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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Arqueólogos descobrem 2.000 artefatos de pedra lascada no interior paulista

Pesquisadores da A Lasca Arqueologia resgatam, em Ipeúna (SP), ferramentas construídas pelos primeiros humanos a povoarem a região e fazem simulações de cenários e peças com Inteligência Artificial

 

Pesquisadores da A Lasca Arqueologia resgataram cerca de 2.000 artefatos de pedra lascada, possivelmente produzidos há 4.000 e até 8.000 anos, por grupos humanos. O acervo lítico foi encontrado em Ipeúna, SP (município com 7.538 habitantes a 194 km de São Paulo), durante escavações no sítio arqueológico Passa Cinco III, às margens do rio de mesmo nome. A equipe usou ferramentas de Inteligência Artificial e edição de imagens para mostrar possíveis cenários cotidianos e sugestões de como seriam as ferramentas líticas acrescidas de outros elementos que podem ter se decomposto. O trabalho científico foi realizado como parte das pesquisas que acompanham o processo de licenciamento ambiental relacionado à instalação de uma usina de compostagem na região.


A coleção, que foi resgatada em profundidades de até 1 metro, é formada por artefatos de pedra fabricadas por grupos humanos baseados na mesma técnica utilizada pelos primeiros a povoarem o que é hoje o estado de São Paulo. As peças serviriam para trabalhar fibras vegetais, madeira, pigmentos, além de auxiliar no processamento de carnes, ossos, tendões, chifres, dentes, couro, conchas, cascos etc. geralmente obtidos na caça, pesca e coleta.


Segundo os pesquisadores da A Lasca, trata-se de um sítio arqueológico que serviu, no período pré-colonial, como local para encontrar rochas usadas na fabricação das ferramentas e como área de acampamento, onde grupos humanos “moravam” por um certo período, até que se esgotassem os recursos naturais disponíveis na região. “O que chama atenção na coleção, além de seu ótimo estado de conservação, é a quantidade de peças (superior a 2 mil artefatos), o que pode indicar que o local foi utilizado como acampamento e oficina de lascamento por centenas de gerações dos primeiros humanos a povoarem o que hoje é o estado de São Paulo”, afirma Lúcia Oliveira Juliani, geóloga pela Unesp e mestre em Arqueologia pela USP, diretora da A Lasca Arqueologia.


Em laboratório, os profissionais da A Lasca higienizam, quantificam, separam, medem, pesam, fotografam e analisam todas as peças da coleção, o que também é raro, uma vez que geralmente as análises arqueológicas se concentram em tipos específicos de ferramentas, consideradas mais relevantes para caracterizar o acervo. Os líticos – como os cientistas chamam os artefatos feitos de pedras – estão sendo analisados um a um, desde os instrumentos complexos, como pontas de lança e machados de mão, até os menores fragmentos, denominados estilhas, afirma a arqueóloga que coordena os trabalhos de laboratório da A Lasca, Caroline Rutz.

“O principal desafio da análise lítica é resgatar uma memória que a maior parte da humanidade já perdeu. As pessoas comuns, ao verem esse tipo de artefato, raramente o identificam como uma ferramenta para cortar, furar, serrar e assim por diante. Com exceção das pontas de flecha e dos machados, que possuem um formato reconhecível até hoje, os instrumentos líticos se assemelham ao cascalho comum aos olhos destreinados”, afirma Caroline Rutz.


Participam da pesquisa de laboratório da A Lasca os especialistas Andrezza Bicudo da Silva, Beatriz Gasques Favilla, Camila Campos Olandim, Cleide Trindade, Hyrma Ioris, Journey Tiago Lopes Ferreira, Marcia Regiane Sodré dos Santos, Pedro Müller Jr e Yan Santos Trovato.


O objetivo do trabalho é registrar em detalhes os métodos e as técnicas de fabricação de ferramentas de pedra utilizados nesse sítio e, assim, poder relacioná-las ao que já se sabe sobre a tecnologia humana nessa região nos períodos iniciais da pré-história brasileira. As peças do sítio arqueológico Passa Cinco III, após serem analisadas no laboratório da A Lasca Arqueologia, irão para o Museu Municipal Elisabeth Aytai, localizado do município de Monte-Mor (SP).


O licenciamento ambiental, que deu origem à escavação, constitui-se como uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. Seu objetivo é assegurar a sustentabilidade socioambiental. Assim, sempre que um sítio arqueológico – tal como o Passa Cinco III – é identificado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão que mantém o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) é informado (Para acessar os sítios arqueológicos já cadastrados: https://sicg.iphan.gov.br/). 


Misturar produtos de limpeza aumenta risco de acidentes

Numa época em que os “cleanfluencers” estão em alta, especialista da indústria química alerta para o perigo de se combinar produtos químicos na hora da faxina 

 

A carreira de cleanfluencer, ou criador de conteúdo de limpeza e organização, vem ganhando popularidade nas redes sociais. Mas, além de misturar boas dicas com bom humor, é importante levar em conta o risco que determinadas combinações de produtos químicos podem oferecer. Ao contrário de misturas inofensivas, como álcool e amaciante de roupa, por exemplo, algumas misturas podem causar graves acidentes quando inaladas ou quando entram em contato com os olhos e a pele.

