Pesquisar no Blog

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Conheça as consequências do terrorismo nutricional

Restringir o consumo de alimentos causa transtornos à saúde


O tema terrorismo nutricional ganhou destaque nacional, mas o que isso quer dizer e quais as consequências? A nutróloga Patrícia Cavalcante nutróloga da Clínica Horaios explica que apesar de ser uma expressão nova, a história é longa e surgiu a partir da década de 1960, com o início da classificação dos nutrientes em tipos “bons” e “ruins”. “O grande problema do terrorismo nutricional é que ele foca somente no nutriente isolado e esquece na alimentação como um todo”, alerta a médica. 

Essa abordagem faz com que a sociedade normalize a ideia de que existem alimentos bons e ruins para a saúde, aqueles que são necessários comer e aqueles que devem ser banidos para sempre do prato. 

Dietas que restringem radicalmente determinados alimentos ou grupos alimentares estão no centro dessa pressão nutricional. O terrorismo pode levar ao diagnóstico de transtornos alimentares, em especial a ortorexia nervosa, caracterizada pela fixação por saúde alimentar. 

Por isso, a base da reeducação alimentar é entender que não há “alimentos inimigos” que precisem ser integralmente evitados. “A dica é sempre focar no equilíbrio e saber como balancear as quantidades e grupos de alimentos”, pontua. 

De acordo com a especialista, é preciso ficar atento a alguns sinais que podem indicar uma relação transtornada com a comida ou, se mais graves, um transtorno alimentar. São eles:

  • Pensamentos obsessivos com comida ou com o próprio corpo, achar que após ingerir um alimento “ruim” irá ganhar peso imediatamente;
  • Culpa ou arrependimento ao se alimentar;
  • Pensamentos de compensação, por exemplo, se comi a sobremesa, não irei jantar;
  • Medo de se alimentar ou da comida;
  • Sensação de perda de controle ao comer.

 

 Dra. Patricia Cavalcante - Médica nutróloga especialista em medicina preventiva e emagrecimento na Clínica Horaios. Possui 2 títulos de especialista e é membro do IFM (Institute for Functional Medicine). Sua metodologia é baseada numa extensa consulta para entender hábitos e estilo de vida. São avaliados diversos exames, inclusive testes genéticos. A partir daí, é customizado um blend de tratamentos que inclui acompanhamento nutricional, suplementações, soluções orgânicas e naturais, medicamentos se forem necessários e equipamentos de alta tecnologia para melhora do contorno e composição corporal

@dra.patriciacavalcante|@clinicahoraios
.

Nutricionista desvenda 10 mitos e verdades da alimentação equilibrada no verão

A especialista da Sodexo On-site também dá dicas para uma dieta rica em nutrientes, balanceada e gostosa que ajudarão a manter a saúde e imunidade do corpo   

 

Após as festas de final de ano e com a chegada do verão que traz com ele altas temperaturas, muitas pessoas procuram redobrar a atenção aos cuidados com a alimentação, principalmente quando falamos em manter uma dieta nutritiva e equilibrada para melhorar o físico e também manter a imunidade do sistema imunológico alta em tempos de covid-19. 

“Muitos pacientes nos procuram logo no início do ano preocupados com os exageros do final do ano e nos pedem dietas detox. É um grande mito! É importante ressaltar que não existe um alimento desintoxicante por si só. O segredo é fazer escolhas inteligentes quanto aos alimentos que ingerimos, já que o nosso corpo é que faz o processo de desintoxicação. Assim, quando começamos a comer corretamente, sem exageros, esse processo é beneficiado e mais eficiente”, afirma a nutricionista da Sodexo On-site Brasil, Vanessa Leite. 

De acordo com a especialista, com alguns ‘vilões’ da dieta sendo consumidos em menor escala ou até mesmo retirados da dieta diária, já traria grandes benefícios à saúde do corpo. “Há 4 grandes vilões da dieta que no dia a dia nem percebemos ou usamos como forma de compensação, que é o açúcar, comidas industrializadas, álcool e embutidos”, destaca Vanessa. 

A nutricionista também alerta que ao contrário do inverno, as temperaturas elevadas dos primeiros meses do ano podem inibir o apetite. ‘É comum que a maior parte das pessoas não consiga seguir uma alimentação balanceada e nutritiva, composta de proteínas, carboidratos, gorduras boas, fibras, vitaminas e minerais. Por isso, montar uma refeição saudável que ajude na proteção do corpo é fundamental. Um prato equilibrado é composto 50% por vegetais crus e cozidos, 25% de proteínas, como carnes, peixes, ovos, entre outros, e 25% de carboidratos, de preferência integrais. Na sobremesa, pode-se optar por frutas”, explica. 

Para ajudar as pessoas que procuram manter uma vida mais balanceada no novo ano, a especialista separou algumas perguntas de mitos e verdades que mais recebe em consultório da Sodexo On-site sobre alimentação. Confira: 

 

1 – O famoso suco verde detox, funciona mesmo para esse fim? 

Verdade. Importante ter neste suco uma fruta com bastante vitamina C como limão ou acerola. Uma verdura com bastante ferro, como couve ou espinafre. A vitamina C e o ferro se complementam e ajudam a potencializar os benefícios ao corpo que cada um proporciona. Uma dica de ouro é acrescentar gengibre e cúrcuma que são dois anti-inflamatórios poderosos que também podem ajudar o processo natural do corpo de desintoxicação. 

