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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

A ordem - ou a desordem - cronológica dos processos judiciais

Ocorrido um fato da vida que tem consequências jurídicas e que gera conflito de interesses entre duas ou mais partes, a contenda deva ser resolvida pelo Estado Democrático de Direito. Mas especificamente, pelo que se denomina Estado-Juiz, o Poder Judiciário. E ainda estamos longe de conquistar a necessária sabedoria no ato de ver os processos julgados.

Falamos especialmente dos processos que se destinam a resolver os conflitos de direito civil. Numa palavra, o autor da demanda a propõe, segundo as normas adequadas, para transformar o fato em direito. Diz, primeiramente, o Judiciário, que esse fato tem uma conotação jurídica; se procedente a ação, por exemplo, o vencedor tem o direito de exigir do vencido que cumpra uma condenação, ou observe uma declaração de sua existência ou inexistência; ou ainda se comporte de acordo com um "status quo" construído por uma sentença. Agora, o direito deve vir a ser fato, neste mundo circular.

Neste Brasil de população imensa, é imenso o número de processos. E, por mais que seja elevado o número de órgãos judiciários destinados a julgá-los, sempre a velocidade processual é insuficiente. Acumulam-se numa luta surda para serem julgados - uns antes dos demais, obviamente.

Ante o drama de tornar a Justiça brasileira mais célere e efetiva, o atual Código de Processo Civil - de 2016, que substituiu o de 1973 - criou, com a melhor das intenções, um critério denominado "ordem cronológica" para prolação de sentenças e acórdãos. Pensou-se que, chegados os processos, os juízes e tribunais encarregados dos julgamentos, observando a anterioridade e posterioridade, e assim emitindo suas sentenças e acórdãos, estariam respeitando a impessoalidade e a igualdade - nenhum processo saltaria sobre o outro, evitando-se apadrinhamentos. Entretanto, simplesmente esqueceu-se de que cada processo fala de uma ocorrência singular e diversa, é dizer, cuida de assuntos desiguais. Todos são urgentes. E cada conjuntura reclamando julgamento mais ou menos imediato.  Ao criar um critério único, os legisladores de 2016 se esqueceram de que a igualdade é o tratamento de situações desiguais na medida de sua desigualdade. E não se pode dizer, por exemplo, que o julgamento de um usucapião, em que a parte alega que está há vinte anos na posse mansa e pacífica de um imóvel, e quer a declaração de domínio (propriedade), seja mais urgente, somente pelo critério de tempo, do que uma demanda originária de um recente contrato descumprido, ou do pagamento de uma nota promissória.

A situação se torna ainda pior quando os Juízos (órgãos judiciários) ampliam, por indevida analogia, o critério da cronologia aos atos dos servidores, para além de sentenças e acórdãos. Uma carimbagem no sentido de que um processo foi encerrado segue na frente da expedição de uma carta de citação. A iniquidade veio prevalecer no terreno do andamento dos processos. O decenário processo do leitor, que não é considerado "preferencial", ficará atrás de outro, iniciado ontem...

Um estudo sociológico da burocracia - a começar de Max Weber - faria muito bem a nossos ilustres jurisconsultos que se debruçam sobre a trama dramática dos acontecimentos jurisdicionais. E a juízes e servidores.  Aprendam equidade, tão vinculada à Justiça, cansou-se de dizer Aristóteles, e modernamente John Rawls ("A Justiça como Equidade"). Vejam as capas e os conteúdos dos processos antes de movimentá-los. Ouçam com atenção os advogados que clamam por justiça.

 

Amadeu Garrido de Paula - poeta e ensaista literário, advogado, atuando há mais de 40 anos em defesa de causas relacionadas à Justiça do Trabalho e ao Direito Constitucional, Empresarial e Sindical. Fundador do Escritório Garrido de Paula Advocacia e autor dos livros: "Universo Invisível" e "Poesia & Prosa sob a Tempestade" e do blog: Ambos à venda na Livraria Cultura e também um dos ganhadores do "Concurso Nacional de Novos Poetas de 2020" e do "Concurso Sarau Brasil 2020", ambos da editora Vivara.


Vai à praia? Especialista dá dicas para evitar queimaduras com águas-vivas e caravelas

Mesmo mortas, toxinas ainda podem ter ação e queimar os banhistas 
 

O mês de janeiro é conhecido por ser o período de férias e as famílias viajam para o litoral em busca de sol, mar, descanso e diversão, mas é necessário tomar alguns cuidados para a viagem não se transforme num problema. Na praia, é preciso estar atento às águas-vivas e caravelas. Mesmo mortas, elas podem continuar liberando as toxinas que provocam queimaduras na pele, alerta a professora Maria Fernanda Palanch, da São Judas, mestre em Fisiologia Geral.

Por isso, a recomendação é não tocar nos animais encalhados na praia, pois as toxinas ainda podem ter ação, mesmo depois de um tempo da morte do animal. Uma vez em contato com as toxinas, não se deve esfregar o local do ferimento e é recomendado lavar com a própria água do mar.