 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em anos recentes tem aumentado a ocorrência de casos de intoxicação pelo uso indevido de produtos químicos – o que levou a agência a redistribuir regularmente a Nota Técnica (NT) 11/2020 elaborada ainda no início da pandemia de Covid-19, quando houve um aumento de 23,3% nos acidentes com misturas de produtos de limpeza. O documento serve de alerta à população, dando orientações sobre o uso e o armazenamento adequados dos chamados saneantes de uso domiciliar, que contêm substâncias ou preparações destinadas à higienização e à desinfecção. 

Diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas, no Rio de Janeiro, João César de Freitas alerta sobre os riscos de combinações aleatórias de produtos de limpeza. “Não raro, a imprensa noticia casos de intoxicação severa causada por misturas inapropriadas e até danos graves à saúde provocados pela ingestão de substâncias corrosivas. Isso sinaliza que muita gente ainda desconhece o perigo não só de manipular determinados produtos sem a devida proteção, bem como o potencial aumentado para a ocorrência de acidentes”. 

Freitas recomenda transformar em hábito ler os rótulos dos produtos de limpeza. “Eles geralmente contêm detergentes, agentes que dissolvem a gordura, solventes e desinfetantes, sendo que suas fórmulas podem conter amônia, cloreto de sódio, hipoclorito de sódio e fosfato trissódico, entre outros. Como a maioria das pessoas lê somente as informações em destaque nas embalagens, acontecem inúmeros acidentes que poderiam ser evitados”. 

Segundo o executivo da Katrium, embalagens que trazem a informação “cloro ativo”, por exemplo, indicam que o conteúdo é hipoclorito de sódio e que, embora diluído, não deveria ser misturado com nenhuma outra substância. “É o caso da água sanitária. Apesar de conter baixa concentração de hipoclorito de sódio, ainda assim oferece riscos para quem está manipulando o produto sem proteção, não devendo ser misturada. Ela já tem uma ação germicida que cumpre bem o papel da desinfecção de ambientes e objetos como maçanetas, válvulas de vasos sanitários, torneiras etc.” 

Freitas afirma que um bom parâmetro de segurança é jamais misturar dois produtos de limpeza de tipos diferentes, especialmente aqueles que contêm amônia e cloro (alvejante). Sendo assim, é desaconselhável misturar água sanitária com como limpa-vidros, agentes multiuso, detergentes, amaciantes e desinfetantes sanitários. “Devido à toxicidade, o produto resultante pode causar danos à saúde – lembrando da importância de manter o ambiente sempre arejado. A mistura de água sanitária com álcool é outra que deve ser evitada, por serem produtos incompatíveis”. 

Outro alerta dado pelo especialista da indústria química é que até mesmo os vapores imperceptíveis dos alvejantes podem irritar pele, olhos, nariz e garganta. Portanto, sob nenhum pretexto, as pessoas devem misturar no mesmo balde qualquer outro produto com a água sanitária.

 

Freitas destaca outros seis cuidados importantes:

  1. Não deixar produtos de limpeza em armários baixos (ao alcance das crianças);
  2. Não estocar embalagens vazias (que podem conter restos de produtos perigosos);
  3. Não usar produtos de limpeza para higienizar cães, gatos ou qualquer outro animal;
  4. Evitar adquirir produtos de pessoas autônomas, que não estão submetidas às regras da vigilância sanitária;
  5. Ler os rótulos do verso dos produtos pelo menos uma vez para entender do que se trata;
  6. Em caso de emergências toxicológicas, ligar para o Centro de Intoxicações (CIATox) da cidade onde ocorreu o incidente.


Fonte: João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas (RJ)

 

OS POSSÍVEIS IMPACTOS DO JUIZ DAS GARANTIAS NO SISTEMA JUDICIARIO BRASILEIRO

 

O juiz das garantias é um tema que traz debates interessantes acerca do sistema judiciário brasileiro. Este novo modelo busca implementar na fase investigatória do processo penal, um magistrado, sendo este o juiz das garantias, ele seria encarregado, nesta fase inquisitorial, de tomar decisões, se necessárias, sobre quebra de sigilos, suspensões de prisões cautelares, operações de busca e apreensão, coleta de informações por meio de ofícios. De modo geral, ele seria responsável por apurar os indícios de autoria e materialidade delitiva na fase inquisitorial do processo. Presentes esses requisitos, o ministério público irá oferecer a denúncia, e o autor do crime será citado, momento em que a investigação se torna ação penal. Após a abertura do processo penal, o caso passará para um segundo juiz, que julgará se o acusado deve ou não ser julgado criminalmente. Segundo a lei ‘’ o juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal...’’ 