 

2 – Comer apenas frutas, verduras e legumes é um caminho certo para uma dieta balanceada? 

 Mito. Só comer determinados alimentos, ainda que saudáveis e naturais, é algo muito restritivo. Você não vai ingerir a quantidade de proteína necessária, por exemplo, e vai perder massa muscular para proteção geral do organismo. Não é isso que a gente quer. Além do mais, boa parte das frutas tem frutose em excesso e carboidrato. Isso tudo é açúcar. Você pode ter picos de glicemia e insulina, trazendo muitas complicações a longo prazo como diabetes. Uma dica é associar uma fruta com proteína boa como mamão com ovo ou uma fonte de gordura boa, fruta com pasta de amendoim e mix de castanhas. 

 

3 – Reduzir o consumo de glúten ajuda no processo de desintoxicação? 

Verdade. Reduzir farinha branca ajuda o organismo a trabalhar melhor. Mas vale a atenção. Não adianta sair comprando produtos sem glúten no mercado, mas sem olhar para o rótulo. Porque muitas vezes esses alimentos tem gordura vegetal, corantes e outros aditivos químicos que podem prejudicar a dieta. E não indicamos também a restrição total. É uma redução. 

 

4 – Jejum intermitente é bom mesmo para saúde? 

Mito: Para evitar um possível desequilíbrio na alimentação, é recomendado evitar longos períodos em jejum. Uma dica é fazer um lanche saudável, como um snack de castanhas caramelizadas com açúcar de coco, antes de sair de casa, pois dá energia e ajuda nas escolhas e no consumo moderado dos alimentos ao longo do dia. 

 

5 – Ingerir chás pode ajudar a desintoxicar e não reter líquidos? 

Verdade. Alguns chás como o de abacaxi, de hibisco e o verde podem ajudar na retenção de líquidos, hidratando o corpo. Mas é preciso cuidado e orientação específica, porque se a pessoa tem pressão alta ou baixa, alguns chás podem atuar de forma negativa. Não é qualquer pessoa que pode tomar qualquer tipo de chá. O exagero, mesmo que de chá, também não é recomendado. 

 

6 – Faça uma dieta líquida e você vai desintoxicar. Isso é verdade? 

Mito. A dieta que troca refeições por líquidos não funciona, não é válida, ela é restrita de nutrientes e no verão pode ser perigosíssima! O paciente pode até perder peso, mas isso vai voltar com o tempo, pois não é uma constância sustentável. Além disso, essa restrição, em dias quentes principalmente, faz perder muita massa muscular e imunidade, podendo levar o corpo a um colapso. 

 

7 – Fazer um café da manhã completo ajuda no processo da detox? 

Verdade. Café da manhã é uma refeição super importante, e é preciso fazer boas escolhas. Um suco do tipo detox acompanhado de ovos mexidos e uma fruta é excelente para o organismo. Só cuidado com o exagero na quantidade. E se conseguir trocar o pãozinho por um mix de castanhas será nota dez. Começar o dia dessa forma traz bastante saciedade para o resto da jornada e inibe a vontade de beliscar e cair em tentações ou erros. 

 

8 – Tirar os derivados do leite sempre ajuda no melhor funcionamento do organismo? 

Mito. Tomar iogurte vai ajudar na manutenção da flora intestinal, por exemplo. E o intestino funcionando bem é fundamental para absorver os nutrientes que estamos ingerindo e também para eliminar o que consumimos e nos intoxicou. Importante: o iogurte deve ser natural. Se puder fazer o iogurte em casa fica excelente! 

 

9 – Alho cru fornece mais benefícios ao organismo. 

Verdade. O alho é um alimento excelente quando falamos neste assunto de fortalecer o organismo, que é um dos objetivos da limpeza que nosso corpo realiza. O alho é imunomodulador, ou seja, ele modula a imunidade do corpo. Dica:  coloque alho cru no fundo de uma garrafa de azeite antes de usá-lo. E para quem gosta do insumo e tem coragem, tome um shot com alho cru batidinho com limão. Além disso, ele refogado, com pouca gordura, ou assado também pode ser usado sem medo! 

 

10 – Só a bebida alcoólica já ajuda a refrescar no verão? 

Mito. Sabemos que todos adoram um bom drink ou cerveja, mas precisamos ter muito cuidado, pois o álcool acelera o processo de intoxicação do organismo e a perda de líquidos. Nos dias quentes ocorre maior perda de líquidos e minerais, devido ao aumento da temperatura corporal e transpiração excessiva. Por isso, nesse período, a ingestão de bastante água e outras bebidas não alcoólicas, como sucos naturais com as frutas da época, é essencial.

 

  

Sodexo On-site Brasil

 

Dia Mundial das Leguminosas: Conheça mais sobre os muitos benefícios desses grãos.

O dia 10 de fevereiro foi determinado pela ONU (Organização das Nações Unidas), Dia Mundial das Leguminosas, com o objetivo de promover o cultivo desses alimentos, conscientizar sobre seus diversos benefícios nutricionais e destacar a importância da sua contribuição para sistemas alimentares sustentáveis. Além disso, as leguminosas são de extrema importância para a segurança alimentar dos agricultores, elas melhoram a fertilidade do solo e, quando cultivadas a longo prazo, ajudam a aumentar a produtividade no meio rural. 

