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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Ligação cérebro e intestino ajuda a entender depressão e tratamento com qualidade de vida

“Quando as pessoas respondem pior ao tratamento, procuramos entender melhor a infância e verificamos que 80% passaram por algum tipo de abuso emocional”


O tratamento da depressão provocada por diferentes estressores é um dos principais desafios dos profissionais da saúde mental e tem sucesso, principalmente, com o auxílio medicamentoso, em casos moderados e graves, mas as mudanças de hábitos, como atividade física, psicoterapia e dieta alimentar, são considerados fundamentais para que o paciente possa voltar a ter qualidade de vida e não apenas deixar de ter sintomas.

 

A relação da alimentação e a conexão entre o intestino e o cérebro são alvos de estudos, há séculos, desde o início da medicina, e ganhou ainda mais força nas últimas décadas com os avanços das pesquisas no processo inflamatório que leva ao quadro depressivo.

 

Durante a palestra “Intestino, Cérebro e depressão”, realizada no Congresso “Brain, Behavior and Emotions”, no início deste mês de junho, em Florianópolis (SC), o médico Kalil Duailibi, presidente do Departamento Científico de Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina (APM), lembrou que Hipócrates, pai da medicina ocidental, já descrevia como hábitos alimentares provocavam alterações na saúde e defendia alguns tratamentos por meio das dietas.

 

“Ele descrevia vários tipos de alimentos que ajudariam diversos quadros clínicos, não só na parte gástrica e do intestino, mas também na parte mental. Hipócrates preconizava para a melancolia que é a nossa depressão, uma dieta que é muito próxima do que hoje chamamos de “dieta do Mediterrâneo” com pouca carne vermelha, e muito mais peixes, oleaginosas e azeite”, comentou.

 

Duailibi ressalta que, nos últimos 200 anos, os estudos sobre nutrientes e a falta deles nos quadros mentais avançaram, mas que a mudança na compreensão aconteceu, principalmente, há 25 anos, com as pesquisas sobre a microbiota intestinal, que reforçou a ligação com o cérebro.

 

“Nos últimos anos, a gente tem estudado como pessoas com determinadas características de personalidade, também têm algumas alterações nesta microbiota, como por exemplo, pessoas com muita irritabilidade teriam mais bactérias que produzem ácido propiônico, enquanto pessoas mais tranquilas teriam uma microbiota com muito mais lactobacilos”, exemplificou.

 

A depressão começou a ser vista como uma “doença inflamatória” a partir dos estudos sobre a Inflamação e suas repercussões no organismo e, a partir de 2011, a ciência avançou com o estudo do intestino permeável, conhecido como “leaky gut” ou disbiose, no termo médico brasileiro, de onde viria este "estado inflamatório". O psiquiatra explica que o estresse crônico geraria uma alteração no lúmen intestinal com bactérias sendo liberadas para camadas mais profunda, atingindo a circulação, gerando este estado inflamatório.

 

TRATAMENTO

 

Neste contexto, Duailibi destaca a necessidade de um tratamento multidisciplinar para depressão, que leva em consideração as diferentes características do quadro de cada paciente, mas que também inclui os conceitos de alimentação do pai da medicina.

 

“Quando a pessoa tem um quadro depressivo de moderado em diante, a medicação é obrigatória. O que vai desatolar essa pessoa é remédio. Quando o quadro é leve para moderado, a atividade física, aeróbica, com dieta, mais integral, são importantes, pois vai tratando esse ‘leaky gut’ e fecha esse estado de disbiose com bactérias do bem que produzem gaba, serotonina”, explicou.

 

“A psicoterapia, dieta, atividade física são um pacote de qualidade de vida. Não é só parar sintomas, é preciso que o paciente volte a estar pleno, isso é muito mais do que apenas do deixar de ter sintomas. Por isso, é fundamental o acompanhamento de um nutricionista e um educador físico também”, acrescentou o psiquiatra.

 

Entre os principais estressores entre os homens estão desemprego e insegurança financeira. Já entre as mulheres, Duailibi cita as questões afetivas, rompimentos e relações familiares. O quadro de abusos de substâncias com uso contínuo do álcool ou em quantidade maiores, ainda pode agravar o quadro depressivo e provocar lesão neural com uso frequentes.

 

O psiquiatra também faz um alerta para estressores na infância como bullying, perda de pais e avós e, principalmente, o abuso emocional. “Quando as pessoas respondem pior ao tratamento, procuramos entender melhor a infância e verificamos que 80% passaram por algum tipo de abuso emocional.”


Brain, Behavior and Emotions - O maior congresso de Neurociências do Brasil reúne especialistas de todas as regiões do Brasil para discutir atualizações nas áreas de Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, Gerontologia, Geriatria e Neuropsiquiatria. A próxima edição será no Rio de Janeiro, entre os dias 26 e 29 de junho de 2024.


Você sabia que o frio pode causar alterações na glicemia?

Sinais de hipoglicemia podem ser confundidos com sensação de frio


Nesses dias frios, a vontade é de ficar na cama, debaixo do cobertor, e a rotina de atividade física acaba ficando comprometida, o que não é legal, principalmente para as pessoas que têm diabetes. Mas por quê?

 

Porque a atividade física é essencial para a pessoa que vive com diabetes e, no inverno, é fundamental monitorar os níveis de glicose com regularidade, já que o frio pode causar alterações na glicemia. De acordo com a Dra. Flávia Oliveira, médica do estilo de vida e coach de saúde, apoiadora do Instituto Correndo pelo Diabetes (ICPD), a vasoconstrição causada pelo frio pode dificultar a ação da insulina no corpo do paciente, ou seja, a insulina presente no sangue pode não ter efeito esperado e possíveis hiperglicemias.