Sobre o tema, uma parcela defende a instituição do novo modelo com a justificativa de que o julgador não estaria viciado por conhecer das provas da fase inquisitorial do processo, para evitar que haja um pré-julgamento do mesmo, com base no que já foi apurado, deixando o sistema judiciário brasileiro mais independente.


Em contrapartida, outra parcela não aprova esse modelo, pois seria inviável financeiramente ao sistema judiciário brasileiro, e deixaria o processo mais moroso para seu êxito, provocando abalos significativos. Outro ponto a se analisar é o princípio da economia processual, que busca maximizar os resultados e diminuir os gastos, buscando o melhor custo benefício, tanto para as partes, quanto para o Estado. Com base neste princípio, àqueles que defendem pela abolição da fase investigatória, e que tudo seja feito em um único procedimento, sendo a fase de investigação e ação penal se preenchido os requisitos.


De fato o juiz das garantias causaria um impacto significativo no sistema judiciário brasileiro, e também financeiro, sendo está lei questionada acerca da competência da União para tratar o caso. As alegações de um possível vício ou pré-julgamento do juiz da fase inquisitorial, para assegurar a imparcialidade total no julgamento não parece ser um ponto forte para a implementação desse modelo, pois o juiz analisa provas, fatos comprovados, em que cada decisão tomada terá de ser fundamentada em respeito ao princípio da fundamentação (Art. 93, IX, Constituição Federal), e em respeito ao princípio do livre convencimento (Art. 371 do Código de Processo Civil) em que o juiz tem a liberdade para apreciar e avaliar provas produzidas nos autos e, a partir daí, formar livremente seu convencimento, desde que fundamentado nesses elementos, em conjunto ao princípio anterior mencionado.

Em síntese, o juiz das garantias não soa como algo inovador e prático ao nosso sistema judiciário, trazendo consigo possíveis impactos financeiros e de morosidade processual, sendo que, uma troca de juiz por fase não aumentaria a imparcialidade, sendo esta questionada por ser de competência da União, a depender do caso essa imparcialidade poderia ser questionada.


Gustavo Braga - Formado em direito pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul e atua no Vigna Advogados Associados.


A importância de entender os riscos do seu negócio

Pode parecer meio óbvio e alguns acharem desnecessário dizer, mas me parece importante reforçar: conhecer o próprio negócio é fundamental para a entrega da estratégia e o bom funcionamento dos processos. No entanto, muitas pessoas não conhecem profundamente a empresa que gerenciam, o que pode causar inúmeros problemas e complicações, incluindo a falta de percepção de quando existem riscos no caminho.

Todo empreendimento possui riscos, é uma verdade, mas que podem variar de acordo com alguns fatores, como por exemplo, o tamanho da empresa, se conta com uma reserva financeira, a quantidade de concorrentes, se é um segmento que ainda está começando a se consolidar, entre outros.

A questão é que independente do risco ser pequeno ou grande, é necessário saber quais os pontos fortes e fracos da empresa, os graus de exposição a estes riscos, probabilidade de impacto e o impacto gerado caso aconteça, para que você possa estar ciente dos eventuais problemas. Isso vai te ajudar a compreender o cenário do mercado como um todo e a estar atento às mudanças, que podem ocorrer a qualquer momento e sem aviso prévio.

Dados do US Risk Barometer, um estudo realizado pela Protiviti, empresa de consultoria especializada em governança corporativa, gerenciamento de riscos e auditoria interna, aponta que os riscos que mais preocupam os executivos são: concorrência, satisfação do cliente, ambiente regulatório, segurança de informações, mudanças no mercado, mercado financeiro, reputação e a marca, aspectos legais, inovação tecnológica e recursos humanos.

Essa pesquisa foi feita com mais de 150 executivos de companhias norte-americanas e podemos perceber que a lista é longa. Então a pergunta que eu coloco é: existe negócio sem riscos? A resposta é ‘não’. Se você não quer riscos, é melhor nem inventar de ser empreendedor, porém, é possível aprender a conviver com essas adversidades. E mesmo assim, você corre o risco de ficar para trás.

Uma melhor maneira de ter a empresa sob controle é adotando a gestão por OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves), uma ferramenta que permite ajustes frequentes no seu plano de execução de estratégia. Isso acontece devido a existência de ciclos mais curtos, geralmente de três meses.

Essa constância no acompanhamento faz com você esteja sempre por dentro de tudo que está acontecendo e possibilita que enxergue algum fator de risco que surgiu no caminho, e que muitas vezes, no ciclo anterior, não estava lá ou você não tinha conseguido perceber ainda, diante da falta de foco e clareza.

Nestas situações, ajuste a vela e use o vento a seu favor. Como a organização vai estar com a rédea curta e ter muita sensibilidade da situação do negócio, a capacidade de reação dos times será absurdamente mais alta e os benefícios serão percebidos de imediato.




Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/

Vai abrir um negócio em 2024? Conheça os segmentos mais promissores

 

Freepik

Saúde e bem-estar, tecnologias inovadoras, alimentação saudável e negócios digitais são algumas das opções que o Sebrae destaca como tendências 

 

Abrir o próprio negócio é o sonho de muitos brasileiros que buscam maior flexibilidade, estabilidade e, claro, melhorar as finanças pessoais. Mas, diante da complexidade do mercado, há muitas dúvidas sobre quais são as melhores oportunidades para empreender no país.

O cenário econômico é relativamente positivo. O país deve crescer em torno de 3% em 2023, mas desacelerar neste ano para algo em torno de 1,5%. Nas palavras de Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, o empreendedor precisa aproveitar as oportunidades disponíveis, "pois o bom momento da economia dá mais segurança tanto para os que querem investir em seus negócios, quanto para aqueles que querem começar a empreender."

Avanços tecnológicos, mudanças nas expectativas dos consumidores e preocupações crescentes com questões sociais e ambientais surgem como as tendências mais promissoras que definirão o cenário empreendedor, segundo o Boletim de Tendências Multissetorial 2024 produzido pelo Sebrae.

O material traz também oportunidades que estão em alta ao redor do mundo, mas são pouco exploradas no Brasil, como soluções tecnológicas para pequenas e médias empresas, soluções sustentáveis na agricultura e a oferta de serviços de saúde e bem-estar para populações de baixa renda em comunidades carentes. 


ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Um dos segmentos mais antigos e tradicionais, o ramo de alimentação se reinventa para se adaptar aos novos hábitos de consumo dos brasileiros. Sem gordura, sem conservantes, sem glúten, sem lactose, sem origem animal, sem açúcar são algumas das personalizações que as redes de alimentação estão mirando para a formatação de modelos de negócios.

Opções que estejam o mais próximo possível de uma alimentação natural, como os orgânicos, por conta da preocupação com a saúde e bem-estar, têm se tornado cada vez mais importantes.


ESTÉTICA

Em busca de uma aparência mais saudável e jovem, as clínicas de estética têm se tornado cada vez mais populares com serviços como tratamentos faciais, corporais e capilares para mulheres e homens.

Com a pandemia, a tendência se intensificou, e os empreendedores precisam estar atentos a essa demanda. O mercado de saúde e bem-estar é muito amplo e oferece diversas oportunidades.

Vale lembrar que a demanda por serviços de beleza em domicílio tem aumentado, e este é um excelente negócio para começar com pouco dinheiro. Serviços como manicure e pedicure, maquiagem, cabeleireiros, personal styling, entre outros, podem funcionar sem grandes investimentos, pois se economiza no aluguel de um espaço físico já que os clientes recebem os serviços de beleza no conforto da própria casa.


 

NEGÓCIOS DIGITAIS

Amazon, Mercado Livre, Netshoes, Amaro e tantos outros. A lista de negócios que começaram na internet e hoje são um sucesso é gigantesca. Mas, não são só esses exemplos que merecem destaque quando se fala de empreendedorismo digital.

Embora seja dominado por nomes até globais, o mercado digital ainda oferece oportunidades para os pequenos. O empreendedorismo digital se refere a um modelo de negócio em que grande parte dos processos, transações e relacionamento com o consumidor são realizados em um ambiente on-line.

Geralmente, ele envolve várias ferramentas e tecnologias. E o objetivo é levar escalabilidade ao crescimento, criando uma integração entre todas as áreas do negócio e facilitando a interação entre consumidor e vendedor.

Entram neste nicho tudo o que pode ser desenvolvido como marketing digital. Altamente procurado por todos os tamanhos de empresas, engloba SEO (Search Engine Optimization), gerenciamento de mídias sociais, criação de conteúdo, e-mail marketing, entre outros.

Com o aumento do comércio on-line, as empresas buscam especialistas em marketing digital para aumentar sua visibilidade e alcançar um público mais amplo. Além disso, há o desenvolvimento de sites - item obrigatório como plataforma para a empresa se comunicar com seus clientes, exibir seus produtos ou serviços e até mesmo realizar transações comerciais.



EDUCAÇÃO ON-LINE

O impacto da tecnologia na educação presencial é algo que tem aumentado a cada ano. Com muitas aulas já acontecendo de forma remota, cursos on-line e plataformas de ensino a distância estão se tornando cada vez mais comuns por oferecerem uma maneira conveniente e acessível para as pessoas se atualizarem e adquirirem novas habilidades.

Essa tendência reflete um cenário cada vez mais digital, no qual a educação presencial precisa se adaptar a essas novas realidades. A educação e a capacitação on-line permitem que as pessoas aprendam no seu próprio ritmo e no momento que for mais conveniente para elas. Por isso, a oferta de níveis diferentes de carga horária e modalidades - básico, intermediário e avançado - constrói uma experiência diferenciada para o cliente.

Mas, atenção, é importante oferecer cursos de qualidade com informações atualizadas e relevantes.


SUSTENTABILIDADE

Assim como a responsabilidade social, empresas que adotam práticas sustentáveis e éticas de negócios têm mais chances de ganhar a lealdade dos consumidores, aumentar sua reputação e contribuir para um mundo mais sustentável e justo.

