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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Mais de 10 mil novos diagnósticos de Câncer de Colo de Útero são esperados em 2023, revela INCA

Exames de rotina, como o teste para detecção precoce do HPV, principal causador da doença, podem ajudar a evitar as milhares de mortes anuais, em consequência do avanço da doença entre o público feminino

 

 

Considerado o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma, as ocorrências de câncer de colo do útero seguem crescentes no Brasil. De acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer – são esperados mais de 17 mil novos diagnósticos da doença neste ano de 2023; um índice de risco em torno de 13,25 casos para cada 100 mil mulheres. Trata-se de um cenário alarmante, que motivou a criação do Janeiro Verde pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da prevenção, detecção precoce da doença e tratamentos.     

Silencioso, o câncer de colo do útero costuma apresentar sintomas quando se encontra em estágios mais avançados. Causado por alguns tipos de HPV (Papilomavírus Humano), uma das maneiras mais efetivas de diagnóstico é o monitoramento frequente da presença do vírus no organismo. Embora 90% dos casos de HPV representem uma contaminação transitória, onde o próprio sistema imunológico consegue se defender, o risco aumenta quando a presença do patógeno prolonga-se e acaba por gerar lesões no colo do útero, que se tornam feridas e evoluem de forma maligna. 

“As consultas e exames de rotina são essenciais e devem fazer parte do calendário anual do público feminino. Além do Papanicolau e da colposcopia, a captura híbrida é um teste molecular sensível, capaz de detectar a presença do HPV, suas variantes mais comuns e de alto potencial cancerígeno. Esse tipo de exame permite identificar a contaminação antes mesmo de surgir a primeira lesão. Desta forma, as pacientes que apresentam um diagnóstico positivo para a presença do vírus, podem receber um acompanhamento mais próximo e com maior frequência de monitoramento para tratamentos precoces e maiores chances de cura”, explica Raphael Oliveira, Gerente de Marketing Regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, multinacional alemã especialista em tecnologia para diagnóstico molecular, que entre suas soluções apresenta esse tipo de exame. Cabe ressaltar que o teste somente é disponibilizado no sistema de saúde privado, ou seja, para mulheres que possuem planos de saúde, algo que representa em torno de 1% de todas as mulheres brasileiras que são elegíveis ao teste. 
 
Ainda de acordo com o executivo, o índice de sucesso da captura híbrida pode ser comprovado mundialmente, especialmente por se tratar de um teste robusto, possuir diversos controles e calibradores, o que garante um resultado confiável.
“A testagem molecular existe há mais de vinte anos e está entre os testes mais utilizados pelos médicos para rastreio genético do HPV. Milhões de mulheres já realizaram a captura híbrida e muitas vidas já foram poupadas pela contribuição dessa tecnologia”, complementa. 

O câncer de colo do útero não costuma apresentar sintomas iniciais e, quando aparecem, pode ser um indício de avanço da doença. Além da realização anual dos exames de rotina, é preciso atenção para alterações como sangramento vaginal sem causa, corrimento alterado, dor abdominal ou pélvica constante, sensação de pressão no abdômen, vontade frequente de urinar e perda rápida de peso. Ao surgimento desses sintomas é recomendado buscar ajuda médica com urgência.  

 

QIAGEN
https://www.qiagen.com/us/

Alimentação em dia, diabete no controle

Cuidar da saúde independe de diagnósticos. O conceito de saúde preventiva cresceu depois da pandemia. Manter uma vida saudável auxilia no pleno equilíbrio e evita o surgimento de algumas doenças que podem acontecer em virtude da má alimentação, sedentarismo e obesidade. A diabete mellitus tipo 2 por exemplo, pode ser controlada com o tratamento aliado à mudança no estilo de vida e nos hábitos alimentares. 

A diabete é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue que chamamos de hiperglicemia. Isso ocorre pela secreção de um hormônio chamado insulina e que produzimos no pâncreas. A função da insulina é promover a entrada da glicose na célula de forma que ela pode ser aproveitada para diversas atividades celulares e funções no organismo. 

Quando temos falta de insulina ou defeito isso resulta na diabete. Lembrando que existem dois tipos de diabetes - a do tipo 1 que é realmente uma deficiência, no qual a pessoa não tem o hormônio insulina, geralmente a pessoa nasce assim, é um problema imunológico e não tem a ver com hábitos de vida.

Já a do tipo 2 - na maioria dos casos é originada por hábitos de vida não tão saudável, como a má alimentação, a obesidade e o sedentarismo. Nesse caso a pessoa tem e já produziu a insulina, contudo, ela passa a produzir de forma deficiente. 

O tratamento deverá ser feito corretamente com medicação e principalmente com a mudança de hábitos. Uma adequação na quantidade que se come será fundamental, principalmente as quantidades de carboidratos, mesmo sendo um carboidrato bom de raiz não é recomendável ingerir grandes quantidades para não gerar uma carga glicêmica muito alta. 

No caso de retirar drasticamente itens no cardápio do diabético é necessário atentar aos outros macronutrientes, as proteínas e carboidratos devem ser ingeridos de forma adequada para não ocorrer fraqueza ou deficiência. 

Dicas da Dra Larissa Moraes da Clínica Pineapple Medicina Integrativa:  Os alimentos que as pessoas com os diagnósticos de diabetes 2 precisam evitar são aqueles com alto índice glicêmico, ou seja: carboidratos em excesso, pães, farináceos, bebidas com açúcar, com muita caloria, doces e industrializados em geral. O melhor é sempre apostar nas comidas de verdade, com poucas raízes, proteínas e gordura sempre de boa qualidade. Não esqueça que a atividade física e a hidratação são inegociáveis.  