As leguminosas são sementes comestíveis que se desenvolvem em vagens. Como exemplos, temos todos os tipos de feijões, grão-de-bico, soja, amendoim, lentilha e a ervilha. São ricas em fibra e baixos em colesterol. “Por isso, são importantes para regular o açúcar no sangue, prevenir certos tipos de câncer, ajudam manter um peso saudável e contribuem para a saúde intestinal.” explica a nutricionista Adriana Stavro.

O ideal é consumir grãos variados ao menos 3 vezes por semana. Pensando nisso, para que você diversificar seu cardápio de forma simples, saudável e rápida, a Nutricionista Adriana Stavro cita algumas sugestões de como inseri-las na sua alimentação:
 

Feijão

No Brasil é a leguminosa mais consumida. A mistura clássica de feijão com arroz tem uma longa história e parecem feitos um para o outro. Os vegetarianos adoram porque juntos formam uma proteína completa. Tanto o arroz integral quanto o branco são baixos no aminoácido essencial (AA) lisina, mas ricos no AA metionina. Os feijões são o oposto -- ricos em lisina, mas pobres em metionina. A combinação dos dois permite obter o suficiente de cada um desses AA, assim como os outros sete AA, formando uma fonte de proteína perfeita. Além disso fornecem fibras, B-6, vitamina E, fósforo, cálcio, ferro, magnésio e potássio.

Mas, em terras brasileiras, o feijão também faz sucesso em preparações como tutu à mineira, feijão-tropeiro, feijoada, sopa de feijão, acarajé e em saladas.

 

Grão-de-bico

O grão-de-bico possui proteínas, fibras, vitaminas e pode ser usado como substituto da carne em diferentes receitas, como estrogonofe. Ele também fornece triptofano, que é um aminoácido precursor da serotonina (hormônio da felicidade).
 

Ervilha

Muito usada para o preparo de sopas, cremes, saladas, refogados e até risotos. Rica em ferro, potássio, zinco, agentes antioxidantes, fibras e proteínas.
 

Amendoim

Fonte de ferro, magnésio, fósforo, vitaminas do complexo B e E e minerais importantes para o bom funcionamento do corpo. Pode ser consumido em saladas, petisco e lanches. Também pode ser encontrado em pasta. Neste caso pode ser usada em torradas no café da manhã, no preparo de bolos, cookies e panquecas.
 

Soja

A soja contém proteínas, fibras, vitaminas A C, cálcio e fósforo. Existem diferentes variações dessa leguminosa. Em grãos, proteína hidrolisada, assada, e in natura (edamame).
 

Lentilhas

Lentilhas são um dos alimentos saudáveis mais antigos do mundo. É possível encontrar em uma variedade de cores, incluindo laranja, verde e marrom. Rápidas de preparar e normalmente com boa relação custo-benefício, elas ainda fornecem proteínas, fibras e vários minerais.

Estudos confirmam que comer lentilhas regularmente reduz o risco de doenças crônicas como diabetes, obesidade, câncer e problemas cardíacas. Isso se deve ao seu alto conteúdo de compostos vegetais chamados fenóis.

 

Adriana Stavro finaliza alertando que as leguminosas, contêm compostos naturais chamados de “antinutrientes”. Estes incluem o ácido fítico, que se liga a nutrientes como ferro e zinco, tornando os minerais mais difíceis de absorver. Esses antinutrientes podem ser reduzidos fazendo o remolho (deixar os grãos submersos a água por no mínimo 8 horas -- trocar a água de 3 em 3 horas) dos grãos.

 


Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.

 

Shopping Campo Limpo promove campanha de coleta de sangue

Campanha acontece no dia 12 e 14/02, no piso Itapecerica

 

 

O Shopping Campo Limpo realiza, nos dias 12/02, das 10h às 15h, e 14/02, das 10h às 16h, a coleta de sangue para o projeto “Amorsedoa” (@amorsedoa). O objetivo é incentivar os clientes do shopping e os moradores da região a fazerem doações neste momento em que os hemocentros de São Paulo e região estão com os estoques baixos em função da pandemia. 

 

De acordo com a Fundação Pró-Sangue, que abastece mais de cem hospitais da região metropolitana de São Paulo, a meta do órgão é coletar mensalmente em torno de 9,5 mil bolsas de sangue, mas o mês de janeiro se encerrou com uma coleta em torno de 8 mil bolsas, impactando diretamente milhares de pessoas.

 

Pouca gente sabe, mas a cada doação, podem ser coletados entre 420ml e 470ml de sangue, sendo que, uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas, ajudando no tratamento de pacientes e em intervenções médicas complexas e de grande porte, como transplantes, transfusões, cirurgias e procedimentos oncológicos.

 

Doar sangue é um ato de amor e solidariedade e para participar dessa corrente do bem, basta comparecer ao Piso Itapecerica do Shopping Campo Limpo. “Estamos muito felizes por colaborar com essa campanha, facilitando o acesso e encurtando as distâncias entre os doadores e os bancos de sangue”, diz Leonardo Monaci, superintende do Shopping Campo Limpo.