“A água doce potencializa a liberação das toxinas dos tentáculos. Recomenda-se fazer compressas com água do mar gelada para amenizar a dor. O cuidado deve ser redobrado com as crianças, pois essas são mais sensíveis às toxinas das caravelas e águas-vivas”, destaca a especialista.

Outro cuidado é ao avistar uma dessas espécies no mar flutuando na superfície é sempre bom se afastar. “Quando se percebe a presença desses animais na área de banho, o ideal é que os banhistas se afastem, já que os tentáculos podem ser bem compridos, podendo alcançar até alguns metros de comprimento e atingir as pessoas”.

Esses tentáculos apresentam substâncias urticantes presentes em estruturas semelhantes a pequenas agulhas capazes de liberar toxinas na pele. Essas toxinas podem provocar desde pequenas irritações na pele até sérias queimaduras. Em geral, o contato com os tentáculos das águas-vivas deixa vergões bem marcados na pele. As caravelas possuem toxinas mais fortes e podem ser responsáveis por uma queimadura grave.


Bagres - No Verão, outro campeão de acidentes são os bagres. Esses peixes são comuns em águas rasas nos fundos arenosos, ou podem estar presentes na beira d’água, já mortos. “Os banhistas podem pisar num bagre e se machucar com os espinhos presentes nas nadadeiras dorsais e peitorais. Os espinhos podem provocar dor intensa e infecção, necessitando de auxílio especializado de um médico para a retirada correta do espinho.

Para quem vai mergulhar nas áreas de costões rochosos, como ao lado da Ilha das Palmas, ou nadar próximo à Ilha de Urubuqueçaba, ou caminhar nessas regiões quando a maré está mais baixa e há exposição das rochas, é importante cuidar para não escorregar nas algas ou pisar nas cracas e mexilhões. Esses animais ficam presos nas rochas e um passo mal dado em cima deles pode provocar cortes na pele. A única recomendação é olhar onde está pisando e cuidado quando estiver mergulhando próximo aos costões.

Ainda nessas regiões de costões rochosos existem ouriços-do-mar que possuem seu corpo coberto por espinhos. “Na nossa região, acidentes com esses animais não são muito comuns, pois há poucos ouriços encontrados encalhados na praia. Porém para quem se aventurar próximo aos costões deve ter cuidado com esses espinhos que causam normalmente uma dor intensa. Há necessidade de retirar os espinhos da pele para evitar infecções”.

Como dá para perceber, para garantir que as férias de verão sejam uma boa lembrança, é preciso cuidado na praia: onde pisa, nada e evitar o contato com os animais marinhos, já que alguns podem causar acidentes bem chatos, que podem atrapalhar a diversão”, finaliza Maria Fernanda.



São Judas


 

O momento para investir em estagiários é agora!

Com sabedoria, preparar equipes para os novos cenários é essencial

 

Um novo ano se inicia e, com ele, alguns desafios a serem vencidos relacionados à pandemia. Embora seja importante respeitar os protocolos de segurança, nos direcionamos a uma realidade mais favorável. As cepas estão menos agressivas, remédios contra o vírus estão em constante desenvolvimento e tudo se encaminha para a normalidade dentro de alguns meses. 

 

Justamente por estarmos mais esperançosos, esse comportamento se reflete no mundo todo - e em vários os aspectos. Assim, investidores têm mais confiança, empresas passam a expandir seus quadros de talentos e todos traçamos metas para serem alcançadas amanhã e depois. 


 

Equipes qualificadas

 

Então, a melhor aposta para os empreendedores com o desejo de montarem times com energia e inovação é o estágio. Isso porque contratar quem mais precisa de uma oportunidade é uma atitude socialmente legal e pode gerar diversos benefícios. 

 

As vantagens são inúmeras. Primeiramente, preciso citar a Lei 11.788/2008, responsável por regulamentar esse estilo de admissão. Nela, está definido: somente quem estuda no nível médio, técnico, superior ou nos dois anos finais do fundamental pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) pode estagiar. 

 

O objetivo para quem ocupa essa posição, portanto, é a união do conteúdo aplicado em sala de aula com a prática do mundo empresarial. Com isso, as organizações já obtêm diversos ganhos. Afinal, qual líder não quer em sua staff alguém com conhecimentos atualizados e fresquinhos relacionados às profissões? 

 

Como essa é, na maior parte dos casos, a porta de entrada da juventude no mercado de trabalho, a corporação também tem como ponto positivo um colaborador sem vícios de outras vivências. Assim, é fácil moldá-lo para desenvolver as habilidades necessárias para o indivíduo assumir novas responsabilidades e, por que não, construir carreira dentro do quadro? 


 

Incentivos fiscais

 

O estágio não gera vínculo empregatício, logo, a contratante fica isenta dos encargos trabalhistas, como FGTS, INSS, 13º salário, sobre férias e verbas rescisórias. Essa medida é indispensável para estimular a abertura de vagas desse tipo e os ganhos vão além da parte fiscal. 

 

A economia volta a girar e será ainda mais impulsionada em 2022. O número de desempregados irá baixar e isso dará um gás para todos os negócios. Dessa forma, acreditar na força da moçada, oferecendo a chance deles se capacitarem, darem os primeiros passos rumo à independência financeira e favorecer seu desenvolvimento são atitudes essenciais para o futuro da nossa nação. 