Fique atento: Não é totalmente proibido consumir doces, porém o acesso é prejudicial. Quanto às bebidas alcoólicas não são recomendáveis. A diabete é autoimune, mas pode ser controlada se a pessoa optar por uma vida mais saudável. Agora, não tratar sim, pode trazer complicações severas futuras.  

 

 

 Dra Larissa Moraes Cruz - CRN 68413/SP

 

Volta às aulas: Médico alerta para a importância do diagnóstico precoce da escoliose

O tipo idiopático é o mais comum da doença e acomete adolescentes, principalmente do sexo feminino, na época do estirão


Apesar de 6 milhões de brasileiros conviverem com a escoliose, a doença ainda é desconhecida pela população e nem sempre é diagnosticada precocemente, um obstáculo já que os médicos afirmam que quanto mais cedo a descoberta da enfermidade, maior é a probabilidade de sucesso do tratamento não operatório.

Existem diferentes tipos de escoliose, porém a mais incidente é a idiopática cuja principal característica é o surgimento no início da fase de puberdade. Como o próprio nome já diz, a escoliose idiopática não tem causas definidas, mas sabe-se da forte influência genética, já que a incidência é alta em parentes diretos de pacientes com escoliose e ocorre com maior prevalência em adolescentes do sexo feminino. 

“A escoliose idiopática pode ser identificada pela alteração do contorno das costas e coluna, além de um desalinhamento dos ombros, diferenças entre os lados na cintura e nos quadris e queixas de desconforto e dores. O desafio é que muitas vezes essas adolescentes não expõem o próprio corpo, utilizando roupas largas, o que retarda tanto a percepção do problema por parte da família como a procura por ajuda médica”, esclarece Carlos Romeiro, cirurgião de coluna e integrante do Mude a Curva, projeto que reúne médicos voluntários e realiza cirurgias pelo país para desafogar o sistema público de saúde. 

Conjunto de ossos articulados que formam o eixo de sustentação do corpo, a coluna vertebral não tem como função apenas a proteção da medula espinhal, do sistema nervoso central, como possibilita agilidade e movimento dos membros, viabilidade e manutenção da postura ereta, proteção aos órgãos internos, além de absorção e dissipação de choques mecânicos e pressão gravitacional. 

Segundo o Dr. Romeiro, com tantas funcionalidades, é possível compreender o que uma deformidade nessa estrutura pode significar a longo prazo para a saúde do paciente. “A escoliose idiopática ainda afeta a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes. Infelizmente, adolescentes sofrem bullying pela doença, situação inadmissível, mas comum”, relata. 

Mas como é feito o tratamento da escoliose? Dependendo das particularidades de cada caso, recomenda-se exercícios supervisionados por um fisioterapeuta, o uso de um colete ortopédico ou ainda a cirurgia, a artrodese da coluna. O procedimento realinha e promove a fusão das vértebras, e é indicado quando o paciente apresenta curvas de 45 graus ou mais. 

O SUS (Sistema Única de Saúde) oferece serviços de apoio e atendimento aos pacientes, mas há uma fila de espera para quem necessita de procedimento cirúrgico. Esta necessidade, inclusive, move o nosso projeto Mude a Curva, movimento filantrópico, conduzido pelo Brazilian Spine Study Group (BSSG), uma organização sem fins lucrativos fundada por seis cirurgiões de coluna de diferentes localidades do Brasil, que objetiva operar pacientes regulados pelo SUS com deformidades vertebrais via mutirões. 

Recentemente, o projeto beneficiou pacientes que aguardavam na fila do SUS em um mutirão que operou 20 pacientes com escoliose em Goiânia, em parceria com a Medtronic, multinacional referência em tecnologia em saúde, e responsável pelos equipamentos necessários para o procedimento cirúrgico. Mas o projeto já passou por outras regiões do país e deve continuar com a ação no ano de 2023.


Síndrome de Tourette

A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, de SP, especialista em comportamento humano e saúde mental, fala sobre a Síndrome de Tourette.

 

“A Síndrome de Tourette é e uma síndrome neurológica no qual a principal característica são tiques motores ou vocais. Essa síndrome é incompreendida, em relação as suas causam mas, hoje sabemos que há causas genéticas que podem causar essas alterações neuroquímicas. Entretanto, já existem relatos do diagnóstico de pessoas com essa síndrome após sofrerem traumatismo craniano”, fala a médica. 

Ela conta que, na grande maioria dos casos, os sintomas são os tiques motores, que são os primeiros sintomas a surgir tais podem ser variados como piscar, franzir a testa balançar a cabeça, que, geralmente ocorrem entre os 4 e 6 anos de idade. 

“Os principais problemas são a dificuldade na socialização da criança, que podem ocasionar em diversos problemas inclusiva abalos na autoestima, propiciando outros transtornos mentais como ansiedade e depressão e prejuízos na vida adulta que podem acometer até a vida profissional”, alerta.
  
Apesar da doença não ter cura, Dra. Jéssica fala que pode ser controlada, mas é essencial que o tratamento seja feito com o médico neurologista e, muitas vezes, ainda é importante intervenção do médico psiquiatra e do psicólogo - já que a ação multidisciplinar pode necessitar de psicoterapia a medicamentos de uso controlado, injeções de toxina botulínica e até mesmo a prática de exercícios físicos. 

Mesmo as causas não sendo 100% conhecidas, tende a ter questões genéticas envolvidas. “Por isso é importante ter atenção aos sinais que normalmente são os tiques motores, que podem ser variados como piscar, franzir a testa balançar a cabeça”, alerta. 

Entre os tiques motores, pode haver pinçamento de olhos, tiques nos quais a pessoa faz certas expressões, caretas, movimento de dedos e mãos, chutes e até gestos obscenos. Nos tiques vocais, é possível englobar ato como como cuspir, gemer, soluçar, limpar a garganta e falar palavras inadequadas. “Todos podem ser repetitivos e difíceis de controlar”, revela. 

