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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Jovens inseridos no mundo do trabalho são mais otimistas sobre o futuro do que aqueles que procuram colocação, revela estudo

  • Levantamento do Atlas da Juventude, apoiado pelo Itaú Educação e Trabalho, ouviu mais de 14 mil jovens sobre relações de trabalho e renda depois da pandemia. Relatório aponta que o estado da saúde mental está diretamente relacionado às perspectivas de trabalho entre os jovens;
  • 78% dos jovens empregados estão otimistas em relação ao futuro, enquanto pessimismo é maior entre os jovens que procuram trabalho;
  • Mais de 60% dos jovens relataram que sofrem de ansiedade; entre os que procuram emprego índice chega a 71%;
  • Relatório foi produzido com dados da terceira edição da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, coordenada pelo Atlas das Juventudes com apoio do Itaú Educação e Trabalho

 

Qual é a relação dos jovens com o mundo do trabalho nesse momento de pós-pandemia? Para investigar o impacto da crise sanitária na vida profissional das juventudes brasileiras, o Atlas das Juventudes coordenou a produção do relatório especial “Trabalho e Renda”, com apoio do  o Itaú Educação e Trabalho. O Relatório Especial de Trabalho e Renda foi lançado na IV Conferência do Mapa Educação, realizada no último sábado (10), que contou com a presença de representantes de organizações que participaram da realização da pesquisa.

A pandemia de Covid-19 afetou diretamente as relações de trabalho, levou a uma queda de renda para muitas famílias e impactou a saúde mental dos entrevistados. O relatório aponta que o bem-estar psicológico está estreitamente relacionado às perspectivas de trabalho entre os jovens. Assim, aqueles que estão procurando trabalho são os mais fragilizados nesse aspecto. Já os jovens com emprego têm melhores percepções de futuro para suas vidas, além de serem menos afetados por questões de saúde mental quando comparados àqueles que procuram trabalho.  

O estudo tem como base a terceira edição da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, coordenada pelo Atlas das Juventudes, com apoio do Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial.

Foram analisadas as respostas de 14.510 jovens de 15 a 29 anos que se encaixam em três perfis: os que estavam trabalhando quando responderam à pesquisa, os que estavam procurando trabalho e aqueles que não estavam trabalhando nem procurando trabalho.

O estudo mostra que 40% dos jovens que estão procurando emprego avaliam o próprio estado emocional como ruim ou péssimo. Esse percentual cai para 21% entre os que estão trabalhando e para 27% entre os que não estão trabalhando e não estão procurando trabalho.

No quesito de percepções de futuro para sua qualidade de vida, 34% dos jovens com trabalho estão parcialmente otimistas e 44% estão muito otimistas, somando 78%. Entre os jovens que procuram trabalho, os índices de otimismo somam 64%. Dos que não trabalham,72% estão otimistas ou muito otimistas.

“Para que esse otimismo das juventudes em relação ao futuro seja ampliado para todos os perfis de jovens, precisamos proporcionar mais oportunidades para todos. Expandir a oferta de formação profissional e de inserção no mundo do trabalho são caminhos para isso e são anseios desses jovens também. As juventudes estão demandando por ações que viabilizem o desenvolvimento pessoal e profissional a partir de uma educação que os conecte com oportunidades e ajude-os a construir o próprio futuro. Precisamos ouvi-las e agir com urgência”, afirma Diogo Jamra, gerente de Articulação e Advocacy do Itaú Educação e Trabalho.

Entre as ações prioritárias que os jovens cobram de instituições públicas e privadas para lidar com os efeitos da pandemia no mundo do trabalho destacam-se ampliar a oferta de cursos de qualificação profissional, incentivos a projetos das juventudes, incentivo a novas dinâmicas de trabalho, estímulos para surgimento de novos trabalhos e ações para ampliação de empregos formais.

“A pesquisa enfatiza a importância da atenção às demandas das juventudes não apenas no campo da oferta de emprego, mas também em aspectos correlatos como qualificação profissional e adoção de perspectivas inovadoras no âmbito das relações de trabalho, que se conectem a questões como flexibilização de jornada e saúde mental. Especialmente no cenário de recuperação econômica e efervescência do debate público em torno de indicadores de desenvolvimento social, bases sólidas de evidências acerca das especificidades da população jovem são subsídios fundamentais para a consolidação de políticas de inclusão produtiva de jovens e consequentes benefícios a toda a realidade socioeconômica do Brasil”, explica Marcus Barão, coordenador geral do Atlas das Juventudes e coordenador da pesquisa “Juventudes e a Pandemia”.


Saúde mental e mundo do trabalho 

A pesquisa revela que a saúde mental está estreitamente relacionada às perspectivas de trabalho entre os jovens. Quem está procurando trabalho também tem mais medo de passar por dificuldade financeira (45%) e de não conseguir um trabalho ou não permanecer trabalhando (26%) em relação aos jovens que trabalham (34% e 18%, respectivamente) e que não trabalham e não estão procurando trabalho (27% e 8%, respectivamente).  

Os principais efeitos físicos e emocionais causados pela pandemia são:

  • Ansiedade (Trabalham – 61% | Procuram trabalho, 71% | Não trabalham, 64%);
  • Uso exagerado de redes sociais (Trabalham – 52% | Procuram trabalho, 54% | Não trabalham, 57%);
  • Exaustão e/ou cansaço constante (Trabalham – 49% | Procuram trabalho, 57% | Não trabalham, 50%);
  • Falta de motivação ou interesse por atividades cotidianas (Trabalham – 42% | Procuram trabalho, 52% | Não trabalham, 64%).