 

“Chamo atenção também à hipoglicemia, que pode ser mascarada pelas baixas temperaturas, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com a própria sensação de frio como tremores, palidez, aumento de apetite e formigamentos nas extremidades”, explica Dra. Flávia.

 

E o que fazer? Nesses dias de frio, é muito importante que a pessoa que vive com diabetes se mantenha aquecida, use roupas adequadas e proteja, especialmente, as extremidades do corpo como pés e mãos. “E não deixe a temperatura baixa impactar a sua rotina de exercícios. Antes de iniciar qualquer atividade física, faça um aquecimento para evitar lesões e meça a glicemia”, orienta a médica do estilo de vida e apoiadora do ICPD. 

Segundo Dra. Flavia, exercícios ao ar livre são sempre mais indicados e podem ser feitos nos horários mais quentes do dia. “A atividade física é um dos pilares do tratamento do diabetes, juntamente com a alimentação equilibrada e saudável. Hidrata-se, mesmo que no inverno a sensação de sede diminua”, explica a médica.

 

Sobre o Instituto Correndo pelo Diabetes
O Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD) é uma organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas com diabetes e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), por meio do exercício físico, inclusão e garantia de direitos.
https://correndopelodiabetes.com/
https://instagram.com/correndopelodiabetes


MSF condena bloqueio de acesso médico em Jenin na maior ação militar na Cisjordânia desde 2002

Pelo menos oito pessoas foram mortas e outras 91 ficaram feridas em ação de forças israelenses


A equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF) está prestando cuidados médicos de emergência na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, após uma incursão em larga escala das forças israelenses no campo de refugiados da cidade, nesta segunda-feira (3). A ação armada é a maior na Cisjordânia desde 2002. Pelo menos oito pessoas foram mortas e outras 91 ficaram feridas na operação terrestre e aérea – muitas delas com ferimentos de bala e estilhaços.

Além de matar e ferir pessoas, a ação também afetou as estruturas de saúde e obstruiu a resposta médica à emergência. Várias bombas de gás lacrimogêneo caíram no pátio do hospital Khalil Suleiman, onde uma equipe de MSF tratava, desde as 2h da manhã de hoje, pacientes com ferimentos de bala.

"Os ataques em Jenin estão se tornando cada vez mais frequentes, e sua intensidade parece atingir novos patamares. Vimos vários pacientes com ferimentos de bala na cabeça e recebemos 55 pacientes feridos ", disse Jovana Arsenijevic, coordenadora de operações de MSF em Jenin.

As escavadeiras militares destruíram várias estradas que levavam ao campo de refugiados de Jenin, danificando o pavimento e tornando quase impossível que as ambulâncias chegassem aos pacientes. Durante o ataque, os paramédicos palestinos foram forçados a prosseguir a pé, em uma área onde há tiros e ataques de drones. Todas as estradas que levam ao campo foram bloqueadas durante a operação militar, apesar da presença de pacientes que precisam de cuidados dentro do campo de refugiados.

“Estamos trabalhando há 15 horas, e os pacientes continuam chegando. Esta é uma operação militar sem precedentes, e ainda há vítimas que não podem ser alcançadas. A equipe de saúde precisa ter permissão para acessar os pacientes sem impedimentos”, disse Arsenijevic.

Os eventos desta segunda-feira elevaram para 48 o número de mortes durante as operações das forças israelenses em Jenin neste ano. Com o aumento da frequência, crescem também as obstruções à prestação de cuidados médicos.

As ações das forças israelenses em Jenin estão recorrendo cada vez mais ao apoio aéreo, um recurso violento do uso da força. Hoje, pelo menos 10 ataques aéreos foram relatados em Jenin.

“As incursões no campo de Jenin começaram a seguir um padrão familiar – ambulâncias foram abalroadas por carros blindados, e pacientes e profissionais de saúde foram rotineiramente impedidos de entrar e sair do campo. Além disso, o uso de helicópteros na ação e ataques de drones em uma área tão densamente povoada representam um aumento acentuado da intensidade, e é nada menos que ultrajante”, frisou Jovana Arsenijevic.

“O que vemos é que o hospital onde estamos tratando pacientes foi atingido por bombas de gás lacrimogêneo. Estruturas médicas, ambulâncias e pacientes devem ser respeitados”, concluiu a coordenadora.

MSF está nos Territórios Palestinos Ocupados desde 1989 e atualmente tem operações médico-humanitárias em Jenin, Nablus, Hebron e Gaza.


Vitiligo: entenda os sintomas, impacto e tratamento da doença que atinge mais de um milhão de brasileiros

Doença é caracterizada por manchas brancas devido à
ausência ou diminuição do pigmento natural
da pele, a melanina

Divulgação
Flávia Villela, que é médica especialista em Dermatologia, fala sobre a doença cutânea não contagiosa, além da importância do diagnóstico precoce e do tratamento

 

O vitiligo é uma doença crônica caracterizada por manchas brancas devido à ausência ou diminuição do pigmento natural da pele, a melanina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de um milhão de brasileiros convivem com a doença.

A médica especialista em Dermatologia Flávia Villela, explica que a manifestação é autoimune, não contagiosa e não tem cura, apesar de ter tratamento. ‘’O vitiligo afeta homens e mulheres, de todas as etnias e idades, e o que muita gente não sabe é que o desenvolvimento da doença também se dá por fatores genéticos, impactos emocionais ou por outras doenças autoimunes’’.

O estudo da SBD esclarece que fatores externos podem contribuir para o aparecimento ou agravamento das manchas que decorrem da perda gradativa da pigmentação devido à formação de linfócitos T que destroem os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina no organismo.