 

Os interessados em participar da ação precisam ter mais de 16 anos, estar bem de saúde e portar documento de identidade oficial com foto, além de preencher alguns pré-requisitos, como:


-         Não fumar por, pelo menos, duas horas antes da doação;


-         Não ter ingerido bebidas alcoólicas por, no mínimo, 12 horas antes da coleta;


-         Gestantes e lactantes não podem doar (exceto mães de crianças a partir de 1 ano);


-         Em caso de ter tido alguma infecção recentemente, a doação é liberada após 14 dias depois do tratamento de antibióticos;


-         Não ter realizado procedimentos como aplicação de piercings e/ou tatuagens nos últimos 12 meses;


-         Menores de 18 anos só podem realizar as doações mediante termo de autorização dos responsáveis;


-         Para os idosos doarem, a primeira doação deve ter sido até os 61 anos.

 

Quer agilizar o atendimento? Basta realizar o agendamento aqui: https://www.sympla.com.br/doacao-de-sangue-no-shopping--campo-limpo---dia-1402__1482921


 

Serviço


Coleta de sangue no Shopping Campo Limpo - projeto “Amorsedoa”

Dias e Horários: 12/02, das 10h às 15h e 14/02, das 10h às 16h

Local: Shopping Campo Limpo (Piso Itapecerica)

Endereço: Estrada do Campo Limpo, 459 - Vila Prel, São Paulo – SP

 SAC: 11 4003-7320. www.shoppingcampolimpo.com.br



SBACV lança campanha nacional para estimular a prática de atividade física


A prática de exercícios físicos tem impacto positivo sobre a qualidade de vida e a saúde geral das pessoas, inclusive no campo vascular. Manter essa rotina também deve ser uma preocupação de médicos e outros profissionais que se dedicam ao atendimento de pacientes. Para promover a adesão das equipes a esse hábito saudável, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) lança nesta quarta-feira (9) uma campanha nacional de combate ao sedentarismo entre médicos especialistas, estimulando-os a cuidarem mais de si mesmos e a servirem de exemplos para a população. 

A ação movimentará os perfis da entidade e de suas federadas nas redes sociais a partir do mês de fevereiro. O público alvo é composto pelos quase 5 mil angiologistas e cirurgiões vasculares que atuam no Brasil. Com mensagens objetivas, claras e positivas, a iniciativa pretende disseminar dicas entre os profissionais, despertando-os para inclusão do esporte e do lazer em suas rotinas.

 

Ações - Mais do que cards inspiradores, a intenção é provocar ações conjuntas. A primeira delas é um desafio a todos os angiologistas e cirurgiões vasculares brasileiros: publicar uma foto nos seus perfis nas redes sociais praticando exercício físico com a hashtag #desafiovascular. Quem participar deve marcar e desafiar outros dois colegas vasculares a fazerem o mesmo, além de marcar os perfis da SBACV e da sua regional. 

“Queremos estimular a postagem e a repostagem dessas fotos e mensagens e, assim, criar uma onda de bons exemplos. Hoje as diferentes redes sociais são canais ativos de engajamento em torno de comportamentos e formas de expressão. Ao conquistar a simpatia dos nossos médicos, esperamos, aos poucos, atingir também a população, alertando-a sobre a importância do exercício físico para a saúde”, salientou Julio Cesar Peclat, presidente da SBACV.

 

Prevenção -- De acordo com Mateus Borges, diretor de Publicações da Sociedade, essa campanha é uma das primeiras iniciativas de responsabilidade social da gestão empossada em fevereiro. “No biênio 2022/2023, a SBACV fortalecerá sua atuação em temas de interesse da população, democratizando o acesso a temas relevantes da saúde, com foco na prevenção de doenças vasculares”, ressaltou. 

Neste caso, a escolha do tema está relacionada aos resultados pretendidos em termos de melhora da qualidade de vida e do bem-estar de médicos e dos brasileiros em geral. Assim, a partir do conhecimento científico acumulado pela entidade e de recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a SBACV, reitera as vantagens do exercício físico para a saúde vascular.

 

Prática - Entre os benefícios que essa prática traz, estão: a melhora do controle do açúcar no sangue; a redução do colesterol “ruim” (LDL e triglicerídeos) e o aumento do “bom” (HDL); a diminuição da pressão arterial e da rigidez das artérias; o auxílio no controle do peso e na redução de medidas; o aumento da oxigenação dos músculos; e o fortalecimento da musculatura das pernas, melhorando o retorno de sangue para o coração. 

Estudos mostram que a prática regular de exercício físico pode reduzir de 20% a 35% o risco de doenças cardiovasculares. Dados oficiais indicam que de 4 a 5 milhões de mortes poderiam ser evitadas a cada ano se a população global praticasse exercícios físicos com regularidade. 

Associação médica nacional sem fins lucrativos, a SBACV tem por objetivo defender os interesses dos médicos angiologistas e cirurgiões vasculares, zelando pelo aperfeiçoamento contínuo e reconhecimento das suas áreas de atuação. A entidade também atua no estímulo à produção científica e na divulgação das melhores práticas e inovações nesses campos da medicina. Representando mais de 4 mil médicos associados, a SBACV está presente em todo o Brasil.