Educação

Os entrevistados pela pesquisa destacam a importância de conectar a educação com o mundo do trabalho. Entre os três perfis avaliados, a preparação para o mundo do trabalho aparece como o conteúdo mais importante para o momento, seguido pelo anseio por atividades para trabalhar as emoções

Para tentar mitigar os efeitos negativos da pandemia para a educação, os jovens pedem a criação de políticas de bolsa de estudos e auxílios estudantis e a ampliação de oportunidades de educação profissionalizantes. Seis a cada dez jovens, independentemente de sua condição de trabalho, estão muito ou parcialmente otimistas em relação à aproximação do campo dos estudos com o profissional.  

A pesquisa mostrou ainda que o sentimento de “ficar para trás no aprendizado” por causa da pandemia é comum entre todos os perfis de jovens entrevistados, mas é mais forte entre os que não trabalham, sendo citado por 65% deles. Esse receio está presente para 59% dos que procuram trabalho e para 54% dos que já têm emprego.


Transformações no mundo do trabalho 

A pesquisa ainda questionou sobre as transformações provocadas pela pandemia no mundo do trabalho. Para os jovens ouvidos, as tecnologias digitais ganharam um papel relevante e os empregadores estão mais abertos a novas formas de trabalhar.

Os respondentes da pesquisa acreditam que a pandemia trouxe como aprendizado que nem sempre é preciso trabalhar de forma presencial para que haja produtividade. Para o perfil de jovens que trabalham:

  • Seis em cada dez passaram a procurar por maior flexibilidade de horários;
  • Quatro em cada dez jovens passaram a priorizar reuniões on-line;
  • Quatro em cada dez jovens passaram a buscar ambientes virtuais para trabalhar com outras pessoas.

No entanto, no geral, os jovens não acreditam que as relações no ambiente de trabalho estão melhores.  

Perfil dos jovens entrevistados

Foram analisadas as respostas de 14.510 jovens de 15 a 29 anos que se encaixam em três perfis:

  • 740 jovens (81% dos entrevistados) declararam estar trabalhando quando responderam à pesquisa;
  • 159 (15% dos entrevistados) disseram que estavam procurando trabalho;
  • 611 (4% dos entrevistados) afirmaram que não estavam trabalhando nem procurando trabalho.
  • Maioria de mulheres (Trabalham - 63% | Procuram trabalho - 68% | Não trabalham - 61%);
  • São negros (Trabalham - 55% | Procuram trabalho - 61% | Não trabalham - 58%);
  • Têm entre 15 e 24 anos, os que não estão procurando trabalho tendem a ser mais jovens (Trabalham – 18 a 24 anos - 53% | Procuram trabalho – 18 a 24 anos – 26% | Não trabalham – 15 a 17 anos - 46%);
  • São estudantes (Trabalham - 61% | Procuram trabalho - 64% | Não trabalham - 85%);


Metodologia

Por meio da metodologia PerguntAção, da Rede Conhecimento Social, foram conduzidas oficinas online para construção coletiva de todas as etapas da produção de conhecimento: a definição das perguntas norteadoras, a concepção do questionário, a mobilização para a coleta de respostas, a análise dos resultados e a disseminação de resultados para comunicação e advocacy. Jovens de diferentes realidades e territórios são bolsistas colaboradores da iniciativa.


Questionário

Hospedado na plataforma online SurveyMonkey e respondido entre os dias 18 de julho a 21 de agosto de 2022. Contou com 70 perguntas distribuídas entre cinco principais blocos: perfil socioeconômico, saúde, educação, trabalho e renda e vida pública.


Amostra

Amostragem por conveniência, com monitoramento referenciado pela distribuição populacional de jovens. Ponderação por faixa etária e Unidade da Federação, com base na Pnad Contínua de 2022.


Nota técnica

A pesquisa “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus” segue, desde sua primeira edição, a coleta de dados por meio de dinâmica bola de neve: as instituições parceiras desta iniciativa e o grupo de jovens pesquisadores promovem uma ampla mobilização de redes institucionais e redes de relacionamento, convidando outras organizações da sociedade civil, coletivos juvenis, secretarias estaduais e municipais a disseminarem o questionário e incentivarem a participação nessa escuta, que se deu por adesão voluntária e anônima.

 

Itaú Educação e Trabalho (IET)

site do Itaú Educação e Trabalho.

Educação Profissional e Tecnológica no Observatório da EPT.

 

Linha 9-Esmeralda recebe exposição Art Pet, voltada à causa animal

Mostra fica disponível até janeiro de 2023 na Estação Bruno Covas/Mendes–Vila Natal

 

Neste mês de dezembro, a Linha 9-Esmeralda recebe a exposição “Art Pet”, voltada para a causa animal. A exposição fica disponível aos passageiros até janeiro de 2023, na Estação Bruno Covas/Mendes–Vila Natal.

 

Dentre as muitas qualidades dos cachorros estão a lealdade, o carinho e a total sociabilidade junto a família, presentes em milhares de casas pelo mundo afora. Baseando-se nesses dados, a exposição "Art Pet", sob a curadoria do jornalista Maurício Coutinho, procura colocar em vinte painéis, uma lupa de aumento sobre a causa animal, que é um conjunto de ações voltada para o bem-estar, cuidado, abrigo, castração e alimentação.

 

A exposição reúne telas da artista plástica Ana Bittar, que utiliza fortes traços realistas em obras contemporâneas, em parceria com o protetor Alessandro Desco, da ONG Pits Ales. A mostra tem a produção de Mara Porto, revisão de J. Ivo Brasil, análise de Eli Hayasaka, assessoria de Cecília Coutinho e consultoria da veterinária, clínica e cirurgiã de pequenos animais, Dra. Luciane da Cunha Rosa. 

