Uma doença é considerada autoimune quando o sistema imunológico do paciente não reconhece as células “normais” do corpo, levando-o a atacar seus próprios tecidos. Apesar dessas enfermidades não terem cura, o diagnóstico precoce ajuda a definir tratamentos mais eficientes para reduzir os sintomas e promover bem-estar.
Com
o objetivo de aumentar a conscientização de Alzheimer, lúpus e fibromialgia durante
o Fevereiro Roxo, o neurologista Gustavo Franklin, membro da Doctoralia, fala sobre as causas e os recursos terapêuticos
de cada uma dessas doenças.
ALZHEIMER
A
doença de Alzheimer é o principal distúrbio neurodegenerativo e a principal
causa de demência, com o comprometimento cognitivo associado ao impacto na
qualidade de vida de forma progressiva. De acordo com dados divulgados em 2021
pelo Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de brasileiros sofrem com a
doença e 100 mil novos casos são diagnosticados a cada ano. Em todo o mundo, o
número chega a 50 milhões de pessoas.
A doença é
classificada em três tipos: leve, moderado e severo. Essas classificações
variam de acordo com a dependência para as funções cotidianas do paciente
afetado, como andar, fazer compras, higiene pessoal e o autocuidado. Nestes
casos, o tratamento adequado pode ser tanto farmacêutico quanto
fisioterapêutico.
“No
entanto, é preciso reiterar que melhorar os sintomas da doença não evita que
ela avance e nem promova sua cura. De acordo com esses sinais, que normalmente
são perda de memória, alteração do comportamento, do sono, distúrbios
alimentares, dentre outros, torna o diagnóstico precoce de extrema importância,
pois uma vez entendendo o que está acometendo, é possível direcionar para
tratamentos que melhorem a qualidade de vida do paciente”, explica o especialista.
LÚPUS
O
lúpus é uma doença crônica que se desenvolve ao longo do tempo e faz com que o
próprio corpo produza células que podem ser auto agredidas, afetando as
articulações e órgãos, como pele, cérebro e até coração.
“Assim
como outras doenças autoimunes, existem vários tipos de lúpus que podem afetar
vários órgãos diferentes. No entanto, o mais comum é aquele que começa pela
pele. Por isso, o paciente pode sentir fadiga e cansaço, alterações de febre
recorrentes, erupções cutâneas, vermelhidão que muitas vezes atinge o nariz e a
bochecha - conhecido popularmente como borboleta -, artrite, dor de cabeça,
linfonodos inchados e sensibilidade à luz solar. A avaliação dos sintomas é
extremamente importante por ser o principal critério para diagnosticar a
doença”, revela o Dr. Gustavo.
Os
sintomas do lúpus podem ser mitigados por meio de drogas imunossupressoras,
anti-inflamatórios e alguns hábitos saudáveis, como não tomar muito sol, ter
uma dieta balanceada e uma rotina de exercícios.
FIBROMIALGIA
O
principal desafio para aqueles que são afetados pela fibromialgia é justamente
chegar no diagnóstico certeiro da doença. “Há sempre uma saga do paciente em
busca de vários médicos para diagnóstico, já que é muito difícil por causa da
ausência de um exame específico para identificar a enfermidade”, esclarece o
neurologista. Mas uma vez identificada, é possível tratar adequadamente de
maneira mais direcionada e assertiva.
O
principal sintoma da fibromialgia é a dor crônica generalizada ou nos pontos de
tensão, como articulações e músculos. Assim como outras doenças autoimunes e
reumatológicas, não há cura definitiva para fibromialgia, mas existem
tratamentos eficazes para o alívio das dores por meio de sessões de
fisioterapia, medicamentos e acompanhamento psicológico.