Para se adaptar é importante adotar práticas sustentáveis, como reduzir o consumo de energia, utilizar materiais recicláveis, investir em tecnologias limpas, reduzir a emissão de gases de efeito estufa, além de adotar práticas socialmente responsáveis, como apoiar causas sociais e comunitárias, promover a diversidade e a inclusão.

Mais do que seguir essas práticas, também é possível empreender neste ramo. Apostar em soluções sustentáveis para a indústria e agricultura pode fazer um pequeno negócio ser notável em pouco tempo.


TECNOLOGIA

Nos últimos anos, muitas startups deram um salto em seu plano de negócios ao vender serviços e recursos tecnológicos para pequenas e médias empresas que oferecem uma experiência diferenciada para o cliente.

Criar sistemas capazes de aprender e tomar decisões de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana, que permitam a realização de tarefas repetitivas de forma automática, reduzindo o tempo gasto em atividades manuais, têm grande valor comercial.

Pode ser uma ótima oportunidade para empreendedores que desejam lançar novos negócios, visando oferecer serviços mais acessíveis e sustentáveis, reduzir erros e custos e aumentar a eficiência, melhorar a qualidade dos produtos e serviços, ajudar na identificação de padrões e tendências de mercado, permitindo que as empresas se adaptem mais rapidamente às mudanças do ambiente digital. 



Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/vai-abrir-um-negocio-em-2024-conheca-os-segmentos-mais-promissores


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Resoluções para o novo ano: como aumentar seu bem-estar e longevidade

Divulgação/Herbalife


 Descubra como alguns ajustes no seu estilo de vida são capazes de melhorar sua saúde e aumentar a felicidade

 

O novo ano já começou com tudo, e muitas pessoas refletem sobre o que é possível fazer para ter mais bem-estar e viver de forma mais saudável e feliz em 2024. A melhor maneira de atingir esses objetivos é adotar hábitos saudáveis, que são os pilares básicos para melhorar a qualidade de vida como um todo e assim, aumentar a longevidade.

Quer saber quais são esses hábitos e como de fato eles contribuem para esse resultado? Aqui estão sete resoluções-chave para um ano mais saudável e feliz, de acordo com o médico nutrólogo Nataniel Viuniski, membro do Conselho de Nutrição da Herbalife.

 

1. Adote uma nutrição inteligente 

Priorize uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Incorpore alimentos saudáveis, como frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais, que contribuem para manter o corpo nutrido e energizado. Eles também oferecem as fibras essenciais para o bom funcionamento do intestino, que é um dos órgãos mais estudados pela ciência, pelo seu papel na nossa saúde em geral e no nosso bem-estar. “Lembre-se ainda que um organismo bem nutrido também garante uma boa imunidade e contribui para prevenir doenças”, reforça o médico.

 

2. Pratique atividade física regular 

Estabeleça uma rotina de exercícios que inclua aeróbicos, treino de força e de flexibilidade. Praticar esportes regularmente não apenas mantém a forma física, mas também promove saúde cardiovascular, fortalece ossos e contribui para a manutenção dos músculos, que são imprescindíveis para a autonomia das pessoas de idade mais avançada, nas atividades do dia a dia. “Estudos atuais também comprovam que os exercícios têm uma ação direta na formação de novas sinapses entre neurônios, contribuindo para prevenir vários tipos de demências”, acrescenta o nutrólogo.

 

3. Tenha uma hidratação adequada 

A água representa cerca de 70% da composição do corpo humano, por isso, ela é essencial para todas as funções do organismo — desde a produção de hormônios e o reparo de tecidos, até a eliminação de toxinas. Portanto, é essencial beber água suficiente ao longo do dia. A hidratação adequada é vital para a saúde da pele, função dos rins e do intestino, e diversos outros processos corporais. “Se consumir água pura fica difícil, aposte também em chás e sucos com baixas calorias”, sugere Viuniski.

 

4. Priorize o sono 

É durante o repouso que o corpo se regenera e equilibra sua produção hormonal, garantindo a manutenção da saúde mental e a regulação do peso, por exemplo. Portanto, não subestime a importância do descanso adequado. Garanta 7 a 8 horas de descanso todas as noites. “Procure ter uma rotina para descansar e acordar no mesmo horário em um ambiente totalmente escuro e tranquilo, e limite a exposição à luz azul de dispositivos eletrônicos antes de dormir”, orienta Dr. Nataniel.

 

5. Faça check-up regularmente 

Consulte o seu profissional da saúde regularmente para checar suas condições clínicas, os níveis hormonais e de nutrientes em seu organismo. A prevenção é a chave para identificar e tratar precocemente possíveis problemas de saúde que atrapalham sua qualidade e longevidade.

 

6. Gerencie o estresse 

O estresse crônico pode ter efeitos negativos significativos na saúde física e mental. Práticas como meditação, mindfulness, exercícios de respiração e hobbies relaxantes podem ajudar a gerenciá-lo. Além disso, mantenha uma rede de apoio social forte e busque ajuda profissional de um psicólogo quando necessário.