 

Por isso, gestores de todo o país: invistam em estagiários! 

 

 


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres - Associação Brasileira de Estágios.


Inflação de 10,06% - veja ações emergenciais para enfrentar esta realidade

A inflação é uma realidade no Brasil, atingindo pesadamente o bolso dos brasileiros. Dados doIPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aponta que a inflação oficial no país fechou 2021 registrando uma alta no custo de vida de 10,06%. Mas, a inflação real que abate o bolso do brasileiro é muito maior, sendo que os preços de itens básicos são os que mais sobem. 

A comprovação dessa triste realidade é muito simples, basta ir a qualquer supermercado, loja ou posto de combustível e ver que o dinheiro não tem mais o valor para consumo que tinha em 2020. 

"Por mais que possa se argumentar que o mundo está passando por uma alta inflacionária, no Brasil temos um aumento ainda maior e é preciso ver o impacto direto desses números para a população, que é o que mais importa. E infelizmente o resultado vem sendo drástico, com o aumento do endividamento e, o pior, da miséria", analisa Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN). 

O especialista explica que são necessárias estratégias drásticas para combater essa inflação, e mesmo assim serão sentidos os reflexos nas contas. "Os reajustes nos ganhos geralmente são mensais, mas os aumentos dos preços são diários, sendo necessária atenção a cada item de consumo. É preciso reavaliar cada ato de consumo", explica Domingos. 

São muitas as medidas a serem tomadas para o reajuste das finanças, mas algumas devem ser imediatas. O presidente da ABEFIN listou sete dessas:
 

• Energia, água e gás - Banhos longos, luzes acessas e dispositivos ligados na tomada podem consumir muita energia elétrica sem perceber - e esses são gastos que passam despercebidos até o momento de pagar a conta. O mesmo acontece com o uso de água e gás. Economizar no uso desses recursos e tomar mais cuidado ao usá-los vai acarretar uma economia na conta no fim do mês.
 

• Conta de celular, streaming e cabo - As tarifas das operadoras de celular podem aumentar e, por isso, recomendo comparar os valores. Também cuidado com serviços de streaming e tv à cabo, muitas vezes se contratou e não utiliza mais, contudo o gasto continua a corroer as finanças. Um alerta se faz a aplicativos pagos e joguinhos de celular, esses são realmente necessários?
 

• Supermercado - O preço de alguns itens básicos aumentou em grandes proporções, o que pode prejudicar ainda mais o seu bolso. Recomendo fazer uma lista de compras com os itens que são realmente necessários e optar por marcas mais baratas. Tome cuidado também com as promoções: às vezes pode parecer vantajoso levar produtos em maior quantidade pelo preço de um, mas você pode estar desperdiçando dinheiro.
 

• Reutilize - Roupas, por exemplo, são itens que podem ser reutilizados criando novas peças, o mesmo pode ser feito com vários produtos, até alimentos. Assim você consegue economizar - e esses não são produtos baratos. A recomendação é que você pense em todos os outros itens de sua casa que podem ser reutilizados e não gaste duas vezes.
 

• Gastos com lazer - Um dos gastos mais fáceis de controlar são os relacionados a passeios, restaurantes e lazer no geral. Com a inflação, os passeios ficam cada vez mais caro - e por isso é recomendado evitar passeios mais custosos. Dê preferência a opções de lazer mais baratas, a diversão pode ser a mesma.
 

• Pequenos gastos - Esses são os grandes vilões dos orçamentos e como são gastos pequenos, eles passam despercebidos e, ao final do mês, o valor total pode ser surpreendente. O melhor é evitar pequenos excessos de todos os dias como vários cafés e lanchinhos, e até a cervejinha, pois isso pode consumir boa parte de sua renda.
 

• Carro - O combustível é um dos vilões dessa alta inflacionária, assim, é preciso otimizar esse gasto. Faça uma análise, pode ser mais econômico deixar de usar o carro no dia a dia e optar pelo transporte público, ou mesmo pode ser vantajoso usar aplicativos de transporte e vender o veículo. Mais uma opção pode ser compartilhar viagens e dividir as despesas. Outro fator que deve sempre lembrado é de manter o carro revisado para evitar gastos com manutenção.


Até as menores partículas de poluição alteram o ciclo de chuva na Amazônia

Estudo realizado em Manaus constatou que nanopartículas resultantes de atividades humanas, entre elas a queima de combustíveis fósseis, crescem rapidamente na atmosfera e interferem no desenvolvimento das nuvens. Descoberta traz mais acurácia aos modelos meteorológicos e às simulações sobre as mudanças climáticas (foto: Luiz Augusto Machado/IF-USP)

 

Até mesmo as partículas mais finas de poluição impactam os mecanismos de formação e desenvolvimento das nuvens e alteram o regime de chuvas. Estudo realizado na cidade de Manaus (AM) mostrou que, por meio de um processo químico conhecido como oxidação, pequenos aerossóis expelidos por fábricas ou escapamentos de carro, por exemplo, crescem muito rapidamente, atingindo tamanho até 400 vezes maior. E isso interfere na formação das gotas de chuva.