Flávia Villela ressalta que além das manchas por todo o corpo, sensibilidade e dor também podem impactar nessas lesões de pele. Por isso, é tão importante que o diagnóstico aconteça no início das manifestações. Ainda segundo a especialista, as manchas não apresentam coceira e nem irritação, assim como não acarreta sintomas mais graves. Sendo assim, o vitiligo permite uma vida saudável e um quadro dermatológico controlado.

O Vitiligo é uma doença cutânea não contagiosa
Divulgação

Inclusive, uma das medidas para controlar o vitiligo é a prevenção à exposição das áreas afetadas ao sol, já que os pacientes têm uma maior tendência de envelhecimento na pele. Já o tratamento pode ser realizado pela associação de tecnologias estéticas para manchas, como tratamentos a laser para estimular a produção de melanócitos, além de reduzir a inflamação e aliviar a escamação da pele nas partes do corpo mais afetadas, que são: face, cotovelos, joelhos, mãos, pés e genitais.

‘’Os procedimentos de consultório atuam em todas as formas clínicas do vitiligo, que vão desde segmentar, com manchas distribuídas unilateralmente, ou seja, em apenas em uma parte do corpo, como também universal, por quase todo corpo. As sessões de fototerapia com radiação ultravioleta também apresentam excelentes resultados e medicamentos como Tacrolimo, derivados de vitamina D e corticosteroides são exemplos de medicações que ajudam no tratamento da doença’’, finaliza a médica.


Esmaltação em gel e outras atividades de rotina podem esconder riscos à pele

Exposição cotidiana aos raios UV sem proteção pode
 causar doenças e envelhecimento precoce da pele

Créditos: Envato

Raios UV nocivos presentes no dia a dia podem causar envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele quando há exposição em excesso sem proteção

 

O número de pessoas que utilizam cabines de luz ultravioleta para secagem de esmaltes e alongamento em gel está aumentando cada vez mais. A praticidade e a maior durabilidade estão entre os principais motivos. No entanto, um comunicado emitido recentemente pela Academia Nacional de Medicina da França trouxe um alerta sobre o risco do uso contínuo dessa prática. Estudos indicam que o aparelho utilizado por manicures aumenta o risco de câncer de pele, uma vez que é necessário expor as unhas à luz UV emitida pela cabine para que o esmalte em gel endureça e seque. 

Segundo a dermatologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Anna Karoline de Moura, embora a exposição durante o processo seja curta, o risco de doenças de pele torna-se significativo devido à frequência com que o procedimento é realizado de forma contínua por pessoas que usam unhas em gel. "A incidência de raios UVA, presentes nesses aparelhos, tem capacidade para atingir mais profundamente a pele e apresenta um maior potencial de envelhecimento da área exposta”, explica. 


Perigos ocultos

Além do risco apresentado pelas cabines de secagem do esmalte em gel, existem outros fatores nocivos aos quais a pele é frequentemente exposta. Embora o cuidado com o rosto seja a preocupação mais comum no dia a dia, áreas como o couro cabeludo, orelhas, mãos, braços, pescoço e colo muitas vezes sofrem com a falta de atenção. Essas regiões são altamente vulneráveis aos danos cumulativos causados pelo sol. 

Além disso, atividades cotidianas que podem parecer inofensivas, como a exposição diária a telas de computadores, celulares e televisores, também podem desencadear ou agravar problemas de pele com o tempo. “O uso excessivo de telas é prejudicial para pele, especialmente para aqueles que têm tendência a manchas, uma vez que as telas também emitem radiação”, afirma a dermatologista.


Prevenção

Doenças de pele são muito comuns, mas, na maioria dos casos, podem ser evitadas por meio da adoção de cuidados básicos na rotina. Para isso, além da atenção com a exposição ao sol, recomenda-se o uso de protetores solares com fator de proteção solar acima de 50, principalmente nas áreas do corpo mais expostas. A dermatologista ressalta que, ao contrário das cabines de bronzeamento artificial, que devem ser totalmente evitadas, a exposição às cabines de luz UV para esmaltação em gel e à radiação das telas pode ser realizada, desde que sejam seguidos os cuidados recomendados e adequados. “É importante intensificar o uso de filtro solar, mesmo em casa ou no escritório, e aplicá-lo a cada duas ou três horas. Ao realizar procedimentos em cabine de luz UV, é imprescindível o uso de filtro solar nas mãos e hidratação das cutículas e unhas”, finaliza.


Julho amarelo: campanha destaca a importância da prevenção contra as hepatites virais

Infecções causam aproximadamente 1,4 milhões de mortes ao ano no Mundo


Instituída no Brasil pela lei n° 13.802/2019, a campanha Julho Amarelo tem por objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença. As hepatites virais são infecções que atingem o fígado podendo ser leves, moderadas ou graves e no País, os tipos mais comuns são causados pelos vírus A, B e C. 

Podendo ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, drogas, álcool, assim como por algumas doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas, as infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. E, na maioria dos casos, por não apresentar sintomas, grande parte dos infectados desconhecem ter a doença levando à evolução do quadro comprometendo o fígado – sendo grande causador de fibrose avançada, cirrose e até mesmo o desenvolvimento de câncer.

Mundialmente, as infecções por hepatites causam 1,4 milhões de mortes ao ano, seja pela infecção aguda, câncer hepático ou cirrose e a taxa de mortalidade da hepatite C pode ser comparada, por exemplo, às do HIV e tuberculose.

Por isso, os exames de rotina são essenciais para a manutenção da saúde e prevenção de doenças. Eles permitem que o médico identifique possíveis problemas de saúde antes mesmo que sintomas apareçam, o que aumenta a chance de tratamento bem-sucedido e reduz o risco de complicações graves.