 

Utilizando softwares de última geração, Ana Bittar colocou a sua criatividade na elaboração de aquarela digital, gerando obras de rara beleza e estética, tendo como referência as fotos de animais do Pits Ales, cedidas pelo fotógrafo Philippe Loyola.

 

A mostra é fruto de uma parceria com a ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação e manutenção das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos de São Paulo.

 

Serviço:

Exposição Art Pet

Quando: Até janeiro de 2023

Onde: Estação Bruno Covas/Mendes–Vila Natal

 

Surgem mais de 230 mil novos MEIs em setembro, indica Serasa Experian

Considerando todas as naturezas jurídicas, dos 316.238 novos negócios no Brasil, o setor de Serviços foi destaque, com 70,1% do total

 

Em setembro, 234.542 novos registros de microeemprendedores individuais (MEIs) foram abertos no Brasil, segundo o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian. Em comparação com o mesmo período de 2021, a queda foi de 8,3%. Para o economista Luiz Rabi, “a diminuição do desemprego com aumento da oferta de empregos formais, além da criação de postos de trabalho para absorver a demanda das empresas no final do ano, podem ter relação direta com a diminuição do empreendedorismo por necessidade. Essa tendência está sendo observada desde julho deste ano”. Confira no gráfico abaixo o levantamento completo por Natureza Jurídica:

 


Na análise geral, foram criados 316.238 novos negócios no país, cuja variação anual também foi de queda (-5,2%). Historicamente, Serviços se destaca com a maior parcela das aberturas e em setembro não foi diferente: 70,1% do total foi para este setor. Confira no gráfico e tabela a seguir o levantamento completo:



A análise por unidade federativa (UFs) do nascimento das empresas em setembro mostra que três estados do Sudeste detiveram a maior parte dos novos empreendimentos: São Paulo (94.184), Minas Gerais (33.038) e Rio de Janeiro (25.039). Na análise da menor participação estão Roraima (593), Acre (547) e Amapá (541). Veja no gráfico a seguir todas as regiões:


Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

 

Serasa Experian e Sebrae ajudam MPEs na jornada do empreendedorismo

A Serasa Experian e o Sebrae firmaram uma parceria e juntos disponibilizam a plataforma “Aprenda”, que tem o objetivo de contribuir e impulsionar a retomada econômica das micro e pequenas empresas. A iniciativa gratuita traz informações diversas e confiáveis sobre como melhorar a gestão das finanças e do crédito, principais desafios encontrados pelos empreendedores atualmente. Além disso, outros temas de interesse como, prevenção a fraudes, métodos de cobrança e marketing de vendas também são contemplados pelos materiais, criando uma linha completa de aprendizado. Todos os donos de micro e pequenos negócios podem se beneficiar dos conteúdos pelo site oficial, clicando aqui.

 

Metodologia

Para o levantamento do Nascimento de Empresas foi considerada a quantidade mensal de novas empresas registradas nas juntas comerciais de todas as Unidades Federativas do Brasil, bem como a apuração mensal dos CNPJs consultados pela primeira vez à base de dados da Serasa Experian.

 

Serasa Experian
www.serasaexperian.com.br


Especialista dá seis dicas para lidar com as dívidas e obter saúde financeira em 2023

Projeto de educação financeira comportamental participa da 9ª Semana ENEF e oferece livro digital gratuito com orientações para cuidar do dinheiro de maneira sustentável


Ganhar, gastar, poupar, investir. Saber lidar com o mundo das finanças pessoais de maneira equilibrada e sustentável é um desafio para todas as idades e perfis de renda. Planejar o futuro financeiro e o equilíbrio dos ganhos e gastos deve começar desde cedo. Para ajudar famílias e educadores nesta jornada, a consultoria Oficina das Finanças desenvolveu uma metodologia conhecida como “Os 6 Gs para ter dinheiro para sempre”, que é aplicada em centenas de escolas em todo Brasil, para milhares de estudantes, em parceria com a FTD Educação. 

O programa também é voltado para as famílias e permite enxergar novas possibilidade financeiras, mapear o fluxo de dinheiro na vida atual, identificar possíveis gargalos e áreas que devem ser priorizadas, estabelecer objetivos, além de ensinar a começar na jornada para ter dinheiro para sempre, com saúde e tempo para gastá-lo. 

“O dinheiro é usado pelas pessoas, diariamente, em todas as etapas da vida, e poucas são aquelas que pensam em estratégias de uso ou tiveram a oportunidade de aprender a usá-lo. Introduzir a educação financeira em nossa vida pode contribuir para que tenhamos menos pessoas endividadas, sem reservas para imprevistos, angustiadas, com desafios familiares e conflitos, aposentadoria insuficiente e problemas de saúde”, destaca Carolina Ligocki, autora, empresária e diretora da Oficina das Finanças. 

Conheça a seguir o Método dos “6Gs para ter dinheiro para sempre”: 

1.      GERAR DINHEIRO – Capacidade de perceber habilidades, agir, estudar, aprender e empreender para ter renda ativa, que depende de tempo e esforço pessoal envolvidos. Como você gera seu dinheiro? Você é funcionário público ou de uma empresa privada? É um empreendedor? É um profissional liberal? Quais outras possibilidades em que você acredita para gerar renda? Aqui entram salário, vendas, prestação de serviços etc. 

2.      GASTAR DINHEIRO - Aprender a direcionar o dinheiro para suprir necessidades e atender aos desejos atuais, no dia a dia, fazendo escolhas de consumo conscientes. Quais são seus gastos, suas despesas? Aqui entram telefonia, transporte, alimentação, internet, TV a cabo. No meio dos gastos, há ainda as despesas que têm juros embutidos (parcelamentos, financiamentos etc), em que, além do preço do produto, os juros precisam ser pagos. “Para ter dinheiro pra sempre, é necessário compreender que o dinheiro tem limite, tem fim e, por isso, é necessário aprender a gerir o fluxo dele e fazer escolhas que possibilitem que ele não acabe”, ensina Carolina. 

