Os exames laboratoriais são ferramentas
essenciais no diagnóstico e tratamento e as evoluções, como testes baseados em
imunofluorescência e algoritmos de Inteligência Artificial (IA), aumentam a
sensibilidade e a especificidade dos exames. Quanto mais cedo o tratamento, mais
chances de evitar danos permanentes e até alcançar a remissão das doenças iStock
No próximo dia 30, é comemorado o Dia Nacional de
Luta Contra o Reumatismo. A identificação precoce de doenças reumatológicas é
fundamental para garantir um tratamento eficaz e prevenir danos permanentes.
Exames laboratoriais, como fator reumatoide (FR) e anticorpos antinucleares
(ANA ou FAN), desempenham um papel central no diagnóstico de condições como
artrite reumatoide (AR) e lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Segundo Cristóvão Mangueira, médico reumatologista e patologista
clínico, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina
Laboratorial (SBPC/ML), os exames laboratoriais são essenciais não apenas para
estabelecer diagnósticos, mas também para diferenciar doenças com sintomas
semelhantes, como AR, LES e síndrome de Sjögren. "A detecção precoce pode
fazer toda a diferença na abordagem terapêutica", ressaltou.
Os anticorpos anti-CCP são particularmente específicos para a AR e
são frequentemente utilizados para diagnósticos precoces. O especialista
explica que em casos de LES, anticorpos como anti-dsDNA e anti-SM são
fundamentais para a confirmação. "Para vasculites sistêmicas, os ANCA
(anticorpos anticitoplasma de neutrófilos) são o principal marcador a ser
considerado".
Mangueira destaca que não existe um protocolo único para todos os
pacientes, pois a escolha dos exames deve ser adaptada à apresentação clínica
individual. "Um protocolo inicial pode incluir FR, ANA, anti-CCP, proteína
C-reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS), mas deve sempre ser
ajustado conforme a necessidade de cada paciente", reforçou o médico da
SBPC/ML.
Os avanços em biotecnologia também têm revolucionado o
diagnóstico. De acordo com Mangueira, testes baseados em imunofluorescência
associados a algoritmos de Inteligência Artificial (IA) estão se tornando
ferramentas valiosas, aumentando a especificidade e a sensibilidade dos exames.
“Essas inovações têm potencial para acelerar o diagnóstico e facilitar a
identificação de padrões complexos, utilizando também perfis multiplexados de
autoanticorpos”, ressalta o médico.
A detecção precoce dessas doenças permite intervenções rápidas que
podem reduzir significativamente o risco de danos articulares e comprometimento
de órgãos vitais. “Com o tratamento adequado, é possível controlar a atividade
da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, aumentando suas chances
de remissão”, conclui Mangueira.
SBPC/ML - Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial
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