De acordo com Vitor Moura, CEO da plataforma VidaClass Saúde, “campanhas de conscientização em prol da saúde têm grande importância para popularizar os temas, muitas vezes desconhecidas pela população. Falar em ‘Julho Amarelo’ proporciona uma entrada muito maior nos grupos sociais trazendo a importância dos cuidados, prevenção e consultas regulares. A partir disso, as pessoas descobrem que determinados procedimentos são simples, que muitas formas de prevenção são plenamente acessíveis e que inserir certos cuidados em sua rotina pode ter uma importância enorme. Por isso, comunicar um tema tão importante para a sociedade sempre será uma boa ideia”.

 

VidaClass Saúde

 

As consequências da cirurgia bariátrica na saúde óssea

Má absorção de nutrientes resulta em prejuízos na mineralização e densidade óssea

 

Entre 2017 e 2022, o Brasil registrou cerca de 315.720 cirurgias bariátricas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Deste número, 252.929 foram realizadas por meio da saúde suplementar (ANS), 16.000 foram procedimentos particulares, e 46.791 foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, o Dr. Sérgio Maeda, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), aborda os impactos da cirurgia bariátrica na saúde óssea.

 

Segundo o endocrinologista, a cirurgia bariátrica é uma medida extrema utilizada no tratamento da obesidade grave, resultando em redução de peso devido à combinação de restrição alimentar e má absorção de nutrientes. Embora seja eficaz na melhora de diversas condições, como glicemia, problemas cardiovasculares e dores nas articulações, a saúde óssea é afetada de maneira negativa.

 

“Após a cirurgia bariátrica, o paciente experimenta uma significativa perda de peso durante o primeiro e segundo ano. Essa redução de carga sobre os ossos leva a uma adaptação da estrutura óssea ao novo peso. Vale destacar que a má absorção de nutrientes resulta em prejuízos na mineralização e densidade óssea. Essa contínua perda de massa óssea associada a perda de massa muscular, aumenta a suscetibilidade à osteoporose, fraturas e a sarcopenia a longo prazo”, destaca o especialista.

 

Segundo ele, é essencial garantir uma reposição adequada dos nutrientes que passam a ter dificuldade deabsorção pelos pacientes, a fim de evitar o aumento do hormônio PTH e a aceleração da perda óssea. Nesse contexto, o especialista ressalta a importância da suplementação de citrato de cálcio, vitamina D  e magnésio.

“É importante verificar o tipo de cirurgia que foi realizada no paciente, pois há cirurgias que provocam menos prejuízo da absorção. Caso o paciente tenha sido submetido a uma derivação biliopancreática ou alguma técnica disabsortiva, será necessário que haja uma maior suplementação de cálcio e vitamina D”, salienta o endocrinologista.

 

O médico ressalta que após a bariátrica, será necessário inicialmente adaptar-se a uma dieta líquida e controlar a quantidade de alimentos consumidos. Para promover uma saúde óssea ideal, é essencial fazer uma suplementação adequada de nutrientes e realizar consultas periódicas com especialistas médicos.

 


ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo
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Inverno requer atenção especial com a circulação sanguínea

Durante os dias com baixa temperatura é importante ficar atento a determinados sintomas, uma vez que o corpo sempre sinaliza quando algo não está bem. Dor, formigamento, pele fria, pálida e arroxeada podem ser indícios de doenças vasculares

 

O inverno é conhecido pelas quedas de temperaturas que podem afetar o sistema circulatório de várias maneiras, e é essencial adotar medidas preventivas para manter uma boa saúde durante esta estação. A fim de conscientizar a população sobre a importância de alguns cuidados, o cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio Rossi, destaca os riscos e dá orientações para manter o sistema vascular saudável durante os meses mais frios.

Conforme diz o especialista, de maneira geral, as doenças vasculares arteriais, tais como infarto, acidente vascular cerebral, isquemias e tromboses, tendem a se intensificar durante determinados períodos. Especificamente, observa-se um aumento significativo dessas enfermidades quando as temperaturas médias caem abaixo dos 14°C. “A cada diminuição de 10°C, o risco de infarto do miocárdio aumenta em aproximadamente 7%, resultando em um aumento de até 30% nas mortes relacionadas a essa causa”, afirma Dr. Fabio.

O cirurgião vascular também faz um alerta: “É fundamental estar atento a determinados sintomas, uma vez que o corpo sempre reage quando algo não está bem. Por exemplo, com a presença de dor torácica aguda, existe a possibilidade de ser um infarto agudo do miocárdio. Já a confusão mental, dificuldade na fala, na memória, no caminhar, ou paralisias na face ou em membros são sinais de um acidente vascular cerebral. Além disso, a presença de dor aguda, frialdade, dificuldade em sentir ou movimentar os membros apontam para uma isquemia. Todos esses sinais são indicativos de condições graves e requerem busca imediata por auxílio médico.”

Quem reside ou viaja para regiões extremamente frias e não se protege adequadamente com roupas mais quentes, logo percebe, após alguns minutos, a ocorrência de dormência nos dedos das mãos, perda de sensibilidade tátil e dificuldade de movimentação. O médico explica que isso ocorre devido à isquemia das terminações nervosas causada pela vasoconstrição reflexa. Quando a exposição ao frio é prolongada e intensa, pode ocorrer necrose das polpas digitais das mãos e dos pés, bem como do nariz e das orelhas. Em pacientes diabéticos ou com doença arterial obstrutiva periférica, que já possuem um fluxo sanguíneo reduzido, a isquemia é agravada quando expostos a temperaturas extremamente frias, o que aumenta o risco de trombose arterial e necrose nas extremidades.