3.      GUARDAR DINHEIRO - Habilidade de não gastar todo o dinheiro do reservatório e ser capaz de identificar necessidades e desejos futuros, guardando dinheiro mensalmente para alcançar esses objetivos. É importante criar uma lista de objetivos em duas áreas: SEGURANÇA (itens que contribuem para uma vida mais segura, por exemplo, reserva para saúde, imprevistos, futuro dos filhos etc) e CONFORTO (itens que contribuem para aumentar o bem-estar, como lazer, viagens, carros, doações etc). Já o reservatório INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA é usado para guardar o dinheiro que será investido e possibilitará a prática do 4º G, abordado a seguir. 

4.      GANHAR DINHEIRO COM INVESTIMENTOS - Capacidade de colocar o dinheiro para trabalhar e gerar renda extra, renda passiva, que não depende mais de tempo e dedicação diária. Você ganha dinheiro sem trabalhar? Você é aposentado ou tem imóvel ou livros, músicas, obras de arte no mercado? Aqui entram aluguéis, dividendos, direitos autorais. Se você ainda não tem nenhuma fonte de renda passiva, separe opções que você identifica como sendo capazes de cumprir esse objetivo, independentemente do fato de você ter ou não intimidade e conhecimento nessas áreas. Faça um exercício apenas de classificação e pergunte-se: como seria possível ganhar dinheiro com esses itens? 

5.      GERIR O FLUXO DE DINHEIRO - Ser capaz de administrar, de forma consciente e harmônica, os 4Gs para a construção, a efetivação e a manutenção da sustentabilidade financeira. 

6.      GRATIDÃO - Ser capaz de perceber, reconhecer e valorizar tudo o que se tem e tudo o que se é, independentemente da quantidade de dinheiro e do estilo de vida em questão.

 

“A educação financeira é um processo que ajuda os indivíduos a melhorar os próprios resultados financeiros e a gerar impactos sociais e ambientais positivos. Desenvolve padrões comportamentais de autocontrole, gratidão, disciplina, organização, planejamento, perspectiva temporal, autoconhecimento e empatia”, reforça Carolina.

 

Semana ENEF

O e-book Dinheiro para sempre, dos autores Carolina Ligocki e Leonardo Silva, fundadores da Oficina das Finanças, estará disponível para download gratuito durante a 9ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), que acontece de 12 a 18 de dezembro, com o tema central “Resiliência Financeira”.

A Semana ENEF é uma iniciativa do Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), que acontece anualmente desde 2014 e tem a finalidade de promover ações de educação financeira no país. Mais informações no site: https://www.gov.br/semanaenef/pt-br

O link para download do livro é: https://bit.ly/OficinadasFinancasENEF2022

 

 

FTD Educação 

www.ftd.com.br 

 

A busca pelo reconhecimento no trabalho

Para o psicólogo Ricardo Chaves, o sucesso no ambiente corporativo depende da conexão entre propósito de vida e aquilo que se está exercendo no trabalho


Levando em consideração que uma equipe desmotivada impacta diretamente na produtividade, é possível dizer que o sucesso de uma empresa depende de profissionais engajados e comprometidos.

Um levantamento realizado pela Gallup, apontou que pessoas engajadas contribuem no aumento de satisfação dos clientes, possibilitando um volume até 20% maior nas vendas. Além disso, o desempenho individual desses colaboradores pode chegar a um índice 147% superior. A pesquisa aponta que os trabalhadores satisfeitos têm maior facilidade em desempenhar suas tarefas, contribuindo para um clima saudável dentro das empresas.

De acordo com Ricardo Chaves, psicólogo e especialista no desenvolvimento de líderes e profissionais de alta performance, é preciso ter honestidade consigo mesmo e analisar se o trabalho exercido realmente merece um destaque. “Muitas vezes nós estamos, apenas, cumprindo com aquilo para que fomos contratados e criamos uma expectativa muito alta sobre o reconhecimento. Essa expectativa sobre uma ascensão que existe nas gerações mais emergentes no mercado de trabalho gera, também, uma grande frustração por conta de não serem realistas do ponto de vista das empresas. É necessário que se busque esse reconhecimento, mas não podemos ser reféns dessa necessidade emocional de sermos reconhecidos”, relata.

Para o psicólogo, o sucesso depende da conexão entre propósito de vida e aquilo que se está exercendo no trabalho. “O trabalho é onde acontece a grande realização existencial do ser humano. Investimos muito tempo e dinheiro na nossa formação e qualificação para que possamos ser cada vez melhores naquilo o que fazemos. Enquanto as pessoas estão buscando apenas a realização de metas, devemos nos importar com quem estamos nos tornando, se isso está alinhado com os seus valores e com quem eu quero ser reconhecido como pessoa, seja dentro do trabalho, seja pela família ou pelos amigos”, pontua.

Como ser notado no ambiente de trabalho:

  • Se exponha, oferecendo ideias e opiniões sobre os mais diversos assuntos na empresa;
  • Desenvolva a coragem, pois a falta de bravura pode limitar os colaboradores;
  • Desenvolva uma visão sistêmica, entendendo o porquê de estar realizando aquelas tarefas;
  • Tenha empatia pelas pessoas ao seu redor, articulando ideias com pessoas que não possuem um pensamento compatível ao seu;
  • Tenha resiliência para lidar com frustrações e superar os desafios que ainda estão por vir.