“O diagnóstico é feito pelo médico especialista, mas vale atenção aos sintomas que podem aparecer com uma frequência diária, em pelo menos um ano, daí os exames de imagem e a avaliação médica que possa descartar outros diagnósticos são essenciais”, finaliza Dra. Jéssica.
 

Dra. Jéssica Martani - Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque -- EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP. CRM 163249/ RQE 86127
 

Imunidade: como manter a defesa do corpo em dia

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Com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e suplementação e outros hábitos, especialistas explicam o que fazer para evitar problemas de saúde



A imunidade é a capacidade do organismo de reagir contra agentes, que ele identifica como estranhos e que podem afetar a saúde de forma negativa. Após a pandemia da Covid-19 o assunto imunidade passou a ganhar cada vez mais espaço na mídia. Nas redes sociais, técnicas para aumentá-la passaram a ser amplamente difundidas e com isso surge a dúvida sobre o que realmente funciona e o que não.

Saber mais sobre este tópico é muito importante, uma vez que uma imunidade competente vai proteger não só contra doenças infecciosas, mas também contra doenças crônicas, como câncer, e o desenvolvimento de doenças autoimunes.

De acordo com a clinica médica do Hospital Anchieta de Brasília, Drª Patrícia Maira, uma boa imunidade se adquire com um estilo de vida saudável. Hábitos como uma alimentação anti-inflamatória, rica em frutas, verduras e legumes, boas noites de sono e cuidar do intestino são essenciais.

“Além disso é necessário evitar alguns fatores que podem causar baixa na imunidade como o estresse excessivo, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, deficiência de nutrientes, devido a má alimentação, sedentarismo e o uso recorrentei de corticoides e antibióticos”, conta a especialista.

Outro fator importante, de acordo com Patrícia, é a prática de atividades físicas. “Exercícios físicos de forma moderada trazem inúmeros benefícios à saúde, e um deles é a melhora da imunidade por reduzir o estresse e ajudar na produção de anticorpos, deixando o organismo mais fortalecido e aumentando a capacidade cardiorrespiratória", diz.

A médica conta que alguns suplementos também ajudam a melhorar a imunidade como Ômega 3, Cúrcuma, Probióticos, Zinco, selênio, Vitamina A, C, D e E, mas que é necessário um acompanhamento médico para saber onde está a deficiência de imunidade para que os medicamentos façam o efeito correto.


Shots para imunidade

Atualmente com a alta repercussão do assunto, receitas de shots para imunidade que propõem grandes mudanças tem se propagado na internet . Esses shots são concentrados em nutrientes e compostos bioativos que trazem muitos benefícios à saúde e por isso podem atuar na imunidade.

De acordo com Mariana Arraes, médica experiente em emagrecimento e longevidade saudável, as bebidas não são um shot da imunidade e sim aditivos naturais que promovem aumento e melhor absorção de nutrientes no corpo. A médica alerta para a forma que eles devem ser tomados.

“Tudo precisa estar interligado. Não existe apenas um shot isolado que irá aumentar sua imunidade. Ativos com vitamina c natural, anti-inflamatório, antioxidante promovem uma melhora no seu sistema imune, porém se outros hábitos não existirem, o shot será uma gota no oceano”, explica Mariana. Antioxidante, antiinflamatório, digestivo, estimulante e diurético são algumas funções que o shot tem no organismo. Drª Mariana dá algumas dicas de como fazer a receita. “A base sempre gosto de limão pela manhã e você pode acrescentar alguns ativos como: Cúrcuma, Maca peruana, Própolis, Spirulina. Já nos que têm o café preto sem açúcar como base podemos colocar canela, maca peruana, tribulus, e pode até ser usado como pré treino.”



O incômodo das praias: o que fazer ao sofrer queimaduras por águas vivas

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Dermatologista orienta qual deve ser o procedimento ao ser atingido pelas populares "mães d´água"

 

A presença de veranistas no litoral nesta época do ano vem sempre acompanhada de um banho de mar. E é justamente quando a água está com temperaturas mais mornas, que elas aparecem com mais intensidade: as águas vivas.

Em contato com a pele, o animal libera substâncias que provocam queimaduras. Se isso ocorrer, a dica é usar o já conhecido vinagre. A dermatologista e diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Cintia Cristina Pessin, explica que as compressas de vinagre ou água do mar gelada ajudam a inativar os nematocistos (pequenos tentáculos que contêm células urticantes) das águas vivas.

“Compressas ou packs de água do mar gelada ou vinagre têm efeito analgésico nesses casos e devem ser aplicadas na área lesada imediatamente, ainda na praia, como rotina de primeiros socorros”, explica.

A recomendação é usar a água do próprio mar sempre para aliviar a ardência e não a água doce eventualmente trazida de casa.

“A água doce ativa os nematocistos (mecanismos de defesa das águas vivas) em contato com a pele por osmose, piorando a dor e a queimadura, por isso nunca deve ser utilizada. Outras medidas como aplicação de álcool, urina ou refrigerante tipo cola nas áreas lesionadas também devem ser evitadas”, acrescenta.

A médica acrescenta ainda que analgésicos podem ser utilizados para alívio da dor que ainda persiste após as medidas de tratamento locais. Dor intensa ou persistente é um sinal de alerta para buscar atendimento médico de urgência.

Em crianças há algum procedimento diferente do que é indicado para os adultos?

As crianças têm a pele mais sensível e delicada do que os adultos, além de uma área de superfície corporal proporcionalmente maior, o que predispõe à maior gravidade das lesões de pele causadas por animais aquáticos como águas vivas e caravelas. Sendo assim, se a área lesada for extensa ou houver formação de bolhas, presença de dor intensa persistente ou falta de ar, é necessário procurar atendimento médico imediatamente.