Outra situação que acontece em dias frios é o Fenômeno Raynaud, doença funcional vaso espástica. A ocorrência é uma resposta circulatória funcional da microcirculação, desencadeada por emoções extremas e exposição ao frio. Quando as extremidades, como mãos e pés, entram em contato com o frio extremo, pode ocorrer um fenômeno trifásico. Inicialmente, há uma intensa vasoconstrição e palidez dos dedos. Após algum tempo (segundos ou minutos), os dedos se tornam azulados (cianóticos) devido à falta de oxigênio e acúmulo de dióxido de carbono no sangue da extremidade. Em uma terceira fase, as arteríolas e capilares se dilatam novamente devido a uma vasodilatação compensatória (hiperemia reativa). Geralmente, o fenômeno é benigno, mas nos casos mais graves, há chances de ocorrer úlceras necróticas nas polpas digitais. Indivíduos com esse fenômeno devem investigar a possível presença de doenças autoimunes e reumatológicas em curso, ou que possam se manifestar futuramente.

“Para garantir a saúde durante o inverno, é essencial adotar hábitos de vida saudáveis e implementar medidas preventivas, como fazer exames para acompanhar níveis de colesterol no sangue. E o cuidado com o controle da pressão sanguínea deve ser redobrado, pois ela pode piorar devido à vasoconstrição induzida pelo frio”, orienta o médico.

Alguns cuidados também são indispensáveis para preservar a saúde cardiovascular como: manter-se adequadamente agasalhado, praticar atividades físicas como caminhadas e exercícios aeróbicos, ter uma dieta saudável e fazer uma hidratação apropriada. Evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo também é essencial, pois bebidas alcoólicas e o cigarro aumentam o risco de hipertensão arterial, infarto do miocárdio e derrame cerebral. Além disso, o álcool é diurético e a desidratação eleva ainda mais o risco de trombose.

Receber a vacina contra a gripe é de extrema relevância, especialmente para os idosos, pois isso reduz significativamente o risco de complicações. A infecção respiratória, como a gripe, desencadeia um estado inflamatório que pode provocar a desestabilização de placas de gordura nas artérias, resultando em obstrução das artérias coronárias, causando infarto do miocárdio, ou das artérias cerebrais e periféricas, provocando o derrame cerebral, e ainda a trombose arterial aguda nos membros inferiores, podendo, em casos mais graves, levar à amputação.

Com relação a alguns sintomas, como dor e inchaço relacionados a varizes, no inverno, normalmente, tendem a melhorar, devido ao efeito vasoconstrictor provocado pelo frio. Entretanto, o número de internações por trombose venosa profunda e embolia pulmonar aumenta consideravelmente nessa época. A desidratação, além de aumentar o risco de trombose, ainda provoca rachaduras nas pernas e nos dedos dos pés, e resulta em uma porta de entrada para bactérias, pois causa ferimentos, linfangites e erisipelas. Deve-se evitar tomar banhos muito quentes, e é recomendável o uso de cremes hidratantes e beber muita água.

Para quem precisa fazer o tratamento de varizes e vasinhos, a estação é considerada a melhor época.  Isso ocorre porque é um período em que a exposição dos membros inferiores diminui bastante. Mesmo com o avanço das técnicas e melhora dos resultados, ainda hoje é recomendável que se evite a exposição ao sol durante o pós-operatório precoce.  Durante o verão, as altas temperaturas, provocam vasodilatação aumentando os riscos de hematoma e edema no pós-operatório, o contrário acontece no inverno. Apesar desse efeito não ser tão pronunciado, muitos consideram mais uma vantagem da realização do tratamento das varizes e vasinhos no inverno.  

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram). 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br

Entenda os mitos e verdades sobre a febre maculosa

Especialista do CEJAM responde às principais dúvidas sobre a doença, que vem preocupando a população brasileira


Com o aumento dos casos de febre maculosa e de óbitos decorrentes da doença, acendeu-se um alerta não apenas no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil. Nos últimos dias, a febre maculosa ganhou destaque após a confirmação das mortes de quatro pessoas que estiveram na Fazenda Santa Margarida, localizada em Campinas, no interior paulista.

O quadro, comum em áreas rurais, especialmente em locais com mata e vegetação, é causado pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitido pela picada do carrapato-estrela, artrópode que costuma ser encontrado em capivaras, cavalos e animais de pasto.

Alguns sintomas, como dor de cabeça, dor no corpo, dor abdominal, vômito, febre, possíveis áreas de sangramento e aparecimento de pequenas manchas vermelhas no corpo, podem ser indícios da doença e precisam ser analisados com atenção. Se não tratada rapidamente, a enfermidade pode resultar em taxas de mortalidade superiores a 50%.

A infectologista Tassiana Rodrigues Galvão, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, destaca que, apesar dos riscos, a doença tem um tratamento relativamente simples e econômico, através do uso de antibióticos. Portanto, a cura é possível quando se tem um diagnóstico preciso e rápido.

Ainda existem diversas dúvidas entre a população em relação ao tema. Pensando nisso, a especialista respondeu a alguns dos mitos e verdades mais comuns sobre a febre maculosa. Confira abaixo:

Todo cavalo ou capivara tem carrapato-estrela e pode transmitir a febre maculosa?
Mito! Nem sempre esses animais terão o carrapato-estrela e, se tiverem, nem sempre esses carrapatos estarão infectados pela bactéria também. De qualquer forma, eles são considerados os principais hospedeiros da doença, então, é preciso cuidado.

A febre maculosa pode ser transmitida de pessoa para pessoa?
Mito! A febre maculosa só pode ser adquirida através da exposição à picada do carrapato-estrela, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Somente o carrapato infectado é capaz de transmitir a doença, ou seja, ela não é transmitida de pessoa para pessoa.