Ricardo acredita que a alta produtividade apresenta uma melhor percepção sobre o trabalho executado. “Quando entendemos o porquê de fazermos o que fazemos, temos mais conexão, mais pertencimento sobre o que construímos com o trabalho, aumentando a nossa produtividade e engajamento. Para que a produtividade seja sustentável, é necessário uma conexão mais ampliada sobre aquilo que se produz”, finaliza.

 

Ricardo Chaves - Formado em Psicologia pela Puc Campinas, Certificação Internacional - Inteligência Emocional, Comunicação e Dinâmicas Humanas. Pós-graduado em Trabalho e Saúde Mental; Intervenção e prevenção em comportamentos auto destrutivos - UNICAMP. Atua como Palestrante e Consultor Corporativo em projetos de desenvolvimento de Líderes e equipes. É sócio fundador da RICK CHA EDUCAÇÃO CORPORATIVA.

 

Movimentos da Geração Z nos esportes para ficar de olho

Pesquisa do Grupo SBF, realizada pelo Grupo Consumoteca, mostra que 64% da Gen-Z quer futebol ligado às questões sociais e mais da metade busca transmissão gratuita


A Gen-Z tem um novo jeito de gritar gol no futebol. É o que revela pesquisa encomendada pelo Grupo SBF (que controla a Centauro, a Fisia, a OneFan, a NWB, a X3M e o FitDance), realizada pelo Grupo Consumoteca, para investigar hábitos e a forma desses jovens se relacionarem com a modalidade, sobretudo comparado às gerações anteriores.  

Nascidos entre 1995 e 2010, 76% dos ‘Zs’ ouvidos pela pesquisa torcem para um time e 42% acreditam que o sucesso da seleção brasileira na Copa do Mundo é o motivo do Brasil ser considerado o país do futebol. Contudo, esses jovens pouco vivenciaram a fase mais célebre da Seleção Brasileira e, assim, construíram sua própria forma de expressão e conexão com o futebol, por meio de novas lentes.  

“Isso significa uma profunda mudança na forma como esses jovens consomem o futebol e, consequentemente, novos desafios para as marcas que se beneficiam do esporte enquanto plataforma de comunicação e conexão com essa comunidade”, explica Vanessa Costa, gerente executiva de marketing da NWB, content tech que forma a maior rede digital esportiva no Brasil a partir de marcas próprias, como o Desimpedidos (com mais de 20 milhões de fãs na Internet) e que gera conexão de milhões de pessoas com criadores e marcas por meio da paixão pelo esporte. 

Entre os apontamentos, a pesquisa mostra que esses jovens têm mais interesse pelo futebol quando a modalidade endereça questões da sociedade contemporânea, deixando claro que para eles o futebol deve ser para todos. Nesse mesmo sentido, outra informação que chama a atenção é de que a geração Z busca meios para assistir as partidas de forma gratuita, demonstrando que o futebol não é uma necessidade, mas sim uma escolha e, por isso, precisa ser acessível. Dados como esses revelam uma geração menos passional (definitiva) e mais pragmática (contextual) em relação ao futebol. 

Ao mesmo tempo, o estudo deixa claro que a modalidade ganhou mais espaço na vida desses jovens: 56% da geração Z acredita que uma partida de futebol vai além de ser “apenas um jogo”. O futebol é visto e consumido como conteúdo e entretenimento, muito além do esporte em si, o que amplifica as possibilidades de interação nos diversos pontos de contato do mundo digital. Isso se traduz na seguinte conclusão: os Gen-Z estão em busca de uma nova jornada de experiência com o futebol. 

Confira abaixo alguns dos principais resultados da pesquisa Futebol e Geração Z: qual o match? para ficar de olho ao traçar estratégias de comunicação:

 

Futebol como acesso e customizável

Para os Z’s, futebol deve ser para todos - da prática ao consumo. Ou seja, deve ser acessível. Nascidos com a tecnologia já como uma realidade, dados apontam que 51% dos entrevistados buscam assistir aos jogos online de forma gratuita e que 59% raramente assistem às partidas em streamings pagos.  

“A Internet propiciou uma profunda transformação do território esportivo na última década e isso deu início a novos produtos que atendem melhor os anseios dessa geração, como a transmissão digital de campeonatos, algo que ficou mais evidente em 2021 e 2022”, detalha Costa. “Cariocão, Libertadores e Brasileirão Feminino são alguns dos campeonatos que tomaram a Internet ao longo do último ano por meio da transmissão ao vivo em canais como Desimpedidos, Camisa 21 e Passa a Bola. E o mais importante nesse sentido não é apenas o meio gratuito, mas também a nova linguagem e maneira de se comunicar.” 

Os números ilustram essa tendência. Somados, os conteúdos da vertical NWB Live, que atua na transmissão de jogos, já contabilizam mais de 29,7 milhões de views.

Por outro lado, 62% dos entrevstados afirmam que raramente vão aos estádios (contra 29% dos Milennials e 44% da Gen-X), sendo que 32% não frequenta devido ao valor dos ingressos. Para pagar, 50% dos que torcem para um time de futebol desejam mais entretenimento nas experiências nos estádios. Nesse caminho, 58% dos Z´s acreditam que ter diferentes canais para acesso ao futebol ajuda a popularizar o esporte. 

A constatação corrobora que um dos desafios que essa geração impõe para as marcas é a busca pelo protagonismo e experimentação. 

“Diferente dos Milennials, essa não é uma geração que sonha em ser jogador de futebol. Os Z´s amantes do esporte estão muito mais propensos a desejar uma carreira como criador de conteúdo em torno dessa paixão, por exemplo”, levanta Vanessa Costa. 