"Entender os mecanismos de formação de nuvens e de chuvas na Amazônia é um grande desafio pela complexidade de processos físico-químicos não lineares da atmosfera”, explica Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e autor do estudo publicado ontem (12/01) na Science Advances.

 

A descoberta de pesquisadores brasileiros e norte-americanos aumenta a precisão de modelos e de simulações matemáticas sobre as mudanças climáticas. “Essas nanopartículas de poluição [com menos de 10 nanômetros] costumavam ser desprezadas em cálculos e modelos atmosféricos. A atenção era voltada para as partículas com mais de 100 nanômetros, pois são elas que atuam como núcleo de condensação de nuvens [onde o vapor de água condensa e forma gotículas] e alteram o padrão das chuvas. Com este estudo mostramos que, ao longo de sua trajetória na atmosfera, as partículas menores vão se oxidando e crescendo rapidamente até atingirem o tamanho necessário para virar um núcleo de condensação”, explica Luiz Augusto Machado, professor do IF-USP e coautor do artigo.

Os dados foram coletados com auxílio de aviões que sobrevoaram a região de Manaus em baixa altitude, percorrendo cerca de 100 quilômetros (km) da pluma de poluição produzida na metrópole entre os anos de 2014 e 2015. O trabalho teve apoio da FAPESP por meio da campanha científica Green Ocean Amazon (GoAmazon) e de um Projeto Temático – ambos vinculados ao Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

“Pouco se sabia sobre a atuação dessas nanopartículas nos regimes de chuvas. Acontece que a região de Manaus é um lugar único no mundo, um laboratório a céu aberto. É uma megacidade rodeada de floresta e distante de outras cidades. Por isso, ela permite entender como uma metrópole modifica um ambiente parecido com o da era pré-industrial”, conta Machado.

Aerossóis são partículas (sólidas ou líquidas) suspensas no ar. Eles podem ser produzidos naturalmente pela floresta, como partículas primárias, ou secundariamente na atmosfera a partir de precursores gasosos (COV) emitidos pelas florestas (aerossóis orgânicos secundários), por exemplo, ou – como o que foi investigado neste estudo – por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis.

Machado explica que os aerossóis com menos de 10 nanômetros, ao serem liberados na região de Manaus por escapamentos de veículos, pela indústria ou durante a geração de energia elétrica, formam uma espécie de pluma de poluição que segue em direção ao sudoeste (por causa dos ventos). Os pesquisadores avaliaram que é durante esse trajeto que as partículas crescem rapidamente.

“É muito difícil avaliar o efeito do material particulado na chuva, pois existe um número grande de variáveis atmosféricas que interferem nessa relação. Por isso, comparamos a linha de poluição com as áreas ao redor, que estão fora da pluma de poluição. O que percebemos é que esse particulado vai crescendo de tamanho rapidamente. A 10 km de distância de Manaus ele já está maior e a 30 km é possível que já tenha atingido tamanho suficiente para se tornar um núcleo de condensação, interferindo na formação das gotas de chuva”, diz.

 

Impacto variável

Os mecanismos de formação de nuvens são complexos e dependem de muitos parâmetros atmosféricos. No caso dos pequenos aerossóis, eles vão interferir na condensação das gotas de chuva. No entanto, dependendo de como está a condição atmosférica e, sobretudo, a formação de nuvem a cada momento, as chuvas podem ser intensificadas ou reduzidas.

Machado explica que, como há muito material particulado, quando a pluma de poluição entra em contato com uma nuvem, ocorre uma competição pelo vapor d'água lá presente – reduzindo o tamanho das gotas.

“Para que a chuva caia, é necessário que as gotas tenham um determinado tamanho. É o que chamamos de velocidade terminal da gota, que precisa ser menor do que o movimento de ar que está subindo. Caso contrário, a nuvem fica com um monte de gotinha pequena e a chuva não cai”, explica.

Porém, ressalta Machado, caso ocorra um vento vertical muito forte, ele pode levar essa grande quantidade de gotinhas para uma maior altitude, formando partículas de gelo, podendo gerar uma tempestade intensa.

“Percebemos que, conforme esse material particulado vai crescendo, ele se torna núcleo de condensação. Quando encontra uma nuvem pequena e fraca [nuvem quente], chove pouco. O aerossol reduz a precipitação. Mas se a nuvem ganhar potência e se tornar uma cumulonimbus [de grande desenvolvimento vertical], por exemplo, os aerossóis aumentam a precipitação. Ou seja, até mesmo essas pequenas partículas de poluição têm influência na formação das chuvas”, detalha Machado.

Segundo os pesquisadores, o projeto deve continuar de forma ampliada, captando novos dados. A equipe vai realizar este ano o experimento Cafe-Brasil (Chemistry of the Atmosphere: Field Experiment in Brazil) com o auxílio de uma aeronave alemã que pode voar a 15 km de altitude. Artaxo explica que estudos similares usando sensoriamento remoto também estão sendo realizados na torre ATTO, de 325 metros de altura, no meio da floresta amazônica (leia mais em: agencia.fapesp.br/29519/).