Os homens são os mais atingidos pela doença? 
Verdade! Apesar de atingir diferentes pessoas, a incidência maior é em homens adultos, pois são os que mais costumam frequentar regiões de mata e, muitas vezes, também trabalham nestas áreas.

Crianças e idosos sofrem mais com os sintomas de febre maculosa?
Verdade! Pacientes imunossuprimidos, crianças, idosos e transplantados correm maiores riscos, pois possuem um sistema imunológico mais frágil.

Usar repelente ajuda a prevenir a ocorrência da doença?
Verdade! O uso de repelente é uma maneira de proteção, pois nele contém uma substância conhecida como DEET (N-N-dietilmetatoluamida), que previne a picada do carrapato-estrela.

Ao perceber um carrapato-estrela no corpo, deve-se espremê-lo até matá-lo?
Mito! Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça. Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe-o com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido você retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

A febre maculosa pode causar confusão mental?
Verdade! Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para complicações como sangramentos e encefalites, que podem causar confusão e outras alterações neurológicas.

A febre maculosa pode deixar sequelas?
Verdade! Além do risco de óbito, a doença pode deixar sequelas no sistema motor e neurológico. Isso varia de acordo com a rapidez do tratamento.

Existe teste rápido para identificar febre maculosa no Brasil?  
Mito! Ainda não existe teste rápido amplamente disponível para identificar a doença. No momento, o diagnóstico inicial é feito em consulta, para agilizar os cuidados, e, posteriormente, é confirmado por meio de exames clínicos.

Atualmente, existe vacina para febre maculosa disponibilizada pelo SUS? 
Mito! No passado, já houve uma vacina para febre maculosa, porém, estudos de efetividade demonstraram que os resultados não eram tão positivos e que existiam diferentes efeitos colaterais.

Gatos e cachorros podem ter carrapato-estrela?
Verdade! Há chances desses animais serem infectados, principalmente quando vivem em fazendas, sítios e áreas de matas. Porém, os riscos são baixos, porque os carrapatos encontrados na maioria dos cachorros e gatos não costumam ser do tipo estrela.




CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
(@cejamoficial)

Câncer de bexiga: tabagismo é principal fator de risco para a doença

Julho traz laço rosa-verde-roxo para conscientizar sobre os cuidados com esse tumor

 

Homens brancos, com mais de 60 anos, e que fazem uso de tabaco, precisam reforçar a atenção com a saúde, principalmente no que diz respeito ao câncer de bexiga. Isso porque, esse perfil é um dos mais atingidos pela doença, que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) deve fazer 11.370 vítimas em todo o Brasil, entre os anos de 2023 e 2025. Esse tipo de tumor é duas vezes mais frequente em homens e em pessoas brancas. Apesar de ser considerado pouco frequente, ocupando a 12ª posição no Brasil, é uma doença que pode ser evitada com a alteração do estilo de vida.

As causas do câncer de bexiga ainda não são conhecidas, mas o tabagismo é um dos principais fatores de risco para a doença. O oncologista Higor Mantovani, do Grupo SOnHe, reforça a necessidade de uma mudança de hábitos entre as pessoas, abandonando o cigarro e incorporando atividade física e alimentação saudável à rotina. “A pandemia nos ensinou muito sobre a importância da vida saudável. Pessoas ativas, que mantinham uma alimentação saudável, evitando ultra processados, se sentiam menos vulneráveis à COVID-19. Não é só uma sensação! O estilo de vida que levamos diz muito sobre o nosso futuro próximo”, alerta o médico.

Cerca de 90% dos pacientes descobrem o câncer de bexiga após os 55 anos, o que faz com a doença seja associada a pessoas com mais idade. Na maioria dos casos, o câncer de bexiga se apresenta de maneira leve, atingindo a mucosa de revestimento interno, chamada de urotélio. Sangue na urina e alteração nos hábitos urinários sintomas são característicos e exigem investigação imediata. “Se o paciente sentir dor, dificuldade ou até mesmo vontade excessiva de urinar, é preciso procurar um especialista”, alerta o oncologista Higor Mantovani. O Sangue na urina também deve ser observado e relatado ao médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances de cura o paciente apresenta.


Novidades no tratamento

O tratamento padrão do câncer de bexiga traz abordagens cirúrgicas e quimioterápicas, com base em compostos derivados de platina. Atualmente, a Oncologia moderna passou a contar com novas tecnologias que vem ganhando espaço no tratamento desta neoplasia e garantindo resultados satisfatórios, como a imunoterapia, indicada para pacientes que apresentavam o estágio mais avançado do câncer.

Alguns estudos comprovaram a eficácia dos imunoterápicos após a falha de quimioterapia com platina. Mais recentemente, ela passou a integrar uma estratégia de manutenção após a algumas doses de tratamento com quimioterapia com platina; este tratamento é, hoje, o padrão de escolha para os pacientes que se apresentam com câncer de bexiga com metástases, ou que recidivam após algum tempo do tratamento definitivo deste câncer. “A imunoterapia também ganhou espaço no cenário inicial do câncer urotelial, mostrando resultados interessantes e sendo incorporada à prática clínica”, reforça o oncologista Higor Mantovani.

A terapia-alvo também trouxe avanços no tratamento do câncer de bexiga. É sabido que 15 a 20% dos pacientes com câncer urotelial tem alterações em genes do FGFR (receptor de fator de crescimento de fibroblastos). Neste sentido, foram desenvolvidos medicamentos que tem como alvo as células com tais alterações genéticas; é o caso do Erdafitinibe. A última edição do Congresso Americano de Oncologia Clínica (ASCO 2023) trouxe resultados consistentes deste medicamento em segunda linha de tratamento do câncer urotelial avançado com alterações genéticas em FGFR. “Este medicamento já está disponível no Brasil, mas ainda com cobertura restrita pelos planos de saúde e sem perspectivas de chegada ao SUS”, alerta o oncologista.