Isso já deve ser observado durante a maior festa do futebol. Marcas como Brahma, Guaraná Antarctica, Nike, Mercado Bitcoin e Nubank já se prepararam para extrapolar as linhas do gramado e trabalar sua presença no ambiente digital por meio de experiências. 

Elas estarão representadas por ativações em dois espaços idealizados pela NWB. Um deles, a Casa BR, é um verdadeiro oásis no Catar. O local conta com campo de futebol, espaço de futvôlei, estúdio de gravação, churrasqueira e lounge, além de sete quartos para os hóspedes convidados para produzir conteúdo e levar cobertura do evento, informação e entretenimento em nome das marcas para transportar os apaixonados por futebol para Doha.  

A estação é completa e equipada com tudo o que eles precisam para produzir seus conteúdos em diversos formatos - como live streaming e shorts - não apenas sobre as partidas, mas também em torno de tudo o que surge no campeonato periodicamente: as músicas de cada edição, os perrengues e situações inusitadas dos torcedores e dos jogadores; os memes, conquistas e decepções.  

Estarão por lá os apresentadores do Desimpedidos Fred, Bianca e Danilo; o jornalista esportivo André Hernan, que em maio de 2022 deixou a TV Globo após 18 anos para assumir seu canal próprio no YouTube; as apresentadoras do canal Passa a Bola, Alê Xavier e Luana Maluf; além de Maurício Meirelles, Jojoca e Gonze. 

Já Chico, Paulo, Bira e Marília comandarão a festa do Brasil e estarão na Praia da Bola, montada no Calçadão Pinheiros, em São Paulo, junto com os apresentadores do canal Camisa 21, Magal e Bolívia. Por aqui são esperados mais de 1.500 criadores de conteúdo no espaço ambientado para tornar o ato de torcer memorável ao trazer a experiência de vivenciar o Catar sem sair do Brasil.  

A partir da Praia da Bola, os fãs de esportes poderão consumir não apenas os jogos em si, mas também se conectar com os seus criadores favoritos e ídolos do futebol em conteúdos divertidos em torno de jogos e dinâmicas proporcionados pelas marcas patrocinadoras do projeto. 

Por lá estão previstas ações de entretenimento durante os eventos. Terá vídeo 360º da Brahma; tatuagens temporárias feitas digitalmente para torcer em grande estilo; máquina de garra da Frooty para “agarrar” as coberturas do seu açaí; e o tradicional bolão, em totens personalizados com a identidade Nubank onde a galera poderá deixar o palpite do placar do jogo do dia, além de outros totens com quiz de perguntas relacionadas as notícias dessa grande festa, envolvendo prêmios.  

A transmissão dos jogos será em um telão de 18m² e todo o sistema de pagamentos e compras no espaço será feito por meio da tecnologia cashless. Todos os visitantes da praia vão receber sua pulseira personalizada com a identidade Nu logo na entrada, que fará o pagamento acontecer de forma rápida e tecnológica. Nos dias em que o Brasil entra em campo haverá, ainda, atrações musicais como Exaltasamba e Araketu para os convidados e mais uma série de atividades relacionadas aos originais NWB, como o “Desafio do Travessão” do Desimpedidos e a mesa clássica do “Copa na Mesa”, do Passa a Bola. 

 

Futebol com interação e imersão

A geração Z não separa o on do off-line e cada vez mais exige maior interação entre esses universos. No futebol, isso se reflete da seguinte forma: a Gen Z não quer uma relação passiva e, sim, deseja se sentir protagonista.  

O fato da geração Z ter nascido em um mundo digitalizado também reflete as novas formas de conexão. Para essa parcela da população, o esporte vai muito além do campo e é acompanhado em multitelas. A geração Z não assiste conteúdos sem, ao mesmo tempo, comentar, interagir e se informar de detalhes em outras plataformas: 73% acompanham as partidas interagindo no WhatsApp. No pós-jogo, 54% acompanha a resenha nos perfis de jogadores e 48% gosta de ver conteúdos de humor em perfis sobre futebol, além de 38% buscar mais sobre os bastidores extracampo nas redes sociais dos atletas. 

A especialista a NWB ressalta que este é um público que originou o mashup culture, o famoso "tudo junto e misturado" em função do desejo incansável pela experimentação. É o fenômeno de assistir ao jogo na televisão, enquanto acompanha os comentários pelas redes sociais e joga uma partida no videogame, ao vivo, conversando com os amigos. “O jogo é apenas uma parte da história diante do fenômeno da atenção fragmentada. A temática é futebol. Mas os assuntos de interesse são diversos, como o resultado do jogo, a resenha, o humor, a fofoca e a treta, os bastidores de vestiário e treino e a vida social.” 

Por conta disso é que a inteligência de dados extrapolou o uso em mídia e invadiu também o planejamento de conteúdo na empresa. Essa aplicação leva a diferentes potenciais.  

“Por um lado, permite que marcas endêmicas e não endêmicas ao universo do futebol se conectem à milhões de fãs do esporte por meio de narrativas que acontecem apenas na tela. Por outro lado, propicia também a criação de experiências que extrapolam o digital. E, não menos importante, é também balizadora de tendências para determinar onde, com quem e como estar diante de uma geração multiplataforma. O desafio, nesse caso, é - por meio dos dados e de indicadores de sucesso - encontrar o time correto de talentos que vai se conectar com a audiência desejada; a definição de canais e de formatos; trabalhar a recorrência e a diversidade de nichos dentro do esporte; e a capacidade de extrair insights sob um ponto de vista criativo para a produção de conteúdos de marca de valor e que funcionem não apenas para o relacionamento como também para a conversão de vendas”, diz Vanessa Costa.

