebidas e cigarros, mas com capacidade de vício muito maior. Isso acontece porque, ingeridos por um período prolongado, os remédios podem causar a farmacodependência”, adverte Dr. Bechara.

O especialista enfatiza também que, para o controle, é importante saber qual remédio é indicado para determinada condição e tomar na dose certa pelo tempo necessário, principalmente para ajudar na promoção da saúde e até a economizar nas finanças.


Histórico

O estudo do ICTQ não dá um panorama do porquê isso acontece com tanta frequência, mas Bechara esclarece que existe um contexto por trás desta situação, como a forma burocrática em que acontecem as consultas preventivas e a consciência dos pacientes sobre suas enfermidades.

“Dormir mal, sedentarismo, obesidade são fatores que contam muito. As pessoas estão inflamadas, sentem-se mal e querem resolver isso de forma mais fácil. Fora que ninguém quer pegar fila nos Pronto Socorros ou nas clínicas, mas querem ir direto para o tratamento. Não tem paciência para consulta. No entanto, tem que mudar o modo de pensar, que é o mais difícil”, revela Marcelo.

O Dr. Bechara deixa claro também que a falta de rigor na fiscalização é um desafio. “Na teoria, tudo tinha que ser com receita, mas sabemos que as farmácias vendem sem controle. Sem falar no mercado clandestino, onde se encontram desde remédios para tratamento de déficit de atenção, como o venvanse até hormônio anabolizante”, finaliza.

 

Marcelo Bechara - médico há mais de 16 anos. Formado em Medicina pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES), seguiu na área de Medicina Clínica e Cirurgia Geral, tendo atuado como Subsecretário de Saúde na Prefeitura de Praia Grande e na linha de frente da Covid-19 durante a pandemia, também como regulador de vaga e chefe do SAMU, na rede pública de saúde. Atualmente, Bechara atua com Medicina Integrativa, na clínica que recebe seu nome, inaugurada em 2023 em Praia Grande, São Paulo.


SBD-RS emite alerta com orientações preventivas para riscos dermatológicos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul

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Contato com águas poluídas pode causar doenças infecciosas


A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção do Rio Grande do Sul (SBD-RS) alerta para riscos de doenças dermatológicas associadas ao contato com águas poluídas. A maior preocupação são doenças infecciosas e outros problemas de pele. Neste cenário em que há muitos voluntários ajudando no resgate é importante observar medidas preventivas não farmacológicas, como evitar o contato com água de enchente e lama, usar botas e roupas impermeáveis que cubram todo o corpo, e quando houver condições aplicar protetor solar e repelente com icaridina.  

"Quem teve contato com água poluída pode desenvolver sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, febre e irritações na pele. Além de lavar bem o corpo com água e sabão após sair da área alagada, é importante procurar atendimento médico para avaliação e tratamento adequado. Evitar o contato com a água contaminada e consumir apenas água potável também são medidas importantes", explica a presidente da SBD-RS, Rosemarie Mazzuco. 

A SBD-RS ressalta que, em caso de suspeita de doenças dermatológicas ou qualquer sintoma relacionado ao contato com águas poluídas, é essencial procurar socorro médico ou um médico dermatologista. Profissionais habilitados podem ser conferidos no site http://www.sbdrs.org.br/

 

Marcelo Matusiak

Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

Redação: PlayPress Assessoria e Conteúdo / Revisão: Dra. Valéria Rossato


Fisioterapia respiratória auxilia na melhora dos sintomas respiratórios e pode evitar a ida ao pronto-socorro

 

Fisioterapia respiratória faz o resgate pulmonar e pode
 evitar a ida ao pronto-socorro.
  Pexels

 As infecções respiratórias - doenças que estão atingindo muitas pessoas nesta época do ano e lotando os pronto atendimentos - possuem uma forte aliada que poucos conhecem: a fisioterapia respiratória.