Mais recentemente, o arsenal terapêutico para combate ao câncer de bexiga ganhou mais um combatente; os chamados ADC’s (anticorpos conjugados a droga). Essa tecnologia foi recentemente incorporada no tratamento de câncer de mama no Brasil. Esse tipo de tratamento tem um mecanismo de ação diferente, no qual um composto antineoplásico é “entregue” dentro do microambiente celular, através de um anticorpo específico que tem afinidade pela célula tumoral. 

 

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
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Memória: Até que ponto esquecer é normal?


 

Imagine acordar um dia e perceber que suas memórias do passado simplesmente desapareceram. Eventos importantes, experiências emocionais e até mesmo rostos familiares se tornam um borrão em sua mente. 

 

Esse é o fenômeno conhecido como amnésia retrógrada, um tipo de perda de memória que afeta a capacidade de recordar eventos ocorridos antes de um ponto específico no tempo. É como se uma parte do seu passado fosse misteriosamente apagada, deixando uma lacuna em sua história pessoal.

 

Este evento específico no tempo, pode ser uma lesão cerebral, um trauma ou uma doença. Em outras palavras, é a incapacidade de recordar eventos passados anteriores a um determinado ponto onde algo acontece.

 

A neurocientista parceria do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, Livia Ciacci, explica que na amnésia retrógrada, as memórias recentes podem ser preservadas, enquanto as memórias antigas são afetadas.

 

“A extensão da perda de memória retrógrada pode variar de pessoa para pessoa e dependerá da causa subjacente. Em alguns casos, a perda de memória pode abranger dias, semanas, meses ou mesmo anos antes do evento desencadeante”, detalhou.

 

Ainda segundo a especialista, existe ainda a amnésia anterógrada, que é a incapacidade de formar novas memórias após o evento desencadeante. Na amnésia retrógrada, a formação de novas memórias pode ser preservada, enquanto as memórias anteriores são afetadas. 

 

Em quais situações isso pode acontecer?

 

As causas médicas mais comuns da amnésia retrógrada incluem lesões cerebrais traumáticas, como concussões ou traumatismos cranianos graves, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), epilepsia, encefalopatias, como a encefalopatia de Wernicke, efeitos colaterais de alguns medicamentos e certos distúrbios neurológicos, como a doença de Alzheimer.

 

·    É possível que isso aconteça sem que haja traumas?

 

A amnésia retrógrada sem a ocorrência de um trauma físico direto pode incluir certas condições neurológicas, como a encefalite (inflamação do cérebro), meningite (inflamação das membranas ao redor do cérebro e medula espinhal) ou tumores cerebrais, que podem afetar os circuitos de memória e causar amnésia.

 

Alguns transtornos psiquiátricos também podem ser a causa, como a depressão severa, o transtorno dissociativo de identidade e transtornos de ansiedade graves.

O abuso crônico de álcool e drogas também podem levar a danos cerebrais que afetam a memória, incluindo a ocorrência de amnésia retrógrada.

 

A amnésia retrógrada sem a ocorrência de um trauma físico direto estará associada a condições médicas subjacentes e requer avaliação médica adequada para determinar a causa e o tratamento.

 

Nem tudo é Amnésia retrógrada : em quaisquer circunstâncias, melhorar a memória é possível ! 

Ainda que não trate-se de um fenômeno como amnésia retrógrada, em um cotidiano repleto de estímulos, as queixas de memória têm sido cada vez mais frequentes e a causa provavelmente está na habilidade de atenção. 

“Podemos entender a atenção no nosso cérebro como uma lanterna. Não dá para iluminar tudo ao mesmo tempo, eu tenho que escolher para onde direcionar a luz e alternar. Se a atenção é uma ferramenta para separar estímulos irrelevantes dos relevantes, ter muitos estímulos simultâneos significa que a maioria deles vai cair na classificação de ‘irrelevante’ já que eu tenho apenas uma lanterna. Desta forma, ficará muito mais difícil lembrar deles”, detalhou a especialista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro.

A boa notícia é que a atenção é uma habilidade que pode ser treinada para se desenvolver e, assim, contribuir para com a memória. Esta habilidade pode ser treinada através da prática de ginástica para o cérebro que também oferece ganhos como concentração, memória e raciocínio.

Para te ajudar com a sua memória, o SUPERA – Ginástica para o cérebro preparou 6 dicas, confira:

1)   Livre-se das distrações antes de começar algo que deseja lembrar. Nada de multitarefas!

2)   Peça às pessoas que falem mais devagar ou repitam o que disseram para ter certeza de que você entendeu.

3)   Reserve um tempo extra para repetir ou ensaiar as informações que você precisará lembrar em uma reunião, por exemplo.

4)   Use organizadores, cadernos ou um calendário de telefone celular ou “aplicativos” para manter o controle de informações importantes, como compromissos, listas de tarefas e números de telefone.

5)   Mantenha todos os itens que você precisa levar com você (por exemplo, carteira, chaves e telefone) em uma “estação de memória” em casa – como uma mesa perto da porta ou uma seção especial do balcão.

6)   Mantenha seu cérebro aprendendo e treinando a atenção focada com exercícios cognitivos!


Ondas cerebrais podem ajudar a identificar declínio cognitivo na doença de Parkinson

De acordo com o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili a técnica pode ser uma ferramenta para identificar biomarcadores para os sintomas cognitivos do Parkinson

 

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o Sistema Nervoso Central e gera sintomas como tremores, rigidez muscular, bradicinesia (movimentos lentos), instabilidade postural e déficits cognitivos. A identificação da doença é feita através da avaliação dos sinais e sintomas.