 

Marcelo Matusiak


Pesquisa da UFSCar oferece treinamento para pais de crianças com TEA

Treinamentos serão online e gratuitos (Imagem: Pixabay)

Objetivo é aumentar repertório de habilidades sociais dessas crianças
 

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está oferecendo um treinamento gratuito e online para pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), níveis 1 e 2 de apoio, entre 6 e 13 anos, visando, por meio da orientação aos pais, aumentar o repertório de habilidades sociais dessas crianças. O treinamento integra uma pesquisa de Letícia Thays Bessa Silva, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da UFSCar. 

O objetivo do estudo é realizar um treinamento em habilidades sociais parentais baseado nos déficits identificados inicialmente no repertório das crianças. "Esse treinamento se faz importante visto que as crianças com autismo, geralmente, apresentam déficits de interação social e, consequentemente, déficits diferentes nas classes de habilidades sociais. Assim, o treinamento visa, por meio de orientações parentais, aumentar o repertório de habilidades sociais", salienta a pesquisadora da UFSCar. 

O treinamento é totalmente online, com encontros semanais de 60 minutos cada, durante seis semanas. As vagas são limitadas e serão preenchidas por ordem de inscrição. Os interessados em participar podem responder o questionário online, disponível em https://bit.ly/405BYXA. Dúvidas podem ser esclarecidas com a pesquisadora Letícia Bessa pelo e-mail leticiabessa@estudante.ufscar.br ou pelo WhatsApp (62) 99150-2315. O trabalho, intitulado "Efeito de um treinamento de habilidades sociais para pais de crianças com autismo", tem orientação de Gerusa Ferreira Lourenço, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 57561622.0.0000.5504).


VISÃO NO ESPORTE

 Técnicos e médicos do esporte alertam: cuidar da visão é fundamental para bom desempenho em atividades físicas

 

Problemas de visão podem atrapalhar o desempenho de praticantes de atividades físicas e de atletas de diferentes calibres (amadores e profissionais). A conclusão é de preparadores físicos, técnicos e médicos do esporte. Segundo eles, problemas de performance ou mesmo a dificuldade de introdução ao esporte podem ser um alerta para mais atenção à saúde ocular. Para sensibilizar a população para essa realidade, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) lança a campanha Visão no Esporte, que traz inúmeros esclarecimentos sobre a relação entre atividade física e cuidados com os olhos. 

A iniciativa inclui a distribuição de material informativo em diferentes plataformas, além da realização de uma maratona educativa, no canal do CBO, no YouTube. O evento online acontece em 11 de fevereiro (sábado), a partir das 10 horas. Na programação, serão exibidos depoimentos, palestras, debates, entrevistas e reportagens que ajudarão o interessado a compreender melhor a relação entre esporte e saúde ocular. 

Acesse aqui o site oficial da campanha.  

Especialistas no preparo e treinamento de atletas apoiam o projeto do CBO. Na percepção desses profissionais, a saúde daqueles que praticam atividades físicas deve ser considerada de forma integral, o que inclui os cuidados com a visão. Diante disso, lembram que cada modalidade esportiva traz particularidades técnicas que podem provocar questionamentos relacionados às condições de visão dos praticantes.

 

Protocolo - De acordo com Sérgio Campolina, Médico do Cruzeiro Esporte Clube e do Sada Cruzeiro de Vôlei, a avaliação dos atletas (amadores ou profissionais) deve seguir um protocolo cuidadoso para que todos os aspectos da saúde sejam considerados. “Pequenos detalhes podem pesar no desempenho, tanto daqueles que almejam bem-estar, como daqueles que querem resultados de performance. Nesse sentido, um perfil de avaliação oftalmológica é fundamental”, comenta. 

Na avaliação dos especialistas, problemas de acuidade visual costumam ser os mais percebidos entre os esportistas. Os jogadores e competidores com erros refrativos (miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia) precisam de acompanhamento oftalmológico periódico, mas nem sempre sabem da sua condição. 

“Em vários momentos vivenciei situações em que problemas visuais influenciaram diretamente nos resultados. Certa vez, um dos atletas sob minha supervisão observou uma perda em seu desempenho e que foram confirmados pelas estatísticas do time. Por atuar em posição de defesa, o jogador tinha queixas relacionadas a bolas aéreas, levantando a possibilidade de a dificuldade estar relacionada a iluminação da quadra”, relata Campolina. 

O médico detalhou que esse atleta, cujo nome mantém em sigilo, só conseguia enxergar a bola quando já estava muito próxima, o que comprometia o tempo de reação em campo. A suspeita de que a baixa no seu desempenho estaria relacionada a problemas na visão foi constatada após ele ser encaminhado para uma avaliação oftalmológica, onde foi diagnosticado um déficit visual considerável. 

“Não foi um diagnóstico precoce, pelo contrário, o problema foi identificado durante um campeonato. No entanto, com a orientação do oftalmologista, o atleta passou a utilizar lentes corretivas associadas a óculos de proteção, sendo eleito o melhor jogador do campeonato”, revela.
 

Dificuldades -- Além da acuidade visual, outras habilidades que dependem dos olhos podem ser comprometidas. Percepção de profundidade, tempo de reação visual e visão periférica são exemplos de capacidades que podem ser reduzidas devido a problemas nos olhos, gerando dificuldades em ações durante as partidas. 

O tênis, por exemplo, é um esporte rápido, dinâmico e de muita precisão, o que exige do atleta sua capacidade máxima de visão. Daniel Melo, treinador do campeão mundial Marcelo Melo, explica que tenistas, principalmente aqueles que possuem erros refrativos, devem cumprir um acompanhamento oftalmológico de forma periódica. 

“A acuidade visual é essencial para distinguir altura, profundidade e velocidade da bola, por isso, é fundamental estar com a saúde ocular em dia. Os tenistas com problemas de visão podem adotar várias formas de correção visual, já acompanhei jogadores que usam lentes ou realizaram cirurgias refrativas. Também é comum a utilização de óculos escuros com grau para treinos e partidas sob o sol”, comenta o técnico. 