 

Futebol no contexto social

Dados da pesquisa mostram que para a Geração Z o futebol não pode estar desconectado de temas caros à sociedade. 64% dos entrevistados acreditam que o futebol deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas à homofobia, racismo e machismo. O engajamento nesse sentido é tão significativo que 27% afirmam que deixariam de torcer para seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalo político. Entre os Millennials (atualmente entre 26 e 40 anos), esse número é de 17% e na geração X (entre 42 e 57 anos), é de 20%. 

A relevância de pautas sociais como aspecto de conexão da modalidade com a Gen-Z é também comprovada quando o tema é futebol feminino, que vem ganhando cada vez mais força e visibilidade. Com um olhar mais voltado para a equidade de gênero, 72% dos entrevistados dizem que ver mulheres em campo, em um ambiente ainda retratado como masculino, tem um grande significado de luta política e representatividade. Nesse contexto, 32% dos entrevistados torcem para algum time feminino; 48% são neutros na hora de escolher o melhor time, masculino ou feminino, em termos de técnica; e 55% veem a Seleção Brasileira Feminina ainda subestimada em relação à masculina. 

A gerente executiva de marketing chama a atenção para este ponto. “A partir disso os Z´s deixam bem claro as novas regras que orientam o fortalecimento da sua relação com o futebol. É claro que eles percebem o futebol menos como esporte e mais como ponte para outras conversas em termos de acesso, representatividade e linguagem.”

 

Metodologia

Para compreender as novas formas de expressão da geração Z em relação ao futebol, a pesquisa quantitativa ‘Futebol e Geração Z: qual o match?’ entrevistou, no período entre 12 e 18 de agosto, 1.500 pessoas acima de 16 anos, por meio de plataforma on-line, sendo 67% da geração Z; 17% de Millenials; e 17% da geração X. A pesquisa teve participação de homens e mulheres das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil.


Por que esperamos a perfeição na liderança? A atitude de Tite muito nos ensina

Uma coisa é certa: a Copa do Mundo, um dos maiores eventos esportivos do planeta, tem uma mágica fabulosa que une pessoas de crenças, raças, cores, propósitos e até mesmo valores completamente distintos. Após vivenciarmos em nosso país um momento de intensa polarização política, vimos o resgate do espírito de equipe e todos os torcedores com um mesmo objetivo: não apenas disputarmos, mas concorremos à primeira posição na Copa do Qatar, rumo ao Hexa, que infelizmente não veio.

Como sabemos, a vida é feita de altos e baixos e isso pode ser aplicado não apenas no âmbito pessoal, mas também no profissional. E é comum serem supervalorizados apenas as conquistas e os pontos positivos, mas você já parou para pensar que os momentos turbulentos e desafiadores são os que, usualmente, mais nos trazem aprendizados? Crescemos em nossos lares escutando nossos pais dizendo que devemos ser sempre os melhores, mas, talvez, o mais correto seria você dar o máximo de sua capacidade, sem dar tanta importância se você será medalha de ouro, prata ou bronze. Se falamos tanto em colaboração e cocriação nos ambientes corporativos em busca da tão falada inovação, cada um, com suas competências, habilidades, forças e fraquezas tem algo a entregar para o resultado global da empresa.

Liderar não é uma tarefa fácil, nem simples, pois é preciso antes de qualquer questão, saber gerenciar a si mesmo e pelo profundo autoconhecimento, conhecer os pontos em que somos bons ou não, para somente depois podermos apoiar e caminhar ao lado de outras pessoas para serem melhores. Para quem já pegou avião, sabe que nos procedimentos de segurança os comissários de bordo orientam que, em caso de turbulência, máscaras cairão e o correto é colocar primeiro a sua para depois auxiliar outras pessoas. Assim é a vida real, só ajudamos o outro quando nos ajudamos primeiro.

Na última sexta-feira vimos o Brasil perder de goleada contra o time da Croácia, que nos tirou da Copa do Mundo. Já não bastasse perdermos a possibilidade de seguirmos no jogo, presenciamos nas televisões o líder de um time virar as costas aos seus liderados. Sim,em vez de Tite, técnico da Seleção Brasileira, atuar com a equipe no momento da derrota, ele optou por se retirar. Assim que acabou a partida, enquanto os jogadores se lamentavam, o técnico deixou o campo sem hesitar, não dando o acolhimento necessário ao seu time. Desde então, nas redes sociais, muitas pessoas têm se posicionado contra essa atitude que de fato foi lamentável.

Diante deste cenário, cabe-nos outra reflexão: será que Tite não saiu para se entregar ao choro da decepção por ter perdido esta Copa do Mundo? Será que ele não queria se afastar para não mostrar sua fragilidade aos seus liderados? Evidentemente todos esperam que o líder seja aquele que dá o direcionamento, que capacita, incentiva, critica e está sempre pronto a apoiar, mas em alguns momentos nos esquecemos que o líder também é um ser humano, falho por consequência.

Por outro lado, é esperado de alguém que ocupa o papel de liderança, autocontrole emocional, para que diante das adversidades, que são inevitáveis na vida, consigam não apenas passar pela turbulência com resiliência, mas também apoiar aqueles que estão ao seu redor. Mesmo chateado, era esperado que Tite se mantivesse ali. Que desabasse em choros com o time – esse é o espírito colaborativo, inclusive, regra básica do futebol: ninguém faz gol sozinho.