 

7. Reduza o consumo de álcool

Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas pode ter um impacto positivo significativo, uma vez que o excesso está associado a uma variedade de problemas de saúde, incluindo doenças hepáticas e cardiovasculares. Sem contar que reduzir o álcool pode melhorar o sono, aumentar os níveis de energia e diminuir o risco de doenças crônicas.

 

Herbalife (NYSE: HLF)


O impacto do calor na saúde auditiva e respiratória, otorrino explica


As altas temperaturas seguidas de chuvas tão comuns do verão podem influenciar a saúde auditiva e respiratória do ouvido, nariz e garganta. O médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros da capital paulista, explica como proteger essas áreas essenciais do corpo durante os dias quentes.


Ouvido 

O calor extremo ou prolongado pode afetar a saúde auditiva já que ambientes muito quentes e banhos de piscina ou mar, podem levar ao excesso de umidade, afetando a pele do ouvido e assim, tornar o ouvido mais suscetível a infecções por bactérias e fungos - conhecidas como a otite externa tão comum no verão. “A cera de ouvido pode também ficar mais líquida com o contato com a água e assim afetar a autolimpeza natural do ouvido, aumentando potencialmente o risco de acúmulo de cera”, fala Dr. Bruno. Por essas e outras, o médico afirma que é importante evitar a exposição prolongada a temperaturas extremas e secar bem os ouvidos após exposição à água do mar, da piscina e até mesmo do banho. Vale lembrar também da importância de proteger a pele da orelha com protetor solar para evitar queimaduras.

 

Nariz 

A mucosa do nariz também pode sofrer desidratação pelo calor excessivo e assim, tornar o muco mais espesso, dificultando a passagem de ar. “Isso pode gerar desconforto, coceira, espirros e até mesmo ressecamento e sangramento nasal. Além disso, pessoas com condições pré-existentes, como rinite, sinusite ou desvio de septo podem sentir ainda mais os sintomas nos dias mais quentes”, alerta o otorrino.


Garganta 

Dr. Bruno fala ainda que, também por culpa da desidratação, a mucosa da garganta fica mais suscetíveis a irritações e infecções. “Beber água e manter os ambientes bem ventilados ajuda a reduzir a concentração de alérgenos e melhoram a saúde como um todo”, finaliza o especialista.


Saúde mental: Como o acompanhamento psicológico contribui nos tratamentos de infertilidade

 Especialista fala sobre a importância de acompanhamento psicológico durante tratamento

 

Tratamentos de reprodução assistida causam uma “montanha russa” de sentimentos na vida de qualquer pessoa. Não é tarefa fácil lidar com as frustrações de não conseguir engravidar de forma natural, seja por escolha ou pela descoberta de infertilidade. A busca pela qualidade de vida emocional faz parte desse processo que muitas vezes é solitário na vida de homens e mulheres. 

De acordo com a psicóloga Claudia Rachewsky, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, é ideal que o médico que está acompanhando o casal ou a pessoa que está passando pelo tratamento indique o acompanhamento psicológico. 

O acompanhamento nesse processo é importante porque é um momento no geral muito ansiogênico para o casal. Muitas vezes eles são pegos de surpresa com o diagnóstico, que é bastante solitário e que causa muitos sentimentos. O apoio do profissional da área da saúde mental é o que vai de certa forma servir como uma escuta ativa para esses casais”, explica. 

Para a profissional, a terapia, o apoio psicológico, principalmente dentro das clínicas de medicina reprodutiva, pode contribuir com a diminuição dessa ansiedade fazendo uma escuta ativa. 

“Costumo dizer que o casal se sente ‘infértil no mundo que é fértil’, porque eles acham que todo mundo consegue engravidar de forma fácil e eles não. Então essa é a primeira coisa. Eles precisam ter um espaço em que eles mesmos possam se ouvir e também um ouvir o outro, quando falamos de um casal que muitas vezes não falam sobre o assunto”, afirma Claudia.

 

Interferência no tratamento 

A psicóloga explica que a ansiedade e outros transtornos mentais não interferem no resultado positivo ou negativo do tratamento, mas que pode afetar outros aspectos. 

“Ela afeta o desenrolar do tratamento como nas relações entre os casais, nas relações entre a equipe médica. Porque tudo isso de certa forma estará interligado”, conta. 

Rachewsky ressalta que o processo abala muito os aspectos emocionais e quanto mais o especialista em saúde mental conseguir manter o casal em equilíbrio, melhor será para eles no final.

 

Quando chega o resultado negativo 

A pior parte para os tentantes é ter que lidar com os resultados negativos durante os tratamentos. Nem sempre a gestação ocorre em uma primeira tentativa. O que faz com que muitos pacientes desistam de tentar, por não possuir a inteligência emocional e também um acompanhamento adequado que mostre que isso faz parte do processo. 