O preparador físico Chriszogno Bastos, que também atua com jogadores profissionais de tênis, assim como atletas de categorias de base e amadores nessa modalidade, explica que as dificuldades expressas pelos atletas não podem ser ignoradas. “Quando é pedido para o atleta executar uma tarefa simples e ele apresenta dificuldades para executá-la, investigamos se existe algum problema. Às vezes, nem ele mesmo sabe, mas pode estar com perda visual”, esclarece.
 

Programação -- Esses e outros temas serão discutidos durante a maratona on-line, a ser promovida pelo CBO, no dia 11 de fevereiro. Questões como primeiros socorros em caso de trauma ocular, avaliação de atletas de alta performance e papel das equipes multidisciplinares nesses atendimentos também serão analisados. A programação contará com a presença de atletas, influenciadores e especialistas, reforçando a importância da adesão aos hábitos saudáveis e dos cuidados com a visão durante a prática de atividades físicas. 

Para Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, “os preparadores, técnicos e médicos do esporte são importantes aliados dos oftalmologistas na melhoria da saúde ocular dos atletas. No mesmo sentido, os educadores físicos costumam ser os primeiros a perceberem as dificuldades do público que está se inserindo numa modalidade esportiva, ou mesmo daqueles que buscam exercitar o corpo pelo bem da sua saúde”.

 

Cuidados com a voz nos finais de semana de dias quentes


Nos dias em que as temperaturas estão mais altas, é comum que alguns hábitos se tornem recorrentes para suportar ou minimizar as altas temperaturas, principalmente aos finais de semana. O médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros, da capital paulista, conta que a ingestão de líquidos muito gelados e sorvetes é um dos costumes que geram polêmica, principalmente quando se trata da saúde da voz, mas não é mito! “O gelado provoca vaso constrição, ou seja, diminui o fluxo sanguíneo na região e pode provocar rouquidão e dor na garganta, principalmente se o organismo estiver mais fragilizado, com propensão a quadros virais”, fala. 

A dica para evitar prejuízos à saúde é "climatizar" o líquido gelado ou sorvete na boca por alguns segundos antes de engolir, evitando assim o choque térmico na região da laringe. E atenção esta orientação vale também para "cervejinha estupidamente gelada". 

Outro hábito bastante frequente nesta época é o uso de ar-condicionado e ventiladores. “No caso do ar-condicionado o prejuízo acontece em função da diminuição da umidade do ar, causando ressecamento nas mucosas e edema de pregas vocais (rouquidão) principalmente nos indivíduos com propensão aos quadros alérgicos (rinite), portanto é importante o uso do umidificador em ambientes onde há exposição prolongada ao ar-condicionado. Vale lembrar que a higienização dos aparelhos de ar condicionado, seja de uso doméstico, nas empresas ou nos veículos deve ocorrer pelo menos uma vez ao ano”, comenta o médico que ainda completa, dizendo que “os ventiladores devem estar preferencialmente a 1 metro do chão e circulando o ar para cima, evitando assim que o vento seja direcionado ao corpo quente e prejudique a saúde respiratória, causando resfriados, coriza e por vezes alteração no sistema de ressonância da voz (hiponasalidade)”, fala. 

O especialista lembra ainda algumas dicas básicas que ajudam a manter a saúde da voz no verão: 

- As pás dos ventiladores devem estar sempre limpas para que os ácaros da poeira não sejam espalhados pelo ambiente;

- Evitar andar descalço;

- Não sair com cabelos molhados;

- Evitar tomar banho muito frio;

- Manter o organismo bem hidratado;

- Fazer uma alimentação leve e saudável (evitando gorduras e excesso de condimentos, investindo em frutas, verduras e sucos).

 

FONTE: Bruno Borges de Carvalho Barros - Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP Professor Medcel Pós-graduação pela UNIFESP. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.


Gravidez na adolescência: quais são os impactos psíquicos para a gestante?

Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, especialista fala sobre os danos emocionais da gestação nesta fase

 

No Brasil, desde 2019 o número de adolescentes que se tornaram mãe diminuiu cerca de 18%, de acordo com levantamento do Sistema de Informações de Nascidos Vivos, do Governo Federal. Apesar da queda, 380 mil nascimentos de filhos de meninas de até 19 anos, em 2020, correspondem a 14% de todos os partos no Brasil1. A Dra Talita Poli Biason, diretora médica associada da área de Saúde Feminina da Organon, lembra que, além dos problemas de saúde pública, as consequências psicológicas que uma gestação na adolescência pode causar também é motivo de preocupação.

“A adolescência é a fase de transição da infância para a vida adulta, um período repleto de transformações físicas e psíquicas, que passa por questões que são de extrema importância para formação da individualidade, como a busca por independência psicológica dos pais e pela própria identidade. Uma gestação nesse momento reduz a possibilidade de uma adolescente passar plenamente por essa etapa da vida. Ter que lidar ao mesmo tempo com adolescência, com as questões que são inerentes a ela, e com maternidade é um desgaste psicológico bastante complexo”, explica a hebiatra, acrescentando que pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência vai de 10 a 19 anos e que as consequências emocionais são mais intensas quando a gravidez ocorre até os 14 anos.

De acordo com a especialista, é imprescindível que a gestante adolescente tenha acompanhamento psicológico durante a sua gravidez para que ela consiga lidar bem com esta fase e não passe por dificuldades de adaptação social, que pode ocasionar um isolamento espontâneo dos amigos por vergonha de ser a única grávida entre eles, ou problemas mais graves como ansiedade e depressão. “Se esta menina não tiver ferramentas que a ajudem a minimizar as consequências desta gravidez não planejada, isso poderá influenciar na relação dela com a criança, na decisão de querer ter outro filho no futuro e até de carregar a depressão para a vida adulta”, afirma Talita Poli

Além dos danos emocionais, há também os riscos para a saúde. De acordo com a OMS, adolescentes grávidas de 10 a 19 anos enfrentam mais riscos de eclampsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas do que mulheres de 20 a 24 anos. A entidade ainda revela que as complicações na gestação e no parto são a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos em todo o mundo.