Ao contrário de Tite, a postura do técnico da Seleção Japonesa, eliminada pela Croácia nos pênaltis, foi observada e elogiada. Após a frustrante e dolorosa eliminação, ele foi até a torcida, agradeceu com o tradicional gesto japonês, voltou ao meio do campo, falou com o grupo que estava unido em um círculo e depois cumprimentou cada um dos jogadores com lágrimas e gratidão nos olhos. Essa é uma atitude minimamente esperada de uma liderança - não apenas no esporte, mas principalmente nas empresas. Ou seja, é preciso adotarmos uma convivência próxima, na alegria e na tristeza.

E nós diante disso tudo? Assumimos o papel de juiz muitas vezes, dando o veredito final. Somos ágeis em criticar o outro, mas também precisamos usar deste momento para olhar para nós mesmos, afinal quantos de nós não estamos também agindo como Tite, nas esferas profissional e pessoal, desistindo de nossos sonhos e de nossas metas? É preciso refletirmos se também não agimos de forma covarde com a gente mesmo, nos sabotando. Quantos de nós estamos com posturas inadequadas e posicionamentos polarizados, esquecendo que somos observados por líderes, pares, liderados e até mesmo clientes ou familiares?

Outra análise pertinente é considerar se essa postura inadequada de Tite, prevalece a tudo o que ele entregou até aqui. Quantos outros jogos por anos e anos ele se saiu bem como líder? Que possamos praticar a empatia como modelo de vida, sempre atentos ao que podemos melhorar primeiro como pessoas e depois como profissionais. E se falamos tanto em propósito e legado, que tal avaliarmos de que forma podemos fazer para apoiar o outro, quando ele falhar ou precisar de uma mão? Tal qual está na Bíblia, “que jogue a primeira pedra aquele que não tem nenhum pecado”. Que possamos sempre refletir sobre as opiniões que temos constantemente expressado e qual o impacto delas na vida de outras pessoas.

 

David Braga - CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent Executive Search, empresa presente em 30 países via Agilium Group. É também Conselheiro de Administração pela Fundação Dom Cabral (FDC) e professor convidado pela mesma instituição. Ele é autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e atua, ainda, como conselheiro da ONG ChildFund, da ACMinas e da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Minas Gerais (ABRH-MG). Instagram: @davidbraga | @prime.talent.


Cooperativismo, governança e gestão financeira

Houve um tempo, não muito distante, em que cooperativa agropecuária era sinônimo de risco, fisiologismo e instrumento de uso político dos seus líderes, que, embora pudessem ser bons agricultores, geralmente eram mal preparados para a gestão de uma instituição maior e mais complexa. 

Cresci, me formei e iniciei minha carreira profissional vendo diversas dessas instituições quebrarem ou jogarem seus prejuízos nas costas do governo e dos credores. Isso mudou, e como mudou! Apenas para se ter uma ideia, atualmente, entre as dez maiores empresas de capital fechado do Brasil, cinco são cooperativas agropecuárias.

Hoje em dia, ao visitar essas instituições, é cada vez mais comum depararmos com profissionais altamente qualificados. São traders, gerentes financeiros, controllers, entre outros, de excelente nível técnico, que há alguns anos só encontrávamos em grandes corporações nas maiores capitais do País. As normas e os processos são descritos, difundidos e respeitados. 

Ponto particularmente sensível, que serve como exemplo, é a aprovação de crédito dos cooperados. Antigamente era um processo com forte componente político, em que os diretores concediam crédito de forma discricionária aos seus apaniguados e eleitores. Hoje, na maioria das vezes, trata-se de um processo disciplinado, devidamente estabelecido, que envolve analistas de crédito, ferramentas de rating, alçadas bem definidas e decisão colegiada. Algumas cooperativas já possuem até administradores profissionais (CEOs e CFOs), separando claramente as funções dos órgãos de decisão estratégica dos de execução.

Vários são os fatores responsáveis pela mudança. O primeiro, e mais importante, é o próprio crescimento da agricultura brasileira. Maior produção significa maior necessidade de crédito, para obtê-lo é necessário demonstrar aos financiadores capacidade de pagamento, ferramentas para a mitigação dos riscos, além de estratégia clara e bem definida. Dessa forma, a necessidade se impôs. O segundo é o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e suas entidades regionais, no estímulo à modernização e à boa governança. 

Destaco em especial, o trabalho da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que entre outras ações, montou um benchmark de mais de 40 índices (operacionais e financeiros) para medir e comparar as associadas, gerando estímulo para que as políticas e práticas daquelas que se destacam sejam também implementadas pelas demais. O terceiro, e não menos importante, é a democratização do conhecimento e da informação por meio da tecnologia, permitindo a quem está no interior do Brasil ter acesso em igual quantidade, qualidade e velocidade que os profissionais dos grandes centros urbanos ao redor do mundo.

É óbvio que o mercado é muito heterogêneo e ainda existem cooperativas atrasadas nesse processo de modernização. Um ponto importante e difícil a ser encarado por esse grupo é a capitalização dessas organizações. Cooperativa forte precisa ter balanço robusto e isso implica reter uma parte importante das sobras cooperativas, proposta nem sempre simpática aos cooperados, justamente aqueles que têm poder para aprová-la em assembleias. Nesse caso, é fundamental o papel das lideranças no convencimento de que vale a pena trocar um benefício de curto prazo por outro muito maior no longo prazo.

O cooperativismo é um importante propulsor do desenvolvimento da agropecuária brasileira, sobretudo nas regiões onde imperam pequenas e médias propriedades. Ele agrega valor ao produto, fornece suporte, dilui custos, difunde tecnologia e fomenta boas práticas, permitindo, dessa forma, que o agricultor participe do mercado globalizado, competindo de igual para igual com grandes players. Seu sucesso, contudo, depende de boa governança e gestão financeira profissionalizada. 

 

Manoel Pereira de Queiroz - superintendente de Agronegócio do Banco Alfa e membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp


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