 

Dia Mundial do Rim promove educação sobre a Doença Renal

 Campanha mundial deste ano tem como tema “Saúde Renal para Todos”

 

Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), o Dia Mundial do Rim (DMR) tem como objetivo reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo, sendo comemorado na segunda quinta- feira do mês de março. Esse ano, a data será celebrada no dia 10 de março. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) coordena a campanha no Brasil, desenvolvendo material informativo e educativo sobre os fatores de risco para a Doença Renal Crônica (DRC) para todas as regiões do país visando estimular os cuidados com a saúde dos rins.  

A DRC é comum e prejudicial: um em cada 10 adultos no mundo é paciente renal crônico. Além disso, se a DRC não for tratada, pode ser fatal. Embora seu diagnóstico precoce permita tratamento e gestão para prevenir a morbidade, mortalidade, melhora da relação custo-eficácia e sustentabilidade, a mortalidade relacionada à DRC continua crescendo. Em 2040, a doença renal crônica pode ser a 5ª maior causa de morte no mundo e há uma lacuna de conhecimento sobre a doença muito persistente, que é notável em todos os setores de saúde:

A comunidade - Os obstáculos para uma melhor compreensão da saúde renal incluem o fato de que as informações sobre doenças renais são compartilhadas numa linguagem complexa, falta de conhecimento básico sobre o tema, instruções limitadas sobre saúde, disponibilidade limitada de informações sobre DRC e falta de prontidão para aprender.

O profissional da saúde - Outra barreira precisa ser superada para garantir uma melhoria na conscientização e a formação mais focada dos médicos, pois eles são os responsáveis ​​pela condição médica dos pacientes.

Os formuladores de políticas focadas em saúde pública - A DRC é uma ameaça global à saúde pública, mas não é priorizada nas agendas governamentais de saúde. Tais agendas se concentram, majoritariamente, quando se trata de doenças não transmissíveis, em quatro doenças principais (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas).

Neste cenário, a falta de conhecimento sobre o assunto está sufocando a luta contra a doença renal crônica e aumentando a mortalidade associada à DRC. “Por isso, a campanha deste ano pede que o mundo fique ciente da DRC para compreender ativamente quais medidas relacionadas à saúde renal que cada um pode colocar em prática, por exemplo, a atenção com a pressão arterial, uma causa que envolve todos da comunidade renal, mundialmente falando - médicos, cientistas, enfermeiras e outros profissionais de saúde, pacientes, administradores, especialistas em políticas de saúde, funcionários do governo, organizações de Nefrologia e fundações. Todos precisam saber quais são as estratégias que podem ser aplicadas com o objetivo de oferecer mais atenção à saúde renal no estabelecimento de políticas governamentais. Isso pode gerar grandes benefícios, tanto para os pacientes como para os orçamentos de saúde”, explica Dr. Osvaldo Merege, presidente da SBN. 

Além disso, a campanha 2022 reforça a importância de incentivar o público a adotar uma dieta e estilo de vida saudável ​​(sendo necessário acesso à água potável, exercícios, dieta saudável, controle do tabaco e prevenção da mudança climática) para manter uma boa saúde renal e preservar a função renal por mais tempo em pessoas com DRC - isso também aumenta a consciência da importância dos rins; conscientizar mais o paciente renal e seus familiares afim de capacitá-los para alcançar mais resultados na qualidade de vida, que são significativos e importantes para quem possui DRC, incluindo a insuficiência renal; incentivar e apoiar os médicos de atenção primária a melhorarem o reconhecimento e gestão de pacientes com DRC em todo o espectro de prevenção, detecção precoce de doença e atendimento para a insuficiência renal; integrar a prevenção da doença renal crônica e da insuficiência renal às doenças não transmissíveis nacionais e programas de serviços abrangentes e integrados, melhorando a detecção precoce e rastreamento de cuidados renais em nível nacional e informar os políticos sobre o impacto da doença renal e da insuficiência renal na saúde e sua carga associada aos orçamentos/sistemas de saúde para encorajar a adoção de políticas e alocação de recursos, garantindo a todos uma boa qualidade de vida com a DRC.

 

Sobre a Doença Renal Crônica


A doença renal crônica se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isso, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário o tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.


Sangue e tecido do cordão umbilical: saiba as principais curiosidades sobre o material biológico

Adobe Stock
Hematologista da Criogênesis indica fatos sobre a coleta e armazenamento do anexo embrionário

 

Ainda pouco se sabe, mas muito além do papel de conexão entre o feto e a mãe, garantindo assim o transplante de oxigênio e nutrientes, o cordão umbilical é uma das promessas da medicina moderna no tratamento de diversas doenças. Isso porque esse anexo é rico em células-tronco, capazes de reconstruir a medula óssea e o sistema imunológico e, com isso, salvar a vida de portadores de problemas graves. 

“Armazenar as células-tronco é uma forma de prevenção, principalmente para aqueles que apresentam histórico de enfermidades graves na família, como câncer e algumas doenças imunológicas. Além de serem compatíveis com o próprio bebê, esse material também possui uma maior chance de compatibilidade entre irmãos”, revela Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP. 

Abaixo, o especialista traz algumas curiosidades sobre o material genético:

  • As células-tronco presentes no cordão umbilical atuam na cura de mais de 80 tipos de doenças 

De acordo com o médico, atualmente, as Células-Tronco são utilizadas para recuperar o sistema hematopoético -- células sanguíneas -- de pacientes submetidos à quimioterapia e/ou à radioterapia. Nessas situações, a infusão das Células-Tronco é vital, uma vez que a quimioterapia e/ou a radioterapia também destroem as Células-Tronco do paciente. 