"Nesse estudo que publicamos agora, coletamos os dados por meio de voos de baixa altitude [4 mil metros]. A aeronave alemã que vamos utilizar para as nossas próximas coletas é um dos mais sofisticados aviões-laboratórios que existem. Desse modo, poderemos fazer um experimento para entender questões físico-químicas fundamentais na produção de aerossóis, nuvens e precipitação que ainda permanecem um mistério para nós", conta Artaxo.

O artigo Rapid growth of anthropogenic organic nanoparticles greatly alters cloud lifecycle in the Amazon rainforest, de Rahul A. Zaveri, Jian Wang, Jiwen Fan, Yuwei Zhang, John E. Shilling, Alla Zelenyuk, Fan Mei, Rob Newsom, Mikhail Pekour, Jason Tomlinson, Jennifer M. Comstock, Manish Shrivastava, Edward Fortner, Luiz A. T. Machado, Paulo Artaxo e Scot T. Martin, pode ser lido em www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abj0329.

 



Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP https://agencia.fapesp.br/ate-as-menores-particulas-de-poluicao-alteram-o-ciclo-de-chuva-na-amazonia/37706/

Carteira digital de vacinação no aplicativo do Poupatempo registra 8,5 milhões de acessos em 2021

  Plataforma estadual conta com banco de dados próprio, o sistema VaciVida 

 

O aplicativo Poupatempo Digital permite a consulta da versão digital da carteira de vacinação contra a Covid-19, para comprovar a primeira, segunda e terceira doses, além de contar com lembretes de imunização. Os cidadãos de todos os 645 municípios paulistas podem obter o documento de forma gratuita, prática e segura. Em 2021, os acessos ao comprovante vacinal por meio do app chegaram a 8,5 milhões.  

O documento traz informações sobre as doses, data da vacinação, o profissional vacinador, nome e registro do local, fabricante e o número do lote da vacina aplicada. A ferramenta também permite baixar e fazer a impressão do comprovante, se necessário, e consta um QR Code que comprova os dados do cidadão.  

A plataforma estadual é abastecida pela plataforma VaciVida, desenvolvida pela Prodesp – empresa de Tecnologia do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. O banco de dados vacinais oficial do Governo de São Paulo adota rígidos protocolos de segurança digital e aplica as melhores práticas nacionais e internacionais.  

“O aplicativo do Poupatempo reúne em um único lugar os serviços públicos do Estado, com cerca de 170 opções online, disponíveis na palma de mão, 24 horas por dia. Relacionadas à vacinação, são três funcionalidades: o pré-cadastro, carteira digital e a validação do certificado de vacinação”, diz Murilo Macedo, diretor da Prodesp, empresa que administra o programa Poupatempo.  

Lançado em maio de 2020, o Poupatempo Digital já foi baixado mais de 8 milhões de vezes. O aplicativo está disponível gratuitamente para download tanto na Google Play quanto na App Store. 


3 fatores que movimentarão o varejo e o franchising em 2022

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Veja tendências para os negócios alinhadas com o novo comportamento do consumidor que ajudarão a atender expectativas e antecipar demandas no atual cenário

 

Entender o comportamento do consumidor no atual cenário de pandemia e suas variantes. Esse é o principal desafio do varejo em 2022, que ainda não voltou aos patamares pré-covid e deve enfrentar instabilidades. 

Nesse cenário, Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, especializado em gestão e expansão de redes de negócios e franquias, lembra que será fundamental, para a retomada, a recuperação da confiança para voltar a consumir, conquistada à medida que a economia se estabiliza, e o ambiente político se torna menos conturbado.

Enquanto isso, os negócios continuam na briga. No mercado de franquias, em especial, redes que retomaram planos expansionistas após um período de renegociações e vacância já convivem com a baixa oferta em real estate. Já a continuidade de fusões e aquisições ampliará a sinergia entre empresas, gerando parcerias estratégicas.  

Mas há alguns pontos de atenção, segundo a CEO. O consumidor estará cada vez mais consciente sobre as questões globais, tais como problemas ambientais e novas ondas da pandemia. Além de terem sentido um grande impacto no seu comportamento de consumo, as mudanças de cenário tornaram esse consumidor mais reticente em consumir.

Esta situação muda e mudou tudo, sobretudo no que se refere ao seu relacionamento com as marcas. "Nós ainda apostamos na criação de novos modelos de negócios para atender diferentes públicos e no desenvolvimento de conceitos alinhados com a expectativa do consumidor, antecipando demandas não endereçadas no varejo tradicional."

Para acelerar a conversão das vendas à distância e oxigenar a base de clientes, o live commerce. Para continuar a crescer, marcas concorrentes se associam. Já o compromisso ambiental e social das empresas será uma exigência a mais desse consumidor. A seguir, conheça os fatores que devem movimentar o varejo e o franchising neste ano:  

LIVE COMMERCE 

O modelo chinês de 'comércio ao vivo', baseado em demonstrações, apresentações e shows realizados em tempo real que possibilitam a compra via apps que teve como pioneira no Brasil a Americanas, caiu no gosto do consumidor brasileiro. 