No entanto, com base em um novo estudo, publicado na revista científica “Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry” podemos, pelo menos no aspecto da cognição (funções “mentais”), facilitar o diagnóstico através da análise das ondas cerebrais por meio do eletroencefalograma (EEG).

A medição foi feita em 100 pacientes com Parkinson e 49 voluntários controle enquanto realizavam uma série de atividades de controle cognitivo (tarefas com esforço mental). A partir disso, os pesquisadores descobriram que a disfunção cognitiva atrelada ao Parkinson estava relacionada a alterações em duas faixas de ondas cerebrais, chamadas delta e teta, na região frontomedial. 

De acordo com o neurocirurgião especializado no tratamento de Parkinson através da terapia de Estimulação Cerebral Profunda, o marca-passo cerebral, Dr. Bruno Burjaili, a descoberta da relação entre a cognição e as ondas cerebrais é um passo importante para diagnosticar alterações cognitivas da doença precocemente, auxiliando, inclusive, na avaliação para a cirurgia.

Um dos elementos mais importantes para a cirurgia de marca-passo cerebral, o DBS [deep brain stimulation], é a avaliação da cognição, ou das funções mentais superiores, como podem ser mais facilmente compreendidas. Quem já apresenta um grau avançado de comprometimento não pode passar pela cirurgia. Então, um novo método de detecção de alterações cognitivas vai repercutir bastante no protocolo que realizamos no pré-operatório desses pacientes, para que ela continue a ser feita com o máximo de segurança e com maior probabilidade de sucesso, trazendo maior qualidade de vida aos pacientes”.

O diagnóstico da doença de Parkinson continua sendo clínico, ou seja, através de uma boa consulta, com o médico avaliando o histórico e os sintomas do paciente. Não dispomos de biomarcadores adequados para uso prático no momento, no entanto, o surgimento desse método para os sintomas cognitivos nos deixa entusiasmados, para que isso possa trazer efeitos reais quanto à abordagem desses problemas, quem sabe, em um futuro próximo”. Explica Dr. Bruno Burjaili.

 

Dr. Bruno Burjaili - Neurocirurgião especializado no tratamento de doenças da cabeça, nervos e coluna vertebral, com experiência em doença de Parkinson, tremores, distonia, dores crônicas, fibromialgia e tremor essencial, atuou na revisão da versão emportuguês do livro "Microneurocirurgia - Dicas e Conceitos" em 2016.

 

Substituir açúcar por adoçante não emagrece

Especialista ajuda a entender as recomendações da OMS e explica riscos que essa troca pode trazer à saúde


A OMS relatou recentemente um alerta sobre os riscos do uso de adoçante para a saúde e levantou algumas conversas importantes sobre o tema. As diretrizes apontam que o consumo desses produtos não oferece benefício a longo prazo quando o tema é reduzir gordura corporal em adultos ou crianças. 

“Estudos sugerem que o consumo prolongado de adoçantes pode trazer riscos à saúde cardiovascular e até mesmo aumentar a mortalidade. Isso nos faz questionar: será que estamos prejudicando nosso bem-estar ao trocar o açúcar por adoçantes artificiais?”, questiona o endocrinologista e metabologista Igor Barcelos, especializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

De acordo com a publicação, os produtos que substituem o açúcar também não ajudam a reduzir o risco de doenças como câncer ou diabetes. Ao contrário, o uso prolongado desses adoçantes poderia aumentar a incidência de diabetes tipo 2, entre outros. “O que é importante lembrar: tanto o açúcar quanto os adoçantes podem trazer impactos negativos à saúde. Mas podemos encontrar uma solução saudável e equilibrada e, se consumi-los, fazer isso na menor quantidade possível”, acrescenta o especialista. 

O alerta da Organização Mundial da Saúde está relacionado a todos os adoçantes sem açúcar, indo da sacarina e sucralose à stevia e incluindo alimentos e bebidas que usam as nomenclaturas light ou zero. O comunicado acrescenta que adoçantes sem açúcar carecem de valor nutricional, indicando como melhor recomendação eliminar o açúcar o máximo possível da alimentação, desde cedo, com exceção daqueles naturais de fruta. 

O doutor Igor concorda com a recomendação e acrescenta um alerta. “A chave está em nos acostumarmos com o sabor natural dos alimentos. Que tal experimentar tomar café ou sucos sem açúcar? Assim, podemos saborear a verdadeira essência das frutas e alimentos naturais, reduzindo a dependência de produtos industrializados e processados. Lembrando que essas recomendações não se aplicam aos diabéticos. Para eles, os adoçantes podem trazer benefícios superiores aos riscos potenciais. Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde para orientações específicas”, explica. 

Em resumo, substituir o açúcar por adoçante com objetivo de emagrecimento não traz resultados efetivos. É importante que a pessoa que quer perder peso faça uma consulta com um profissional para realizar um diagnóstico correto e o tratamento mais adequado a cada caso, sem colocar em risco a saúde do paciente.

 

Dr. Igor Barcelos - Médico Endocrinologista e Metabologista, com título de especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Somando mais de 30 mil pacientes no Brasil, dentre as suas formações estão a residência em Clínica Médica e Pós-graduação em Medicina do Esporte pela UNIFESP. O Dr. Igor já atuou como professor universitário e hoje realiza palestras e treinamentos em sua área, sendo uma referência para colegas e pacientes em grandes eventos. Também possui formações em desenvolvimento pessoal e negócios, sendo membro de grandes grupos com intenso networking, que possibilita crescimento e atualizações constantes em seus negócios.
@drigorbarcelos
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