Também podem ser utilizadas no tratamento de doenças imunológicas e degenerativas, possibilitando melhorias em quadros de queimaduras, fraturas ósseas, artrite e até mesmo diabetes. Além disso, Dr. Nelson afirma que ensaios clínicos vêm demonstrando que as células-tronco encontradas nesse membro têm propriedades únicas imunológicas e regenerativas, o que pode permitir a melhora de doenças autoimunes.

 

  • O material pode ser coletado mesmo em casos de clapeamento tardio

Organizações obstétricas dos Estados Unidos, no Reino Unido e Canadá recomendaram um retardamento de 30 a 60 segundos entre o parto e o clampeamento do cordão umbilical em caso de bebês saudáveis. “Para muitos especialistas o corte tardio pode ter um efeito benéfico para o recém-nascido, como reduzir o volume de células-tronco remanescentes no cordão umbilical, e diferentemente do que se repercute, não necessariamente torna o volume inadequado para armazenamento ou doação”, informa Tatsui. 

Por outro lado, o médico destaca que se o sangue do cordão umbilical do bebê está sendo armazenado para um uso conhecido -- como o transplante de outro membro da família -- o clampeamento tardio não é recomendado. “Para escolher o que será mais adequado, os pais devem discutir as opções do clampeamento com o obstetra”, diz.

 

  • O tempo de armazenamento do sangue e tecido do cordão umbilical é ilimitado 

Quando armazenado de forma correta, o material apresenta, tecnicamente, utilidade por tempo ilimitado. No entanto, o expert enfatiza que ainda é cedo para afirmar com tanta precisão. “Os bancos de sangue do cordão existem há menos de 30 anos. Porém, células-tronco armazenadas por mais um pouco mais de 20 anos vêm sendo utilizadas em transplantes de forma bem-sucedida”, destaca.

 

  • A chance de um indivíduo precisar das células-tronco no tratamento de doenças é de 1 a cada 100 pessoas

Segundo dados norte-americanos, baseado no Center for International Blood and Marrow Transplant Research, the U.S. Surveillance, a chance cumulativa de uma pessoa de até 70 anos de idade precisar de um transplante é de até 0,98%1 -- o que equivale a uma pessoa a cada 100. Quando os mesmos autores analisam a chance de uma pessoa até 70 anos de idade precisar da própria célula-tronco (autólogo), o índice cai para 0,23% - uma a cada 434 pessoas. 

Para Dr. Nelson, de uma forma geral, existe um aumento significativo na chance dos indivíduos precisarem de um transplante sob as indicações atuais de uso da célula-tronco, seja autólogo ou alogênico.

 

  • O armazenamento do sangue do cordão umbilical não anula a necessidade da coleta do tecido

Tanto o sangue quando o tecido do cordão umbilical possibilitam o tratamento de uma série de doenças e é possível armazenar os dois simultaneamente. Não existe um método padrão para armazenar o tecido do cordão, diferentemente de como ocorre com o sangue, no entanto, o especialista recomenda perguntar ao banco que realizará o armazenamento como é feita a coleta e armazenamento do tecido e como as células desse tecido poderão ser usadas no futuro.

 

 

Criogênesis


Pólipos uterinos: sintomas, exames e tratamento

Pólipos uterinos acontecem devido ao crescimento excessivo do tecido endometrial. Geralmente, são lesões benignas, mas podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade. 

 

O que são pólipos uterinos? 

Os pólipos uterinos são crescimentos que ocorrem no revestimento interno (endométrio) do útero. Por esse motivo, às vezes são chamados de pólipos endometriais. Eles são formados pelo crescimento excessivo do tecido endometrial e normalmente estão presos ao endométrio por uma haste fina ou uma base larga e se estendem para dentro do útero. Geralmente não são cancerosos, mas podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade. 

Os pólipos podem ser redondos ou ovais e variam de tamanho em alguns milímetros (pense em uma semente de gergelim) até alguns centímetros (o tamanho de uma bola de pingue-pongue, por exemplo) ou maiores. Pode ser que a mulher tenha um ou vários pólipos presentes. 

 

Qualquer mulher pode desenvolver pólipos uterinos? 

Os pólipos uterinos têm maior probabilidade de se desenvolver em mulheres entre 40 e 50 anos do que em mulheres mais jovens. Isso porque ocorrem normalmente em mulheres na pré-menopausa ou após a menopausa, mas raramente são identificados em mulheres com menos de 20 anos. 

Suas chances de desenvolver pólipos uterinos podem aumentar se você estiver com sobrepeso ou obesa, tiver pressão alta (hipertensão) ou se estiver tomando tamoxifeno, um medicamento usado para tratar o câncer de mama. 

 

Quais são as causas dos pólipos uterinos? 

A verdade é que a razão exata pela qual os pólipos se formam ainda é desconhecida, mas consideramos as oscilações nos níveis hormonais como um fator. O estrogênio, que desempenha um papel no engrossamento do endométrio a cada mês, é um dos hormônios que pode estar relacionado ao crescimento dos pólipos uterinos. 