 

O tratamento age rapidamente no corpo de crianças, adultos e idosos e pode evitar o uso de medicamentos mais fortes (ou até ausência deles). Além disso, a fisioterapia respiratória é uma porta de entrada do atendimento emergencial. O paciente pode procurar primeiro o fisioterapeuta, iniciar o tratamento e cuidados, enquanto aguarda uma consulta médica, o que em boa parte dos casos evita a ida ao pronto-socorro. 

A AGMA, centro de fisioterapia e condicionamento físico, localizada no Eco Medical Center, em Curitiba, está recebendo, nas últimas duas semanas, diversos pacientes com diagnóstico de H1N1, que tiveram uma rápida recuperação com ajuda da fisioterapia respiratória.

 

Franciele de Oliveira, fisioterapeuta respiratória da AGMA, explica que as principais queixas dos pacientes com H1N1 são a tosse, muitas vezes bem produtiva, e o desconforto respiratório. A fisioterapia respiratória atua na desobstrução dos brônquios, mobilizando a secreção acumulada nas vias aéreas e facilitando a remoção pela tosse com expectoração ou deglutição, como no caso de crianças menores. 

“Removendo as secreções pulmonares, o paciente já percebe a melhora da função pulmonar e a redução do desconforto respiratório. Isso pode evitar uma internação (ou reduzir o tempo), além de otimizar a ação medicamentosa”, explica Franciele. 

Mas não é só na Influenza A que a fisioterapia é eficaz. A fisioterapia atua na reabilitação de diversas doenças respiratórias e cardiológicas e, segundo ela, a tosse é um sinal de alerta, que o paciente pode precisar desse tipo de terapia. E a tosse nem sempre é de origem viral ou bacteriana. Pode surgir por refluxo, reação alérgica ou qualquer outra coisa que irrite a via aérea.

 

Primeiro na fisio, depois na pediatra

A empresária Rafaela Meira, mãe da Helena, de 4 anos, e do Heitor, de 3 anos, passou a utilizar a terapia com frequência e viu a melhora da saúde dos filhos. No início de 2023, Helena teve a primeira crise de asma. Foram inúmeras idas a pediatras e hospitais, até receber a indicação da fisioterapia respiratória. 

“Quando a gente fala em fisioterapia, pensa numa recuperação lenta. Mas a respiratória é diferente. Em 20 a 30 minutos de exercícios já vemos melhora na criança”, contou a mãe, que reduziu drasticamente o uso de medicamentos na filha. 

Heitor não tem asma. Mas também passou a ir à fisioterapia nos momentos de gripes e resfriados. “Ano passado foi o primeiro ano de escola do Heitor e ele ficou bastante doente. Quando vi o benefício na Helena, resolvi fazer nele. E já vejo vantagem. Se ele pega qualquer doença, cura rapidinho”, contou a mãe. 

O resultado foi tão bom que ela passou a indicar a familiares e amigos. “Minha avó, de 94 anos, estava com quadros seguidos de pneumonia. Quando vimos funcionar na Helena, minha avó foi fazer fisioterapia. Com três sessões já está vendo melhora no pulmão”, contou a empresária. 

A fisioterapia respiratória atende todas as idades, de bebês a idosos.

 

Alternativa de atendimento emergencial

Franciele alerta que a fisioterapia respiratória não substitui o atendimento médico. Mas, muitas vezes, o médico não tem agenda imediata disponível e o paciente se vê obrigado a ir ao hospital, o que não é indicado, pois gera superlotação, longa espera e exposição a outros vírus e bactérias. 

Então a dica é ir primeiro à fisioterapia respiratória, que não precisa de nenhuma guia de encaminhamento. Pode ser buscada diretamente, com atendimento na clínica ou domiciliar. 

O fisioterapeuta irá avaliar a ausculta pulmonar, a saturação de oxigênio, a frequência cardíaca e se há ou não a presença de esforço respiratório, e fará o primeiro resgate do quadro respiratório. “Inclusive quando necessário, faço contato diretamente com o pediatra ou pneumologista do paciente e passo todo o quadro e os procedimentos realizados. Fazemos um atendimento integrado”, ressalta a fisioterapeuta. 



Eco Medical Center
Rua Goiás, 70 - bairro Água Verde.
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