Dessa forma, as vendas on-line por lives que integram transmissão de vídeo e e-commerce da marca, com entrega de conteúdo relevante que engaja o consumidor, é um modelo que se consolidará na estratégia digital das empresas.


NOVAS PARCERIAS ESTRATÉGICAS

O ano será marcado pelo desenvolvimento de parcerias entre as empresas que possam oferecer negócios complementares e que permitam a composição de uma solução completa para o consumidor, além de impulsionarem o desenvolvimento de novos negócios mais próximos e que ofereçam experiências realmente relevantes.

"Essa construção é a forma que as empresas têm buscado para continuar a crescer e se consolidar em seus mercados", reforça a CEO do Grupo Bittencourt. 


ESG NA PRÁTICA

A inclusão e a diversidade farão parte das discussões centrais das empresas, por estarem diretamente relacionadas ao tema do ESG e seus pilares (ambiental, social e governança, na sigla em inglês): negócios comprometidos com boas práticas de gestão e governança tendem a ser mais sustentáveis e, por isso, alcançam melhores resultados.  

Para Lyana, um ponto chave em 2022 diz respeito a fomentar o compromisso social das instituições, os cuidados com o meio ambiente, e a necessidade de governança entre as empresas. "As práticas ESG vão entrar de vez nas pautas das empresas não apenas como algo a ser feito no futuro, mas como missões para o ‘agora’”, sinaliza.

 

Karina Lignelli 

Repórter lignelli@dcomercio.com.br


Neutralidade de carbono e sustentabilidade são objetivos possíveis na cadeia industrial do leite

Principais empresas do segmento debateram tema durante workshop promovido pela Associação Brasileira de Lácteos
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Principais empresas do segmento debateram tema durante workshop promovido pela Associação Brasileira de Lácteos


É possível ser mais sustentável na indústria alimentícia brasileira? Os especialistas no assunto asseguram que sim. Durante o workshop “Neutralidade do carbono e sustentabilidade no setor lácteo”, promovido pela Associação Brasileira de Lácteos (Viva Lácteos) em dezembro, as principais empresas do setor de laticínios abordaram temas como neutralidade de carbono e sustentabilidade e trouxeram medidas já adotadas para diminuir o impacto ambiental da indústria.

A Unium, marca institucional das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, foi uma das convidadas para ministrar palestras, representada pelo coordenador ambiental da cooperativa Frísia, Francis Bavoso. “A sociedade e os futuros consumidores do produto sempre estão buscando mais informações sobre os produtos comprados/consumidos e a rastreabilidade e responsabilidade da cadeia, sendo assim, o setor já de forma voluntária discutiu quais são os principais gargalos na emissão de CO² e quais são as ações que estão sendo realizadas para minimizar e neutralizar essa emissão de carbono. Plantio direto, gestão do consumo de água, gestão do dejeto e redução do uso de fertilizantes químicos, rotação de cultura, melhoramento genético, maior eficiência na conversão alimentar são apenas alguns exemplos do que temos adotado na Unium”, explica o coordenador ambiental.

Segundo ele, o mercado está se desenhando para três escalas: Leite Pro Carbon, Leite Low Carbon e Leite Netzero. “Com isso, mostramos as principais ações sustentáveis que o grupo Unium realiza no campo, para buscar a maior eficiência em kg de leite produzido por CO² emitido”, acrescenta.

Sustentabilidade

Além de contar com sua indústria de lácteos no Paraná e em São Paulo, a Unium ainda possui atuação no mercado de farinha de trigo e na pecuária suína. Por isso, desenvolve com programas como a gestão de estrume e aplicações de tecnologia, que prevê uma redução de 14 milhões de CO²; o fomento de reflorestamento de mudas nativas em áreas de mais de 3 mil hectares e um programa de preservação, redução e uso consciente de recursos hídricos. “Carbono é nosso componente-chave em vários atributos do solo, como aumento da porosidade, melhor infiltração e retenção de água”, finaliza Francis Bavoso.

 


Unium - Marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, a Unium representa os projetos em que as cooperativas paranaenses atuam em parceria. Conta com três marcas de lácteos: Naturalle – com produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium tem a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22000, com elevados padrões de exigência. Além disso, fazem parte dos negócios a Alegra, indústria de alimentos derivados da carne suína, e a Energik, usina de produção de energia sustentável, todas reconhecidas pela qualidade e excelência. Mais informações: http://unium.coop.br/

 

Voo cancelado durante a pandemia? Advogada explica o que deve ser feito

Especialista mostra quais atitudes devem ser tomadas pelo passageiro que foi surpreendido pelo transtorno


Com restrições específicas em cada país do globo, viajar durante a pandemia se tornou uma tarefa mais desafiadora do que o esperado para muitos turistas.

Por conta do recente aumento nos casos de Covid-19, muitos voos têm sido alterados, remarcados e até mesmo cancelados pelas companhias aéreas. Em alguns casos, são os próprios passageiros que precisam cancelar suas viagens, seja porque estão com sintomas do vírus ou mesmo porque estão receosos de viajar nesse período.