 

Quais são os sintomas dos pólipos uterinos? 

Os sintomas incluem:

 

Períodos menstruais irregulares

 

Fluxo excepcionalmente intenso durante a menstruação

 

Sangramento ou manchas entre menstruações

 

Sangramento vaginal após a menopausa

 

Infertilidade 

 

O sintoma mais comum de fato períodos menstruais irregulares ou imprevisíveis 

Outros sintomas incluem sangramento menstrual prolongado ou excessivo (menorragia ou hipermenorreia), sangramento entre os períodos e sangramento após a menopausa ou relação sexual. Os pólipos uterinos são a causa de sangramento anormal em cerca de 25% desses casos. 

A incapacidade de engravidar ou de abortos espontâneos também são possíveis sintomas de pólipos uterinos. 

 

Como os pólipos uterinos são diagnosticados? 

Em primeiro lugar, durante a consulta clínica na qual o ginecologista deve procurar saber seu histórico menstrual e possível dificuldade para engravidar. É importante que essa conversa seja franca e que a paciente mencione todo e qualquer sintoma incomum que esteja experimentando, como sangramento excessivo ou escapes entre os períodos, por exemplo.

O médico também fará um exame ginecológico e poderá solicitar exames ou procedimentos adicionais. Esses testes podem incluir:

 

Ultrassom transvaginal: é um procedimento no qual um dispositivo portátil fino, denominado transdutor de ultrassom, é inserido na vagina. O dispositivo emite ondas sonoras, que fornecem uma imagem do interior do útero, incluindo eventuais irregularidades que possam estar presentes.

 

Histerossonografia ou sono histerografia: é um procedimento relacionado que pode ser realizado após a ultrassonografia transvaginal. Um fluido estéril é introduzido no útero por meio de um tubo fino denominado cateter. O fluido faz com que o útero se expanda, fornecendo uma imagem mais clara de quaisquer crescimentos dentro da cavidade uterina durante o procedimento de ultrassom.

 

Histeroscopia: pode ser usada para diagnosticar ou tratar pólipos uterinos. Durante esse procedimento, o médico insere um tubo longo e fino com um telescópio iluminado (histeroscópio) através da vagina e do colo do útero até o útero. O histeroscópio permite que o médico examine o interior do útero. A histeroscopia é algumas vezes usada em combinação com a cirurgia para remover os pólipos.

 

Histeroscopia para identificar pólipos uterinos

Biópsia endometrial: o médico usa um instrumento de plástico macio para coletar tecido das paredes internas do útero. A amostra é enviada ao laboratório para análise para determinar se há alguma anormalidade.

 

 

Qual é o tratamento para pólipos uterinos?

 

O tratamento pode não ser necessário se os pólipos não apresentarem sintomas, ou seja, não interferirem na qualidade de vida da mulher. No entanto, os pólipos devem ser tratados se causarem sangramento intenso durante os períodos menstruais ou se houver suspeita de serem pré-cancerosos ou cancerosos. Ainda, devem ser removidos se causarem problemas durante a gravidez, como aborto espontâneo, ou resultar em infertilidade em mulheres que desejam engravidar. Além disso, recomenda-se que, se um pólipo for descoberto após a menopausa, ele deve ser removido. 

 

Os possíveis tratamentos para os pólipos uterinos incluem: 

Medicamentos que ajudam a regular o equilíbrio hormonal podem ser usados como tratamento temporário. Esses medicamentos contribuem para aliviar os sintomas. No entanto, os sintomas geralmente retornam depois que os medicamentos são interrompidos.

 

Histeroscopia cirúrgica é talvez o método de tratamento mais comum para a retirada dos pólipos. Trata-se de uma cirurgia sem cortes. 

Caso não seja possível remover um pólipo, pode ser que uma cirurgia adicional seja necessária. A histerectomia (remoção do útero) normalmente é considerada apenas nos casos em que células cancerosas são encontradas nos pólipos uterinos.

 

 

Como prevenir os pólipos uterinos? 

Infelizmente não há prevenção. Por isso, é importante manter consultas regulares com o seu ginecologista e ficar atenta a qualquer alteração em especial no seu ciclo menstrual e menstruação. Além disso, vale ficar alerta para os fatores de risco, como obesidade, hipertensão ou uso de tamoxifeno para tratar câncer de mama.

 

 

 Dr. Rodrigo Ferrarese - O especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias, cistos, endometriose, histeroscopias, pólipos, miomas, doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, DIU...).  Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @dr.rodrigoferrarese ou  pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/


Qualidade de vida para quem tem uma doença rara é possível


Ao falarmos sobre doenças raras, é natural associá-las a um grupo pequeno de pessoas. De fato, se comparadas a outras enfermidades mais comuns, o número é realmente reduzido. Todavia, somadas, elas afetam cerca de 3,5 a 6% da população, o que equivale ao redor de 260 a 450 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da European Journal of Human Genetics1. Devido à complexidade dos casos, estima-se que para 95%2 delas ainda não tenha um tratamento medicamentoso disponível. Entretanto, vários estudos clínicos com terapias inovadoras estão sendo desenvolvidos em diversos países, com a intenção de dar mais qualidade de vida a esses pacientes. 