Para combater essas estatísticas, Talita acredita que um modo eficiente é o compartilhamento de informação qualificada. “É papel de todos nós orientar as meninas adequadamente, falando profundamente sobre as opções de métodos contraceptivos. Não adianta acharmos que elas estarão informadas por conta de um cartaz na parede. A informação tem que estar disponível em todos os canais que os adolescentes acessam e ser discutida de forma ampla e profunda”, conclui.

 

Organon
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Referência:
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Departamento de Análise da Situação de Saúde (MS/SVS/DASIS) - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def

Atenção às doenças de verão: pediatra alerta sobre os riscos e cuidados com as crianças

 Especialista do Hospital IGESP orienta sobre medidas de prevenção contra infecções no ouvido, diarreias e insolação

 

Época do ano marcada por chuvas e altas temperaturas, o verão é sinônimo de férias, viagens em família e descanso. Porém, para muitos, ele pode se tornar motivo de preocupação, já que os meses de calor registram o aumento de doenças como diarreia, otite e insolação, principalmente em crianças. 

De acordo com a pediatra do Hospital IGESP, Patricia Terrivel, é importante que os pais estejam atentos aos cuidados básicos com a higiene dos pequenos, como o consumo de água potável, a ingestão de alimentos bem acondicionados e a lavagem das mãos após brincadeiras ou idas ao banheiro. 

“No período do verão e de férias escolares, é inevitável que ocorram mais atividades ao ar livre, como praias e piscinas, o que pode facilitar a contaminação de crianças por diversas vias. É fundamental ter atenção à higiene e à conservação de alimentos para evitar viroses e diarreia nesses momentos”, explica a médica. 

O contato com a água pode trazer outro problema aos pequenos: as otites, inflamações no ouvido causadas por fungos e bactérias, provocando infecção geralmente no ouvido externo. “Nesse caso, o ideal é procurar o médico e iniciar o tratamento adequado. Com otites, as crianças podem sofrer com dor no ouvido, secreções e zumbido”, afirma. 

Em relação à exposição excessiva ao sol, a famosa insolação, o uso de protetor solar deve ser item obrigatório na rotina, assim como a hidratação. “A insolação causa queimaduras dolorosas, que incomodam bastante e podem fazer com que as crianças tenham febre, vômito e até diarreia. Como a pele deles é mais sensível se comparada com a dos adultos, recomendo não apenas o uso de protetor solar, mas também de acessórios de proteção, como chapéus e bonés, além da ingestão de água e outros líquidos durante o dia”, finaliza a pediatra do Hospital IGESP.

 

Hospital IGESP


Imunidade: como manter a defesa do corpo em dia

Com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e suplementação e outros hábitos, especialistas explicam o que fazer para evitar problemas de saúde

 

A imunidade é a capacidade do organismo de reagir contra agentes, que ele identifica como estranhos e que podem afetar a saúde de forma negativa. Após a pandemia da Covid-19 o assunto imunidade passou a ganhar cada vez mais espaço na mídia. Nas redes sociais, técnicas para aumentá-la passaram a ser amplamente difundidas e com isso surge a dúvida sobre o que realmente funciona e o que não. 

Saber mais sobre este tópico é muito importante, uma vez que uma imunidade competente vai proteger não só contra doenças infecciosas, mas também contra doenças crônicas, como câncer, e o desenvolvimento de doenças autoimunes. 

De acordo com a clinica médica do Hospital Anchieta de Brasília, Drª Patrícia Maira, uma boa imunidade se adquire com um estilo de vida saudável. Hábitos como uma alimentação anti-inflamatória, rica em frutas, verduras e legumes, boas noites de sono e cuidar do intestino são essenciais. 

“Além disso é necessário evitar alguns fatores que podem causar baixa na imunidade como o estresse excessivo, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, deficiência de nutrientes, devido a má alimentação, sedentarismo e o uso recorrentei de corticoides e antibióticos”, conta a especialista. 

Outro fator importante, de acordo com Patrícia, é a prática de atividades físicas. “Exercícios físicos de forma moderada trazem inúmeros benefícios à saúde, e um deles é a melhora da imunidade por reduzir o estresse e ajudar na produção de anticorpos, deixando o organismo mais fortalecido e aumentando a capacidade cardiorrespiratória", diz. 

A médica conta que alguns suplementos também ajudam a melhorar a imunidade como Ômega 3, Cúrcuma, Probióticos, Zinco, selênio, Vitamina A, C, D e E, mas que é necessário um acompanhamento médico para saber onde está a deficiência de imunidade para que os medicamentos façam o efeito correto.
 

Shots para imunidade 

Atualmente com a alta repercussão do assunto, receitas de shots para imunidade que propõem grandes mudanças tem se propagado na internet . Esses shots são concentrados em nutrientes e compostos bioativos que trazem muitos benefícios à saúde e por isso podem atuar na imunidade. 

De acordo com Mariana Arraes, médica experiente em emagrecimento e longevidade saudável, as bebidas não são um shot da imunidade e sim aditivos naturais que promovem aumento e melhor absorção de nutrientes no corpo. A médica alerta para a forma que eles devem ser tomados. 

“Tudo precisa estar interligado. Não existe apenas um shot isolado que irá aumentar sua imunidade. Ativos com vitamina c natural, anti-inflamatório, antioxidante promovem uma melhora no seu sistema imune, porém se outros hábitos não existirem, o shot será uma gota no oceano”, explica Mariana. 