A advogada Beatriz Raposo de Medeiros Tavares Martins, especialista em Direito do Consumidor do escritório Duarte Moral, relata que ao comprar passagens aéreas, sobretudo nesse momento de pandemia, os passageiros devem ficar atentos às taxas de cancelamento e remarcação. “Caso um passageiro seja infectado pela Covid-19 e tenha que cancelar a sua viagem, terá que pagar as taxas de remarcação e diferenças de tarifa. Portanto, fique atento para não ser surpreendido em caso de um imprevisto”, pontua.

Além disso, o passageiro deve se atentar não só às regras da companhia aérea, mas também do país de destino no que diz respeito à necessidade de estar vacinado e eventual prazo de antecedência para realização do teste de Covid-19. Caso contrário, turistas podem ser surpreendidos com a impossibilidade de embarcar.

Beatriz explica que caso o passageiro desista da viagem por qualquer motivo, pode ser solicitado reembolso ou crédito futuro para compra de nova passagem. “O reembolso, no entanto, poderá ser feito pela companhia aérea em até 12 meses e está sujeito à cobrança de penalidades contratuais (taxas de cancelamento/remarcação). No caso de o passageiro optar por solicitar o crédito para uso futuro em até 18 meses, não haverá qualquer penalidade contratual”.

Em caso de cancelamento por parte da companhia aérea, o passageiro poderá solicitar o reembolso do valor pago, que poderá ser restituído pela companhia aérea em um prazo de até 12 meses e deverá ser integral. Neste cenário, o consumidor também poderá solicitar o crédito para uso futuro, utilizando o crédito para comprar outra passagem aérea em até 18 meses.

Na maioria dos casos, como alternativa ao reembolso, a companhia aérea dá opções de reacomodação do passageiro em outro voo ou a remarcação da passagem aérea, sem ônus e mantidas as condições aplicáveis ao serviço contratado.

A advogada relata quais são os passos a serem tomados ao ser surpreendido com o cancelamento de um voo. “A primeira ação que deve ser adotada é acessar os canais de atendimento da própria empresa aérea. Se não conseguir uma solução satisfatória, busque o canal de reclamação da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil. Se ainda assim não houver resposta ou solução para o problema, o passageiro deve procurar um advogado para lhe auxiliar judicialmente”, finaliza.

 


Beatriz Raposo de Medeiros Tavares Martins - advogada, atuante há seis anos nas áreas de direito do consumidor e direito médico, pós-graduada em direito civil, já fez parte da equipe de grandes escritórios, dentre eles atuou por cinco anos junto ao jurídico do renomado Demarest. A profissional auxiliou clientes tanto nacionais quanto internacionais em demandas de expressivo valor e enorme responsabilidade, como elaboração de contratos para adequação de empresas a normas internacionais de aviação. Atuante em temas que envolvem a área da saúde, é conhecida por sua técnica e eficiência. Nos temas referentes ao direito aeronáutico, participou de rodas de debate acerca da criação de novas leis na IATA (órgão internacional de aviação) e dentro do jurídico de companhias aéreas internacionais. Destaca-se também pelas suas brilhantes peças processuais.

 

Duarte Moral

https://duartemoral.com/

@duartemoraladv


Dia da Universidade (18/01): 3 dicas para fazer intercâmbio na Holanda

Aprender um idioma e conhecer um novo país são só alguns dos benefícios de estudar fora


Se viajar durante poucos dias para conhecer outro país já traz muitos aprendizados, estudar em um lugar diferente pode trazer ainda mais benefícios. Aprender outro idioma, desenvolver o autoconhecimento, conhecer uma nova cultura, fazer amigos e aprimorar o currículo são algumas das vantagens. O intercâmbio pode ser uma fase de muito aprendizado e amadurecimento para quem faz, como garante a estudante de agronomia, Anna Júlia Lütkemeyer. 

Durante quatro meses, a jovem morou em Wageningen, cidade da Holanda, e fez estágio na Wageningen University and Research na área de agricultura de precisão. Quase formada, a estudante de agronomia estudou sobre solos, biologia e tecnologia no setor de sistemas agrícolas. A mãe de Anna Júlia é holandesa e desde pequena ela tem contato com a cultura de origem da família. Essa convivência diária fez Anna ter ainda mais vontade de conhecer o país. “A cultura holandesa é muito importante para mim, porque são nossas raízes, é uma questão de honrar nossa família e tudo que foi conquistado. É um orgulho ser descendente e um privilégio cultivar a cultura, como também ter o passaporte holandês”, afirma a formanda em agronomia.  

Ela acredita que mudou em vários aspectos após a experiência de fazer intercâmbio. “Sempre fiz parte da comunidade holandesa na minha cidade. Mas depois que fui para a Holanda, enxerguei muito mais a realidade do que a imaginação”, revela Anna Júlia. A estudante também conta que foi uma vivência muito importante. “Aprendi a valorizar mais a minha família, meus amigos, as pessoas, os momentos e as oportunidades. Foi uma chance de crescimento enorme, tanto profissional quanto pessoal”, acrescenta. 