É muito frustrante o resultado negativo. O paciente de infertilidade passa por muitos lutos. O apoio, principalmente em momentos como esse, é importantíssimo porque o psicólogo vai trabalhando esses lutos, esses insucessos e vai desmistificando situações, porque o casal, em geral, acaba se sentindo muito injustiçado, muito impotente, muito incapaz”, explica a doutora. 

De acordo com Rachewsky, uma escuta ativa para ajudar os pacientes na condução dessas ideias e desse momento, acaba sendo sempre um processo positivo para uma nova possibilidade.
 

Além da terapia 

A psicóloga recomenda que o paciente, além do acompanhamento psicológico, não deixe de fazer atividades que façam bem a ele. 

“Quem passa por esse processo precisa poder se acarinhar nesse momento, porque é importante em um momento tão sofrido, no qual ele fica tão machucado que qualquer coisa que ele possa fazer que traga um prazer a ele, ele deve fazer”, conclui.


Telas em excesso: O perigo para a visão das crianças e adolescentes durante as férias

 

Adobe Stock

Oftalmopediatra da Rede Hospital Casa alerta para os riscos e oferece alternativas de diversão longe dos dispositivos eletrônicos


Você já se pegou pensando sobre o quanto as telas fazem parte do dia a dia dos nossos filhos? Em um mundo onde smartphones e tablets são quase extensões dos dedos e quase 90% das crianças brasileiras estão conectadas à internet, os pais se deparam com o desafio de equilibrar o uso de telas na vida de seus filhos. Com a chegada das férias escolares, esse dilema familiar se torna ainda mais evidente, afinal nem todas as famílias conseguem conciliar as férias das crianças com as suas. Com isso, temos pais imersos no trabalho, crianças ociosas, e as telas acabam sendo usadas em excesso.
 

Consequências do mundo digital nos olhos dos pequenos: 

A Sociedade Brasileira de Pediatria reforça a importância do contato físico e da presença dos pais na formação dos vínculos afetivos, desaconselhando o uso de telas por bebês. “Celulares antes dos 2 anos? Melhor evitar. Até os 10 anos, o ideal é maneirar. Sugiro substituir o celular por uma televisão, posicionada a uma distância segura, e estabelecer um tempo diário, evitando sessões prolongadas”, detalha Anna Haddad, Oftalmopediatra da Rede Hospital Casa que continua: 

“Há risco para a saúde e isso é ciência, porém, não tem como negar que cada família tem a sua configuração e necessidade, por isso é importante encontrar um equilíbrio entre a diversão digital”.
 

Miopia infantil 

“O uso excessivo de celulares pode impactar negativamente no desenvolvimento visual das crianças. O tempo prolongado em frente às telas está diretamente associado ao aumento da miopia”, diz a especialista que detalha: 

“A miopia é uma condição ocular que afeta a capacidade de enxergar claramente objetos distantes, enquanto os próximos permanecem nítidos. Nas crianças, essa condição está se tornando cada vez mais prevalente, e o uso frequente de telas pode desempenhar um papel crucial nesse cenário”.
 

Quando os olhinhos dão sinais de alerta 

Identificar os sinais de miopia nas crianças é crucial para uma intervenção precoce, como relembra a médica. “O mais importante é manter uma rotina anual de visitas a um oftalmologista. Além disso, pais devem observar sintomas como o esforço visual excessivo ao assistir à TV, ler ou realizar tarefas escolares, bem como o hábito de franzir a testa ou apertar os olhos para tentar enxergar melhor. A miopia pode se manifestar também através de dores de cabeça frequentes, irritação ocular e dificuldade em enxergar objetos distantes, especialmente durante atividades ao ar livre”, esclarece a doutora Anna Haddad que destaca a importância de buscar avaliação oftalmológica para um diagnóstico preciso. 

“Observou seu filho grudado na tela mais do que o normal? Esse pode ser um sinal de alerta para o vício. É importante lembrar que as telas devem ser uma ferramenta educativa, não uma substituição para as conexões reais. É preciso ficar atento aos hábitos e garantir um equilíbrio saudável”, afirma Anna Haddad, Oftalmopediatra da Rede Hospital Casa, que diz ser possível minimizar os efeitos negativos do uso excessivo de telas. “Pausas regulares durante o tempo de exposição é essencial para preservar a saúde ocular”.
 

Férias, telas e o desafio dos pais 

Durante as férias, quando a rotina muitas vezes se desfaz, é comum que o tempo em frente às telas aumente. A profissional enfatiza que, mesmo diante dos desafios da vida moderna, os pais podem encontrar maneiras de limitar o uso de telas, priorizando o desenvolvimento saudável da visão de seus filhos.
 

Estabeleça limites com carinho: Horários são importantes, mas flexibilidade também.

Aprendizado divertido: Escolha conteúdos educativos que encantem os pequenos.