Quando se trata de uma doença rara que pode ser agravada pela alimentação, como no caso da síndrome da quilomicronemia familiar (SQF), que afeta a produção de uma enzima chamada lipase lipoproteica, responsável pela metabolização da gordura no sangue, a necessidade de tratamento fica ainda mais evidente. Em pessoas com essa condição, as taxas de triglicerídeos podem chegar a concentrações de 15.000 mg/dL ou mais, quando os níveis não deveriam passar de 150 mg/dL3. Entre os danos que esse excesso de gordura no sangue pode causar ao indivíduo, está, principalmente, a pancreatite aguda, que pode levar a óbito. 

A única terapia de longo prazo atual é a restrição da ingestão total de gordura para menos de 10 a 15% das calorias diárias (15 a 20g por dia), que não é sempre bem-sucedida na prevenção da pancreatite aguda.4 Buscando tratamentos que proporcionem mais qualidade de vida às pessoas com SQF, conduzimos em 12 países, incluindo o Brasil, um estudo de fase 3, duplo-cego, randomizado, de 52 semanas, chamado Approach, para avaliar a segurança e a eficácia de um medicamento em 66 portadores da SQF -- número consideravelmente grande se lembrarmos ser uma doença rara. Os pacientes foram designados aleatoriamente, em uma proporção de 1:1, para receber uma dose de 300 mg do medicamento, por via subcutânea, uma vez por semana, ou o placebo. Os pacientes que receberam a terapia tiveram diminuições nos níveis médios de triglicérides de 77%. Durante o período de tratamento, três pacientes no grupo de placebo tiveram quatro episódios de pancreatite aguda, enquanto um paciente no grupo do medicamento investigacional teve um episódio, sendo 9 dias após receber a dose final.5 

Este foi um ensaio difícil de conduzir. Direcionado a uma doença muito rara, com um número de pacientes potencialmente elegíveis relativamente pequeno e um protocolo do ensaio muito rigoroso, exigindo que os pacientes fizessem exames de sangue muito regularmente, cumprissem uma dieta rigorosa e ficassem por muitas horas nos locais do ensaio em algumas datas de visita para monitoramento de triglicerídeos pós-prandiais, após uma ingestão de gordura desafio. Nem todos os pacientes mantiveram a medicação em longo prazo, mas a resposta lipídica (redução dos triglicerídeos) foi mantida naqueles que continuaram o tratamento. Se interrompido, seus lipídios lentamente voltariam à linha de base. 

Apesar das dificuldades, é muito importante desenvolver medicamentos para doenças órfãs. E precisamos avançar nisso. Embora o número de pacientes afetados possa ser relativamente pequeno em cada uma, cumulativamente existe uma grande carga. Estima-se que exista cerca de 7 mil enfermidades raras no mundo2.

Mas os desafios para os pacientes raros não terminam com a descoberta de novos tratamentos. Um dos principais problemas é o acesso posterior à terapia. Como esse setor é bastante pequeno, os custos de pesquisa e desenvolvimento são bastante altos, dificultando o acesso a novas terapias, mesmo que exista uma grande necessidade clínica ainda não atendida. 

Idealmente, gostaria de ver parcerias internacionais entre a indústria farmacêutica e os governos para cofinanciar o desenvolvimento desses medicamentos e, em seguida, também fornecer os tratamentos a preços específicos para as distintas realidades do mundo - mais caros no mundo desenvolvido e um pouco menos caros no mundo em desenvolvimento. 

De todo modo, há esperança para o futuro. Se tomarmos o exemplo da hipercolesterolemia familiar homozigótica, há 20 anos, havia somente um tratamento eficaz, a plasmaférese -- um procedimento automatizado de separação do sangue e retirada do excesso de lipídios. Agora, temos vários medicamentos que são altamente eficazes e permitem que muitos pacientes descontinuem a plasmaférese e atinjam valores de colesterol normais ou próximos do normal. Por tudo isso, precisamos avançar e buscar cada vez mais o desenvolvimento de estudos e pesquisas. 

 

 

Dirk Blom - chefe da divisão de Lipidologia da Universidade de Cape Town

 

 

 

1] European Journal of Human Genetics - Acessado em 17/11/2021

[2] Biblioteca Virtual em Saúde - Acessado em 17/11/2021

[3] Baass A, Paquee M, Bernard S, Hegele RA. Familial chylomicronemia syndrome: an under recognized cause of severe hypertriglyceridaemia [published online ahead of print, 2019 Dec 16]. J Intern Med. 2019;10.1111/joim.13016.

[4] Burne JR, Hooper AJ, Hegele RA, et al. Familial Lipoprotein Lipase Deficiency. In: GeneReviews® [Internet]. Sea le (WA): University of Washington, Sea le; 1993?2020.

[5] Witztum JL, Gaudet D, Freedman SD, Alexander VJ, Digenio A, Williams KR, Yang Q, Hughes SG, Geary RS, Arca M, Stroes ESG, Bergeron J, Soran H, Civeira F, Hemphill L, Tsimikas S, Blom DJ, O'Dea L, Bruckert E. Volanesorsen and Triglyceride Levels in Familial Chylomicronemia Syndrome. N Engl J Med. 2019 Aug 8;381(6):531-542. doi: 10.1056/NEJMoa1715944. PMID: 31390500. 


Posts mais acessados