A conselheira da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), Janet Bosch, acredita que o contato desde criança com a cultura holandesa é o que instiga jovens como Anna Júlia a quererem ainda mais conhecer o país de origem dos pais e avós. “Os ensinamentos do idioma, a gastronomia e a tradição desde pequenos estimulam muitos jovens a procurarem o intercâmbio. Na Holanda, sempre tem possibilidades. E com isso, os estudantes podem aprender mais sobre nossa cultura viajando para lá”, destaca. 


Para quem tem interesse em fazer intercâmbio, algumas dicas: 

  • Busque informações na universidade ou colégio

Em muitas faculdades, colégios e cursos de idiomas há programas de intercâmbio. Com isso, o estudante que deseja estudar fora do país pode ter a facilidade de conseguir bolsas de estudo ou mais informações com instituições experientes. 

  • Conheça os modelos de intercâmbio

Há várias modalidades de intercâmbio: estudo universitário, colegial, cursos específicos e de idiomas. Cada formato tem um foco diferente. O estudante precisa saber quais os objetivos que têm para escolher o melhor formato de intercâmbio.

  • Levar toda a documentação necessária

Durante o período de preparação para o intercâmbio é essencial revisar toda a documentação que precisa levar. A estudante Anna Júlia Lütkemeyer não sabia que precisava levar a certidão de nascimento original. Com isso, ela não conseguiu abrir conta de banco no país. Anna Júlia orienta que o aluno que se prepara para viajar deve saber o que precisará fazer no país e os documentos que serão exigidos. 

 


Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH) é- organização formada por holandeses e descendentes de holandeses no Brasil, oriundos de diversas colônias. Visa preservar o patrimônio histórico artístico e cultural holandês e brasileiro para a posteridade. Também quer incentivar, desenvolver e divulgar as várias formas de expressão cultural. Mais informações: https://www.acbh.com.br/


Suprema Corte americana decide sobre detenção ilegal de imigrantes

“Em 2001, a Suprema Corte já havia decidido que um imigrante com ordem de deportação não deveria ser detido por mais de seis meses. O debate nessas duas ações é porque são imigrantes ainda sem decisão quanto à deportação deles”, afirma Felipe Alexandre – advogado de imigração.

 

A Suprema Corte dos Estados Unidos ouviu nesta terça-feira (11) dois casos relacionados à detenção indefinida de imigrantes ilegais. A decisão dos magistrados pode impactar diretamente os estrangeiros que vivem indocumentados no país.

 

É comum, nos Estados Unidos, que imigrantes detidos pelas autoridades de controle de fronteira sejam detidos indefinidamente em prisões enquanto seus casos aguardam julgamento. Os autores das ações alegam que tal atitude é ilegal e que o governo não poderia detê-los por mais de seis meses sem uma audiência de fiança, caso não houvesse previsão de deportação.

 

“Em 2001, a Suprema Corte já havia decidido que um imigrante com ordem de deportação não deveria ser detido por mais de seis meses. O debate nessas duas ações é porque são imigrantes ainda sem decisão quanto à deportação deles”, comenta o advogado Felipe Alexandre, sócio-fundador do escritório AG Immigration, especialização em imigração.

 

Os autores nos dois casos argumentam que os imigrantes detidos por mais de seis meses têm direito a uma audiência de fiança, na qual o governo deve provar perante um juiz de imigração que a pessoa apresenta risco de fuga ou perigo à comunidade caso queira estender a detenção.

 

No ano fiscal americano de 2021, terminado em 30 de setembro do ano passado, um recorde de 1,66 milhão de imigrantes foram detidos ao longo da fronteira com o México. O tema tem gerado debates políticos nos Estados Unidos e foi um dos temas centrais na campanha do presidente Joe Biden, que originalmente tinha o plano de legalizar os imigrantes indocumentados que vivem no país e facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros. O partido Republicano, porém, de oposição a Biden, tem trabalhado contra as medidas.

 

No entanto, nas duas ações apresentadas diante da Suprema Corte, a posição do governo é de não restringir o período de detenção apenas a seis meses – seguindo o argumentado defendido pela administração do ex-presidente Donald Trump.

“Não há previsão de quando a Suprema Corte vai decidir sobre esses casos, mas se a decisão for favorável aos imigrantes, certamente vai impactar o sistema imigratório dos Estados Unidos e favorecer milhares de pessoas que hoje se encontram detidas pelas autoridades”, diz Alexandre.

 

De acordo com um painel de monitoramento da Universidade de Syracuse, atualmente há 20 mil imigrantes detidos pelo Serviço de Controle de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE).



 

O Dr. Felipe Alexandre - fundador da AG Immigration é referência internacional em assuntos ligados a imigração, vistos e green cards. Figura há 5 anos como um dos 10 melhores advogados de imigração do Estado de Nova York, prêmio concedido pelo “American Institute of Legal Counsel”. Considerado, em 2021, um dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação da revista jurídica “Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA. Nascido no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos ainda criança. Tem dedicado sua carreira à comunidade estrangeira que busca viver legalmente no país.

  

AG Immigration 

 www.agimmigration.law

 

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