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Transplante de fezes avança no SUS como opção de tratamento para infecções resistentes a antibióticos

Pesquisadores de Curitiba realizam estudo clínico
para desenvolvimento de produto à base de microbiota fecal
Créditos: Envato
Procedimento tem alcançado resultados promissores em pacientes com inflamação no intestino grosso e oferece esperança no tratamento de outras doenças

O que fazer quando os antibióticos não são suficientes para combater infecções no trato intestinal? Estudos têm mostrado que pode haver uma saída ainda não tão conhecida, mas com casos de sucesso: o transplante de microbiota fecal. Esse procedimento é simples, realizado por endoscopia ou colonoscopia, e transfere bactérias intestinais de um doador saudável para uma pessoa doente. O primeiro relato desse procedimento foi feito em 1958, mas no Brasil, o transplante de fezes foi realizado pela primeira vez apenas em 2013. De lá para cá, a técnica chegou ao SUS e tem alcançado resultados promissores, com eficácia que pode ser de 90% entre os pacientes transplantados.

Para driblar a resistência aos medicamentos ao mesmo tempo em que oferece tratamento adequado, o Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), realiza transplantes de fezes em pacientes que sofrem de inflamação no intestino grosso, ou seja, colite por Clostridioides Difficile. Com atendimento 100% via SUS, o hospital tem alcançado bons resultados, com melhora rápida dos pacientes e alta hospitalar. A prática, que teve início em 2018, ganhou agora uma nova frente de pesquisa para desenvolvimento de um produto à base de microbiota fecal pelo Laboratório de Doenças Infecciosas da PUCPR. "Atualmente, no mercado internacional, temos apenas dois produtos semelhantes ao nosso, um nos Estados Unidos e outro na Suíça", relata o infectologista responsável, Felipe Tuon.

O tratamento também é um aliado contra as superbactérias, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), podem matar 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050. Para comparar o transplante de microbiota fecal com o tratamento tradicional, o grupo liderado pelo infectologista e pesquisador Felipe Tuon iniciou um estudo clínico controlado com 48 pacientes que serão tratados com o produto em hospitais de Curitiba, incluindo o Hospital Universitário Cajuru. "Nossa expectativa é constatar que o transplante de microbiota fecal é mais eficaz do que o tratamento com antibióticos", contextualiza.

E as possibilidades de tratamento só aumentam com o avanço dos estudos. Uma pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o transplante de fezes pode ser a chave para o tratamento de várias outras doenças, como a asma, esclerose múltipla e diabetes. Isso ocorre porque as fezes humanas agem de forma semelhante a um alimento probiótico, com a presença de bactérias benéficas para o funcionamento do corpo humano. "A microbiota é parte importante do nosso corpo, representando até 90% de todas as células que possuímos, e é formada desde o nosso nascimento. Essa parceria entre o corpo humano e a microbiota é natural, pois ela forma a primeira linha de defesa do nosso intestino e nos auxilia a digerir melhor alimentos que poderíamos ser incapazes de aproveitar", explica o gastroenterologista do Hospital Universitário Cajuru, Jean Tafarel.


A luta por doadores

Um dos grandes desafios do transplante de microbiota fecal é encontrar um doador, já que a sociedade brasileira ainda não possui a cultura de doar fezes e enfrenta desconfiança, falta de informação e dificuldades de compatibilidade. Para facilitar o processo, foi implementado um banco de fezes na PUCPR, em parceria com o Hospital Universitário Cajuru. No Brasil, poucos centros contam com iniciativas semelhantes, e as doações são realizadas conforme a demanda.

Para ser doador, o candidato passa por exames como hemograma, além de avaliações sobre estilo de vida, hábitos alimentares, prática de exercício físico, ausência de sintomas gastrointestinais e infecções, e a não utilização de antibióticos nos quatro meses que antecedem a coleta. "A triagem é extremamente rigorosa, mais exigente que um transplante de órgão. É feita uma entrevista e uma série de exames de sangue e de fezes para garantir que não ocorra nenhuma transmissão de infecções virais, bacterianas, fúngicas ou parasitárias", detalha o infectologista.


O procedimento

O transplante fecal transfere a microbiota de um indivíduo que tem bactérias benéficas para o paciente que está com a microbiota danificada. O procedimento é similar à colonoscopia, um exame que utiliza técnicas da endoscopia para analisar o intestino grosso. Após tomar um medicamento contra a diarreia e ser sedado, o paciente recebe uma injeção do transplante de amostra fecal no cólon por meio de um tubo de colonoscopia. Ao acordar, o remédio contra a diarreia mantém as bactérias saudáveis no organismo, aumentando assim as chances de proliferação e auxiliando no tratamento.

A história do transplante de fezes no Brasil está apenas começando. É uma técnica simples e de baixo custo que, quando realizada por profissionais capacitados e com as devidas precauções biológicas, pode trazer inúmeros benefícios à população. "Ainda é um desafio sem uma legislação específica, como acontece em outros países. Portanto, é de extrema importância o estudo que estamos desenvolvendo sobre o nosso produto, que possibilitará solicitar sua liberação e registro na Anvisa. A partir disso, nossa intenção é que essa microbiota fecal possa ser amplamente distribuída no mercado nacional, garantindo o tratamento adequado e segurança para os pacientes", conclui Felipe Tuon.


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