Antioxidante, antiinflamatório, digestivo, estimulante e diurético são algumas funções que o shot tem no organismo. Drª Mariana dá algumas dicas de como fazer a receita. “A base sempre gosto de limão pela manhã e você pode acrescentar alguns ativos como: Cúrcuma, Maca peruana, Própolis, Spirulina. Já nos que têm o café preto sem açúcar como base podemos colocar canela, maca peruana, tribulus, e pode até ser usado como pré-treino.”



Falta de óculos é a maior causa de cegueira

Estudo inédito mostra que a Inteligência Artificial e imagem de fundo do olho podem prever a alta miopia, risco mais relevante.

 

Na férias toda criança deveria passar por exame oftalmológico antes de retornar às aulas. Isso porque, a miopia, dificuldade de enxergar à distância, está crescendo em uma velocidade assustadora no País.  Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que a falta de óculos é a maior causa de cegueira. Pior: no Brasil a maioria das crianças nunca foi ao oftalmologia. Como se não bastasse, o  relatório da OMS revela em 2030 a miopia vai atingir 35,5% dos brasileiros e ter um aumento maior que a média mundial. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, a correção da miopia é essencial para o aprendizado. “Isso foi comprovado em um levantamento com 36 mil crianças das escolas públicas que receberam óculos durante uma ação social promovida pelo hospital em parceria com a prefeitura de Campinas” pontua. Após um ano de uso dos óculos 50% tiveram melhora no desempenho escolar e 36,2% ficaram menos agitadas, uma comprovação da importância do acompanhamento da saúde ocular na infância.

 

Causas

O oftalmologista afirma que a miopia é hoje a principal causa de deficiência visual reversível. Pode ser corrigida com óculos ou  lente de contato. É desencadeada por herança genética quando os dois pais ou um deles é míope.  Mas o aumento exponencial da miopia na infância está relacionado ao esforço visual para perto imposto pela vida digital e à falta de exposição ao sol, pontua. Um levantamento realizado por Queiroz Neto no hospital com 360 crianças na faixa etária de 6 a 9 anos mostra que o uso intensivo das telas praticamente dobrou a prevalência da miopia entre os participantes.  O oftalmologista explica que se trata de uma miopia acomodativa, causada pelo espasmo nos músculos ciliares que movimentam o cristalino para focalização nas várias distâncias. A recomendação para evitar esta paralização da musculatura dos olhos é não ultrapassar 2 horas contínuas de uso das telas, recomenda.

 

Risco da alta miopia

Para o especialista hoje um dos maiores desafios da Oftalmologia é prever a alta miopia.  Isso porque, acima de 6 graus a miopia pode causar descolamento de retina, glaucoma, catarata precoce e degeneração macular, importantes causas de deficiência visual grave que reduzem a produtividade e aumentam os custos sociais relacionados à falta de acompanhamento oftalmológico. Pior:  A estimativa é que 1 em cada 10 míopes ultrapasse o marco de seis dioptrias ou graus. A  boa notícia é que uma pesquisa inédita mostra que a IA (Inteligência Artificial) somada à  imagem do fundo do olho podem prever a alta miopia  anos antes da progressão, tornando a indicação de tratamentos preventivos mais precisa.

 

Efeitos na saúde

Queiroz Neto afirma que a miopia, também aumenta a tendência à depressão e insônia, sobretudo entre altos míopes, conforme ficou demonstrado em outro estudo publicado na Nature .

“Isso acontece porque todo nosso organismo - da temperatura do corpo, à pressão arterial, frequência cardíaca, fome, estado emocional e sono – é regido pela luz que sensibiliza células fotossensíveis da retina e avisa uma porção de nosso cérebro quando é dia ou noite”, pontua. O oftalmologista esclarece que no míope o diâmetro antero posterior é maior que o normal.  “Esta alteração faz com que menos luz penetre nos olhos e as imagens se formem antes da retina, tornando tudo o que está distantes desfocado”, salienta. A diminuição da entrada de luz nos olhos reduz a produção de dois hormônios, adrenalina e cortisol que controlam o estresse, mantêm o bom funcionamento sistema imune e a glicemia em equilíbrio. No entardecer estes hormônios diminuem ainda mais para dar espaço à produção da melatonina, hormônio indutor do sono que também tem queda na produção e causa insônia em míopes.

 

Dificuldade na fala e cognição

Queiroz Neto é membro da ABRACMO (Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia) onde muitos pediatras têm relatado que recebem em seus consultórios crianças com necessidade de acompanhamento de um fonoaudiólogo. Isso porque, são crianças que aos 2 anos ainda não entraram na fase do balbucio por terem no celular uma babá eletrônica. O oftalmologista explica que a OMS preconiza não expor crianças com até dois anos às telas porque o cérebro está em desenvolvimento e a neuroplasticidade fica comprometida por esta exposição.

 

Prevenção

O especialista  ressalta que poucos pais conseguem restringir o tempo de uso das telas porque hoje as crianças estudam pelo computador ou celular. A boa notícia é que a miopia pode ser prevenida com duas horas/dia de atividades externas durante o dia. Isso porque, o sol estimula a produção da dopamina, hormônio que controla o crescimento do olho, maior nos míopes. 

Hoje também já estão disponíveis lentes de contato e  de óculos que controlam a progressão da miopia. As lentes comuns, explica, corrigem a visão, mas na periferia da retina jogam a imagem à frente da retina estimulando o crescimento axial do olho e, portanto, a progressão da miopia. Nas novas lentes de contato e óculos as imagens se formam exatamente encima da retina em toda sua extensão e isso permite o controle da miopia. Não significa que estaciona totalmente, apenas controla.

As recomendações da OMS de uso seguro das telas são:

  Menores de 2 anos. Não é indicado o uso de telas.

  Entre 2 a 5 anos, o ideal é não ultrapassar 1 hora diária e sempre com um adulto por perto.

  Entre 6 a 10 anos, no máximo 2 horas por dia e também com a supervisão de um adulto.

  A partir dos 10 anos,  não ultrapassar o limite de 3 horas por dia. É importante também evitar a utilização de noite, que pode causar agitação e   atrapalhar o sono.

• Para todas as idades, sempre preferir as telas maiores e usar mantendo distância. Se for tablet ou celular, a recomendação é de 30 cm entre o aparelho e rosto. Outra recomendação é evitar a utilização durante as refeições. Isso porque, induz  á alimentação compulsiva e leva ao ganho de peso, outro problema de saúde que está em alta entre as crianças brasileiras.

 

Obesidade: Anvisa aprova injeção para perda de peso

Endocrinologistas aguardam ansiosos a entrada da injeção

 

Para quem trabalha no dia a dia com obesidade, a entrada de novas medicações traz consigo a oportunidade de mudar a história dessa doença dentro do tratamento clínico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30. No Brasil, a obesidade aumentou 72% nos últimos 13 anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2019 (Vigitel). 

A obesidade é uma doença crônica, recorrente, multifatorial, com característica genética e progressiva, reconhecida como doença em 1997 pela OMS e incluída no CID-6 (Código Internacional de Doença) em 1946. Associa-se a outras doenças crônicas, piorando a evolução ou desencadeando doenças como hipertensão arterial, dislipidemia, doença cardiovascular, diabetes melitus, osteoartrite e apneia obstrutiva do sono. Sabemos que reduções de peso na ordem de 10-15% trazem consigo a melhora do risco cardiovascular, com impacto na hipertensão arterial, controle da glicemia e dislipidemia. 

A endocrinologia brasileira comemora a entrada da caneta de semaglutida 2,4mg com agulha incluída (Wegovy ™) de uso subcutâneo semanal para tratar obesidade e pacientes com sobrepeso associado à comorbidades (hipertensão, síndrome metabólica, dislipidemia), promovendo perda de peso de 16%-17% do peso corporal em 68 semanas. A medicação já estava sendo usada na caneta de 1mg para tratamento do diabetes (Ozempic ™). 

A semaglutida faz parte das medicações agonistas do GLP-1 (glucagon like peptide-1 receptor agonista) que agem não apenas retardando o esvaziamento gástrico, mas também reduzindo ingestão alimentar por ação central no apetite. Principais efeitos colaterais apresentados foram efeitos gastrointestinais como náusea, vômitos, diarreia e constipação intestinal. 

Será comercializado pela farmacêutica Novo Nordisk, com o nome Wegovy. Trabalhos preliminares com as injeções semanais ajudaram na redução de até 20% do peso corporal de uma em cada 3 pessoas, sendo a redução igual ou superior a 5% do peso corporal vista em 83,5% dos pacientes. 

A medicação já vem sendo utilizada nos Estados Unidos, onde foi aprovada para comercialização em 2021 pelo FDA. Países como Reino Unido, Japão e Dinamarca já aderiram a medicação, aqui no Brasil esperamos sua entrada no segundo semestre de 2023. Ainda seu preço não foi definido. 

Mas é importante lembrar que a entrada de novas opções terapêuticas para tratar ambos, obesidade e sobrepeso com comorbidades, não nos isenta do foco na melhoria de qualidade da alimentação e atividade física, pelo contrário, são estratégias a serem somadas no tratamento da obesidade. Lembrando que obesidade precisa de tratamento de longo prazo, como toda doença crônica. 

 

Maria Augusta Karas Zella - Professora de Endocrinologia e Semiologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - regional Paraná


Dia Mundial de Combate ao Câncer alerta para o aumento da doença no país

O oncologista Ramon Andrade de Mello ressalta a necessidade da adoção de medidas preventivas

 

No dia 4 de fevereiro, é comemorado o Dia Mundial do Câncer. A data foi criada para conscientizar a população sobre as medidas preventivas e a importância do diagnóstico precoce da doença. “O avanço das pesquisas, tanto para o diagnóstico como para os tratamentos dos tumores cancerígenos, traz um novo panorama para a oncologia. Já podemos vislumbrar o câncer como uma doença crônica”, avalia o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Para o oncologista, apesar do cenário otimista para os pacientes com câncer, o país ainda precisa investir na prevenção. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 704 mil casos novos de câncer para o triênio 2023-2025. As regiões Sul e Sudeste devem concentrar 70% dos registros: “Uma parcela significativa dos diagnósticos é realizada quando a doença já está em estágio avançado. Isso aumenta os riscos de insucesso no tratamento, reduz a qualidade de vida do paciente, bem como amplia as despesas de saúde”. 

O câncer é a segunda causa de mortes no mundo. No Brasil, o tumor oncológico com maior incidência é o de pele não melanoma, que responde por 31,3% do total de registros. Em seguida, vem o câncer de mama feminino (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). 

“Estudos internacionais mostram que entre 30% e 50% dos cânceres podem ser evitados ou alcançar maiores percentuais de cura por meio de estratégias de prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado”, orienta Ramon Andrade de Mello. Segundo ele, fatores de riscos como alto índice de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, ausência de atividades físicas regulares, bem como o consumo de álcool e tabaco ampliam significativamente a possibilidade de diagnóstico da doença ao longo dos anos. 

O oncologista lembra ainda que medidas preventivas, como a vacinação de meninas e meninos contra o HPV (Papilomavírus humano), podem reduzir os casos de câncer relacionados a essa doença sexualmente transmissível. “Alguns casos de câncer, como do colo do útero e anal, podem ser evitados se a população receber as vacinas no período adequado”. 

 

Dr. Ramon de Mello -oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP. Confira mais informações sobre o tema no site

 

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